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O verdadeiro acordo


Lalisa piscou algumas vezes, os olhos inchados e doloridos.

Uma dor de cabeça incômoda trazia uma sonolência pesada, daquelas que te faz parecer um bêbado nas últimas, que não consegue controlar nenhum sentido. Dormiu um sono sem sonhos — e esses eram os piores. O corpo todo doía e a sensação de cansaço continuava, porque havia apagado depois de alguns calmantes e acabou ficando na mesma posição por horas.

A cama de Jennie era característica, macia e exalava o cheiro dela, aquela essência de cereja e café que nunca enjoava. Na mesa de cabeceira o relógio led brilhava, 3 da manhã, mas o quarto não estava silencioso para o horário, um farfalhar de papéis soava, ao segui-lo com os olhos viu Jennie sentada na mesinha de estudos que vivia bagunçada. Parecia um sebo, livros jogados, esparramados e amontoados. A madeira de sustentação estava côncava, ameaçando cair a qualquer momento.

Um abajur iluminava a face concentrada de Jennie, algumas mechas atrás da orelha e outras fujonas ao redor do rosto.

— O que está fazendo?

Ela levantou o olhar, alguns papéis voaram quando tentou fechar o livro depressa. Jennie foi rápida em pegar e guardá-los no mesmo lugar.

— Te acordei?

— Não, não, acho que não...

Lisa se sentou, bocejando, tateou o vácuo até pegar o celular na cabeceira da cama.

A luminosidade a fez semicerrar os olhos, era como um facho de luz cegante. Há algumas horas atrás estava dando chilique no meio da rodovia — parecia ter sido há séculos, aliás — e amanhã já teria a última prova do vestido de noiva, um lembrete apareceu logo que ligou o aparelho e um sentimento ansioso apossou seu corpo. O colchão se afundou, lenta e progressivamente, enquanto Jennie se aproximava, ainda estava concentrada na notificação recebida quando teve o celular tomado de suas mãos.

— São três da manhã. — Ela colocou o celular de volta na cabeceira e se deitou sobre Lisa, que automaticamente abriu as pernas para se encaixar melhor. As sombras revelavam um semblante risonho em Jennie. — Acho que Ten não vai te atender agora.

Ah, era isso! Iria ligar para Ten.

— Aquele cretino! Preciso saber se ele está me evitando depois do vídeo ou só.... ocupado com Lucas. — Sua voz saia baixinha, mais como um monologo do que uma conversa. — Ele ao menos experimentou o terno, espero que não apareça usando algo vergonhoso tipo... um sapatênis. Eu não deveria me importar, deveria? — Não esperou Jennie responder. — Não deveria. — concluiu. — E também...

Foi interrompida por um selar, sentindo a língua de Jennie, acabou se esquecendo o que ia dizer anteriormente.

— Essa é uma boa forma de me fazer calar a boca — disse, suspirando.

— Talvez a segunda opção. — Jennie sorriu, esperta. Tinha uma mão repousada nos ombros de Lalisa e a outra trilhava um caminho imaginário nas bochechas da tailandesa.

— Quê...?

— Talvez Ten esteja ocupado com Lucas. — explicou — Então, que tal se eu te ocupasse também?

O barulhinho da sucção quando Jennie chupou a orelha de Lisa causou alguns tremeliques na pobre vice-filha, que tentou lutar bravamente, mas Jennie já tinha colocado a mão bem no meio das suas pernas, levantando o pijama com a mão livre.

— Você pode me passar o numero de Lucas? Quem sabe ele não me atende? Ten não terá escapatória... eu... — Mordeu os lábios. — Prometo que não vou perguntar nada sobre o seu vestido e... Tá tarde, né? — sussurrou convencida entre a boca de Jennie, e ela maneou positivamente.

— Podemos resolver isso quando amanhecer. — Ela chupou o lábio inferior de Lisa, mordendo-o antes de empurrar a língua para dentro da sua boca.

