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Capítulo 09 - Barbara

Ao avistar a entrada de funcionários do clube tenho um pequeno ataque de pânico. E se eu encontrar com Zander aqui, o que eu vou fazer? Não posso simplesmente fingir que não o vi ou evitá-lo como tenho feito desde domingo. Passei os últimos dois dias inventando desculpas para não me encontrar com ele, porém a cada dia que passa sinto que estamos nos distanciando mais e eu não quero que isso aconteça. Ele pode estar mentindo para mim, como meu tio acha, mas ele deve ter um motivo para isso. Tenho certeza que ele não esconderia quem é se não se importasse comigo ou com minhas intenções. Se fosse o contrário eu acho que também manteria minha identidade em segredo até me certificar de que não estou me envolvendo com a pessoa errada. E se essa for a razão para Zander não ter me falado quem realmente é, eu não posso ficar com raiva dele.

De qualquer jeito, eu não quero encontrar com ele agora, quando eu mal me arrumei e provavelmente ainda estou com olheiras por ter passado as últimas noites tentando pensar em um novo plano para o futuro. A notícia de meus pais só serviu para me deixar mais nervosa e eu acabei percebendo que não vou ter de me preocupar apenas comigo, mas com a nova vida que está à caminho. Por esse único motivo aceitei fazer uma entrevista para trabalhar no clube de golfe, por mais que fosse o último lugar em que eu gostaria de estar. Passar a vida servindo as pessoas que foram para a escola comigo não estava nos planos, mas infelizmente é o que resta para mim; pelo menos até que eu encontre outra forma de realizar meu sonho.

Eu me aproximo da porta com a maior lentidão possível, me certificando que não há nenhuma mancha em minha blusa e aproveito para arrumar a cintura da calça jeans enquanto não há ninguém por perto. Olho ao redor algumas vezes sem acreditar que estou mesmo sozinha. Meu pai disse que haveria uma mulher esperando por mim aqui. Mesmo que eu esteja alguns minutos atrasada, posso ver claramente que o estacionamento está vazio.

Ao invés de me preocupar em encontrá-la, puxo meu celular do bolso e leio as mensagens que recebi enquanto dirigia. São todas de Zander e variam entre uma conversa casual até um convite para encontrá-lo mais tarde no mirante. Ao ler a última mensagem sou invadida pelas lembranças da noite de sábado e rapidamente digito uma resposta. Se eu for honesta, vou precisar admitir que sinto falta dele; e isso é assustador. Nós nos conhecemos tão pouco que é loucura pensar no quanto ele já importa para mim. Eu não deveria me apegar com tanta rapidez a uma pessoa, principalmente sabendo que ele não está sendo honesto comigo.

— Barbara Brown? — Uma voz suave chama por mim e assim que levanto a cabeça vejo uma mulher correndo. Ela parece ter vindo direto de uma maratona devido ao modo como seus cabelos fogem do coque e as bochechas estão coradas. Ela tenta recuperar o fôlego ao me estender uma mão. — Eu sou Octavia Lynn. Seu pai me falou que você estava vindo hoje.

— Muito prazer. — Cumprimento-a e sinto as palmas de suas mãos suadas, provavelmente pelo tanto que ela correu para chegar aqui. — Desculpe por atrapalhar, se eu soubesse que era um horário ruim poderia ter vindo em outro momento.

— Ah que bobagem! Você não está atrapalhando em nada. — Ela pisca os olhos algumas vezes como se estivesse tentando se lembrar de algo. — Eu sempre perco a hora e ninguém avisou que já tinha passado de duas da tarde.

Sinto uma vontade enorme de corrigi-la, mas me limito a balançar a cabeça. Já se passa de cinco e logo vai começar a escurecer.

