Cinco
"Homens sábios dizem que só os tolos se entregam. Mas eu não consigo evitar me apaixonar por você. Devo ficar? Seria um pecado, se eu não consigo evitar me apaixonar por você. Como um rio corre certamente para o mar, querida, algumas coisas estão destinadas a acontecer. Pegue a minha mão, pegue toda a minha vida também... Pois não posso evitar me apaixonar por você." ♥♥♥ Can't help falling in Love- Elvis Presley ♥♥♥
Adam
Se até pouco tempo, as pessoas me diziam que eu desistia muito facilmente de um relacionamento... O mesmo não poderá ser dito agora, não sobre esse relacionamento que nem começou ainda, mas já está me dando um trabalho imenso.
Antes que tudo fique confuso, preciso voltar para o momento em que estive com o celular em minha mão e tão alegremente discava o número de Sarah. Ok, eu estava mergulhado em auto confiança, depois de ter ensaiado e até mesmo escrito um roteiro a ser seguido, quando... A pessoa do outro lado atendeu e não era a Sarah, não era nem mesmo alguém da sua família.
Não era ninguém que pudesse me levar até ela. Era a professora da Chloe, que não é a Sarah e sim a outra professora. Eu sei, é confuso, eu também demorei um tempo para entender. A verdade é que tudo se resume a duas palavras: Professora Substituta, a Sarah é a professora substituta da Chloe. Essa verdade teria salvado a minha vida, poupado um tempo precioso do meu sábado e evitado que eu passasse uma vergonha épica.
Agora a pergunta que não para de martelar em minha mente nos últimos vinte minutos é se o Drew sabia de tudo isso? Será que ele apenas se divertiu às minhas custas, imaginando o quanto seria embaraçoso quando eu ligasse e a verdadeira professora atendesse? Eu acho que sim; droga, eu tenho quase certeza que a resposta é sim.
Eu passei dez minutos inteiros, vendo a minha confiança se esvair, como uma piscina cheia de água cujo ralo foi aberto, enquanto tentava me desculpar com a professora certa. Ela achou que eu fosse um tarado ou um maluco inconveniente; sem nada melhor a fazer, a não ser ligar para ela com uma voz misteriosa. Eu concordo que no lugar dela, não teria me dado sequer um minuto para me explicar, mas graças a Deus pelo meu charme natural... No final dessa batalha memorável, eu consegui o número certo da Sarah e de quebra talvez tenha ganhado uma nova amiga.
E agora simplesmente não tenho mais nada a perder, mais nada a fazer, a não ser ligar para a minha professora e ser 100% sincero. Pedi-la em casamento e rezar para que dentro de uma hora, ela bata em minha porta com a sua mala nas mãos e se atire em meus braços. Eu fantasiei sobre isso diversas vezes.
Se eu não estou nervoso? Totalmente. Estou confiante? Não tanto assim. Saber que será ela quem vai atender enquanto eu espero o telefone tocar, me deixa um pouco apavorado. Meu lado covarde me diz para desligar, quando ela não atende no terceiro toque, mas acho que eu não consigo sequer mexer o meu braço nesse momento.
— Alô. — ela atende no quarto toque. Sua voz é calma e um pouco mais fraca do que eu me lembrava, mas é tão bom ouvi-la outra vez.
— Sarah? — eu pergunto em um impulso, apenas querendo ouvir o seu nome soar por toda a sala.
— Sim, é ela. — ela diz pausadamente, fazendo a cautela em sua voz soar muito evidente — Quem é?
Quem eu sou? Ótima pergunta. Eu sou o seu marido, mas você só saberá disso daqui alguns meses, em um ano no máximo. Seis meses se eu puder ser muito otimista.
— Então, você tem um nome e um motivo para estar me ligando? — ela insiste e eu percebo que estou fazendo papel de bobo outra vez.
— Adam, aqui é o Adam. — digo simplesmente, com medo de que ela desligue diante do meu silêncio.
— O tio da Chloe? — sua pergunta soa cheia de surpresa, mas arranca um sorriso do meu rosto. Começamos bem, ela se lembra de mim.
— Você se lembra? — eu pergunto, sorrindo ainda mais, mesmo que já saiba a resposta.
—Você é o único Adam que eu conheço. — Não precisa mentir para mim, meu amor — Aconteceu alguma coisa com a Chloe?
