Capítulo cinco
Esse capítulo é grande por ser sobre o baile de máscaras e no próximo capítulo vai ser na visão de Jeferson desde que ele e o amigo chegaram no salão de festas e na visão dele de como foi conhecer a Yasmin. Preparados para saberem como foi que Yasmin e Jeferson se conheceram?
Yasmin narrando
É estranho você ver uma pessoa hoje, seu melhor amigo, sentar para conversarem, rir das brincadeiras, sair para passear com o amigo no shopping, cinema ou assistir a algum show. É estranho olhar para como as coisas costumavam ser.
Hoje você pode estar sentado em uma roda de amigos,mas e amanhã? Quem te garante que isso vai ser assim? Não temos garantia, porque hoje as coisas são de um jeito e logo amanhã podem mudar.
É estranho ver uma pessoa na rua e não poder parar para conversar com a pessoa que antes era seu melhor amigo. Dói muito passar por alguém que você conhece bem e a pessoa te ignorar. É como um choque de realidade.
Eu acredito que muitos passaram ou vão passar por isso ainda em algum momento da vida. Sei como é ficar triste porque não posso voltar ao passado para consertar os meus erros. O mais ruim é o fato de saber que errei, me afastei dos meus amigos por culpa minha e não saber como consertar isso.
Ficar me culpando não me parece ser a solução certa no momento,pois preciso agir se quero ter a amizade deles. O único problema é que não sei nem por onde posso começar. Tenho um medo de consertar meus erros e depois voltar a ficar chata novamente e me tornar uma companhia ruim.
Não sei por onde começar só que minha sorte é de ainda ter uma amiga por perto. Jade pode me ajudar e não quero perder sua amizade. Por isso resolvi passar o dia todo na casa dela, porque nunca mais tinha feito isso e para ter mais animação para o baile de máscaras dessa noite.
Depois de minha mãe ter me dito para eu fazer um bom café somente para ela não passar vergonha na frente das amigas foi que fiquei chateada. Eu tentei me esforçar, agradar minha mãe, ajudar ela, mas o que ganhei com isso? Nem um obrigada ouvi ela dizer para mim.
A preocupação da minha mãe foi de eu fazer um café ruim. Ela não me agradeceu, não ficou muito feliz. O que eu esperava dela? Infelizmente ela não mudou coisa nenhuma.
Eu falei para o David que estava com vontade de fazer um café amargo demais, mas ele apenas começou a rir da minha ideia e me aconselhou a não tentar irritar dona Marlene.
São 18:00 e está perto de irmos para o baile de máscaras. Eu e Jade passamos o dia juntas. Pela manhã nós colocamos uma música no rádio, ficamos dançando e cantando feito duas malucas.A tarde decidimos assistir alguns filmes de ação e ainda comemos brigadeiro de panela.
Jade sabe quando eu preciso me divertir. De manhã lembro que pedir para ela me ajudar, pois cansei de ser a Yasmin boa e obediente. Essa pessoa não sou eu e estou disposta a mudar para meu próprio bem. Por isso decidi ignorar as ligações da minha mãe.
Estou de frente para o espelho olhando minha roupa me achando muito arrumada e diferente. Jade fez questão de me ajudar a me arrumar para o baile de máscaras. O problema é que ela quer me arrumar como uma princesa e eu não gosto dessas coisas.
Quem está com uma roupa linda é ela e eu prefiro assim.
Eu estou com um vestido lindo preto com dourado, brincos, fiz uns babyliss no cabelo e estou com uma sandália preta de salto alto. A Jade parece uma princesa com seu vestido longo azul, sem mangas, uma sandália dourada de salto alto, colar e com as suas pulseiras. A minha máscara é preta e acho que me deixa um pouco misteriosa e a dela é uma máscara branca.
Jade abre a porta do quarto e fica com a mão na maçaneta da porta.
— Você está linda — ela diz cada palavra pausadamente e coloca as mãos na boca.
— Não precisa exagerar — me viro para ela e sorrio — Você que vai ter toda a atenção naquele baile. Está uma princesa com esse vestido.
— Essa noite você vai voltar a ser a minha amiga de antes e nós duas vamos arrasar, Yas — diz confiante e sorrio ao escutar o meu apelido.
— Vamos ser as princesas do baile — digo e pego meu celular — Catorze ligações só da minha mãe — suspiro meio desanimada.
