(03) tudo, menos um orgulho ; ☁️
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" 003. chapter three "
( tudo, menos um orgulho. )
Jungkook não apreciava aniversários.
Tendo crescido em uma família tão fria quanto as águas do oceano ártico, ele aprendeu desde muito pequeno que datas comemorativas não passavam de frivolidades para a família Jeon.
Seu pai, Jeon Sungmin, era um alfa lúpus conservador, tirano e adepto a pureza de classe. Com a família Jeon sendo uma das únicas que permaneceu com a linhagem completamente pura, o patriarca desaprovava qualquer ato que achasse indigno um alfa cometer e isso incluía atividades comuns que crianças, aparentemente inferiores, normalmente faziam.
Consequentemente, Jungkook sabia com certeza que havia algo errado com o convite no momento em que recebeu a mensagem. Seus pais estavam planejando alguma coisa e Jimin, querendo ou não, estava envolvido em tudo aquilo.
— Sabe, você não precisa ir se não quiser... — Jungkook tentou convencer o namorado mais uma vez assim que ambos passaram pela porta, o cheiro amargo se espalhando pelo corredor e falhando em esconder seu estado nervoso. — Eu posso dizer que você não estava se sentindo bem e não pôde ir, sério.
Sinceramente, pensando em tudo que poderia acontecer no jantar — e algo vai acontecer —, o Jeon gostaria de só, simplesmente, não ir. Ele gostaria de poder ficar, gostaria de ter essa escolha. Sendo aniversário de seu pai ou não, ficar em casa seria sua primeira escolha sempre.
A forma menor e elegante de Jimin passou pelo corpo maior e caminhou à frente pelo corredor, Jungkook o acompanhou apressadamente depois de trancar a porta do apartamento. Ambos pararam diante a porta de metal, esperando o elevador abrir.
Sem parecer afetado pelo odor azedo do alfa dominando completamente o local, Jimin apenas mastigou o lábio inferior antes de responder de modo divertido.
— Eu vou, Jungkook! Essa já é a terceira vez que você tenta me convencer, assim eu vou achar que você só não quer me levar. — Ainda que o tom usado por Jimin tenha deixado claro que era apenas uma brincadeira, o alfa não pode deixar de se sentir culpado.
Jimin, infelizmente — ou felizmente —, não sabia como seus pais realmente eram. Mantê-lo longe deles por todos esses anos foi a melhor coisa que Jungkook pode fazer, mas dessa vez não havia como evitar. Eles não aceitariam outro "não" como resposta, seu pai não aceitaria.
— E-Eu... Me desculpe, Minnie. — Ele apertou as unhas contra as palmas das mãos suadas, sentindo seu estômago revirar. — Meus pais são...
Medo.
Jungkook, apesar de tentar disfarçar de todos os jeitos possíveis, cheirava a medo com um toque de aflição. Seus pensamentos correndo rapidamente de forma inquietante, torturando-lhe lentamente, dilacerando a sua mente por dentro.
O Jeon notou que Jimin havia percebido quando uma fragrância doce, levemente calmante, inundou os seus sentidos. O cheiro suave de lavanda agiu como um tranquilizante, drenando toda a energia do alfa e lhe deixando molinho como marshmallow. Jungkook já estava mais calmo quando Jimin abriu mais um de seus lindos sorrisos e com todo o cuidado do mundo, segurou as mãos do alfa, apertando-as levemente.
— Tudo mundo tem pais meio chatos, Jungkookie. Não precisa ter vergonha, eu não me importo.
Você não entende...
Com os olhos vazios, o rosto em branco e um sorriso falso enfeitando seus lábios finos, Jungkook se viu assentido.
[...]
Jungkook odiava vermelho, principalmente os tons mais escuros da cor.
A cor, ironicamente, do amor o fazia lembrar aquelas escadas de madeira tenebrosas revestidas em um carpete felpudo em tons de vinho, as malditas escadas em que sempre às 6h da tarde seu pai descia para o único momento em que era obrigado a passar um bom tempo em sua companhia. O jantar.
As mesmas escadas em que tantas vezes na infância se lembrava de chorar aos prantos ao final do dia, sempre após o jantar, quando seus pais subiam, mas não sem antes despejar inúmeras palavras grosseiras sobre sua personalidade para um menino de 11 anos. Talvez eles nunca percebessem, mas toda noite o prato do menino parecia intocável pelo mesmo.
E era para as mesmas escadas vermelhas que Jungkook encarava, opaco e desesperançoso, agora com seus dezenove anos de idade, esperando os sapatos sociais caros emitirem o som que sempre julgou ser detestável, mas havia algo de diferente.
Jimin, seu namorado, estava ao seu lado, sorrindo estonteante. Jungkook não poderia achar nada mais irônico que aquela situação, mesmo depois de passar anos odiando o vermelho, Jimin carregava em seus lábios um gloss cereja que o outro rapaz julgava ser feito exatamente para os lábios carnudos do amado.
