05 [Por que ele escondeu isso?]
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Boa leitura, borboletas 💜🦋
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Sentia meu corpo mole e fraco sobre a cama, havia acabado de chegar de uma sessão intensa de fisioterapia, porque essa seria minha mais nova rotina.
Eram duas horas de fisioterapia três vezes por semana, seria realmente cansativo para o meu corpo que estava um pouco debilitado e sem força alguma.
E fácil também não seria, mas eu estava feliz com as pequenas evoluções que eu consegui hoje. Finalmente eu estava conseguindo ficar sentada sozinha sem encostar em nada e isso era grandioso para mim
Estou reaprendendo a valorizar as coisas pequenas e isso estava me fazendo bem.
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Eu estava pronta, vestia um vestidinho solto e florido, minhas pernas estavam finas, eu havia perdido muita massa por não conseguir movimenta-las, isso diminuía a minha autoestima e me deixava insegura com o meu corpo.
Eu que sempre me cuidei bem e frequentei academia por um tempo, ver meu corpo regredindo… Isso era doloroso demais e fazia eu me sentir tão insuficiente.
Mas eu fecho os olhos, tentando não chorar e manter a calma.
Eu estava ansiosa para o meu primeiro passeio com as minhas amigas após o acidente, mas também havia tensão em mim, eu tinha medo dos olhares e julgamentos na rua.
O que será que pensariam de mim?
Mas, enfim, elas haviam me convidado para ir a um barzinho renomado em uma praça da nossa cidade, que não ficava muito longe da minha casa e daria para eu ir, caso eu me sentisse muito cansada, elas me trariam pra casa.
Tenho sorte de tê-las em minha vida, em momento algum elas me excluíram de seu ciclo social, e sim me incluíram ainda mais.
— Eai, Bea. — Diz Ana, me cumprimentando, ela toca de uma forma leve em meu ombro, como se fosse me machucar. — Quanto tempo, você está linda, meu Deus. — Ela sorri e meu coração se enche de amor. — Me conte todos os babados, vai, gata.
Nós estávamos sentadas, quer dizer, eu sempre estaria sentada agora, piadas autodepreciativas.
Estávamos já no bar esperando a nossa outra amiga chegar, havíamos pedido cerveja, apesar de saber que agora eu precisaria moderar por causa das medicações.
— Não tenho babado, amiga. Minha vida virou de ponta cabeça depois do nosso acidente, mas estou tentando lidar com isso de uma forma mais leve, apesar de estar sofrendo. — Digo a ela, enquanto sinto o gosto amargo da cerveja se misturando com o gosto das minhas próprias palavras.
— Não foi fácil o que passamos e imagino que pra você deva ser ainda mais pesada toda essa situação, mas você é forte, garota, e você tem a nós. — Ana diz, tocando agora em minha mão e apertando de forma cuidadosa.
Nossa amizade vinha desde a infância, e em momento algum imaginaria que elas seriam tão fiéis e companheiras comigo.
Respiro fundo, tentando contar a vontade de chorar, tê-las em minha vida significava muito para mim, depois do acidente, muitas pessoas se afastaram de mim.
Pessoas que também eram importantes e eu nunca pensei que fossem tão superficiais assim. Ainda sinto o aperto em meu coração por isso, mas infelizmente não diz sobre mim, e sim sobre eles.
— Oi garotaaaaas, chegou o docinho. — Camila, a mais escandalosa e engraçada chega colocando a bolsa sobre a mesa e se abaixa para me cumprimentar com um beijo no nariz, assim como sempre fazia.
Nós fizemos nossos pedidos e ficamos ali conversando por horas, colocamos a conversa em dia e contei pra elas sobre o Henrique, e a forma com que ele me fez sentir desde que nos reaproximamos.
Elas tentaram me encorajar a demonstrar como eu me sinto para ele, mas de forma alguma aquilo iria rolar, eu não me sinto segura comigo mesma, estou cheia de inseguranças por conta da deficiência ainda e isso me deixa machucada por dentro.