— Venha comigo... Você trouxe um currículo? — Eu lhe entrego a folha e Octavia abre a porta dos funcionários, andando sem se certificar se estou ou não a seguindo. Fico parada na entrada por alguns segundos pensando se realmente devo entrar, porém quando a voz dela volta a ecoar eu me forço a acompanhá-la. — Foi muita sorte nossa conseguir outra garota tão rápido. E cá entre nós, eu tenho certeza que você fará o trabalho muito melhor que Caitlyn. A garota era boazinha, mas tinha um problema sério com os clientes.

— Ela não gostava do que fazia? — Pergunto com inocência e Octavia solta uma risada.

— Pelo contrário, ela gostava em excesso deles. Mas a culpa não era só dela... Ela recebia tanta atenção que acabou achando que podia mudar de lado. Acontece que os garotos daqui não estão procurando nada mais que um pouco de diversão. Que isso sirva de aviso para você!

Octavia para abruptamente e me encara. Faço que não sem realmente saber o que responder. Ela não pode acreditar que eu esteja interessada em chamar atenção de qualquer um dos garotos que frequentam esse lugar. A experiência que tive sendo colega de turma deles foi o suficiente para que eu percebesse que manter distância é a melhor escolha.

— O trabalho vai ser fácil para você, Barbara, gostei do seu currículo. — Ela volta a andar, desta vez me guiando com uma mão apoiada em meu ombro. Não sei para onde estou sendo levada, mas Octavia não parece preocupada em explicar. — Jerry nos contou que você quer ser médica, é verdade?

— Era o plano. — Minha voz sai fraca. Por sorte Octavia está muito ocupada tentando respirar enquanto fala e não repara.

— Não se preocupe, daqui a um ano você vai estar estudando e o tempo que você passou aqui será apenas uma lembrança. Ah, eu lembro de quando eu ainda estava na faculdade, era tudo tão corrido!

Não consigo deixar de encará-la. Eu não pensei que Octavia fosse muito mais velha que eu, principalmente por causa da animação em sua voz e o modo como ela fica engraçada com o terno cor de chumbo que veste.

— Eu sei o que você está pensando. Terminei a faculdade há dois anos e vim para cá. Consegui o emprego por indicação de um dos filhos da Clarice, mas eu sou grata mesmo assim. Será que você conheceu ele? Vi aqui que estudaram na mesma escola. Aliás, você me lembra bastante dele. O Theo também tinha esse ar despojado quando a gente se conheceu. Aposto que vocês se dariam muito bem se fossem amigos.

Algo dentro de mim reage ao ouvir o nome que Octavia fala. Posso estar enganada, mas Theo e Zander devem ser a mesma pessoa.

— Acho que sei de quem você está falando. Onde você conheceu ele?

— No café... — Octavia estranha a pergunta, ou talvez seja minha imaginação. — Acho que ele trabalha lá até hoje, mesmo sem precisar.

— Sei... Vocês dois são muito próximos? — Por mais que eu não queira, minha voz sai dura. Zander tem permissão para sair com quem quiser, ainda mais se isso aconteceu antes de nos conhecermos, no entanto me incomodo ao pensar que ele e a mulher à minha frente possam ter estado juntos.

— Ah, Deus, não! Ele é bem mais novo do que eu. De jeito nenhum eu sairia com alguém tão novo e ele ainda era uma criança quando nos conhecemos.

A resposta de Octavia me alivia, mas também cria mais perguntas em minha cabeça. Por que motivo Zander ajudaria alguém que mal conhece? Talvez eles não mantenham contato, mas foram próximos no passado. Isso explicaria muita coisa, a não ser que Theo e Zander não sejam a mesma pessoa...

— Esse Theo... O nome dele é Theodore?

— Sim. Theo Morris. Ele é filho da Clarice; sua nova chefe. — Octavia explica lentamente, me incomodando pelo olhar que ela dá. Quase me sinto incapacitada por causa do jeito que ela pausa a cada palavra dita.

— Eu ainda não sei se vou trabalhar aqui.