E mais uma vez, o Jeon se perguntava até quando o sorriso doce iria preencher a boca do menor naquela noite. Era tudo uma questão de tempo, e saber disso só deixava o mais novo ainda mais angustiado com o andar daquele jantar que sequer havia começado.
— Eu os deixei aguardando por muito tempo? — O tom falsamente cordial do senhor Jeon ecoou pelo ambiente silencioso, fazendo seu primogênito olhá-lo instantaneamente. — De qualquer forma, peço perdão.
Jungkook odiava como seu pai sempre agia de maneira tão educada com pessoas de fora, ninguém imaginaria que em sua própria casa ele praticamente cuspia palavras ofensivas para o único filho. Tão falsamente quanto disse suas recentes palavras, esboçou um sorriso simpático para Jimin, este que não evitou em fazer o mesmo.
— Claro que não, Sr. Jeon! O senhor chegou no momento certo, a senhora Jeon acabou de tirar o frango do forno.
É claro que Park mentiria apenas para agradá-lo, mesmo depois de passar 30 minutos esperando sentado em completo silêncio em companhia de sua sogra que estava mais preocupada em checar seu esmalte e seu namorado que sequer havia o encarado desde o momento que haviam sentado naquela mesa.
— Frango, não é? — O homem mais velho deu um sorriso sombrio, antes de sentar completamente e apoiar ambos os cotovelos na mesa. — É realmente um jantar especial feito exclusivamente para meu filho, ele sempre adorou frango, não é atoa que se tornou um.
E lá estava, o sorriso de Jimin sendo diminuído gradativamente até que não restasse sequer um resquício, logo após, dando lugar a uma expressão confusa em seu rosto.
— Perdão?
Jungkook respirou fundo e fechou os olhos com força, sentindo suas mãos começarem a tremer.
— Era uma piada, querido. — A mãe de Jungkook respondeu, sorrindo.
— Ah... Claro.
O Park remexeu-se na cadeira, estava desconfortável. Por debaixo da mesa agarrou a mão do namorado, sentindo o clima estranho que instaurou-se.
A Sra. Jeon foi a primeira a servir-se, logo após sendo acompanhada do marido.
Torcendo o nariz, Jimin balançou a cabeça e aproveitou a distração de ambos para voltar o olhar para Jungkook.
Jimin percebeu que seu namorado estava tremendo os lábios. Normalmente quando olhava para seu namorado, o rapaz tinha um belo sorriso simples no rosto. Adorava os lábios do amado, mas naquele momento odiou a maneira em que se encontravam; esticados, retos e secos.
Só naquele momento o ômega pode perceber o mal que fazia a presença de seus pais para o alfa, se deu conta que não tinha visto sequer um esboço do sorriso comum no rosto bonito, apenas aquele feio esticar de linha reta na boca. Tristeza, era isso que significava, Jimin não precisava ser nenhum perito facial para concluir esse pensamento.
Ele foi tirado de seus pensamentos quando inalou profundamente e sentiu o cheiro de Jungkook, seu cheiro se tornou azedo novamente e pinicou o nariz do ômega. Os Jeon mais velhos não pareciam notar o óbvio pânico crescente do filho, mesmo sem conhecê-los, Jimin sentia que isso era algo que acontecia com frequência.
Ele sabia que tinha que tirar o namorado o mais rápido possível dali.
— Bebê, você está bem? — o Park perguntou baixinho, os olhos transbordavam preocupação e aflição na mesma constância.
Entretanto, quem respondeu sua pergunta não foi seu namorado.
— Patético.
— Querido, por favor... — a mulher se apressou em pedir, quase implorando. — É apenas um apelido carinhoso, ele não quis-
O homem levantou a palma sem nem olhar em direção a ela, Jeon Jihyo ficou quieta depois disso.
— Sr. Jeon? — Jimin revirou os olhos, pronto para retrucar qualquer besteira que saísse pela boca do homem ignorante. — O que é patético?
O alfa mais velho levou a taça aos lábios finos, sorvendo o liquido vermelho com elegância. A Sra. Jeon se encolheu e inclinou a cabeça para baixo, tendo o rosto amedrontado coberto por seus fios longos e negros como a noite.
— É patético o quanto meu filho é tudo, menos um orgulho para essa família.
Jimin se deu conta do tom de desprezo na voz do homem, como se fosse um enorme incômodo estar no mesmo ambiente que seu filho. Pelo canto dos olhos, ele assistiu impotente, as palavras mergulharem como facas em Jungkook.
As feições do Park endureceram, as orbes brilhando em um forte tom de violeta.
— Mas o que se pode esperar de um alfa tão inútil quanto ele, certo? — Sungmin riu das próprias palavras, a taça com vinho já esquecida na mesa. — Sim, extremamente patético.