— Não, a Chloe está perfeita. — digo rapidamente, para não deixá-la preocupada.
— Onde você conseguiu o meu número?
Hummm... Vejamos. Isso exige um pouco mais de complexidade em minha resposta.
— É uma longa história. — digo, rindo de mim mesmo — Você tem tempo?
— Mesmo que eu não tivesse, agora estou muito curiosa, Adam. — eu fecho os olhos quando ela diz o meu nome e deixo o doce som se infiltrar em minha alma — Mas eu diria que você ligou na hora certa.
Isso é bom, achei que ela fosse inventar um milhão de desculpas para não falar comigo; mas eu liguei na hora certa. Estou com sorte... Por que foi mesmo que eu liguei? Ah, quer casar comigo? Não, não é essa pergunta agora.
— Eu gostei muito de você, Sarah. — digo com toda a sinceridade do mundo — Simplesmente não consegui deixar de pensar em você todos esses dias, então hoje eu roubei o seu número do celular da Mia e liguei para a outra professora. Ela me xingou e disse que sou um louco.
— Você realmente é. — ela diz rindo, me surpreendendo totalmente por não ficar brava — E depois?
— Eu expliquei a ela, que era um homem desesperado, em uma luta sem precedentes atrás do seu número.
— Então ela te deu o número certo. — ela completa, com uma voz incrivelmente calma — Eu deveria ficar muito brava e com um pouco de medo também.
— Mas ao invés disso, apenas aceite me conhecer melhor; eu juro que valho muito à pena.
Ouço a sua risada incrivelmente melódica, antes que ela fique em silêncio por um tempo. Talvez eu não devesse ter me mostrado tão interessado assim, algumas mulheres gostam de um homem mais misterioso.
Mas como eu poderia explicar a minha ligação, se não pudesse ser tão sincero? Essa é a verdade, eu estou interessado nela. Quero conhecê-la melhor e provar a ela o quanto podemos ser perfeitos juntos. Não posso seguir por outro caminho.
— Isso é algo realmente inesperado para se ouvir em um sábado à noite, Adam. — ela diz finalmente em um tom absolutamente neutro — Eu não sei o que dizer.
— Quer jantar comigo?
— Hoje?
— Sim, por que não?
— Está muito tarde para isso.
— Amanhã então, um almoço talvez?
— Não posso, tenho que preparar as minhas aulas para a semana.
— E sobre qualquer outro dia da semana, eu não importo qual seja; basta escolher a hora e o lugar.
— Desculpe, mas eu não saio durante a semana, eu durmo muito cedo.
— Está evidente que você está arranjando um milhão de desculpas aqui. — digo em tom brincalhão — Mas eu posso te ligar ao menos? Enviar algumas mensagens ao longo do dia? Ir te ver na escola?
— Em resumo; você está pedindo a minha autorização para se tornar o meu perseguidor? — ela pergunta em tom divertido também.
— Não, estou dizendo que gostaria de fôssemos amigos e eu ficaria muito feliz se você quisesse me conhecer melhor.
— Eu não tenho um amigo há anos. — ela sussurra como quem conta um segredo.
— Mais um motivo para aceitar a minha oferta. — digo baixinho também, fechando os olhos enquanto a imagino pensativa.
— Tudo bem, você parece um cara legal para se ter como amigo, mas não me persiga na escola.
— Eu não iria te perseguir na escola. — minto, porque era exatamente o que eu iria fazer — Mas talvez eu te encontre casualmente, quando for encontrar a Chloe.
— Totalmente diferente. — ela diz rindo — Eu gosto da sua mãe, geralmente é ela quem vai buscar a Chloe. Ela é uma mulher divertida.
— Eu também sou, herdei isso dela. — conto, me encostando um pouco mais no sofá; finalmente me sentindo mais tranquilo.
— O que você faz Adam?
— Sou um contador, na verdade agora trabalho como controller contábil.
— Eu detesto matemática, odeio números. — ela diz com muita seriedade — Na verdade, mal sei contar até cem.
— Eu acho isso muito difícil de acreditar, já que você é uma professora. — replico com muita calma — Talvez você queira apenas me assustar.
— Pode ser... Eu sei contar até mil, mas ainda detesto matemática.
— Eu não me importo nem um pouco, Sarah. — digo, usando um tom que eu julgo sedutor para enfatizar o seu nome no final.
