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8. Outro Viajante

             Depois desses acontecimentos, um dos eunucos mandado por Murad falou comigo e me informou que ficarei agora na habitação dos príncipes junto com as outras servas. Isso era bom e era ruim. Ruim por que muita gente falaria mal de mim por que de repente ouve uma confusão com a princesa e o príncipe interviu e se chegar nos ouvidos do sultão morreria na hora. Bom por que não ficaria nessa pressão toda que vivia, ficaria em uma habitação distante do harém e faria trabalhos braçais aos príncipes. As servas da habitação dos príncipes eram legais, teve um grupo delas que me receberam bem e todas se interagiam uma com as outras. Hoje eu começaria a ir a sala do senhor Devrim, precisava curar as feridas causadas pelos espinhos. Eu fui pra lá. Não tinha ninguém na sala só havia uma grande estante de livros, uma luneta em direção a janela, Pra que um médico precisa de uma luneta? Tinha uma cadeira e uma mesa cheia de anotações em árabes, e em cima dos papéis um pincel bem fino próximo a um pote de tinta preta, que estava junto aos papéis. A janela enorme dava visão do porto natural da cidade, o Corno de Ouro que cruza o mar de Mármara ao Estreito de Bósforo, ou seja eu estava vendo duas fronteiras, entre a Europa e a Ásia. Era explêndido tudo isso. Eu me maravilhava na história Otomana. O porto cheio de navios ancorados, mercadorias vinham e iam de toda a Ásia e Europa.

— A senhorita veio. — Eu olhei de repente, era o senhor Devrim. Ele vinha um um livro debaixo do braço e fui em direção a mesa.

— Desculpe vir aqui sem avisar, não tinha ninguém então decidi esperar.

— Não se preocupe senhorita. Você sentiu alguma dor na sua mão ou no tornozelo depois?

— Não senhor.

— Ótimo, pode se sentar nessa cadeira que vou já tratar do seu ferimento.

— Ok.

— Eu tinha esquecido dessa palavra de origem americana.

Eu parei enquanto caminhava até sentar na cadeira. Eu percebi que além de eu ter falado uma gíria inglesa, ELE percebeu a origem, mas a 500 anos, os Estados Unidos não tinham sido colonizados e muito menos utilizavam gírias, então como pode ele saber disso? Será que... Será?

— Senhor Devrim... como sabe que essa palavra é de origem americana?

— Por que você acha que eu sei? — Ele fechou o livro em que trouxe e olhou diretamente para mim.

— Quem é você?

Ele olhou para vários lados para ver se não estava sendo ouvido.

— Assim como você eu vim do futuro também.

Oh... aquela revelação realmente me pegou de surpresa. Não imaginava encontrar outra pessoa do futuro aqui.

— O senhor é do futuro? Como veio parar aqui?

— Vamos cuidar do seu ferimento e conversamos.

Eu sentei, ele pegou uma vasilha de mel e algumas ataduras limpas. Eu estava curiosa pelo que ele me diria.

— A coisa é... que é meio estranho eu encontrar alguém do futuro depois de 40 anos aqui.

— 40 anos? O senhor está aqui a 40 anos?

— Shhh... fale baixo. Ninguém desta época deve saber disso. E sim, vivo em Istambul em pleno Império Otomano há 40 anos, desde o reinado do rei Selim I, pai de Suleiman.

— Como ser tornou um médico aqui? Como veio parar no palácio?

— Eu era professor de Medicina no futuro, em 1987, fiquei de férias e fui visitar um sítio arqueológico na cidade, então eu caí em um poço fundo de uma casa em ruínas nesse sítio e acabei vindo parar aqui. Quando acordei estava saindo de um grande túnel ou uma vila eu acho, quando me deparei com pessoas se vestindo como antigamente eu não pude acreditar. Achei que estava sonhando, mas ouvi falar sobre o sultão Selim I e entendi que eu fui transportado no tempo há 500 anos. Quase enlouqueci para poder entender o que estava acontecendo.

