11 - Casa Branca
10:00 da manhã de domingo
Dia seguinte aos apagões causados em várias partes do país - e do mundo - devido as alterações no tempo e no espaço tridimensional
Base militar do deserto de Nevada (Área 51)
General Rick
Estou em minha sala lendo o relatório completo sobre o experimento de 1942, e sobre a suposta viagem no tempo causada por ele, quando o telefone toca.
- General Rick. - digo ao atender.
- Senhor - é um dos soldados responsáveis pelas minhas ligações. - , tem uma ligação na linha 1.
- Estou ocupado, peça para retornar depois. - antes que eu possa colocar o telefone de volta no gancho, ele fala mais uma vez.
- Senhor?
- O que, soldado? - pergunto impaciente.
- É de Washington. Disseram que é urgente.
- Tudo bem, pode passar a ligação. Obrigado - aperto o nariz na altura dos olhos.
Espero uns segundos na linha e o homem mais importante do país diz:
- General, achei que não fosse conseguir falar com você hoje.
- Senhor presidente, como vai? Problemas na Casa Branca?
- Não especificamente, mas tem algo acontecendo em algumas cidades, não? - sabia que era só uma questão de tempo até ele começar com as perguntas. - Essa série de apagões, quedas de rede de internet, rádios saindo do ar... Tem algo que eu deva saber, general?
- Não é importante, senhor. - olho para o relatório sobre a máquina do tempo. - É uma falha em... alguns sistemas de energia devido ao...
- Tem algo que eu deva saber, general? - sua voz está firme do outro lado da linha.
- Senhor, creio que não podemos falar sobre isso por telefone. A situação é complicada.
- Venha à Casa Branca. Imediatamente. - desliga e ponho o telefone de volta no gancho.
Pego o relatório sobre a mesa e o cap no cabide atrás de mim para colocá-lo na cabeça. Saio da sala e encontro o oficial James no corredor.
- Senhor, estava indo até sua sala agora mesmo. - diz. - Nós achamos que Brian Jones possa estar pelas redondezas da antiga base militar de chicago. - me entrega uma pasta cheia de fotos de uma escola fundamental. - Hoje em dia existe uma escola no lugar da base. Temos quase certeza de que ele pode ter passado por lá.
Checo as informações em minhas mãos enquanto começo a caminhar e ele me acompanha.
- Ótimo, vou mostrar isso também. - ergo a pasta.
- Mostrar pra quem, senhor?
- Para o presidente.
James arregala os olhos por trás dos óculos.
- Ele já sabe?
- Vai ficar sabendo em algumas horas. Mande prepararem o helicóptero. - paro no meio do corredor. - Você e a Dra. Lindsay vem comigo. saímos em uma hora.
- Sim, senhor. - ele faz continência e sai com passos largos, ciente da gravidade que essa máquina do tempo está causando ao mundo.
13:34 da tarde de domingo
Washington, D.C.
Casa Branca
- Boa tarde, general. - a assessora do presidente Jackson nos cumprimenta quando chegamos ao hall de entrada da mansão. - O presidente está esperando na sala dele. Me acompanhem, por favor.
Seguimos a mulher pela Casa Branca repleta de seguranças nos observando a cada passo que damos em direção a sala do presidente.
Quando paramos em frente a uma grande porta dupla, também de cor branca como a maioria do resto da casa, a assessora bate na madeira e pede para entrar.
- Senhor, o general está aqui junto do oficial James e da Dra. Lindsay. - anuncia nossa presença e então abre a porta por inteira. - Podem entrar.
Entramos na sala, temendo encarar o presidente do país que, nos primeiros instantes, permanece de costas para nós, atrás da sua mesa, sentado em sua enorme poltrona de couro marrom enquanto olha pela janela.
- Boa tarde, senhor presidente. - dizemos ao mesmo tempo.
- Boa tarde. - gira a cadeira e finalmente nos permite vê-lo.
- Como avisei a sua assessora mais cedo, trouxe comigo duas pessoas essenciais nesse momento. Estes são o oficial de inteligência americana, James Cooper, e a desenvolvedora de protótipos da Área 51, Dra. Lindsay Brown,
- É um prazer, senhor presidente. - Dra. Lindsay sorri nervosa.
- Prazer em finalmente conhecê-lo, presidente Jackson. - oficial James o cumprimenta.
- Igualmente. - o presidente aponta para três cadeiras em frente sua mesa. - Bom, sentem. Vamos conversar. Gostariam de um café?
- Não. - digo. - Não precisa se incomodar.
