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2. Próxima parada, Istambul.


             Já era de manhã. Umas 07h30 quando chegamos no saguão do aeroporto. Minha mãe ligou para o meu avô, que demorou muito a atender. Depois de sete chamadas, ele atendeu e disse para a minha mãe que viria nos encontrar.

— Ah, graças a Deus.

           Eu não estava tão animada e nem mesmo ansiosa por estar de férias e muito menos em outro país. Eu só pensava na minha cama, meu travesseiro e cobertor uma hora dessas. Fazia muito frio, acho que estava uns 22° C. Eu estava com o meu moletom e minha mãe com o dela.

— E então conseguiu dormir? – Minha mãe olhou pra mim com olhos ainda cansados.

— É...mais ou menos. Uma cadeira de avião é diferente de uma cama né?

       Ela riu baixinho e voltou a olhar o celular. No meu não havia nenhuma mensagem de ninguém, só de alguns alunos da minha turma que conversavam no grupo da faculdade. Lembrei que fazia um tempo que eu queria saber de um sítio arqueológico pequeno em Istambul. Fui pesquisar e vi que o sítio arqueológico era realmente grande, pela pesquisa era um pequeno bairro de comércio e periferia da cidade no século XVI, no período do Império Otomano. Algumas construções de barro e pedras estavam destruídas e outras intactas. E pelo endereço era bem perto da casa do meu avô. E se eu tiver oportunidade irei para lá atrás para tirar fotos para pesquisa.

        Percebi minha mãe levantar a vista para a frente e segui o mesmo ritmo. Era o meu avô. Ele estava com uma camisa xadrez e uma calça preta e sapato social. Ele olhava para mim e minha mãe admirado, como se não acreditasse. O sentimento de alegria começou a surgir entre nós. Com certeza já havia chegado aos seus oitenta e um anos, a barba branca já apareceu agora em maior volume, ainda usa óculos. Seus cabelos totalmente brancos ainda o deixavam charmoso.

— Ah que saudades de vocês! – Ele me abraçou primeiro. – Você falava um português estranho, com o sotaque turco forte ainda.

— Você mudou. Está tão bonita. — Ele me olhou bem, como senão estivesse me reconhecendo.

— Obrigada vovô. Como o senhor está?

— Eu estou ótimo, logo agora que vocês apareceram.

— Também estávamos com saudades do senhor. — Minha mãe continuou a conversa. – Mas estamos muito cansadas da viagem.

— Ah sim, eu sei. Vamos, vamos pra casa. Vocês poderão descansar quando chegarem.

Descansar é a palavra que eu desejo desde que cheguei da faculdade ainda quando estava no Brasil. Eu já estava sonhando com uma cama, um travesseiro e um cobertor.

       Oito horas mais tarde eu acordei. Estava me sentindo aliviada e muito bem descansada. Quando cheguei não percebi o quarto direito, estava com muito sono e não tive cabeça para observá-lo, mas agora que vejo, é um lindo quarto. Simples, mas espaçoso. Tinha uma janela bem grande na minha frente, que saia os raios de sol pelas frestas da janela que tinha um pouco de arquitetura árabe com bizantina. Tinha também um guarda roupa de madeira antiga. O piso era de azulejos decorados com detalhes arabescos de cor preta. A cama que eu estava era um pouco dura, mas para quem estava com sono como eu ontem, acho que até na esquina da rua eu poderia dormir. Dava pra perceber que o quarto não foi usado, estava com o aspecto de novo, acho que só uma ou duas pessoas usaram. Me levantei e percebi que dormi com a roupa do corpo.

— Ah. Sério? — Eu estava até com um cheiro ruim. Fui até as minhas malas que não estavam desfeitas para tirar umas roupas, produtos higiênicos e uma toalha. Eu olhei ao meu redor e vi que tinha outra porta, abri e era um banheiro. Era simples também, igual ao quarto. Tomei um banho bem demorado para tirar todo o meu cansaço da viagem e do sono. Quando sai eu coloquei um vestido longo de alça que ia até os pés, era azul escuro com desenhos de pássaros vermelhos e flores amarelas e uma sandália rasteira marrom. Achei melhor deixar os meus cabelos soltos, pois estavam molhados. Sempre quando ele secava eu amarrava com um elástico pois ele era volumoso e bem longo, eu acho que tenho esse cabelo e as sobrancelhas grossas e longas por causa da etnia do meu pai.