Vivi muito tempo nas ruas, sendo pedinte. Nunca pensei que chegaria a isso, achei que nunca voltaria pra casa. Um dia um homem de trajes simples estava andando pelas ruas de Istambul andava pra rua de um lado para o outro, sozinho, observando tudo da cidade e as pessoas. Quando eu percebi ele estava se sentindo tonto, fechava os olhos constantemente e olhava sem ter direção, então ele desmaiou. As pessoas olhavam pasmas e sem saber o que fazer, eu fui e analisei o homem. Estava com febre e começou a suar, quando acordou vomitou e perguntei o que estava acontecendo com ele. Ele olhou pra mim bem confuso e também sem entender nada, ele disse que ultimamente se sentia fraco. Então eu examinei e depois conclui que era anemia, estava com fadiga, falta de ar, tontura, mas eu percebi que eu poderia ajuda-lo, ele estava se alimentado mal nos últimos dias, e como sabe as camadas mais pobres não tem muito que comer. Eu disse a ele o que deveria comer, carne, muitas frutas cítricas, tomates, o problema dele estava na alimentação e falei e que prestasse atenção na comida e não comesse qualquer coisa.

— Nossa, parece roteiro de filme. — Fiquei animada com a história. Logo percebi que ele já tinha terminado de enfaixar o meu braço.

— Pois é. — Ele disse "Alá te proteja, você será recompensado um dia". Eu não tinha como pedir a ele dinheiro pela "receita" que eu passei. Uma semana depois eu estava dormindo na rua, deitado debaixo de uma sombra de um muro, os guardas me acordaram e perguntaram o meu nome. Eu fiquei assustado, não sabia o que estava acontecendo. Em Istambul um guarda falando com você ou está te interrogando ou está você seria morto ali mesmo, eles disseram que o sultão queria me ver. Não entendi nada, mas fui, pensando o que aconteceu para ele chegar em uma pessoa tão pobre como eu. Cheguei aqui atravessando os enormes muros do palácio e entrando na sala principal o sultão estava lá. Eu não acreditei no que via, o sultão Selim. Ele estava muito feliz em me ver, perguntou tudo sobre mim e como eu consegui tratar uma pessoa sem ser um médico, os boatos sobre mim se espalharam na cidade, então ele queria me conhecer. Revelei que eu era um antigo médico e inventei uma mentira que eu perdi tudo. Ele precisou de mim para cuidar dos guardas feridos e também com infecções, fui elevado para o médico real. De um certo modo, fiquei feliz em ser médico de novo, mas sentia muita falta da minha família, ainda hoje sinto. Apenas continuei como um médico e seguindo as regras e a medicina.

— Nossa, muito interessante a sua história.

— Mas desde que eu entrei aqui não paro de pesquisar uma forma de como voltar pra casa. Ser médico aqui me deu prioridade de ler vários livros e conhecer muitos filósofos e cientistas daqui. Voltei ao poço da casa em ruínas de onde eu vim, mas nada consegui.

— Eu também! Eu vim parar aqui do mesmo modo também. Foi em um poço.

— Parece que os lugares também mudam com o tempo.

— Como assim?

— Andei calculando e fazendo previsões, mas não consegui encontrar a próxima passagem para o futuro.

— Então quer dizer que a passagem do tempo pode mudar de lugar?

— Provavelmente sim. Os meus cálculos não bateram no mesmo lugar. Mas ainda estou calculando, e não é nada fácil. Consegui ajuda de astrônomos, mas mesmo assim ainda os conhecimentos não são avançados nessa época. O que temos que fazer é esperar e tentar achar alguma solução.

— O senhor tem família senhor Devrim?

— Sim, tenho uma esposa e dois filhos, não aqui claro, no futuro. Fico imaginando como eles estejam, e como estão encarando minha ausência.

— A senhorita é turca? — Ele perguntou enrolando as ataduras na minha mão.

— Não, sou brasileira. — Ele olhou espantado para mim e sorriu.

— Nossa, não imaginava. E você fala turco tão bem, fez curso?

— Não, o meu pai é turco, aprendi desde criança a falar turco com ele.