Naquela fração de segundo, Jimin podia jurar que ouviu o coração do namorado sendo esmagado em seu peito da forma mais dolorosa possível. Cada palavra proferida pelo pai do mais novo era como uma adaga, o rasgando da ponta dos pés até a cabeça. Pela expressão em seu rosto, Jimin pode dizer que as palavras ecoavam em sua cabeça repetidamente, destruindo qualquer pensamento bom que ele tinha no momento.
Jungkook não respondeu, muito menos olhou para o pai.
Ele estava imóvel, com os olhos arregalados e presos em um ponto específico, quase como se sua mente tivesse sido transportada para outro lugar. Respirar parecia ser a coisa mais dolorosa a se fazer, o alfa puxava o ar com dificuldade e apertava o peito com a própria mão em uma esperança boba que fizesse a dor passar.
Era como ver uma cena de tortura ao vivo e em cores, Jimin pensou.
Sem mais motivos para ser educado, ele se levantou e puxou Jungkook pela mão para longe de tudo aquilo. Jimin não conhecia a casa, então o mais longe que eles chegaram foi ao hall de entrada, ainda próximo a sala de jantar onde os pais de Jungkook estavam.
O Park era um ômega protetor desde que se conhecia por gente, mas seus instintos sempre ficavam bem mais aflorados quando se tratava de Jeon Jungkook. Talvez por isso Jimin sabia exatamente que Jungkook era o alfa certo, mesmo sendo um pouco difícil de lidar.
O ômega sempre teve ciência que existiam pessoas ignorantes e preconceituosas a respeito de classes assim como o pai do Jungkook, mas nunca tinha realmente trombado com um que falasse da forma como o Sr Jeon. Um sentimento avassalador de ódio percorreu o corpo de Jimin, se sentia revoltado.
"Jungkook e seu pai eram extremamente parecidos", esse tinha sido o seu primeiro pensamento assim que tinha visto o homem pela primeira vez. Agora, depois de alguns minutos na presença do homem concluiu que ambos, sim, eram parecidos se tratando da aparência, mas estavam longe de se parecerem se tratando de caráter.
— Você sabe que ele está errado, não sabe? — Jimin não conseguiu se controlar por muito tempo, praticamente grunhindo para a porta da cozinha. Esse era o tipo de coisa que Jungkook tinha que aguentar? O jeito que ele praticamente implorou para que Jimin desistisse de ir... Agora tudo fazia sentido.
Jimin esperou por uma resposta que não veio e se virou para o namorado. De volta ao rosto sem expressão, Jungkook estava congelado, o corpo tendo espasmos, olhos vermelhos e úmidos grudados no chão de mármore.
— Jungkook, não tem nada de errado em usar apelidos carinhosos — ele tentou novamente, vendo como o mais novo parecia rígido contra a parede, a respiração acelerada e mãos fechadas em punhos.
— Por que você fez isso, Jimin? — choramingou, soltando um guincho como se estivesse sem ar. — Por que logo na frente dele? Eu pedi para você desistir...
— Kookie...
— Não me chame assim! — ele gritou, batendo os punhos na parede. Jimin saltou e recuou para trás rapidamente, medo encheu seu rosto. Jungkook choramingou mais uma vez, querendo se desculpar imediatamente por assustar o seu ômega. — Por favor... Só não me chame assim.
Não aqui, ele quis completar, não perto dele.
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~ capítulo reescrito - 23/04
OLHA QUEM VOLTOU!!!! 🎉🎉🎉
me desculpem pelo sumiço, eu tô passando por muita coisa ultimamente e isso tá me deixando estressada d+++
MAS EU NÃO DESISTI DAS FANFICS, então não percam a esperança em mim! 😭🙏🏻
hoje o cap foi um pouquinho mais sério, eu demorei muito pra escrever ele e espero genuinamente que vcs gostem 🙏🏻🙏🏻🙏🏻
não se esqueçam de me avisar caso tenha algum erro de digitação, viu????? 👉🏻❤️👈🏻
postei sem banner mesmo pq o banner novo ainda não tá pronto 😕
sim, a bicha tá demorando dois meses pra fazer um banner (autocrítica
POR FAVOR, não deixem de comentar no capítulo!!!! isso me ajuda muito, vcs sabem 😭🙏🏻
esse capítulo > principalmente < entra numa nova fase da fanfic, então eu gostaria de saber a opinião de vcs e afins
eu ando muito sozinha /se joga
quem gosta de uapdm, já vai dar uma olhada na minha ficzinha abo nova que vai ter att essa segunda-feira
(☀️ LEIAM TAMBÉM A MINHA FIC DO ENHYPEN, INTENSO COMO O SOL ☀️)
ESPERO QUE GOSTEM DA BICHINHA 🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻
eu tô escrevendo uma fic nova no off e pretendo postar ela só quando a bichinha já estiver finalizada (finalmente, né?), mas se vcs quiserem saber mais sobre ela é só me seguir no tt que eu vou estar postando infos e spoilers 🛐🛐🛐
enfimmmm
isso é tudo por hoje
até a próxima!
eu amo MUITO vocês!!! 😭❤️❤️
- com amor, blue
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