— É claro que vai, não seja boba. O emprego é seu se quiser. — Ela pisca e me empurra para dentro de uma sala.

O lugar é perfeitamente decorado e mobiliado. Uma mesa de mogno ocupa o lado direito e alguns sofás e poltronas estão organizados para que se pareça com uma pequena sala de estar, mas as pilhas de documentos e livros não deixam dúvidas de que é um escritório. Vejo vários diplomas e prêmios pendurados nas paredes, todos homenageando Clarice Morris. Tento não parecer muito interessada enquanto estudo os livros de consultoria e administração nas estantes, mas assim que noto que não há nada em seu escritório sobre sua família me sinto frustrada. Eu pensei que encontraria ao menos um retrato que confirmaria a ligação dela com Zander.

— Boa tarde. — Escuto a porta fechar no mesmo instante que uma mulher esguia entra no ambiente. Ela está com a cabeça abaixada, lendo algo em seu celular. O cabelo negro cai feito cascata por seus ombros e por mais que eu não consiga ver muito, me sinto intimidada por ela.

— Senhora Morris, — Octavia aperta as mãos, sem jeito. — Essa é Barbara Brown, a filha do Jerry. Ela está aqui para a vaga...

— A vaga de garota das bebidas. Eu sei. Obrigada Octavia, você pode nos deixar à sós. — Clarice não tira os olhos do aparelho ao passar por nós e se sentar em uma das poltronas de couro. — Por favor, quando sair verifique com Gerard se ele já conseguiu falar com o salva-vidas. A piscina não pode ficar fechado durante todo o dia, e se Shane não aparecer logo você vai precisar ir lá fora ficar no lugar dele.

Octavia abre a boca para falar, mas pensa melhor e desiste. Vejo um pequeno sorriso em seu rosto que me parece ser de nervoso. Ela balança a cabeça algumas vezes e me lança um olhar de pena antes de fugir da sala.

— Por favor, Barbara Brown, sente-se. — Clarice aponta para o sofá ao seu lado, mas eu acabo me sentando na poltrona longe dela. Ela ainda não levantou o rosto e eu já estou suando frio. Não vai ser nada legal começar a gaguejar quando ela me encarar. — Então você quer trabalhar aqui no clube.

Ela faz uma pausa para tirar os olhos da tela do celular quando eu não respondo. Assim que ergue o rosto e eu a encaro sinto meu peito acelerar e o ar foge de meus pulmões. Clarice tem os olhos mais azuis que eu já vi.

— Você está bem? Está um pouco pálida. — Sua expressão se altera por uma fração de segundos, revelando que Clarice não é tão ríspida quanto quer que acreditem, mas ela logo volta a indiferença.

— Estou bem.

— Ótimo, não seria bom se você passasse mal antes da entrevista... Você acha que pode fazer esse trabalho? Caso ninguém tenha te explicado até agora, o que eu acho que aconteceu, você tem a função de dirigir um dos carros de golfe através dos percursos para oferecer aos nossos sócios algumas bebidas ou salgadinhos enquanto eles jogam. A maior parte deles está tão concentrada no golfe que acabam deixando de se alimentar durante o jogo e o resultado disso são sócios mais irritados e insatisfeitos. — Ela faz uma pequena pausa, porém não me dá a chance de responder. — Alguns anos atrás tivemos um incidente com um de nossos sócios mais velhos. Estava quente e ele acabou desmaiando por causa do calor, então seu pai teve a ideia de começarmos a oferecer bebidas no meio dos percursos. Eu tenho que admitir que foi uma ideia brilhante e talvez seja por isso que tenho apreço por Jerry.

— Obrigada. — Forço um sorriso, mas Clarice não se impressiona. — E respondendo à pergunta, eu posso fazer o trabalho. Sei dirigir e meu último trabalho foi em uma livraria. Eu tenho experiência com vendas.

— Isso é tudo que eu preciso saber por enquanto. Você deixou seu currículo com Octavia? — Clarice se levanta e me guia até a porta.