       Sai do quarto e fui ao encontro da minha mãe e do meu avô. Eu os encontrei na sala conversando. A conversa estava interessante pelo que eu via.

— Oi.

— Oi minha querida. Dormiu bem? — Meu avô foi o primeiro a falar.

— Sim, dormi. E vocês?

— Eu dormi um pouco, mas acordei cedo, era umas 13h da tarde ainda. Estava muito ansiosa para vir pra cá. Fazia muitos anos que eu não vinha para Istambul.

— Ah lá vem ele.

— Quem vovô? – Quando olhei em direção a onde meu avô olhava, se aproximava um rapaz acho que mais novo que eu. Ele estava vestindo uma calça social preta e camisa social branca. Tinha uma pele morena, só um pouco mais escura que a minha e cabelos pretos curtos.

— Quero apresentar Jalil, ele é o meu filho.

Minha mãe e eu nos entreolhamos espantadas com o que ouvimos.

— O senhor tem outro filho Sr. Farid? E só agora nos diz?

Ele deu uma risada forte e olhou para o rapaz que parecia mais confuso que nós duas.

— Ele é um rapaz que eu criei já faz uns cinco anos.

— Oi. O Sr. Farid me falou muito de vocês.

O menino olhou direto pra mim. Fiquei sem jeito na hora e desviei o olhar. A minha mãe foi à única que acenou para o menino.

— Acredito que vocês já estão com fome. Vamos comer alguma coisa.

— Já vovô?

— Como assim já? Vocês não comeram nada desde que chegaram.

Nossa agora que vim me tocar que dormi muito. Já era tarde. Eu resolvi fingir que não ouvi aquilo e foi os acompanhando até uma sala onde tinha um pequeno banquete.

Quando chegamos na outra sala já tinha tudo em cima da mesa. Tinha muita comida. A maioria, óbvio que era de origem turca, tinha o Dólmã que era um prato com tomates, pimentões e berinjelas recheadas com arroz, pinholes e massas. Também o Ekmek kadayifi que são fatias de pão com calda de açúcar. Meu avô tinha duas empregadas para cuidar da casa, a Safira e Fátima que moravam na casa. Eu sentia falta de uma comida turca, quando meu pai era vivo fazia as mesmas comidas que vemos aqui.

— Podem sentar.

— Nossa que mesa linda. Fazia tempo que eu não comia ekmek kadayifi.

Minha mãe lembrava melhor do que eu dessas comidas.

— Sim, é uma delícia. Só aqui mesmo podemos encontrar a originalidade da culinária turca. — Meu avô realmente amava a sua cultura.

Assim que sentamos apareceram as cozinheiras, elas vinham trazendo umas bebidas numa bandeja. Eu me lembrava pouco delas, lembro de que elas eram novas empregadas aqui quando eu era pequena. Elas colocaram as três xícaras na mesa e logo reconheci a bebida, era o Çay, um chá turco muito famoso.

— Vocês lembram delas? — Meu avô apontou pra mim e minha mãe para a identificação da pergunta feita para elas.

— Ah, é a viúva do Sr. Çelik. Eu lembro dela, faz tempo que não vinha aqui. A senhora se lembra de mim? Eu sou a Fátima e ela a Safira.

— Sim, lembro das duas. — As duas eram turcas, nenhuma falava português, mamãe aprendeu a falar turco com o meu pai, então sabia algumas frases. Elas vinham do interior para conseguir trabalho na cidade. — A menina era bem pequena quando veio aqui com os seus pais, ela cresceu.

        As mulheres olhavam pra mim admiradas, deve ser por que eu parecia muito com o meu pai. A Safira não falava nada, só nos olhava com um sorriso tímido e começou a colocar as bebidas na mesa. Depois, Jalil sentou-se conosco na mesa, eu até estranhei, mas o meu avô gostava do menino, talvez ele fosse realmente alguém de confiança para ele.

— Podem comer.

Nós começamos a comer e o meu avô começou a falar.

— E então, a Nadira está fazendo a faculdade?