— Nada de tristeza amiga — ela pega no meu braço — Você é uma princesa e tem que ficar com a cabeça erguida.
— Eu não sou princesa nem em sonho — faço careta — Olha, Jade, eu acho melhor você ter cuidado essa noite.
Escolhi mudar de assunto para brincar um pouco com minha melhor amiga. Ela me olha confusa sem entender do que eu estou falando.
— O Diego vai ficar surpreso quando te ver com essa roupa — digo séria — É perigoso ele se apaixonar por você. Se isso acontecer eu vou começar a acreditar em milagres...
— Diego não — ela me interrompe — Ele é um pegador sem coração.Eu quero mesmo é conhecer novas pessoas. Como o meio irmão dele.
— O que? — eu pergunto fingindo estar surpresa — Você vai dispensar o Diego só para conhecer o meio irmão dele? O nosso amigo é um gato e eu acho que vocês dois combinam.
— Está maluca? — ela grita e eu tento não rir — Nunca que eu ficaria com ele, porque não vale a pena.A amizade dele é o mais importante para mim.
— Amiga eu sou maluca, mas dessa vez é sério. Eu apoiaria o namoro de vocês—digo sorrindo—Imagina você mudar o jeito de pegador do nosso amigo e o transformar em um cara sério? Isso seria um milagre.
—Só podemos ajudar quem realmente quer ser ajudado — ela ajeita sua pulseira — O Diego não quer mudar o jeito de pegador e você só pode estar brincando ao pensar em um namoro entre eu e ele.
— É difícil brincar com você — cruzo os braços — Acho melhor irmos para o baile de máscaras e você começar a me explicar essa história aí de que quer conhecer o meio irmão do Diego.
Nós colocamos as máscaras e saímos do quarto. A mãe dela nos olha sorrindo e diz que estamos muito bonitas. Eu chamo um táxi e vamos para o baile.
O táxi estaciona em frente ao salão de festas, pago o motorista e descemos. O salão de festas está muito lindo. Penso que deve estar lotado de gente.
Nas paredes tem algumas máscaras que estão penduradas, uns balões em forma de estrela no teto, mesinha com velas e arranjos de flores com plumas. Mesa com canapés, torradas e patês, batata chips e muitas outras coisas. Outra mesa com vários doces e cupcakes.
Ergo a cabeça e Jade começa a dançar animada. Alguns jovens olham para ela e começam a dançar também. Eu disse que a animação dela sempre faz outras pessoas se animarem.
No táxi ela me explicou que quer muito conhecer o meio irmão do Diego porque precisa conhecer alguns gatinhos. Palavras dela. Eu só sei que o nome desse garoto é Augusto e mais nada a não ser coisas que o meu amigo me conta sobre a relação deles como irmãos.
Falando no Diego eu vejo ele parado com um copo na mão conversando. Quando ele nos ver se despede dos amigos e logo se aproxima. Ele sorri e quando chega perto de nós faz uma reverência meio exagerada.
— Bem vindas belas moças — ele diz —Eu fico muito feliz em vê-las aqui nesse meu grandioso baile de máscaras. Espero que se divirtam e bebam com moderação.
— Obrigada por vim nos receber senhor — Jade sorri — Foram muitas conversas boas que ouvimos sobre a sua família e eu ouvi dizer que o senhor está perto de se casar.
— Estou vendo que os boatos são muito comuns por aqui — ele ajeita a gravata — Eu ainda sou novo para me casar. Tenho a vida toda pela frente.
— É uma pena que pense assim — eu digo — A minha amiga gostaria de um dia poder casar com um homem igual o senhor.
— Não acaba com o clima — ela diz — Eu e o Diego estávamos encenando bem.
— Encenando? — eu balanço a cabeça — Vocês estavam fingindo ser pessoas dos tempos antigos. Assistir essas coisas me faz ter dor de cabeça e sono.
— Foi divertido — ele diz dançando — Mas agora é sério. Fico feliz que tenham vindo. Eu cheguei a pensar que não iriam vir.
— Eu não perderia esse baile — Jade pisca o olho para ele — Hoje vamos ter de volta a nossa velha amiga.
— A Yasmin? — ele pergunta — Então quer dizer que ela quer voltar a ser a rebelde?
— Parem de fingir que não estou aqui e falem comigo — eu interrompo a conversa deles — Eu só quero me sentir eu mesma de novo. É crime agora?