Respiro fundo, tentando não deixar transparecer a angústia que sempre insistia em aparecer em momentos em que eu estava tentando apenas viver normal e esquecer do meu novo problema.
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Depois de algumas cervejas e lanches, pagamos a conta e resolvemos sair para passear na pracinha, fazia meses que eu não frequentava aquele lugar
Ana estava empurrando minha cadeira e Camila ao lado, fazendo piadas sobre “meu carro novo” e eu apenas sentindo o ar entrar pelos meus pulmões, e a brisa tocando minha pele, de forma sútil, acariciando a minha pele, assim como uma mãe fazendo cafuné em seu bebê.
Sempre fui apaixonada pela natureza, sinto uma conexão gostosa ao olhar para o céu, sentir o vento e tocar os pés na grama, uma coisa que também faz tempo em que eu não faço.
— Amiga, você tá tão maravilhosa. — Camila diz, sua voz estava alterada e nitidamente ela estava bêbada.
— Não acho que eu esteja, mas obrigada, Cams. — Digo, forçando um sorriso, enquanto ela corre alegremente pela calçada.
— Vem, Ana. Corre. — Ela grita, rodopiando com a cerveja em uma das mãos.
— Bea, posso correr? Não vai te machucar? — Ana me pergunta, preocupada, mas com um tom alegre em sua doce voz.
Bem, talvez eu precisasse de um pouco de diversão em minha vida. A dor depois resolve com um remédio, preciso sentir emoção e me sentir viva novamente.
— Pode, Aninha, bora lá. — Respondo a ela, respirando fundo pela milésima vez naquele dia, mas dessa vez foi pra tomar coragem.
Seguro firme nos braços da cadeira para me sentir mais segura e fecho os olhos quando ela pega impulso e corre comigo.
Sinto meu corpo ir todo para trás com o impulso, mas escuto as meninas rindo, isso me tranquiliza um pouco e me faz rir também.
Ainda com os olhos fechados com força e morrendo de medo de escorregar. Coração batendo forte no peito, e mãos firmes na cadeira e soando.
— Abre os olhos, Bea, para de ser cagona. — Camila grita, um pouco distante de nós. Mas faço o que ela me pediu e abro os olhos.
As árvores, os carros, tudo passa como um flash em meus olhos, estamos em uma velocidade um pouco alta demais para uma pessoa na cadeira de rodas.
— Não é divertido? Meu Deus, Bea, sou uma ótima pilota. — Ana diz, gargalhando atrás de mim. — Pra pilotar só sendo sua pilota… — Ela canta alto, enquanto corremos.
Não vou mentir, eu me sentia livre, com medo, mas livre e feliz, naquele momento eu realmente pude esquecer todas as preocupações, e só sorrir e viver.
Sentir aquela brisa gostosa era tudo o que eu precisava para me fazer sentir bem novamente.
Camila para lentamente a minha frente, me olha e olha para Ana, não havia entendido de imediato, mas não é necessário mais de um minuto para eu perceber quem estava ali.
— Filha, o que você acha de colocar esse vestido na Barbie? Ficaria melhor. — Henrique diz para a pequena criança a sua frente, uma criança morena, com os olhinhos escuros e o cabelo preso em Maria Chiquinha.
Meu coração bate forte dentro do meu peito quando ele percebe que estou ali, leva alguns segundos para ele sorrir para mim de forma natural.
Aquele sorriso me fazia estremecer da cabeça aos pés, mas eu estava confusa, eu estava tonta.
Filha? Henrique tinha uma filha? Ele era casado? Não é possível que ele havia escondido de mim algo tão importante.
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oii, como cês tão?? gostaram do capítulo de hoje? desculpa a demora!
eu confesso que não gostei mt akakka.
amo vocês, até o próximo capítulo 💜
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