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1. Enfim, férias

        Eram três horas da tarde. A aula de História Política já havia acabado, aliás, essa será a última aula desse semestre. Sinto-me exausta, nas duas semanas eu tinha estudado muito para as provas finais, e essa era a última prova, daqui a uma hora eu e os trinta e três alunos restantes em recuperação saberíamos a nota.

— Ai Graças a Deus! Terminamos.

— Leila não sei por que você está tão feliz. Falta saber a nota ainda.

— Vamos ser positivas. Se Deus quiser vamos passar, por que eu não quero passar minhas férias de fim de ano estudando e pagando matéria aqui.

— Nem eu. Vamos sair.

     Estamos saindo da sala, o sinal havia tocado há alguns minutos mas deixamos uma manada de pessoas saírem. Leila era minha melhor amiga desde que entrei na faculdade há um ano, ela também faz História-Bacharelado comigo. Ela era bem preguiçosa e vinha de família abastarda, mas ela não era igual às meninas bestas do restante do campus, pelo menos com ela eu me dava bem. Nós fomos até a lanchonete da escola para comermos alguma coisa e vieram conosco alguns colegas de classe e de outras turmas que conhecíamos para tentar esfriar a cabeça depois da prova.

— Detesto o professor Genésio. — Alberto começou a falar enquanto tomava o suco de maracujá.

— É, infelizmente não existem tantos professores bons. — Falei tentando procurar algo de interessante ao redor do campus.

— E nas férias? Pra onde vão? Pretendem viajar ou dormir?

— Sei lá. — Eu falei sem prestar atenção a pergunta e coloquei o meu casaco de moletom no meu rosto e o cobri, estava com muito sono e cansada, percebi que ele até um silencio depois que falei aquilo.

— Eu penso em dormir muito e sair com o meu namorado.

Que resposta idiota Leila!

— Ah... sim, boa ideia. — Disse Iago concordando.

— Gente vocês sabiam que amanhã de tarde, vai ter um alinhamento de todos os planetas do sistema solar? Os astrônomos dizem que vai ser por cerca de cinco minutos. Mas será pela tarde, e não vamos conseguir ver com o céu claro.

      Tomás era um nerd em Física e adorava Astronomia, pena que muita gente do nosso grupo não dava atenção a ele. Ele era primo de Iago e posso dizer que em termos de inteligência Tomás vence mas em termos de idiotice pretendo deixar o prêmio para Iago. Ninguém deu atenção no que Tomás disse e eu não queria saber de estudo e ciência por nada e a turma continuou com a roda da conversa.

— Bom. Eu estou pensando em estudar para os concursos que estão por vir. E quero ver se consigo uma bolsa, preciso de dinheiro. — Iago respondeu.

— A propósito... — Eu disse tirando o casaco do rosto. — Como eu consigo uma bolsa de estudos? Já tentei uma vez mas as vagas eram poucas e nunca consigo.

— Bom, Nadira, eu acho que no início do próximo ano a faculdade vai oferecer bolsas. Mas acho que pra fora do país. Mas não sei de que é. — Alberto era o que mais respondia perguntas sobre coisas relacionadas ao campus ou a nossa área de História.

Para fora do país não é tão ruim. É uma ótima oportunidade mas é uma em um milhão, e pensar em passar já é um sonho quase impossível.

        Depois de conversar muita besteira dentro de uma hora, o professor Genésio colocou as notas em um pequeno mural perto da sala dele. Até agora não vi nenhum professor colocar nota em mural desde o ensino médio, os professores universitários sempre divulgavam as notas nos sites da instituição. Um monte de gente foi correndo, atropelando todo mundo até o mural. Até Leila foi. Eu decidi esperar diminuir o movimento lá na frente pra poder ir. Mas confesso que mesmo a minha imagem demonstrando pouca importância a isso, eu estava muito nervosa. Vamos combinar, nenhum aluno quer passar suas férias estudando e fazendo prova, ainda mais com o professor mais odiado.

Leila vinha quase correndo em minha direção, estava quase chorando.

— Amiga passei! — Sério? E eu ainda pensei que esse choro era de tristeza. Você olhou minha nota?

— Não.

— Tá. Vou lá. — Isso eu ainda iria criar coragem, meus pés ainda me puxavam para não sair do lugar onde eu estava. Algumas pessoas estavam decepcionadas e outras, felizes por não pagarem uma penitencia da santa inquisição universitária. Enquanto caminhava até o mural, me pergunto qual das duas emoções eu irei sentir: tristeza ou alegria. Mas decidi encarar, olhei bem onde está o meu nome e com o indicador fui deslizando até a lateral da folha, e vi o que eu não imaginei. Tirei 8.5 na disciplina de História Política. Passei!

