Castelo do rei Milo Seferis, três dias após Fler assumir o posto de chefia da guarda do rei...

Me sinto extremamente feliz, grata e honrada pelo fato de ter conquistado a admiração e confiança da vossa majestade, o rei Milo. Afinal, só consegui me tornar chefe da guarda, pelo fato de ser a mentora pela prisão do repugnante duque Kanon. Porém, o desgraçado acabou sendo solto por seu irmão gêmeo Saga ter pedido para o rei Milo perdoá-lo e absolvê-lo.

E assim o rei o fez, pois de fato ele preza muito sua amizade com o duque Saga. E os fofoqueiros do castelo dizem que o nosso rei sequer é mais a sombra do impiedoso rei que ele era outrora.

Muitos até o chamam de rei banana pelas costas. Eu acho isso muito errado, porém eu não sou nada mais que uma mera subordinada que deve ficar no seu devido lugar.

Meu primo Degel, além de conselheiro do rei Milo, é amigo íntimo dele. E nesses dias aqui no castelo, eu sempre os vejo de conversas e segredos, e com certeza meu primo deve saber muito sobre a vida do nosso rei.

Me parece que o casamento do nosso rei com a rainha Yula é só de aparências, pois é notório que ele não a ama e o casamento deles fora arranjado. Fora que nossa majestade, o rei, já traiu e ainda dizem que ele continua traindo a rainha. De fato, até mesmo dentre os nobre e realeza há problemas, porém eles sabem disfarçar e viver de aparências.

— Fler, se aquiete, pois você não tem nada a ver com a vida de seu rei e sua rainha. — pensei comigo mesma enquanto me preparava para ir até a torre Oráculo para conhecer alguns de meus subordinados. Só espero que eles não sejam como alguns machistas aqui do castelo.

Enquanto isso, na torre Oráculo, quarto de Camus...

Camus

Eu estava deitado na minha imensa cama de casal, e sem querer me peguei pensando na princesa Catarina. Porém, os meus pensamentos logo vieram se voltar para ele, o rei Milo. E tais pensamentos estavam me deixando um pouco desatinado, pois ultimamente eu ando pensando e sonhando muito com o mesmo.

E isso anda me causando uma certa confusão. Primeiro, que eu jamais poderei gostar dele que é um homem casado e que ainda será pai. Segundo, eu realmente estou nutrindo um desejo avassalador pela princesa Catarina, e ela também anda sentindo o mesmo por mim. Ela já veio me visitar várias vezes após aquele dia em que nos conhecemos e nos amamos pela primeira vez.

— Camus Saint Martin, pare de pensar no rei Milo Seferis e invista na princesa Catarina. — pensei enquanto olhava para o teto. Porém, em seguida, vim sair de meus devaneios para atender quem batia a porta de meu quarto. E ao abrir, me deparei com Hagen me chamando para o café da manhã. — Obrigado por me avisar! Eu já vou indo, só preciso colocar uma camisa. — avisei.

Hagen

Após ter chamado Camus para o café da manhã, como Monalisa havia me pedido, eu segui para a cozinha, e ao adentrar a mesma me deparei com uma bela moça loira de longos e ondulados cabelos dourados feito o sol. E os mesmos estavam presos num rabo de cavalo, ao alto de sua cabeça. A mesma estava trajando um lindo e delicado vestido branco, e nos pés ela calçava uma sandália de salto quadrado.

Ao vê-la, minha reação inicial foi me portar feito um completo babaca, pois fiquei parado por alguns minutos a olhando, sem nada dizer, até que...

— Bom dia, rapaz. — iniciou após dar uma bebericada no que continha na sua xícara, que ela segurava na sua mão direita. — Vai continuar me olhando sem dizer nada? – soltou com sua voz doce e serena.

— B-Bom d-dia, senhorita. Desculpe a minha indelicadeza, eu me chamo Hagen. — a comentei próximo a ela.

— Prazer, Hagen. O meu nome é Fler. — revelou seu nome ao me estender sua fina e delicada mão direita, em cumprimento. E eu por minha vez, peguei, a colocando entre as minhas, e repousei meus lábios sobre sua mão branquinha feito neve.

— Hum... Vejo que vocês já se conheceram. — Monalisa comentou, entrando na cozinha.

— Sim, Mon. A senhorita Fler e eu acabamos de nos conhecer. — expliquei, olhando para morena, sem sequer perceber que eu ainda segurava a mão do anjo, de nome Fler.

— Hagen, por favor, será que você pode soltar minha mão? — indagou docemente.

— Me perdoe. Eu sequer havia percebido que eu ainda segurava sua mão. — relatei, me sentindo um pouco envergonhado e desconsertado ao mesmo tempo.

— Está tudo bem. — disse docemente. Em seguida, Hyoga adentrou a cozinha me chamando para conversar com ele em outro lugar. Após ele cumprimentar a bela loira, nós nos retiramos da cozinha, deixando as duas sozinhas.

Enquanto isso, no castelo do rei Milo Seferis, sala do trono...

Milo

Eu estava sentado no meu imenso trono, e eu estava novamente perdido em meus pensamentos, ao pensar nele, o Camus, que anda me deixando totalmente desatinado. E o mesmo povoa tanto meus pensamentos, quanto habita meus sonhos.

