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6.Uma família complicada

— Obrigada... — Me viro e um homem ruivo me segura pela cintura, e minha cabeça e pescoço se apoia em seu peito. Ele tem um semblante sério, usava barba ruiva e vestia o mesmo tipo de vestimenta dos príncipes. Ele tinha uma espada no lado esquerdo da cintura e os seus olhos eram azuis e a pele branca, cabelos curtos e ruivos e ondulados. Eu me afastei assustada.

— Eerr...Obrigada. — Quase me esqueci de fazer uma reverencia.

— Você iria pegar o gato?

— Sim... ele fugiu da princesa e eu... — Eu não olhei diretamente para ele, mas ele se aproximava de mim até me encostar na parede. Ele tirou uma faca e posiciona em meu pescoço...

— Você veio mesmo pegar o gato para a minha irmã?

Irmã? Então ele é um dos príncipes, mas não me lembro dele ontem.

— Sim. Eu vim. — Falei com firmeza, olhando bem fundo nos olhos dele. Ele me encara junto também por alguns segundos. Ele baixou a faca e a guarda de volta. Ele dá as costas e vi o gato encostado de novo numa porta que nem sabia onde levava. Ele pegou o gato com a maior facilidade e segurou-o nos braços seguindo em direção a mim.

— Diga a minha irmã que tome cuidado com o gato. — Ele me entregou e me olhou por alguns segundos de novo e deu as costas.

— Sim, e obrigado! — Ele nem olhou pra trás ou respondeu. Segurei o gato e fui em direção para a sala onde a família estava.

— Você! Me deixou numa situação complicada. — Falei cochichando e alisando o gato que tinha um pelo macio. Ele tinha olhos amarelos e o pelo era cor cinza. No pescoço tinha uma coleira com pedras preciosas e a pedra maior era rosa clara. Eu não acredito que até um gato tem joias.

Quando voltei todos estavam comendo e conversando. Havia alguns músicos que chegaram depois. A princesa estava angustiada, as mãos agarravam com força o vestido. Quando me avistou mudou a expressão completamente.

— Azize! — Todo mundo novamente parou e olhou pra mim. O sultão logo levantou a mão e mandou dar continuidade a música. A princesa se levantou e veio até mim, pegou o gato delicadamente e o abraçou com muito carinho.

— Ei... — Um dos príncipes abaixou a mão do que falou alto. A princesa pegou o meu braço e falou sorrindo comigo.

— Qual o seu nome? — A princesa pergunta com o sorriso do tamanho da cara.

— Nadira.

— Que nome lindo. Muito obrigada. Eu fiquei tão preocupada. As vezes ele sai muito e tenho medo que alguém faça mal a ele. Já aconteceu várias vezes isso.

— De nada, não se preocupe, foi fácil demais. — Mais uma pessoa me olhou com o jeito ET por causa da maneira que eu falo. — Agradecida sua alteza. Estou a sua disposição. — Ainda baixo a cabeça e fiz uma reverencia. Vou ficar com um problema na coluna por me abaixar tantas vezes.

Quando voltei ao meu lugar os príncipes estavam olhando pra mim, cochichavam e comiam ao mesmo tempo. Menos o príncipe herdeiro que estava muito a vontade apreciando a música e conversando com o pai. Erdorgan estava junto com a sultana que estou tentando me lembrar o nome na história. Fiquei perto das meninas que vieram junto comigo. Sarila me olhou desconfiada, mas ignorei a expressão dela.

— A princesa Mihrima ficou feliz com a sua disposição.

Dei um sorriso em alegria pelo comentário de Sarila. Badra estava do outro lado da fila. Me olhou e deu um aceno acanhado para mim, retribuo. Como eu estava em um palácio em pleno século XVI pensei que seria melhor aproveitar a oportunidade e saber melhor dessas pessoas, do qual estou até mesmo fascinada então cheguei um pouco perto de Sarila para ela tirar minhas dúvidas.

— Sarila. — Falei cochichando. — Eu ainda não sei quem são a família real fora o sultão Suleiman.