Passou as mãos pelos braços de Jennie, sentindo os pelinhos arrepiados. Recebia tudo devagar, a maneira como ela movia a língua e explorava a sua boca, como adentrava os dedos debaixo da sua calcinha e esperava pacientemente os suspiros pesarosos, antes de voltar a beijá-la ainda mais lentamente. O barulho do beijo também seguia essa ordem, era uma trilha sonora gostosa de ouvir, prestar atenção, sentir todo o seu corpo esquentar e obedecer a ordem que Jennie empunha, daquela maneira deliciosamente premeditada para fazê-la perder o controle.

— Lalisa... — ela falou num suspiro, prolongando as vogais. — Você fica tão gostosa assim.

— Hmm... — Foi só isso que conseguiu responder entre os lábios repuxados em um sorriso, mas era um "assim como" para os que não entenderam.

— Esperando eu te foder. — Jennie continuou baixinho, se deliciando com o momento.

Lisa tremeu levemente — lê-se muito — depois dessa fala, e ficou pensando na ingenuidade em achar que Jennie não sabia falar ao menos um palavrão na época que se conheceram, que bobinha ela era.

— Mas eu preciso tomar banho. — Jennie quebrou o clima. Foi tão abrupto que Lisa demorou alguns segundos para entender e abrir os olhos, se sentia esperando um Pedro Bial e recebendo um Tiago Leifert. — Me espera aí.

— Quê? Mas... mas... — lamuriou, formando um biquinho como uma criança mimada. — Não acredito que você vai fazer isso comigo!?

— É rapidinho, eu juro... — Ela apertou a cintura de Lisa e começou um beijo que poderia ser aprofundado, mas o interrompeu para se levantar.

Encarou Jennie com a melhor cara de cachorro sem dono, mas ela apenas riu, tirando a calça bem na sua frente.

Essa criminosa merece perdão?

Bufou, sentando-se na cama depois que Jennie entrou no banheiro, com as pernas abertas e uma cara emburrada, molhada pelo pré-coito interrompido. Até pensou em terminar sozinha o que ela começou, mas, graças a luz do banheiro que invadia o quarto escuro pela fresta da porta, a curiosidade chamou a sua atenção.

Um dos papéis que voou quando Jennie fechou o livro estava caído no chão, perto da mesa, era iluminado pela luz fraca que vazava do banheiro.

Seria errado dar uma espiadinha no que Jennie fazia? Provavelmente seria algo relacionado a direito que não entenderia nada, então, se não fosse nada demais se caracterizaria como algo errado? Jennie ficaria com raiva por ter a privacidade invadida? Mas não estaria invadindo a privacidade dela, daria só uma espiadinha, o papel estava lá, era só pegar e colocar dentro do livro, estaria ajudando Jennie a não deixar suas coisas jogadas no chão.

Isso, uma ajuda. Repetiu até se convencer.

O chuveiro foi ligado e o zumbido enchia o quarto, era o momento perfeito. Engatilhou até os pés da cama, observando a folha avulsa igualzinho uma criança que vê um brinquedo novo.

Caminhou na ponta dos pés. Porque estava agindo assim? Não era nada demais, certo? Errado?

— Arh! Eu não quero pensar! — sussurrou baixinho.

Mas e se Jennie ficar com raiva, Lisa?

— Não é nada demais, consciência — cochichou. — Né?

Será?

Lisa recolheu a mão, em análise, até dar de ombros e caminhar para pegar o papel jogado. Quando Jennie saísse do banheiro contaria que o pegou e deixou junto com os outros, como uma boa garota faria e então poderiam partir para a vuco-vuco sem interrupções.

A folha era lotada de cláusulas, rabiscos, com a letra de Jennie nas beiradas e mais marcações verde fluorescente.

O primeiro tópico estava em destaque:

"Assim sendo, Jennie Ruby Jane Kim tem ciência que, em razão do segredo do contrato de casamento e futuro cargo político indicado por Sunan Manoban, está proibida de divulgar "Informações confidenciais" sendo: dados, correspondências e informações relevadas oral e visualmente, que serão retidas por 3 meses sob pena de, o fazendo, responder judicialmente pelas perdas e danos decorrentes do ato."