Ela ri, me fazendo rir também. Nós conversamos pelas próximas duas horas, ou mais, eu não estava contando. Não sou capaz de me lembrar se já fiz isso alguma vez, falar por tanto tempo ao telefone com alguém. Mas falar com a Sarah, de repente se torna a minha tarefa favorita na vida.
Ela me contou sobre a sua família, estou em desvantagem já que ela conhece até mesmo a minha mãe. Ela tem apenas um irmão, muito ciumento e muitos primos; muito ciumentos também .
Seus pais são casados há mais de trinta anos e seu pai é muito ciumento, assim como os seus tios. Resumidamente ela me disse que as chances de alguém me perseguir com uma espingarda são enormes; principalmente se eu fizer algo errado no futuro. Tudo bem, pois eu não tenho a intenção de errar com ela.
Sarah tem 25 anos. Quase sete a menos do que é eu, a mesma diferença de idade dos meus pais. Isso é perfeito, talvez ela seja mais madura do que eu, não me importo nenhum pouco com isso. Sua melhor amiga é a sua prima Samantha, elas tem a mesma idade e cresceram juntas como irmãs. Faço uma nota mental para conquistar a amizade de Sam, algo me diz que a opinião dela sobre mim será de grande importância.
Sarah ama livros, eu prefiro assistir um filme ou jogar vídeo game. Mas por ela, eu posso começar a ler, podemos até fundar o "Clube do livro da Sarah e do Adam". Será incrível.
Não posso negar e se você me conhecer um pouco saberá que a informação que mais me agradou foi: Sarah sabe cozinhar, na verdade ela usou o verbo amor, para se referir a culinária. Isso me deixou um pouco mais apaixonado.
Quando eu desliguei o celular, eu me sentia muito mais leve, mesmo que meu coração parecesse mais cheio de encantamento e amor. Não importa que ela tenha inventado algumas desculpas para não sair comigo. Eu não estava olhando para esse fato e sim para o fato de que conversamos durante horas como velhos amigo.
Houve vários momentos em que eu flertei abertamente com ela e fui correspondido. Sim, essa é uma vitória imensa. Eu nuca trabalhei para conquistar ninguém, mas não me importo em fazê-lo agora, porque finalmente encontrei alguém que vale todo o meu tempo e dedicação. Esforço e paciência.
Eu não liguei para ela no domingo e nem lhe enviei mensagem. Embora eu quisesse dolorosamente ouvir a sua voz e saber como ela estava, consegui me segurar.
Na segunda-feira, eu lhe enviei três mensagens de texto. Desejei-lhe uma boa semana, perguntei sobre os seus alunos e no final da noite; como havia sido o seu dia. Ela não demorou para me responder e me perguntou sobre o meu trabalho também.
Eu achei melhor ligar para ela apenas no dia seguinte e foi o que fiz, mas somente à noite. Nós falamos por mais de meia hora e foi muito proveitoso. Eu sentia que a nossa conexão estava crescendo.
Na quarta feira ela me mandou uma mensagem de bom- dia, antes mesmo que eu tivesse acordado e isso me deixou com um sorriso imenso no rosto o dia todo. Eu me adiantei também e fui buscar a Chloe no final daquela tarde, antes que a minha mãe o fizesse.
Sarah estava linda, ou mais linda do que ela costuma ser. Com um vestido azul rodado que ficava acima do seu joelho e uma trança que caia pelo seu ombro, além do sorriso lindo que iluminava todo o seu rosto. Eu queria tirar uma foto e olhar para ela cada vez que eu fosse dormir, imaginando que isso me faria sonhar com a minha professora. Mas, ok, isso seria um pouco estranho.
— Oi Sarah. — eu digo quando paro em frente a porta e olho rapidamente para Chloe que vem correndo até mim — Gostei do vestido, azul fica bem em você.
— Olá Adam. Obrigada. — ela diz sorrindo — Gostei do seu cabelo, você o cortou?
— Sim, ontem. — respondo, passando a mão no cabelo, diante do seu comentário — Posso te ligar mais tarde?
— Claro. — ela diz rapidamente, se abaixando para se despedir da Chloe.
— Tchau, tia Sarah. — ela diz com alegria e essa é uma visão do futuro; porque em breve ela realmente será a Tia Sarah.
— Tchau, meu amor. Até amanhã.
Chloe segura a minha mão e damos alguns passos, antes de que ela pare e se vire em direção a sua sala novamente. Sarah ainda está parada em frente à porta, com o mesmo sorriso que eu.
