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Capítulo 07 - Zander

Nada me deixaria mais feliz do que a noite passada. Estar com Barbara foi como se eu estivesse dando meu primeiro beijo de novo, mas acho que nem com meus quinze anos eu fiquei tão ansioso quanto ontem. Ela não é a garota que eu imaginava; é muito mais. Conversamos durante tanto tempo que quando eu a levei de volta para sua casa os primeiros raios de sol já coloriam o céu. E enquanto ela observava a paisagem eu só tinha olhos para o modo como seu sorriso iluminava tudo ao redor. Talvez seja por isso que eu não tenha conseguido dormir depois de me despedir de Barbara. Toda vez que tentei fechar os olhos eu sentia seu perfume e me lembrava da sensação de tê-la em meus braços.

Eu me recuso a pensar no que isso pode significar. Sei que não estou apaixonado por ela. A gente mal se conhecesse, e eu não sou o tipo de pessoa que se apaixona.

Para não dar mais importância ao assunto, eu me concentro em terminar um desenho antigo que Valentin estava me ajudando a fazer antes de ir embora. Quando Stefano falou que ele e Valentina estão vindo passar o verão aqui eu tive a ideia de terminar o trabalho e mostrar para meu amigo que sou capaz de fazer sozinho.

Não sei quanto tempo se passa até que Hilary abre a porta de meu quarto e entra apressadamente. Ela está usando outra daquelas roupas de menina mimada e eu duvido muito que tenha falado a verdade quando minha mãe a deixou no Java J. Hilary simplesmente não me convence como o tipo rebelde, ela é bonitinha demais para isso.

— Você já está acordado, que bom. — Ela se curva sobre mim para espiar o desenho e ri. — Sério, você está desenhando quadrinhos? Eu pensei que você passava as tardes trancado no quarto vendo filmes de terror ou fazendo coisas de gente punk.

Eu a encaro e, infelizmente, percebo que ela está falando sério.

— Eu sou uma pessoa normal, lamento decepcionar. — Enquanto guardo os materiais de desenho sinto Hilary atrás de mim. — O que você quer? Precisamos conversar sobre aquela mensagem que você enviou ontem.

— Sim. Por isso que estou aqui. — Ela revira os olhos e se apoia na escrivaninha, como se estivesse com medo de tocar em qualquer outra coisa. — Eu falei com a sua irmã primeiro porque ela ia entender melhor que o Oliver... De qualquer jeito, a sua irmã contou para a sua mãe e agora todo mundo sabe que estamos namorando!

— Exceto que nós não estamos. — Cruzo os braços e lanço meu olhar mais frio para ela. Não sei o que Hilary está tramando, mas não quero me envolver.

— Ninguém precisa saber dessa parte! Vai ser bom para nós dois. — Ela estuda minha cama arrumada e sorri. — Você vai poder passar mais tempo com a sua amiguinha do cabelo laranja e eu vou poder sair sem ser vigiada.

— Isso vai dar errado.

— Zander, você não quer que seus pais parem de te irritar por um tempo?! Eles acham que eu serei uma boa influência para você. Ninguém vai desconfiar de nada se você seguir o plano.

Sinto vontade de gritar que isso não vai funcionar e depois expulsar Hilary do quarto, mas algo em sua postura diz que ela já pensou em tudo. Eu vejo em seus olhos que ela não vai aceitar que eu discorde, então acabo dando de ombros como se não me importasse com nada disso. Além do mais, tenho um pouco de esperanças de que o plano vai dar certo.

— O que você espera que eu faça? — Pergunto de uma forma que ela entenda que não vou fazer absolutamente nada do que ela pedir.

— Você não precisa fazer muito, só finja que está muito contente toda vez que alguém da sua família estiver por perto. — Ela sorri e aponta para meu armário. — E comece a usar as roupas que eu sei que sua mãe compra para você.

— De jeito nenhum.

— Ou isso, ou então você pode dar adeus ao cabelo descolorido e lentes de contato.

— Não vou fazer nada disso.

— Então o plano não vai funcionar. — Hilary respira fundo e se aproxima. — Você quer que eles acreditem em nós, por isso eu preciso ser a boa influência que vai te trazer pra mais perto do caminho que seus pais acham que é o melhor.

Ela está certa. Eu preciso abrir mão de alguma coisa.

Sem dizer nada, retiro minhas lentes e a encaro. Espero que meus pais acreditem, por mais ridículo que seja. Eu poderia simplesmente deixar tudo para trás e viver com o que minha avó deixou para mim. O único problema é que eu continuaria dependente da família, por mais que eu fingisse que tivesse conquistado minha liberdade.

Eu quero provar para todos que estão enganados ao meu respeito. Diferente dos meus irmãos, não quero que meu pai me ajude toda vez que eu conquistar algo.

— Você não vai se arrepender. — Hilary diz em um tom suave, como se soubesse que estou incerto. — E eu preciso dizer que seus olhos são incríveis.

— Tanto faz. — Tento não rir, mas a forma como ela me encara chega a ser cômica. — O que mais eu preciso fazer?