— É mesmo? Em um império tão grande você deveria saber quem rege ele n]ao é? Todos os servos do palácio precisam saber quem é quem aqui. Ali como você já sabe é o sultão Suleiman e ao lado dela a sultana Rourem.

— Ela é bonita.

— Sim, e a sultana preferida do sultão Suleiman. Você sabia que ela era uma escrava estrangeira quando chegou aqui?

Espantei-me quando Sarila falou isso. Já tinha ouvido falar nessa história, mas eu não me lembrei muito o nome dela.

— A senhora Rourem sempre foi à preferida do sultão desde que chegou aqui. Veio da Ucrânia como escrava e hoje está ai, como sultana. O nome dela era Alexandra, mas foi mudado quando ela aceitou a fé em Alá. Os filhos dela são Mehmed, a princesa Mihrima, o príncipe Selim que não está aqui, e o filho mais novo, o príncipe Bayezid.

O Príncipe Herdeiro se chama Mustafá, o mais velho dos filhos, ele é filho da sultana Mahidevram que também é mãe do príncipe Ahmed. Mas a sultana não está aqui.

O príncipe Ahmed era justamente o que havia me notado pouco tempo antes, e também não tirava os olhos de mim, meio que curioso. Ignorando o olhar dele, foi apontando a minha atenção a Sarila.

Sarila falou o nome dos príncipes e apontando cada um. O príncipe Murad parecia gentil, segundo Sarila ele é filho de uma concubina chamada Gülfem. Eu lembro que foi ele quem disse aos príncipes que me deixaria ir, que não precisava fazer confusão por causa de uma serva.

Agora decorar os nomes dos príncipes vai ser um pouco difícil. Parece questão de prova. Mas eu lembro muito bem de fisionomias.

— Outro que está em pé ao lado do rei é Rustem Paxá, o conselheiro do sultão e o homem mais próximo dele. É um homem de confiança dele. — Ibrahim, eu o observava e via que ele nem mesmo olhava para os músicos. Tinha o olhar fixo no chão, mas parecia estar longe. Pensava em alguma coisa que o perturbava, tenho certeza.

A porta da sala abriu sem ninguém anunciar. A música não parou, mas todos voltaram sua atenção aquela porta escancarada. Um homem entrou por essa porta vinha com seus guardas, se ajoelhou diante do sultão e beijou sua mão. O sultão Suleiman tocou-o na cabeça e o abençoou falando palavras árabes. A sultana Rourem o olhava friamente. Ele a cumprimentou do mesmo jeito mas mesmo assim não foi passado a atenção para ele. Todas as meninas assim como eu estávamos curiosas para saber quem era, não dava para ver o rosto dele pela posição em que estávamos. Os irmãos o felicitaram, o príncipe herdeiro o olhou um pouco com frieza, mas acenou com a cabeça. Os outros príncipes se levantaram e o abraçaram com felicidade, o príncipe Ahmed parecia uma criança agarrando e brincando com ele. Quando ele se virou era o homem que vi antes na varanda quando eu ia pegar o gato. Então ele é um príncipe! Meu Deus é filho demais! Tratei logo de perguntar a Sarila para acabar com minha curiosidade.

— E aquele? Quem é?

— Aquele é o príncipe, Selim. Filho do sultão com a sultana Rourem. O príncipe estava morando em Bursa. E fazendo campanhas militares.

Mais um pra decorar.

É parece que esse é o meu carma. Vou ter que me virar para tentar não esbarrar nele ou se esbarrar tentar evitar contato. Analisando melhor, é o homem que me salvou e ameaçou lá fora.

O príncipe Selim olhou e cumprimentou a todos. A mãe, a sultana Rourem o abraçou com força para matar a saudade. Quando ele colocou os olhos em mim senti uma certa frieza, que me incomodou. Tratei de desviar o olhar logo. Ele observava a parte de baixo do meu vestido como se estivesse imaginando alguma coisa. Fiquei muito envergonhada na hora. Ai meu Deus deve ser por que ele me viu com as pernas de fora quando estava subindo a varanda. Que droga. A senhora Sarila estranhou o modo como ele me olhou, mas ignorou assim que ele desviou o olhar de mim.