— Você fala perfeitamente turco, eu que nasci na Turquia e nem sei falar direito ainda. — Nós rimos juntos e começamos a falar de nossas vidas. Ele me falou que a infância dele era muito pobre e os pais lutaram muito para que ele tivesse uma boa educação, como conheceu a esposa e de como amava os filhos. Fiquei feliz de encontrar uma pessoa do futuro aqui, me sentia segura e mais confiante. Não estava sozinha.

— Ultimamente eu estou bastante preocupado.

— Por que o que houve?

— em pouco tempo o palácio não será mais o mesmo.

— O que vai acontecer?

— Eu não sei muito sobre história, mas quando estava prestes a tirar férias e pesquisar sobre Istambul andei pesquisando sobre a história dos sultões. Não era minha intenção saber, era apenas uma base pra poder conhecer um pouco do Império Otomano eu vi que no reinado de Suleiman foi um tempo próspero e de conquistas, mas nos anos finais muita coisa ruim irá acontecer.

Anos finais? O rei Suleiman já está em idade avançada, mas até agora nada aparenta de anormal. Eu não lembro de quase nada sobre o império otomano, ainda ia ler na faculdade. Nem mesmo os livros que o meu avô me deu tive tempo pra ler.

— O que irá acontecer?

— Senhorita, eu não lembro direito. Faz tempo que eu li algo do tipo, mas tempos ruins virão. Temos que nos preparar. Intrigas entre os príncipes serão constantes, tudo pela sucessão do trono.

— Tem como impedir que algo assim aconteça?

— Nadira, vou te dizer uma coisa. Tudo o que acontecer, o que quer que seja não pode impedir. Não devemos interferir na história. Tudo está escrito do jeito como deve ser. Se interferir terá consequências graves.

— Do que está falando?

— Eu sei por que uma vez fiz algo que não deveria ter feito. A antiga sultana, a princesa Atice irmã de Suleiman estava muito depressiva, eu mesmo diagnostiquei os sintomas. Ela se sentia infeliz com o casamento, chorava muito. Numa noite, eu tinha ido visitá-la em seus aposentos para continuar o tratamento dela, mas ela tentou se jogar da varanda do quarto, não queria mais viver. Felizmente, eu intervi e consegui salvá-la antes disso, eu falei que seria melhor ela dormir e no dia seguinte fui visitá-la no quarto, mas acontece que uma das servas que estava comigo me falou que não existia ninguém com esse nome no palácio. Era como se ela estivesse desaparecido ou como se nunca tivesse existido. No começo achei que as pessoas estivessem ficado loucas. Depois me dei conta que eu fui culpado, tentei salvá-la mas acabei apagando o nome dela na história. Por muito tempo mantive-me quieto sobre o assunto, e não ouvi ninguém que falasse na princesa Atice. Por isso que eu digo que não interfira em nada, tudo vai acontecer da maneira que a história escreveu.

— Mas se os príncipes chegarem a se intrigarem haverá derramamento de sangue... como eu posso ficar parada? Como você não vai poder fazer nada?

— Foi o que eu disse, se chegarmos a fazer alguma coisa que interrompa o ciclo da história, eles não existirão.

Fiquei chocada. Não imaginava que seria assim. Era como se dissesse "você não tem nada a ver com isso, não faça nada." Respirei fundo e me acalmei antes de pensar ou falar alguma coisa.

— Tudo bem então, eu não vou fazer nada. Mas ainda assim...

— Senhorita Nadira eu sei que você é muito próxima dos príncipes, mas, por favor, pense no que eu disse, se não poderá causar alguma tragédia irreparável!

Passei a tarde inteira pensando no que o senhor Devrim falou. Infelizmente o que ele disse é verdade, não podemos interferir na história. O que eu e ele estamos passando é uma retrospectiva de uma viagem no tempo. Eu não sou tão próxima dos príncipes, mas eu fiquei curiosa com tudo isso, e tensa do que virá acontecer. Ter o nome apagado na história, ninguém saber de você é a pior coisa. Não encontrei a melhor maneira de tentar parar as futuras intrigas palacianas, mas de uma coisa eu sei. Devo pensar numa maneira de me proteger aqui. 

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