— Por hoje nada além de me acompanhar até o clube de golfe. — Vendo minha frustração, ela suspira. — Eu sei, é o último lugar que nós dois queremos ir, mas foi ideia da sua mãe. Todo mundo vai estar lá.

— Ótimo. Vamos repetir o episódio de sexta.

Claro que minha mãe não ficaria satisfeita em ter um jantar em casa com os filhos, ela precisa mostrar para o resto da cidade que a família toda está de volta à cidade. Seus amigos do clube vão ficar muito contentes em perguntar as coisas mais estranhas sobre meus irmãos e mamãe vai responder sorridente.

***

Quando atravesso as portas do salão principal do clube e vejo meus pais abraçados conversando com um casal amigo finalmente compreendo que estou mesmo levando o plano de Hilary adiante. É ridículo que alguém possa acreditar nesse relacionamento repentino e ainda pior que eu esteja tão desesperado a ponto de fingir que estou namorando uma garota. Há alguns anos eu iria rir se alguém me contasse que eu me tornaria o cara que sou hoje. Talvez tivesse sido mais fácil levar minha vida se eu tivesse ido viver com meus avós ao invés de ficar aqui quando terminei a escola. Lembro o quanto minha mãe insistiu que eu fosse, porém, alguns meses depois vovó faleceu e meu pai achou melhor que eu continuasse em casa para não irritar meu avô.

— Você precisa parecer mais contente que isso. — Hilary sussurra antes de sermos notados. Diferente de mim, ela está se esforçando para convencer a todos. Até vestiu uma roupa de jogador profissional de golfe.

— Eu nunca estou contente, acho que minha mãe vai achar estranho que eu comece a rir do nada. — Dou de ombros e chamo por minha mãe antes que Hilary tenha a chance de me contrariar.

Meu pai interrompe a conversa com educação e quando minha mãe se vira para me apresentar vejo seus olhos arregalarem e por uma fração de segundos ela perde a fala. Ela e papai me encaram como se não acreditassem no que estão vendo, e seus amigos ficam completamente alheios ao motivo que lhes deixou chocados. É um grande exagero que meus pais me encarem assim por causa de um par de lentes a menos, mas como não quero que eles desconfiem estendo minha mão e me apresento aos amigos deles.

— Muito prazer, eu sou Theodore Morris. — A mulher devolve meu cumprimento e escuto Hilary abafar uma risada ao meu lado.

— Esse é nosso filho mais novo. — Mamãe completa com um sorriso tão contente que sinto um pouco de remorso por estar a enganado.

O casal me faz algumas perguntas e meu pai acaba mudando o assunto antes que algum deles pense em me perguntar em que faculdade estudo. Observo-os se afastarem um pouco e em seguida encaro minha mãe. Ela ainda parece surpresa, mas sua postura exemplar impede que alguém além de mim note.

— Eu reparei que você se apresentou corretamente. — Ela olha rapidamente para Hilary e sorri. — Quero dizer, você usou seu primeiro nome, querido.

— Eu sei. — Olho ao redor para não ter de encará-la agora. Só usei meu primeiro nome porque não quero nenhuma dessas pessoas associadas à minha verdadeira vida. Jogar conversa fora em um clube esnobe e fingir que essas pessoas importam não faz parte de quem eu sou e eu vou fazer o possível para que ninguém aqui me conheça como Zander.

— Estou feliz. E você tirou as lentes! — Mamãe comenta despreocupadamente, porém seu tom de voz não me convence. Há algo em seu olhar que prova o quanto ela está desconfiada.

— Sim... Vou apresentar Hilary aos meus antigos amigos. Talvez alguém aqui lembre de mim.

Puxo Hilary para longe, mas sinto o olhar de minha mãe em mim. Solto a mão de Hilary assim que deixamos o salão, fazendo-a gargalhar. Essa garota é tão esquisita.

— Então... Theodore. Eu nunca ia imaginar que este é o seu nome. — Ela ironiza. — Zander combina muito mais com você, entendo porque você inventou outro nome.

— Não inventei. Eu me chamo Zander. — Hilary cruza os braços e eu percebo que se ela acha que esse namoro falso vai funcionar precisa saber de algumas coisas sobre mim. — Meu nome é Theodore Zander Morris, em homenagem ao meu avô paterno. A minha mãe fez isso pelo meu pai, mesmo que ele tenha dito que não precisava. Quero dizer, nenhum dos meus irmãos têm o nome de nossos avós. Não sei por que minha mãe me escolheu para fazer isso.

— Talvez ela soubesse o quanto esse nome te irritaria.

— Não me irrita. — Eu a corrijo. — Só não gosto de saber que levei esse nome por causa de outra pessoa. Eu não sou como o meu avô, por isso não uso o mesmo nome que ele.

— Isso faz sentido. Droga, assim vai ficar difícil zombar de você. — Derrotada, Hilary me empurra para uma mesa vaga na varanda. — Sabe, acho que no final vamos nos tornar bons amigos.