— Meu filho está de volta. E nada mais me completa a felicidade nesta manhã. Venha meu filho, fique conosco e coma com a sua família.

A música continuou e vimos uma mulher chegando na porta. Ela estava com três criadas. Ela vinha alegre e também com passos apressados.

— Querido por que não me esperou?

— Por que você ficou lá embaixo contando todas as roupas que você trouxe. Perdoe-me não pude esperar.

— Majestade. — Ela se curvou e beijou a mão de Suleiman.

— Minha querida, há quanto tempo não te via. – Suleiman deu um beijo em seu rosto.

— Aquela que veio com o príncipe Selim é a esposa dele, a princesa Nurbanu.

Ela parecia ser mimada. Olhava para alguns com desdém, meio que olhando por cima. Tinha aparência da realeza, cabelos negros e olhos verdes. A música começou e as conversas também, ficamos acho que durante duas horas, passei esse tempo todo observando os príncipes e o restante da família real pra decorar os nomes e as posições. Depois que acabou nós pegamos as bandejas vazias e saímos com a ordem de Erdorgan. A família continuou a conversar. Eu vi que o príncipe Murad me olhava com um olhar que não consegui decifrar, evitei a minha atenção pra ele e continuei a sair quando foi esbarrada pelo príncipe Selim, ele me olhava como se quisesse me intimidar de alguma maneira. Eu o olhei de volta do mesmo jeito, não suportava o jeito dele de querer me inferiorizar, estava esperando alguma palavra dele. Eu tinha até coragem de jogar a bandeja na cabeça dele.

— Selim. — Nós desviamos o olhar para o Murad. Ele logo nos separou e começou a distrair o príncipe Selim. Francamente, eu não sei quanto tempo vou suportar ficar aqui, é capaz de eu fazer um ato contra a lei, mas irão vai mandar me matar como punição se continuar assim. Eu saio da sala e segui as outras servas que vieram comigo. Passamos o resto do dia arrumando mais lençóis. Sarila me informou que eu deveria buscar os lençóis que haviam secado no sol na área de trabalhadores braçais, onde parece mais uma área de serviço. Fui andando pelos corredores pensando em tudo, minha agonia e curiosidade sobre o Império Otomano era uma tarefa que deveria ser feita por mim. Os Historiadores tem isso, quando tem curiosidade sobre o assunto ele pesquisa até encontrar a resposta. Chego a outro corredor no outro lado de um pátio vejo o príncipe Ahmed procurando alguma coisa, ele perguntava alguma coisa para as outras servas e elas negavam, mas eu não conseguia ouvir. Ele vinha com mais dois servos e dois guardas, parecia bem alvoroçado. Comecei a andar devagar e para não chamar a atenção dele de longe, infelizmente não havia mais corredores ou alguma janela pra pular, o corredor onde eu estava seguia reto e do lado direito era um pátio com um simples jardim e uma fonte com água cheia de passarinhos.

Consegui chegar mais perto da saída do corredor, e consegui ouvir o príncipe Ahmed perguntar aos outros servos que passavam por lá.

— Vocês não viram uma serva que veio recentemente para o palácio?

— Alteza, vieram muitas meninas novas para trabalharem no palácio, não temos ideia de quem o senhor esteja procurando.

— Não, essa é diferente. Ela é um pouco mais baixa que eu, tem cabelos negros e tamanho mediano. É bonita e corre muito rápido. — Eu ri com essa última parte: "E corre muito rápido". Infelizmente eu ri alto o bastante para ele me ouvir.