— Meu tio Adam perguntou se você tem namorado, tia Sarah. — Chloe diz com naturalidade e alto o bastante para qualquer pessoa ouvir.
— Ele perguntou? — Sarah pergunta, olhando para Chloe com curiosidade.
— Eu não perguntei. — me defendo, baixando os olhos para a minha pequena sobrinha falante.
— Perguntou sim. — Chloe me corrige, apertando um pouco mais a minha mão enquanto fala — Na minha casa aquele dia.
— É verdade, eu perguntei. — admito sorrindo para ela e dando um leve encolher de ombros, quando os meus olhos se encontram outra vez com os de Sarah.
— Eu não tenho, Chloe. — ela admite, olhando diretamente para a Chloe — Mas ele já sabia disso.
Eu sabia desde o começo, mesmo que não tenha feito essa pergunta diretamente à ela. Um namorado seria um problema, mas não me faria desistir.
Diante de Sarah agora, eu tenho quase um desejo insano de beijá-la, abraçá-la e nunca mais deixá-la ir. Eu sei o bastante sobre sentimentos, para saber que o que ela me faz sentir, somente com o seu olhar; é diferente de tudo o que eu já senti.
— Vamos logo, tio Adam. — Chloe me chama, puxando com força o meu braço.
— Claro. — eu digo olhando para a Sarah uma última vez e gravando o seu doce sorriso na mente.
Eu não precisei ligar para a Sarah àquela noite... Ela me ligou e sim, claro que eu fiquei feliz. Talvez um pouco mais do que isso. Era óbvio para mim, que ela gostava das nossas conversas tanto quanto eu e deixe me dizer; é muito fácil deixar alguém ganhar espaço em sua vida e Sarah estava ocupando cada espaço do meu coração.
Na quinta-feira nós conversamos rapidamente na hora do almoço e trocamos algumas mensagens ao longo do dia. O fim de semana estava próximo e eu já estava me preparando psicologicamente para convidar Sarah para sair e não iria aceitar um "não" como resposta. Não era possível que ela tivesse uma desculpa plausível depois de todas as nossas conversas.
Sexta-feira chegou e a primeira coisa que fiz ao me levantar, foi mandar uma mensagem para ela. Basicamente se resumia em chamá-la para jantar, ou assistir um filme se ela preferir. Eu adoraria que Sarah cozinhasse para mim, embora não tenha tido coragem de expressar essa vontade pois, soaria muito machista. Eu cozinharia para ela, se soubesse como acender o meu fogão novo sozinho.
Eu já tenho as unhas curtas, então não sei como fiz para roê-las enquanto esperava a sua resposta. Eu estava uma pilha de nervos e Sarah não fez nada para me acalmar quanto a isso, demorando 4 horas para me respostar. Ela disse que pensaria sobre o assunto e me ligaria mais tarde. Essa mulher só pode estar querendo a minha morte, já que o mais tarde dela, foi às 8:30 da noite. Eu estava enlouquecendo de ansiedade, mas me esforcei para parecer desinteressado quando atendi a sua ligação.
— Oi Sarah, como vai? — eu pergunto, aumentando o volume da TV para que ela saiba que eu estou muito envolvido com o filme de terror que passa na tela.
— Oi Adam, desculpe não ter ligado antes, mas o dia foi realmente cheio hoje. — ela diz com gentileza. Ela deve saber que eu jamais ficaria bravo com ela, não quando ela usa esse tom de voz.
— Sem problema, eu também estava ocupado. — eu minto, antes de ir direto ao assunto — Pensou sobre amanhã, já tem uma resposta?
—Amanhã é o aniversário do meu tio, o pai da Sam. — ela conta enquanto anda, seus passos são audíveis para mim através do telefone — Você não conhece a minha família, mas digamos que é impossível faltar a um evento como esse. Se eu estivesse em um hospital eles fariam a festa lá para que eu não estivesse ausente.
Ela ri e imaginando a cena, eu também dou risada. Meu sorriso é muito maior, quando uma ideia começa a tomar forma em minha mente.
— Eu posso ir com você, adoraria conhecer a sua família. — eu ofereço de forma séria, tentando camuflar o grande interesse que tenho sobre isso.
— Você não se importaria? — ela pergunta, parecendo muito surpresa com a minha oferta.
— É claro que não, eu só quero sair com você, não importa onde seja.