- Vendo vocês agora, acho que estão noites sem dormir naquela base subterranea... um café vai fazer bem. - tira o telefone do gancho e aperta uma pequena sequência de três números. - Quatro xícaras de café, por gentileza. Obrigado. - desliga o telefone e junta as mãos sobre a mesa. - General Rick, o que tem para contar que não pôde ser dito na ligação mais cedo?
- Presidente, no começo da semana identificamos algumas irregularidades nas linhas de comunicação do serviço militar. - começo. - A principal delas eram algumas alterações das ondas sonoras nas transmissões de rádio do exercíto.
- Isso mesmo, senhor presidente. - oficial James entrega uma pasta ao homem de terno na nossa frente. - Esse é um dossiê completo com todas as anomalias, desde as alterações nas linhas de comunicação até os atuais apagões, que já estão... se estendendo a outros países como Austrália e Brasil.
- Os apagões não estão acontecendo só nos Estados Unidos? - o presidente diz surpreso. - Então é um problema de proporção mundial? - lê o relatório.
- Exatamente - Dra. Lindsay afirma. - , em 1942 havia um laboratório secreto no porão de uma base militar de Chicago. Nesse laboratório, os cientistas chineses e americanos estavam desenvolvendo um experimento que seria usado em prol da segunda guerra. - explica. - O objetivo desse experimento evitaria uma série de eventos caóticos causados pela guerra.
Nesse momento, alguém bate a porta e o presidente Jackson pede para que entre. O mordomo da Casa Branca aparece com uma bandeja contendo quatro xícaras de café quente e a deixa sobre a mesa antes de sair rapidamente.
- Que tipo de experimento seria esse? - o presidente tira os olhos do dossiê e encara a cientista que lhe entrega uma pasta cheia de informações sobre o tal relógio. Ele pega sua xícara de café e toma um gole enquanto abre a pasta.
- Uma máquina do tempo, senhor. - ela comprime os lábios. - Um tenente da base militar de Chicago entrou no laboratório secreto em 4 de dezembro de 1942, usou a máquina do tempo e agora está aqui, em 2022.
Um pouco confuso, o presidente olha o relatório sobre o relógio, então fecha a pasta cheia de papéis e se recosta na cadeira.
- Na época em que a máquina foi usada, os cientistas abafaram o caso apenas declarando o experimento como falho. - digo e decido pegar o café. Não durmo há dois dias, apenas cochilo na poltrona da minha sala por alguns minutos. - Mas agora sabemos que o relógio funcionou e trouxe alguém de 1942 para o futuro. - a bebida quente me renova por um momento.
- Isso está trazendo uma série de problemas "técnicos" para o mundo. - diz o oficial James. - Os apagões são só o começo, senhor. - ajeita os óculos. - Até o final da próxima semana as coisas podem sair do controle... terremotos, tsunamis... não sabemos o que pode acontecer e qual será a proporção desses eventos.
- O que temos que fazer para evitar essa catástrofe mundial? - o presidente Jackson deixa a xícara de lado e fica de pé para caminhar até a grande janela atrás de si.
- O mais plausível seria encontrar o viajante do tempo e... eliminar a sua existência. - coloco a xícara de café em cima da mesa e abaixo a cabeça. Ainda não acredito que serei capaz de executar alguém por isso. Esse pobre rapaz nem tinha ideia do que se tratava esse relógio.
- Essa é a única maneira que encontramos de fazer com que tudo volte ao normal. - Dra. Lindsay diz. - Se ele continuar existindo, mesmo que no passado onde é o seu lugar, ainda assim causaria problemas... Ele sabe e viu muita coisa. Não pode simplesmente voltar para 1942 depois de ter passado dias no futuro.
O presidente solta uma longa respiração e cruza os braços cobertos pelas mangas do terno preto.
- Façam o que tiverem que fazer. - diz por fim. - Não é só a população do meu país que está em perigo, mas sim a do mundo todo. - se volta para a mesa e apoia as mãos sobre a madeira, se inclinando sobre ela e aproximando-se de nós. - Fomos nós quem inventamos essa máquina, então isso é problema nosso. Temos que resolver.
- Sim, senhor presidente. - fico pé e estendo a mão. Ele a aperta. - Cuidaremos disso.
- Confio em você, general. - seu olhar é sério. - Me mantenha informado sobre a missão, quero saber de tudo. Isso é uma ordem.
Afirmo com um movimento de cabeça e logo saímos da sala.
Está na hora de começar a agir em campo.
Capitão Stuart vai liderar essa missão sobre o meu comando e claro; cumprindo as ordens do presidente.
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