Lisa juntou a sobrancelhas, leu duas vezes, porque achou que a primeira estava em outra língua, na quarta vez já entendia que era tailandês mas continuava não compreendendo nada.

— Porque não escreveram de uma maneira mais fácil, meu pai amado?

Logo abriu a boca em um '"aah" quando a lembrança do contrato de confidencialidade apareceu em sua mente, dito por Lucas.

Jennie havia riscado 3 meses e escritos vários "???" em cima.

Caminhou com o papel na frente do rosto para ler as letrinhas menores no quase escuro do quarto, mas acabou tropeçando na cadeira que Jennie estava sentada, soltou um "ai" por seu dedinho dolorido. O livro que repousava em cima da cadeira caiu no chão e o resto dos papéis se esparramaram como tarraxinha de brinco pelo carpete.

— Merda, merda, merda...! — Apressada, se abaixou para recolher.

— Lisa? Aconteceu alguma coisa? — Jennie gritou do banheiro.

— Não! — Os papéis tinham as mesmas marcações, todos com o carimbo do gabinete do pai. Lisa se desesperou só pelo receio de misturar a ordem dos papéis e atrapalhar o trabalho de Jennie. — Nada... tá tudo bem! Toma um banho bem demorado! Lava o cabelo, ok? Pode hidratar e... aproveita pra demorar bastante!

O que Jennie respondeu não deu para ouvir porque o leve "vrumm" fez Lisa pular de susto, colocando a mão no coração antes de levá-la até a mesinha para pegar o celular de Jennie. Eram muitos papéis, todos com letrinhas pequenas e o nome de Sunan, gráficos e mais coisas que faziam a sua mente dar um nó... e então, tudo parou.

É clichê dizer que Lisa viu aquele momento passar em câmera lenta, mas a informação recebida a fez prestar atenção no barulho do chuveiro de Jennie, constante e ritmado, na luz que saia pela porta e enchia o quarto de sombras, nas unhas que precisavam ser feitas, segurando com força o celular de Jennie.

A tela iluminou seu rosto e o nome de Jisoo apareceu. A mensagem fez Lisa engolir o seco e prender a respiração, deslizando o dedo para desbloquear o aparelho.

Caiu na caixa de mensagens e pode, enfim, ter certeza. Não era paranóia da sua cabeça, sono ou possíveis inclinações esquizofrênicas. A mensagem de Jisoo era clara: "Quando Elane for assassinada."

Lisa se sentiu sufocada, indigesta, como se uma prensa fosse empurrada em cima do seu peito até esmagar. Tinha muitas perguntas, a primeira delas era o contato direto e um tanto quanto íntimo de Jennie com a assessora, para que elas trocassem números particulares e mandassem mensagens pela madrugada, as outras se embrenharam em fios intermináveis por sua mente. Com o dedo trêmulo, subiu as mensagens.


(2:55) Jennie: O contrato tem a duração de 3 meses, é um prazo curto e específico demais.

(2:56) Jisoo: É o tempo necessário para se casar com Lisa, ganhar a cidadania e assumir a vice presidência, Jennie. Assim que você receber imunidade parlamentar não há necessidade do contrato.

(3:00) Jennie: Quando Elane for assassinada?

E então, a resposta recente.

(3:25) Jisoo: Quando Elane for assassinada.


Lisa arfou. Poderia ser uma brincadeira boba entre Jennie e Jisoo, elas poderiam estar falando em códigos, senão, porque o assassinato da então presidenta estava sendo comentado com a mesma naturalidade de um "bom dia"?

Deixou o celular no chão e procurou o primeiro papel caído, releu a cláusula em negrito: "em razão do segredo do contrato de casamento e futuro cargo político indicado por Sunan Manoban."

— Mas que futuro cargo? — Nem menos precisou terminar de falar, a constatação veio tão depressa que precisou piscar algumas vezes. Era como se tivesse problemas de visão a vida inteira, não soubesse, e ao colocar um óculos pudesse ver tudo corretamente. Era por isso que Sunan precisava tanto ganhar aquelas eleições, se Elane fosse assassinada como presidente, o vice tomaria o seu lugar.