— De fato, Milo Seferis, parece que você se encontra completamente apaixonado por esse homem. — pensei comigo mesmo, enquanto meu olhar estava distante e fixo num determinado ponto fixo.

— Milo, que palhaçada é essa de você nomear uma mulher para o cargo de chefia da guarda real, do castelo?! — meu tio me questionava num tom ríspido.

— Qual é o problema de eu ter nomeado ela como chefe da guarda real? — também o questionei com rispidez.

— Veja só como você se dirige a mim, seu moleque! — exclamou raivoso.

— Eu acho que é você que deve respeitar o seu rei. — fui direto e taxativo.

— Você até pode ser o rei, mas não passa de um rei covarde, banana e incompetente!

— Cale-se, e saia já daqui, Kardia! — mandei aos gritos.

— Escute aqui, seu desgraçado! Você pode ser o rei, mas nunca se esqueça que quem manda aqui sou eu e a igreja, pois você nem anda sabendo reinar, seu paspalho! — soltou num tom mais elevado.

—Saia já daqui, ou eu chamarei os guardas para te tirar a força. — eu disse convicto e severamente.

— Eu vou sair, mas isso não ficará assim, seu imprestável. Não se esqueça que eu não tenho nada a perder, e você mesmo sendo meu único sobrinho, pode ter o mesmo destino de seus pais. — comentou com os olhos flamejantes de ódio, antes de se retirar da sala.

Torre Oráculo, final de tarde, jardim central...

Camus

Eu estava cuidando do imenso jardim, e sem querer novamente me vi pensando nele, no rei a quem eu desejo e ando lutando para esquecer — não tem um momento sequer que eu não pare de pensar nele. E esse fato anda me deixando um pouco atordoado. Eu preciso arrancá-lo de vez de meus pensamentos, pois eu não posso, muito menos devo, nutrir sentimentos por uma pessoa que está casada, e pior, que ainda será pai.

Eu acho que realmente será melhor investir na princesa Catarina, pois a última vez em que nos vimos, ela me disse que tem grandes planos para mim — planos esses que eu sequer faço ideia e menção de quais sejam.

Enquanto isso, em  Rodório, residêncis de Hilda...

Hilda

Bom, já está próximo do horário dos rapazes voltarem, e eu já estou dando andamento nos preparativos do jantar, pois hoje temos um jantar especial, ao qual teremos a companhia da minha sogra Natassia que virá jantar conosco aqui em casa.

Meu loiro está morando comigo há algum tempo. Nós não somos nem noivos ainda, porém decidimos morar juntos, e meu primo mora com a gente.

Eu ando um pouco triste por ver meu primo sofrendo pelo término de seu relacionamento com a Geist. De fato, ele a amava, porém ela fez o que fez.

— Boa noite, prima. — Hagen soltou animado enquanto me dava um abraço.

— Boa noite, meu amor. — meu lindo loiro me dizia me dando um leve beijo no rosto.

— Boa noite, queridos. Que bom que vocês chegaram. — falei feliz ao vê-los.

— Se me derem licença, eu vou para o banho. — meu primo avisou animado.

— Amor, é impressão minha ou o Hagen está melhor hoje? O que houve lá no serviço de vocês? — questionei curiosa.

— Eu acho que essa animação do seu primo é uma certa loira que agora é chefe da guarda do rei. — meu loiro relatava num tom de voz baixo.

Enquanto isso, na casa de Mu...

Mu

Ao chegar em casa, após mais um dia exaustivo de trabalho, eu segui para um relaxante banho, pois eu tinha combinado com o Shaka de encontrá-lo no barzinho que costumamos ir. Afinal, hoje é sexta-feira e amanhã nenhum de nós trabalhamos.

Após meu breve banho, segui até meu quarto para me enxugar e me arrumar para sair, e já estando devidamente pronto eu enviei uma mensagem para minha mãe, lhe avisando que eu iria sair, pois ela não se encontrava em casa. Depois de avisá-la, tranquei a casa e deixei a chave na vizinha. Logo depois, segui para o lugar combinado com o meu amigo, porém ao chegar lá, logo de cara tive o desprazer de ver Abel aos beijos com a Saori e a minha vontade era dar meia volta e retornar para casa. Mas logo avistei o Shaka, e o mesmo estava acenando em minha direção para eu ir até a mesa em que estava ele, Shaila e a Ariana.

Ao chegar à mesa, eu cumprimentei os três e me sentei ao lado da esverdeada — logo depois pedimos o que comer e o que beber, e ficamos conversando por horas e horas. Devida à conversa, eu pude perceber o quanto Ariana é doce, gentil, inteligente e bela.

Saori

Abel e eu viemos num badalado barzinho no centro de Rodório, porém no exato momento que ele foi ao banheiro, eu avistei meu ex-namorado sentado numa mesa de frente para a nossa. E ao eu vê-lo de conversa com uma moça de longos cabelos verdes, eu senti um imenso ciúme, pois de fato ele e ela pareciam estar se dando super bem, e isso de fato estava me incomodando.

Após o Abel retornar a nossa mesa, eu pedi para ele me levar embora para minha casa, pois eu não estava me sentindo muito bem. Lógico que para ele, eu aleguei estar sentindo um mal estar, porém o que eu estava mesmo era triste e enciumada por ver o Mu com aquela moça...