        Quase não acreditei, pensei que seria ilusão ótica. Olhei novamente e foi igualzinho, senti um êxtase em mim e uma felicidade imensa. Fui até Leila e ela estava com os olhos fixos em mim o que significava que estava ansiosa.

— E ai?

— Amiga passei! Eu passei graças a Deus! — Levantei minhas mãos para o alto parecendo uma adoradora na igreja.

— Enfim, férias! — Dissemos em uníssono e nos abraçamos. Logo senti um outro abraço em mim e em Leila, quando olhamos era Alberto. Ele também estava muito feliz.

— Meninas eu também passei!

— Tá. Meus parabéns. — Respondi em desprezo pelo abraço intrometido dele.

— Caramba, você é muito egoísta. Só quer ser feliz sozinha. — Às vezes eu não entendia tanto o jeito do qual Alberto pensa, as vezes parecia ser bobo e brincalhão. Mas gente assim é difícil de encontrar e são até pessoas assim que anima nossos dias.

— Como é? — Eu ria e debochava daquela frase.

— Nada não. Não liga pra ele. Vamos pra casa, já são 16h15minh. — Leila foi me puxando e Alberto, Iago e Tomás vieram atrás, nos seguindo. Eles moram no mesmo bairro que nós duas.

— É melhor pegar o ônibus dando a volta. Há essa hora ele vai vir cheio.

— É mesmo. Vamos. — Atravessamos a avenida e fomos até o outro ponto de ônibus.

      Fiquei encostada na janela do ônibus e cochilei. Leila, Alberto, Iago e Tomás lá no fundo ônibus grudado no celular e o restante de uns três ou quatro da turma foram conversando o caminho todo. Quando acordei já ia dá 17h25min. Leila já estava se levantando para descer do ônibus, Alberto e o restante já tinham descido.

— Ei amiga já vou. — Falou ela tocando no meu ombro. — Depois a gente se fala. Boas férias.

— Ok. — Falei tocando a mão dela. — Até mais.

       Eu já havia chegado ao meu bairro. Estava tudo muito tranquilo. Mais na frente havia um pequeno grupo de garotos jogando bola, no outro, uma mulher ficava sentada observando a rua, a padaria estava aberta e os clientes já estavam a espera dos pães.

Quando cheguei em casa a minha mãe estava sentada na mesa da cozinha vasculhando uns documentos de umas pastas.

— Oi mãe.

— Oi filha. E as novidades?

— A novidade é que eu passei, e estou de férias. E a outra é que vou passar dois meses sem sair de casa.

— Dessa vez não!

Eu franzi a testa. Eu imaginei que minha mãe queria que eu passasse dois saindo com ela pra visitar os amigos idosos dela em um abrigo. Quando ia abrir a boca para protestar, ela continuou.

— Vamos viajar.

      Viajar? Nós não viajamos a muito tempo, acho que desde que o meu pai faleceu, há cinco anos. Eu imaginei que iríamos para o Nordeste, onde nasci. Se bem que se eu fosse eu iria visitar a minha família materna em Porto de Galinhos no Rio Grande do Norte. Eu sempre adorei aquele lugar.

— Pra onde?

— Olha, faz uns meses que não visitamos o seu avô. E ele já ligou um dia desses e quer te ver. E realmente sinto vontade de vê-lo. Então aproveitei que você está de férias e podemos visitar.

— Ai, que ótimo! Sério, sinto muito saudade de comer camarão! Adoro o camarão que ele faz!

Minha mãe me olhou com um olhar confuso. Como se não tivesse entendendo.

— Nadira, nós não vamos visitar o meu pai. Vamos visitar o seu avô. O Sr.Farid.

— Ah? Mas faz tempo que não entramos em contato com ele. E outra coisa, ele mora muito longe, muito longe mesmo, em Istambul mãe.

— Qual o problema menina? Pra distancia também existe transporte. Ele ligou hoje de manhã e pediu que fossemos amanhã para vê-lo.

Eu logo imaginei que ele estaria muito mal e que estava chegando a hora dele. Eu arregalei os olhos e comecei a me preocupar.

— Mãe, ele disse o que e quando ligou?

— Que só estava com saudades. Ele disse que se não tivéssemos dinheiro para ir pra lá, ele iria depositar uma quantia na minha conta para pagar as passagens.