— A sua sinceridade ainda me deixa chocada algumas vezes, Adam. — ela diz, soltando um suspiro em seguida — Todo mundo estará lá e a minha família pode ser um pouco louca às vezes. Talvez isso te assuste.
— Você conheceu a minha mãe, não foi?
— Sim.
— Ninguém pode ser mais louca do que ela, Sarah.
— A sua mãe é um amor. — ela fala com carinho — A minha mãe se parece com ela.
— Então eu amarei a sua mãe, pois amo a minha. — digo em tom brincalhão.
— A minha mãe é uma doçura, já o meu pai... — nem é preciso completar para saber o que isso significa.
— Eu aposto que posso fazer o seu pai gostar de mim em cinco minutos.
— Você tem uma auto estima imensa.
— Você ficaria surpresa se soubesse que foi a primeira mulher que me fez duvidar de mim mesmo. — eu confesso — Ma sim, eu acredito em meu potencial a maior parte do tempo.
— Você sabe convencer as pessoas também. — ela diz, enquanto eu imagino o seu lindo sorriso — Eu adoraria que você fosse a festa comigo.
— Nada me fará mais feliz. — eu confesso, sentindo uma vontade quase incontrolável de dançar pela casa — Que horas eu posso buscá-la?
— Às oito seria perfeito, eu te mando o endereço por mensagem mais tarde.
— Estou contando as horas, Sarah.
Nos falamos mais um pouco, antes que ela desligue, porque Sam está batendo na porta. Eu realmente contei as horas e elas nunca demoraram tanto para passar desse jeito.
A primeira vez que eu sai com uma garota, eu tinha 15 anos e mesmo que fosse a primeira vez em que estive perto de alguém que eu gostasse; não me senti nenhum pouco nervoso. O fato de saber que a garota em questão gostava muito de mim, também me ajudou. Nada de mãos suadas ou trêmulas, boca seca ou gagueira, bloqueio temporário da capacidade de raciocínio, nada disso. Eu me senti muito confiante... Diferente de hoje, diferente de agora.
Eu demorei dez minutos para sair do meu carro quando estacionei em frente à casa da Sarah. O caminho que me levaria da calçada até a sua porta de entrada, seria facilmente feito em dois minutos, mas eu demorei sete.
E agora estou encarando a madeira, hesitante em bater ou esperar que Sarah veja o meu carro e abra a porta sozinha. Eu bato duas vezes e logo em seguida ouço os passos de Sarah em direção à porta, que ela abre. Depois de confirmar que sou eu, olhando brevemente pela janela da sala.
Uma vez o Drew me deu um soco no peito, acho que éramos pequenos e estávamos brigando por alguma besteira; mas eu perdi todo o ar dos pulmões por um tempo. Acabei de levar outro soco no peito, com a visão de uma Sarah absolutamente deslumbrante diante de mim.
O vestido é relativamente simples, com a parte de cima em preto e o restante em vermelho, bem ajustado me seu corpo. Os cabelos estão soltos, lisos e brilhantes como no dia em que nos conhecemos. Ela se maquiou um pouco mais do que me lembrava, provavelmente por não estar em seu ambiente de trabalho. Eu adoro o batom vermelho em seus lábios e adoro a maquiagem que ela usou em seus olhos, fazendo com que eles ficassem muito mais verdes que castanhos. Eu adoro tudo nela, absolutamente tudo.
— Oi Adam. — ela diz com um sorriso, passando a mão na frente do meu rosto. Eu devo estar com a boca aberta e olhos esbugalhados.
— Oi Sarah. — digo rindo de mim mesmo, tentando parecer um ser humano normal.
Ficamos quietos um diante do outro. Eu percebo que nunca segurei a sua mão, não que eu tivesse tido a oportunidade antes. Mas eu toco timidamente a sua mão e a puxo para um abraço, beijando levemente o seu rosto. Amigos se abraçam e se beijam quando se encontram, embora nós dois saibamos que não somos realmente amigos. Tê-la em meus braços, confirma isso.
Eu não quero soltá-la mais e é ela quem toma a iniciativa de se afastar primeiro. Mas continua muito próxima de mim, sorrindo, fazendo com que eu me perca tão facilmente em seus olhos. Parece que eu esperei por essa noite por uma eternidade, por esse momento durante toda a minha vida... Eu farei dele, algo realmente inesquecível.
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