Eu não respondo, mas tenho certeza que ela nota o pequeno sorriso em meu rosto. Por mais que ela não seja minha primeira escolha, ao menos é engraçada.

Aproveito para resumir minha infância e lhe contar o que eu considero importante em minha vida. Ela tem a memória boa, porque depois de duas horas ainda recorda de todos os detalhes que revelei. Somente quando termino de falar sobre minha avó que Hilary interrompe, mas é para saber de algo diferente.

— E a garota do cabelo laranja? Você e ela estão namorando? — Apesar de não haver nada em sua voz, sou cauteloso e apenas balanço a cabeça. Não sei até que ponto posso confiar nela. — Ela parecia ser legal, mesmo quando me viu quase pulando em cima de você e não fez nada. Se fosse outra teria tirado satisfações.

— A Barbara não é assim, ela é bem calma.

— Eu achei que ela tinha ficado com medo de mim... — Hilary joga os cabelos loiros por cima do ombro em um típico ato de desinteresse fingido.

— Não sei porque ela teria medo de você. — Dou de ombros, ignorando o olhar ameaçador que recebo dela. — E ela pode ter alguns problemas de confiança, mas tenho certeza que é corajosa. Ela me contou que quer ser médica, isso prova o quanto ela não tem medo.

— Você está caidinho por ela! — Hilary sorri largamente.

— Não. Não estou.

— Oh, está. Que gracinha.

Ela continua a falar, mas deixo de escutar e procuro por algum conhecido no jardim do clube. Para um domingo esse lugar está bem vazio. Escuto sua voz cada vez mais entusiasmada à medida que fala coisas sem sentido até que Hilary para abruptamente e beija minha bochecha. Sinto minha pele queimar do jeito errado e rapidamente a empurro.

— O que você está fazendo?

— Sua mãe. — Ela move os lábios silenciosamente e me belisca por debaixo da mesa.

Viro o rosto a tempo de ver minha mãe se aproximando com um homem ao seu encalço. Diferente dos outros clientes, ele não usa nenhuma roupa chique e seu cabelo está pedindo por um corte. Ele com certeza faz parte dos empregados.

— Ah, vocês estão se divertindo? — Minha mãe faz uma pausa perto de nossa mesa, porém estuda a grama bem aparada e o estado dos guarda-sóis antes de nos olhar. — Lamento por isso, Hilary, mas como presidente do clube eu tenho que estar sempre de olho em tudo.

— Eu entendo. — Hilary balança a cabeça tantas vezes que me faz acreditar que terá um torcicolo. — A senhora pode fazer seu trabalho com calma. Depois nos falamos.

— Eu vou almoçar com vocês. — Rindo, mamãe estende uma mão para que o homem que a segue se aproxime. — Gerard, este é meu filho mais novo, Theodore, e a namorada dele, Hilary. — Ela fala com tanto orgulho que me pergunto se fiz certo em usar meu primeiro nome. Aposto que de agora em diante ela vai tentar me chamar de Theo como quando eu era pequeno.

— Sejam bem-vindos. Espero que estejam tendo um bom dia. — O homem diz com educação, mas seus olhos negros demoram em mim por mais tempo que o necessário. Ele encara as tatuagens fugindo pela manga de minha camisa e volta a me encarar, de repente se dando conta de algo que deixou passar. — Desculpe, mas você se chama Theodore? E esta é sua namorada?

— Sim. Exatamente o que eu disse. Venha comigo, precisamos ver o que há de errado naquele carrinho de bebidas. Não quero que os sócios fiquem com sede no meio de um percurso. — Mamãe corta com irritação e o homem se apressa em se desculpar, mas posso ver no modo como ele me olha não está entendendo a apresentação formal que minha mãe usou. Pior do que isso, ele parece realmente saber quem eu sou e não está contente.

— Isso foi estranho. — Hilary comenta quando ficamos sozinhos novamente. — Reparou no modo como aquele homem te olhou? Ele parecia irritado.

— Eu notei. — Estudo o homem ao longe. Ele não tem uma postura imponente e tem a aparência envelhecida. No máximo, seu rosto é amigável. Mas foi o formato de seus olhos que me chamou atenção. Tenho certeza que já os vi antes, só não consigo lembrar onde.

— Acho que ele não gosta muito de tatuagens. Reparei que ele só perdeu a pose depois de ver os desenhos nos seus braços. Falando nisso, essa sua tatuagem vai até onde? — Ela tenta levantar a manga de minha camisa, mas sou mais rápido e me distancio de seu toque. — Relaxa! Eu não tenho segundas intenções. Sei que você está comprometido com a garota do cabelo laranja. Aliás, preciso de um apelido para ela, tem alguma sugestão?

— Eu não sei se você está falando sério ou só está sendo debochada...

— Docinho, aprende uma coisa: eu sempre falo sério. — Ela ri do modo mais afetado possível e se levanta sem me dar a chance de responder. — Agora vamos! Preciso conhecer todos que tenham menos de trinta anos e convencer o mundo do nosso namoro.






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