— É crime? — ele imita minha voz e sorri — Você sempre diz isso. Muda o disco gata.
— Eu falo como eu quiser gato — sussurro e eles caem na gargalhada — Não consegui ver a graça.
— Você está mau humorada amiga — ela diz recuperando o fôlego — Sinal de que Yasmin Carvalho está de volta. Agora falta aprontar alguma coisa ou brigar com uma menina, porque sem isso não é você.
— Eu não quero brigar ou aprontar — eu olho para ela — Ainda está cedo para mim começar, mas não se preocupe que logo em breve talvez eu tenha motivos para fazer essas coisas.
— Você não presta — ele segura o meu queixo e tenta me beijar.
— E você pior ainda — eu empurro ele e coloco as mãos na cintura.
Diego sorri e olha para os lados como se procurasse alguém.
— Eu tenho que apresentar o meu meio irmão a vocês como havia prometido — ele ainda está procurando e vejo que Jade fica feliz ao ouvir isso — Vou procurar ele e o amigo.
Diego sai a procura deles e eu observo a decoração que está linda. Passa um tempo e eu vejo meu amigo voltar. Dois garotos estão com ele. Eu nunca vi nenhum deles.
— Desses dois quem será que é o meio irmão dele? — ela sussurra para mim e eu suspiro. Não estou muito interessada em conhecer esse garoto.
— Belas moças — Diego se aproxima com eles — Esse é o Augusto, meu meio irmão, aquele ali é o Jeferson que é o amigo dele e essas são minhas amigas, Jade e Yasmin — diz se referindo a nós.
Jade sorri e fala somente com Augusto. É sério? Ela ignora completamente o outro e eu sinto um pouco de pena dele, porque o garoto parece ser legal. Falo com os dois e eles se aproximam. Augusto logo beija a bochecha de Jade e Jeferson beija a minha. Minha amiga sorri parecendo estar hipnotizada.
— Agora vou atender os meus convidados — Diego sai de perto deles e some pela multidão de pessoas.
Augusto é baixo, magro, cabelo preto e tem os olhos meio puxados. Ele é um pouco parecido com o seu meio irmão e pelo que sei mora com a mãe, pois o pai dele é casado com a mãe do Diego.
Jeferson é um pouco alto, tem o corpo um pouco malhado, o cabelo castanho, olhos azuis e seus cílios são grandes. Esses cílios são de dar inveja a qualquer garota. Retiro o que disse de não não estar interessada em conhecer esses dois, pois até que eles são bonitos. Principalmente o Jeferson.
— O gato mordeu a língua de vocês? — eu pergunto quebrando o silêncio — Chegou o dia de finalmente conhecer você — aponto para o Augusto e ele sorri.
— Imagino que meu irmão tenha falado muito de mim — ele diz sério — Vocês…querem dançar?
Augusto parece ser um cara de poucas palavras e isso me deixa intrigada. Olho para Jade e ela parece ter saído daquela hipnose e eu agradeço por isso. Ela sorri com o que o garoto diz e me puxa para um canto.
— O que foi? — eu pergunto confusa — Aconteceu alguma coisa?
— Eu tive uma ideia — ela diz sorrindo — Eu vou deixar você conversando com o gato do amigo dele e eu saio para dançar com o Augusto. O que você acha?
— Eu só vou aceitar isso porque quero me divertir — digo, reviro os olhos e ela arqueia uma sobrancelha — Boa sorte aí com esse garoto de poucas palavras.
Eu puxo o braço dela para voltarmos para perto dos garotos que estão somente conversando agora.
— Eu aceito seu convite para dançarmos — ela diz pegando na mão do Augusto, pisca o olho para mim e eles saem.
Me surpreendi agora com o jeito de Jade. Ela não ficou tímida por estar conhecendo pessoas novas. O que foi que aconteceu com a minha amiga?
Olho para o Jeferson e ele está sorrindo olhando para Jade e Augusto dançando. Está tocando uma música lenta.
— A sua amiga é engraçada — o garoto finalmente diz e acho a sua voz bonita — A quanto tempo você conhece o Diego?
Ao dizer o nome do meu amigo eu logo percebo que ele parece falar com a voz um pouco de raiva e não entendo o motivo.
— Faz dois anos — eu respondo — Nesses anos todos eu nunca tinha nem visto o meio irmão dele. Seu amigo até parece ser legal.