— Ei! É você! Vão atrás dela! — Ele empurrou os dois servos e os guardas que estavam com ele e eu saí correndo, bem rápido em direção ao corredor que eu estava indo antes. Eu ouvia os gritos do príncipe Ahmed me mandando parar, mas eu continuei a correr. Mais na frente eu virei na esquina do corredor e vi que tinha uma janela pequena e aproveitei para dar uma fugida. Saí pela janela onde me deu acesso há mais um jardim, mas esse é maior, e infelizmente a altura era quase dois metros, eu pulei e quase torci o tornozelo mas continuei correndo e me escondi numa parede cheia de decoração em escrita árabe, eu sabia que ali o príncipezinho idiota não iria me achar. Conseguia até ouvir os gritos dos guardas lá pela janela daquele paredão enorme lá em cima, mas estava segura. Me sento no chão encostada a parede e comecei a sentir uma dor no tornozelo. Quase chorava de dor. Sabia que não conseguia me levantar da li sozinha, então esperei para ver se vinha alguém, mas o pátio estava vazio. Por dez minutos ficou tudo em silencio, até ouvir mais gritos de ordem. Era o príncipe Ahmed novamente. Na boa, ele não se cansa de me procurar não? Eu fiquei nervosa, estava sentada no chão e não conseguia me levantar, o meu tornozelo doía demais. No pátio, há alguns centímetros de mim havia uma porta grande, que era com certeza a entrada do pátio. O príncipe de repente apareceu e me viu, junto com ele vieram dois guardas do palácio. Ai que droga!

— Ah... achei você!

— Alteza... por favor não me machuque! Eu juro que não vou contar nada a ninguém!

— Contar o que? E por que fugiu?

— Por que... Porque fiquei com medo de que vossa alteza me mandasse matar.

Ele me olhou confuso.

— Eu não vou te matar. — eu suspirei de alivio. — Apenas que eu gostaria de saber mais sobre você.

É melhor não querer rapaz.

— Você... — Ele se abaixou e ficou da minha altura onde eu estava sentada. Ele pegou nos meus braços com firmeza. — Foi a primeira mulher com quem me apaixonei.

Tá o garoto é bizarro. Pode ser bonitinho e fofo, mas é bizarro. O Império Otomano é mais louco do que eu pensava.

— Alteza, é melhor dizer logo o que quer. Não fica bonito também o filho do sultão se declarar para uma serva.

— Você fala tão estranho. Eu fiquei curioso naquele dia, e acho que eu nunca senti isso antes. Você é meu primeiro amor! Desde que eu te vi não consigo te tirar da cabeça.

— Você andou lendo algum livro de romance ultimamente?

— O que?

— Nada. Por favor me deixe em paz, eu não vou contar nada a ninguém que o senhor ficou me rondando. Ai...

Meu tornozelo doeu quando fiz um movimento inesperado.

— O que é isso, está machucada?

— Não sei, acho que fiz uma pressão no pé quando pulei a janela. — Mesmo doendo, tento ficar tranquila.

— Guardas! — Meu Deus.

— Levem ela até a enfermaria. — Um dos guardas que vieram com o príncipe me levou nos braços.

— Não precisa não. — Um deles me pegou no colo e me levou em direção ao corredor. Estou constrangida, com certeza alguém me veria e contaria a Sarila ou Erdorgan que o príncipe Ahmed estava atrás de mim. Também não achei que alguém da realeza pudesse ajudar alguém de classe baixa como eu aqui. O príncipe Ahmed veio junto conosco. Ele era um pouco mais alto que eu, usava um turbante pequeno de cor verde menta. Usa um broche pequeno e simples pendurado do lado esquerdo do turbante, ele vestia uma túnica azul turquesa de seda que ia até os tornozelos. Tinha um rosto pequeno, bochechas um pouco rechonchudas, sobrancelhas arqueadas e pretas, lábios pequenos e carnudos. Ele tinha uma afeição de um menino, acho que os irmãos deve amá-lo muito.

O servo abriu a porta de uma sala grande, onde um senhor que estava fazendo cálculos em um papel com uma pena.

— Olá senhor Devrim. — O príncipe parece ser próximo do idoso. — Ele é um médico muito respeitado no palácio. É o melhor.

— Alteza. — O senhor se curvou. Ele parece ter um 65 ou 70 anos, pele enrugada e branca, usa um turbante branco enorme e a túnica era preta com uma pele marrom em volta dos ombros onde se fechavam no encontro dos botões da túnica. A barba era branca, espessa e grande, passava do pescoço. Ele parecia simpático sorria o tempo todo.