— Sim, mas agora estou de férias. Estou cursando História, como pesquisadora.

— E então? O que esta achando do curso?

— Eu sempre gostei de História, e não me arrependo de entrar nesse curso. Pretendo seguir em frente.

— Tem algumas universidades em Istambul que oferece bolsas para estudantes.

— Eu pretendo estudar fora sim, mas ainda estou indecisa. – Comecei a comer ekmek kadayifi, acompanhando o ritmo de minha mãe e do meu avô.

— Mas você terá tempo ainda. Jalil está cursando o terceiro ano de Direito. Eu não pensei que ele queria estudar, mas ele me falou de como estava interessado na carreira de advogado, então eu o incentivei. — Eu olhei para o rapaz ele olhava para o meu avô com os olhos bastante gratos, estava quase lacrimejando. Talvez esse rapaz tenha passado uma vida difícil antes de encontrar o meu avô. Acredito que vou me interessar pela história dele quando tiver oportunidade.

         Mais tarde, depois que todo mundo comeu eu ainda ficava inquieta por estar na Turquia. Meu avô me deu uns livros de História da Turquia todos em inglês, uns cinco volumes, todos falando sobre o início da construção de Bizâncio até a queda do Império Otomano, tudo com datas, épocas, personagens reais, política, economia, cultura e guerras. Vou ter que arranjar tempo para ler todos. Me lembrei logo que eu queria conhecer alguns monumentos históricos, apesar da casa do meu avô ser de arquitetura bizantina com árabe, queria saber mais sobre a cidade e decidi procurar por monumentos históricos. Troquei de roupa pus uma calça jeans azul e uma blusa branca com mangas compridas com detalhes de renda e um tênis vans feminino azul claro e com detalhes floridos. Amarrei o meu cabelo em um rabo de cavalo depois de desembaraçar, pois o sol na Turquia na estação de verão não é fácil. Peguei minha bolsa vermelha e coloquei o meu celular e dinheiro que na verdade eu não conferi quanto tinha, mas era muito e um pequeno livro guia turístico sobre Istambul e também o que não pode faltar, um gloss.

Desci as curtas escadas e minha mãe ainda estava conversando com o meu avô. Eles quando perceberam a minha presença ficaram um pouco espantados, por certo pensaram que eu ia embora.

— Mãe, eu vou sair. Vou dar uma olhada na cidade.

— Ah? Você vai sair sozinha? Você sabe onde você vai?

— Mãe, eu vou andar por ai. Conhecer os monumentos e tirar umas fotos. Não se preocupe, eu tenho um livro guia turístico. — Tirei da bolsa o pequeno livrinho e mostrei a ela, balançando e tentando chamar a atenção dela para não entrar em pânico.

— Mas ainda sim isso não vai funcionar. Sozinha você não vai!

No Brasil ela nunca me impedia de sair, contanto que eu lhe dissesse. Mas parece que aqui ela tem mais medo, não que não confie em mim mas ela não confia na cidade.

— Acho melhor que você vá com o Jalil.

O que? Vou ter um garoto babá?

— Ah é mesmo. – Disse o vovô se atentando.

— Jalil! Venha aqui. — Eu ouvi a voz do rapaz no outro quarto. Sério mesmo não havia necessidade que incomodar o menino.

— Sim.

— Nadira quer ir conhecer a cidade, mas acho melhor ela não ir sozinha. Então ninguém melhor que você conhece muito bem a cidade para mostrá-la.

— Certo. Vou pegar o carro.

— Sério, não precisava disso gente.

— Precisa sim. – Mamãe me olhou com firmeza no olhar. Não tinha como eu contestar mais. Eu me sentia uma criança de novo que tinha que ficar de mão pegada com os pais e sendo vigiada. Mas pelo menos eu vou fazer minha visita turística.

— Podemos ir. — Ele pegou a chave do carro e saiu em direção a porta. Eu torci os lábios e sai mesmo assim, sem olhar para trás. Só falei tchau para não dar uma impressão de mal educada.