— Ele é tímido com as pessoas que não conhece — ele me surpreendi ao dizer isso. Olha que esse Augusto tem algo parecido com a Jade.
— Está gostando do baile? — eu pergunto sorrindo e nesse momento uma pessoa me empurra. Com isso acabo me esbarrando no garoto e por impulso pego nas mãos dele.
Nos olhamos e sinto um Déjà Vu como se eu tivesse vivido isso antes.O mais estranho é que eu sinto como se conhecesse aquele garoto. Uma sensação de o conhecer bem melhor do que eu imagino.
O que foi que acabou de acontecer? Por que eu senti isso? Talvez seja só coisas da minha cabeça e eu esteja imaginando que me senti assim.
Eu solto as mãos dele tentando me recuperar dessas coisas estranhas e tento dizer algo.
— Quer dançar? — nós dois perguntamos juntos e sorrimos.
Eu estou meio estranha com isso tudo que aconteceu e tento me esquecer disso para poder aproveitar a festa. Nós saimos andando um ao lado do outro para dançar. Ele me olha e aqueles lindos olhos azuis parecem esconder segredos. É até bonito de se ver.
Começamos a dançar.É meio romântica essa música que está tocando e eu não sou acostumada a dançar com um garoto. Cada passo que nós fazemos eu tento aprender um pouco como dançar uma música lenta.
Dançamos olhando um no olho do outro e seus olhos parecem estar mudando de cor por causa da luz do local. Por um momento eu penso que só estamos nós dois dançando. Para mim não existe mais ninguém.
Nossa dança se assemelha a um conto de fadas.Um casal, uma princesa e claro um príncipe. Me sinto bem,um pouco confusa e ainda estou com a sensação como se eu conhecesse ele. Parece que já dancei com ele antes e que conversamos por horas.
— Eu estava desanimado para vim a esse baile — diz com a voz rouca e sorri.
— Somos diferentes, porque eu gosto de ir para tudo o que é festa — eu confesso para ele me sentindo bem.
A música lenta termina e começa uma outra mais agitada. Eu e ele ainda estamos parados no mesmo lugar. Quando percebo isso eu sorrio sem graça e me afasto dele. Me sinto estranha depois que terminamos de dançar e essa pessoa nem parece eu. Não tenho atitudes assim. O que é que isso tudo significa?
Procuro minha amiga pelo salão, mas não a encontro. Decido beber alguma coisa, saio andando e não chamo o garoto, mas ele me acompanha. Vou até a mesa e logo pego um whisky, começo a beber e Jeferson pega um refrigerante. Sorrio o olhando e penso que ele deve não ser acostumado a beber.
— Então me fala um pouco de você —eu digo. Jeferson é um pouco maior que eu e preciso levantar a cabeça para conseguir o ver melhor.
— Eu sou calmo — ele dá de ombros e bebe mais refrigerante — Gosto muito de estudar e…uma pergunta. Você acha que eu me pareço com um jogador de futebol americano?
Não entendo a pergunta dele e sorrio sem saber o que responder.
— Pergunto isso porque como você pode ver eu sou muito bonito — arqueio uma sobrancelha — Acho que deve ter várias garotas atrás de mim. Elas me amam e eu sou muito inteligente. Nenhuma delas é capaz de resistir aos meus encantos.
Jeferson termina de falar sobre si e me olha sorrindo. Fico indignada. Sério que ele disse tudo isso? Esse garoto se acha demais e antes não parecia ser assim. Que raiva de pessoas que se acham. Ele é igual os meus irmãos gêmeos.
— Você é um convencido — eu digo ainda sem acreditar que ele disse isso.
— Calma — ele diz e o sorriso some aos poucos — Eu estava brincando. Você ficou chateada?
Ele pega nos meus braços e eu me afasto com raiva.
— Odeio pessoas convencidas como certo garoto que infelizmente conheci hoje — bebo o resto do whisky — Não se atreva a me seguir.
Eu saio andando me afastando dele e entrando na multidão. Logo encontro Jade perto de um garoto que não conheço. Me aproximo dela.
— Foi uma péssima ideia ter me feito ficar conversando com um garoto convencido — eu chego perto dela irritada.
Jade se vira para me olhar e está confusa pela minha chegada. Parece que todo o conto de fadas acabou para mim e aquele Jeferson estragou tudo. Nem o Déjà Vu eu sinto mais e ainda estou confusa com tudo que pude sentir em tão pouco tempo.
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