— Hoje vossa alteza não se machucou?

— Não, hoje vim trazer uma pessoa. Podem colocá-la ali. — Seguindo as ordens de Ahmed, o guarda me colocou com muito cuidado em cima de um tipo de maca. Fiquei lá sentada.

— Quem é ela?

— É uma serva do palácio. Ela machucou o pé, o senhor pode dar uma olhada?

—Nunca vi você trazendo uma mulher aqui.

— A propósito, acho que eu agora virei um homem Sr.Devrim.

O médico se espantou e enrugou a testa.

— Do que está falando?

Ele pegou na minha mão e segurou.

— Estou apaixonado!

— Por quem? Por ela?

— Sim.

— Ei! Pare com isso. — Larguei a mão dele da minha. O Sr. Devram achou estranho a minha conduta, espantou os olhos mas logo tratou de mudar de assunto.

— Você só machucou o pé?

— Acho que sim. Não sinto muita dor.

— Me deixa ver. Aqui dói?

— Ai! Sim... é ai. — A senhora não torceu o tornozelo, ou quebrou o pé, mas foi quase. Estará aliviada após cinco dias, mas recomendo que você faça movimento com os pés todos os dias, durante vinte minutos. Eu vou passar uma pasta feita de dente de leão, hibisco e alcachofra, e vou enfaixar. Não tire durante três dias. Você só sentiu uma pressão forte. Logo passará.

Ele enfaixou o meu pé.

— Muito obrigada. Mas e agora como eu vou fazer os serviços?

— Ah, isso pode deixar que eu cuido. Vou mandar com que todo serviço seja confiado à outra serva.

— Olha, muito obrigado, mas é melhor eu mesma cuidar disso. Se a senhora Sarila descobrir isso ela não vai me perdoar. — Eu me espantei quando o príncipe pegou o meu rosto com as mãos e olhou bem firme nos meus olhos.

— Querida, não se preocupe, eu vou cuidar disso.

Eu olhei bem nos olhos dele para poder compreender a sua conduta. Era estranho, o menino diz que se apaixonou por mim, mas acho que deve ser paixonite de adolescente.

— Alteza, — Fui tirando as mãos dele de mim. — compreenda uma coisa. Eu sou uma serva, você o filho do sultão. Nessa história não vai ter final feliz.

— Isso é um problema?

— Sim, é. — Achei que finalmente ele me entendeu e voltou ao seu juízo normal.

— Por isso que vou te visitar todos os dias, então você esquecerá esse seu lado negativo e vai se apaixonar por mim. Vou demonstrar o meu amor por você.

Eu dei uma risada bem alta pra poder fingir que não ouvi aquilo. É muito engraçado que nessa época as pessoas tinham paixão platônica e mais ainda como se expressam, que não é muito diferente do futuro. Isso parecia novela.

— Você só precisa andar devagar agora. Com o remédio que passei no local você vai melhorar. — O médico dava todas as orientações. O décimo príncipe tomou toda a gentileza de me ajudar a levantar da maca.

— Qual o seu nome?

— Nadira.

— Nadira... que nome lindo significa "preciosa."

— Sim. — Ignorei totalmente o rapaz, e dei minha atenção ao médico. — Muito obrigado senhor Devrim.

— Querida, eu vou te acompanhar.

— Não! Quer dizer, não precisa vossa alteza.

— Vamos nos encontrar de novo!

— Tá bom, tchau.

E espero que não.

Viro-me de costas e vou até a saída. Ando até a área dos trabalhadores braçais onde eu tinha que apanhar os lençóis. Peguei um cesto que havia guardado perto do muro. Fui recolhendo os lençóis do varal e pensando o que Sarila iria dizer do meu pé enfaixado. Nem estava doendo mais, eu conseguia andar normal sem senti nada, mas acho que se eu corresse de novo a dor voltaria. Não que eu me preocupasse, mas ela não vai parar de perguntar se eu não disser a ela.

— Nadira! — Eu reconheci a voz, me virei pra trás para ver quem era. Badra vinha com uma cesta cheia de lençóis.