          Nós fomos em um carro vermelho, um fiat eu acho, não sei muito de carros. Andamos muitos, a única coisa que ele me perguntou foi pra onde eu queria ir. Disse que queria para a Basílica da Santa Sofia. Depois de uns minutos chegamos e logo em frente ao monumento gigante havia uma praça, acredito que seja a praça de Sultanahmet e do outro lado a Mesquita Azul. Jalil foi na frente, ele falou com um homem que o recebeu bem, e o ofereceu para entrar.

— Aquele é o meu amigo Adnan, ele é um porteiro da Basílica, mas ele confia em mim. Muitos precisam de bilhetes para entrar mas nós não.

— Ah ok então. – Em menos de cinco minutos, Jalil voltou a falar com o rapaz e depois pegou o meu braço.

— Pronto vamos entrar.

Foi bem fácil. Entramos dentro da mesquita e me espantei com a grandiosidade arquitetônica, é muito lindo. Havia várias pessoas tirando fotos e eu aproveitei também e tirei várias.

— Nossa, é lindo! — Dentro da Cúpula da Basílica de Santa Sofia havia luminárias que estavam sustentadas pelo teto, o que faziam quase tocar as nossas cabeças. Também fomos ao mezanino da basílica, onde subimos uma rampa que dava acesso ao segundo andar, o piso era bastante íngreme e tinha algumas lanternas entre o teto e as paredes para iluminar o lugar. Subindo a rampa havia uma amostra de imagens nas paredes do corredor, mosaicos bizantinos. Tinha mosaicos antigos, desde a época do surgimento do cristianismo, algumas intactas e outras um pouco danificadas.

— Você sabia que sua cidade tem um patrimônio histórico e arquitetônico incrível?

— Sim, eu sei. — Ele deu sorriso tímido e eu fingi não ver para não deixá-lo mais envergonhado. — Você quer conhecer a Mesquita Azul quando sair daqui, é logo em frente a Santa Sofia?.

      A mesquita Azul é outro monumento esplêndido, a diferença para a Basílica de Santa Sofia para a Mesquita Azul é por que Santa Sofia é apenas um museu hoje e abriga objetos e a estrutura como atração turística da cidade, enquanto a Mesquita Azul é um templo muçulmano reservado não só para as visitas turísticas mas como um lugar de oração sagrada.

— Sim, claro.

Depois acho que de meia hora eu aproveitei bastante. No horário do país era umas 15h15. Eu teria o restante da tarde para saborear a cultura da Turquia. Depois eu e Jalil fomos atravessar a praça Sultanahmet e também observei o antigo hipódromo que foi construído no antigo império bizantino. Tinha um pilar enorme, que era o obelisco egípcio grande que ficava em cima de um pedestal. Tinha hieróglifos escritos nele. Esse monumento e outros que não pude ver ficavam na praça At Meydani, uma praça que pertence a Basílica Santa Sofia. Jalil me pediu que fossemos para a lateral da praça onde há uma fila para comprar os bilhetes Ele me disse que a visão da mesquita pela lateral da praça é a melhor. E ele não estava errado. Quando chegamos lá havia muita gente para comprar ingresso para visitar a Mesquita Azul.

— Olha agora aqui é mais sério. Eles vão te dar um lenço para cobrir a cabeça, você sabe fazer um jihab simples não é?

— Sim eu sei. — Na verdade eu não sabia não, mas inventaria qualquer coisa na hora que cobrisse.

— É por respeito ao templo e também temos que fazer silêncio, tem pessoas orando lá dentro. Mas podemos tirar fotos a vontade.

— Ok. — Quando cheguei na bilheteria paguei 25 liras, acho que em reais que ficaria uns 30. O homem da bilheteria me deu um lenço e rapidamente fiz um jihab simples e entramos na Mesquita Azul, havia um guia nos esperando, não só eu e Jalil mas mais umas quinze pessoas que eram turistas.

A Mesquita Azul ou Mesquita Sultanahmet assim dizia o guia turístico, nos informou que era um dos maiores cartões-postais de Istambul há mais de 400 anos.

— Ah. Nadira acho que você vai gostar de um lugar aqui perto. É um sítio arqueológico, é pequeno mas acho que você vai gostar mais de lá do aqui. O lugar está um pouco em ruínas.

— Ah me mostre o lugar. Estou curiosa! — Era isso o que eu queria.

Aproveitei o tempo para conversar um pouco com ele.

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