— Ah.

— Ele também é como um pai para mim, quando eu vivia com seu pai, ele nos ajudou muito. Em tudo.

— Eu sei.

— Já comprei as passagens.

— Já? – Eu me espantei com a resposta da minha mãe. E tão rápido?

— E vamos hoje às 21h.

— Hoje? Por que hoje? Não pode ser amanhã, próxima semana ou próximo mês?

— Não. Não pode. Pois a promoção que eu peguei é só até hoje, então se perdemos nós não teremos dinheiro o suficiente para pagar as passagens de avião. Então arrume suas coisas que não temos muito tempo. E me traga todos os seus documentos.

       Esqueci do método econômico da minha mãe.

Meu pensamento era somente esse: Istambul. Hoje a noite? O que é que eu vou fazer lá?

       Pegamos um táxi e chegamos no Aeroporto era 18:40. Sim, tínhamos que chegar muito cedo para enfrentar filas e verificar documentação, malas...Essas coisas. Minha mãe estava no celular, ela sempre mandava mensagens nas redes sociais. Detestava enfrentar filas, e os movimentos de aeroportos, pior ainda. É um lugar enorme com nada para oferecer, só espera.

        Eu estava quase dormindo na fila, mas já estava bem perto de conferir os documentos. Eu comecei a lembrar do meu avô na última vez que o vi, mas só lembro dos semblantes tristes daquele dia, em que todos nós estávamos reunidos com o meu pai pela última vez no funeral há cinco anos. Meu pai morreu de câncer no coração, e infelizmente descobriu tarde demais. Hoje eu tenho 21 anos, na época eu tinha dezessete anos quando ele nos deixou. Se eu tivesse perdido ele quando fosse bebê eu nunca conheceria o meu pai.

        Depois de duas horas, de enfrentar filas, a espera de verificação de documentos e malas finalmente às 20h40min entramos no avião. Eu não sabia como estava de pé, minha mãe, uma mulher de 57 anos estava muito bem, nem mesmo reclamou uma vez. Eu acho que com essa é bem umas doze reclamações minha somente de espera. Sentamo-nos uma perto da outra no avião na classe econômica. Achei que as cadeiras eram desconfortáveis, mas na situação que eu estava dava para pra dormir até na asa do avião e acordar só amanhã.

— Eu estou levando umas fotos do seu pai pro seu avô.

— Sério? Por quê?

— Eu tinha umas fotos antigas dele. Acho que ele vai querer ver. Eu não preciso de tantas.

— Ah. — Eu olhei para as janelas para ver se me dava sono, mas a paisagem tranquila da pista de decolagem dos aviões me fez pensar longe e me lembrar de novo do meu pai. Lembrar-me dele não me fazia ter emoções tristes, mas só de alegria. Meu pai era turco e filho de uma libanesa com um turco de Istambul. Eu aprendi a ler e escrever em árabe e a falar turco com ele. Ele conheceu a minha mãe onde trabalhavam numa imobiliária na cidade de São Paulo e começaram a namorar. Dois anos depois se casaram e um ano depois eu nasci. Ele trabalhava como vendedor imobiliário, a minha mãe só cuidava da casa e de mim. Ele era um homem bom, nunca teve dívidas ou enganou ninguém. Gostava muito de falar de onde nasceu e isso me fez me apaixonar por cultura árabe, continuar o que meu pai deixou. Acho que ele deve estar feliz por eu ter tomado essa decisão de estudar a uma cultura que ele pertenceu e que faz parte de mim também. Não sou muçulmana como ele, mas eu sou apaixonada por tudo o que ele me ensinou.

         Quando olhei para o meu lado minha mãe já estava dormindo. A aeromoça anunciou que deveríamos apertar os cintos que estaríamos partindo. Felizmente ela já havia colocado os cintos.

       Quando acordei ainda estávamos voando. Eram 23h43min, e enfrentaríamos dez horas de viagem. A minha mãe estava enrolada em um cobertor dormindo ainda. Eu havia esquecido de pegar um, quando milagrosamente a aeromoça estava passando e estava com um carrinho cheio de cobertores. Ela percebeu que eu estava atrás de um e logo me ofereceu. Agradeci me cobri. Aproveitei e coloquei a minha playlist no celular. Coloquei"Legendary Lovers" da Katy Perry e adormeci novamente, imaginando que daqui algumas horas estaria em solo turco e imaginando o que essas férias no Oriente me trariam.

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