—Deixei sim. — Eu a interrompo e ganho um olhar de repreensão.

Com um sorriso mais educado do que eu imaginei que ela fosse capaz de dar, Clarice diz que irá analisa-lo e me conduz até a porta. — Foi um prazer te conhecer, Barbara Brown.

— Igualmente. — Eu respondo e a porta se fecha.

Não sei quando tempo fico parada encarando a porta de madeira até que Octavia reaparece no corredor. Suas bochechas estão mais coradas que antes e agora seus cabelos estão soltos. Ela está correndo novamente e não para ao passar por mim e entra no escritório de Clarice. Minutos depois ela abre a porta e coloca a cabeça para fora.

— Barbara, eu vou falar com você em um instante! Espere por mim. — Com isso desaparece.

Conto silenciosamente, aguardando para ser acompanhada por Octavia até a saída do clube. Ainda estou muito chocada pelo encontro com a mãe de Zander e tenho tantas dúvidas que estou prestes a explodir. Meu tio estava certo, Zander está mentindo para mim. Pelo pouco que conversamos eu pude perceber que há algo estranho entre ele e a família, e depois de não encontrar nenhuma fotografia no escritório de sua mãe eu estou certa de que sua relação não é das melhores. Só não consigo compreender como isso é possível. A gente não ignora as pessoas que vivem conosco, mesmo com todos os defeitos.

— Prontinho! — Octavia abre a porta com um sorriso largo e envolve meu braço com o seu. — Como foi a entrevista? Ah, nem precisa responder. Aposto que você está tremendo até agora. A Clarice tem esse poder, mas ela é muito legal quando quer.

— E quando é isso?

— Eu vou te ligar mais tarde para avisar se a vaga é sua ou não.

Pela falta de uma resposta, eu acabo concluindo que Clarice não faz questão de ser simpática. Octavia não diz mais nada quando me leva de volta ao estacionamento dos funcionários. Ela se despede com dois beijos e volta correndo para dentro da construção com um celular em uma mão e um pequeno bloco de notas na outra. Eu acabei de conhece-la, mas tenho a impressão de que Octavia está sempre correndo de um lado para o outro.

Respiro fundo ao caminhar para meu carro. Não sei se estou preparada para olhar Zander nos olhos e fingir que não sei de seu segredo. Eu queria compreender por qual motivo ele faria algo assim. Parte de mim torcia para que meu tio estivesse enganado, mas eu acho que desde o começo eu soube que Zander não era tão incrível quanto parecia. Não existe perfeição e eu já estou cansada de saber.

Durante todo o percurso até o mirante me pergunto se estou fazendo o certo, mas assim que vejo Zander de pé esperando por mim todas as minhas dúvidas desaparecem. Ele merece uma chance de explicar o que está acontecendo, e eu quero muito que isso aconteça.

Caminho até ele com o coração acelerado. Sinto meus pés pesados à medida que me aproximo, com medo do que pode acontecer até o final da noite. Não quero pensar no pior.

— Sabia que eu já estava começando a ficar com saudades de você? — Ele diz de um modo divertido, mas percebo sua voz tremer.

Afasto a ideia de que ele esteja assustado com o que está acontecendo entre nós, não é possível que eu seja tão importante para Zander; nós acabamos de nos conhecer.

Rindo, fecho a distância entre nós e paro abruptamente. Apesar de escuro, os faróis acesos do carro dele iluminam o suficiente para que eu enxergue seu rosto. As lentes desapareceram, revelando a cor natural de seus olhos. E eu não me surpreendo em nada ao encontrar os olhos mais densos e azuis que já vi. Os mesmos olhos de Clarice Morris.Se restava alguma dúvida, agora eu tenho certeza que Zander é um dos filhos mais novos do casal mais importante do Estado.

Isso, definitivamente, não deveria acontecer comigo.


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