— Eu não pude falar com você de manhã cedo. Foi coragem sua de conseguir pegar o gato.

— Eu fui pra me livrar daquele lugar.

— Ah sim. Eu ouvi de umas servas do palácio que a princesa Mihrima gostou muito da sua disposição. Eu soube que aquele gato não deixa ninguém pegar nele.

Então por que o príncipe Selim conseguiu pegar o gato e eu não?

— Ah e a propósito o que o príncipe queria dizer com aquilo?

— O que? Do banho dos príncipes?

— Sim, por que não me contou?

— Na verdade ninguém sabe disso, só a Sarila.

— Como conseguiu entrar ali?

— A Sarila me mandou levar uns lençóis de banho para a piscina interna onde estavam os príncipes e infelizmente eu escorreguei em uma poça de água e caí na piscina. — Badra arregalou os olhos para mim espantada.

— E depois?

— Um deles me salvou, não lembro quem, fiquei assustada e saí correndo de lá. O príncipe herdeiro iria me mandar me matar, mas acho que foi o príncipe Murad que não deixou.

— Ouvi dizer que o príncipe Murad é um homem gentil e estudioso.

Comecei a sorrir lembrando da imagem dele, parecia ser um homem puro, inteligente e sereno.

— Nadira o que houve com o seu pé?

— Eu quase torci o tornozelo. Tive sorte de ainda poder andar. O médico real passou um remédio no local e enfaixou.

— Não espere ai... o médico real é o médico que trabalha para a família real, como você foi para a enfermaria sem uma ordem do sultão?

— Acredito que tive sorte também e que o príncipe Ahmed que estava atrás de mim me mandou para o médico real. Assim fui curada.

— O príncipe Ahmed te mandou para a enfermaria? Nossa, as servas não tem acesso a esse lugar do palácio a não ser por ordem de algum nobre. Nossa o príncipe Ahmed deve ser muito gentil.

É um garoto cheio de paixonites. Mas decidi encerrar esse assunto.

— Terminei, vamos?

—Vamos.

Fomos voltando à habitação dos servos quando nos encontramos com a princesa Mihrima e o maldito gato. Ela vinha com seis servas. Ela parecia educada, era bonita e um pouco mais alta que eu. Os cabelos ruivos dela eram perfeitos, soltos em cima do colo e em cima uma coroa de pedras preciosas que seguravam um manto rosa atrás do cabelo. Ela tinha olhos azuis e uma pele clara.

— Alteza. — Nós nos curvamos e a princesa começou a sorrir.

— Qual o seu nome mesmo, não me recordo?

— O meu?

— Sim.

— O meu nome é Nadira, alteza.

— Nadira, a partir de hoje você será uma das minhas damas do palácio.

— Por que?

— Acho que eu preciso de alguém interessante. Os dias aqui no palácio são tediosos. Você me mostrou ser uma jovem diferente.

— Alteza. — Eu comecei a rir. — me desculpe, mas não posso aceitar.

— Mas por quê?

— Acho que não estou a altura de seguir vossa alteza.

— Não se preocupe você só apenas me fará companhia, não é bom recusar um convite de um nobre. Saiba disso.

Fiquei em dúvida. Não sabia o que dizer, não quero ficar longe de Badra e também não quero ficar perto da nobreza pelo simples fato de que algo de errado poderá acontecer, mas poderei descobrir muito mais. Os melhores acontecimentos acontecem na nobreza. Ela continua.

— Tudo bem. A proposta vai ficar de pé. Mas saiba que poucos servos recebem um convite como esse. A Sarila já sabe, se mudar de ideia fale com ela.

Esperamos a princesa sair. Badra me cutucou.

— Ei por que não aceitou?

— Tá doida, não é assim. Sei lá o que esse povo vai fazer, mas pensando melhor, talvez eu aceite.

— Você será a protegida da princesa. — E ela tem razão, poucos escravos recebem convites para acompanhar os nobres. Isso em qualquer época. Decidi refletir sobre isso, mas não falarei nada de antemão.

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