Lisa olhou para as próprias mãos, trêmulas.

— Meu pai como presidente e... — Leu novamente a cláusula, caída aos seus pés. — Jennie como vice.

Ela finalmente descobriu — em meio aos tremeliques e dúvidas quanto a sua sanidade mental — que era apenas uma das peças do acordo, não a razão principal dele. Era como aquelas notícias que via na televisão de pessoas usando algo de fachada para encobrir uma transação ilícita. Era Sunan usando o acordo de casamento de Lisa para encobrir o real acordo que tinha com Jennie: entregar a vice-presidência a ela depois que Jisoo matasse Elane, ter uma aliada casada com a sua filha, onde poderia ter tudo sob controle.

Não estava viajando demais, certo? Pela primeira vez conseguia ver a malícia intrínseca em ações que costumava não pensar muito. Qual o outro motivo para Jisoo estar no meio disso? Por qual razão Sunan colocaria sua assessora principal e mais bem treinada para cuidar de casórios e escândalos? Durante esses últimos meses, Jisoo deixou completamente o cargo de lado para virar babá de Lisa e Jennie. Ela não estava apenas cuidando do casamento e da integridade de Lisa, estava zelando para que tudo caminhasse conforme o acordo, afinal, era Jisoo quem fazia o serviço sujo.

Lisa segurou a barriga, como se tentasse recuar o enjoo que subia pela garganta, foi Jisoo quem deu um jeito nos homens contratados para a falsa tentativa de assassinato, no evento beneficente que Jennie discursou, se lembrava perfeitamente da conversa que bisbilhotou entre os dois. Logo sua mente caminhou para memórias mais profundas, nas palavras que Jennie tentou dizer quando estavam presas naquela sala escura, com Lisa preocupada com Ten e contando sobre a sua vida. Naquele momento não deu muita bola, mas agora tinha certeza que Jennie queria contar alguma coisa, mas Jisoo apareceu e interrompeu qualquer tentativa.

— Não, não, não, não... — sussurrou, incrédula.

Depois da tentativa de assassinato Jennie estava estranha, saiu do palácio em meio a um café da manhã, abalada e chorosa quando Sunan a chamou. Todas essas cenas enchiam os olhos de Lisa e ganhavam um segundo tom de interpretação, junto ao que Lucas havia dito, o que fazia tanto sentido que a deixava zonza. "Jennie é inteligente o suficiente para saber que se quiser mudar alguma coisa vai ter que colocar a cara a tapa, mas só consegue se candidatar a cargos políticos se tiver cidadania tailandesa e se consegue cidadania tailandesa se casando com uma tailandesa."

Como nunca parou para pensar nas reais prioridades de Jennie Kim?

Diferente do que pensou que faria, o que aquela menina chorosa e ingênua faria, o fruto bom que nasceu no meio daquela podridão, que gostava de ver noticias sobre si e ir a festas, a que nessa ocasião vomitaria e imploraria por respostas, Lisa se levantou, limpando a lágrimas na blusa do pijama. Pegou seu próprio celular na cabeceira da cama.

Havia diversas chamadas não atendidas no visor, porque Ten não a atendeu todas as outras vezes antes dessa. O horário era atípico e as chances de conseguir falar com ele eram ínfimas. Suas mãos tremiam, levou um dedo até a boca e começou a roer as unhas, uma mania de quando era criança que havia largado há muito tempo. Lisa estava elétrica, sentia seu coração martelar incessantemente, as informações que recebeu dançando como códigos na tela de um computador. Ten atenderia, ele poderia demorar — o que era um empecilho, já que tempo era uma coisa que Lisa não tinha — mas ele atenderia. Não soube dizer se a conexão deles voltou a dar o ar das graças, mas suspirou aliviada ao ouvir a voz do irmão do outro lado da linha.

De alguma forma bizarra, Ten soube que algo deu errado porque não disse "alô" "o que você quer?" ou o simples "está tudo bem?", sua primeira frase foi:

O que aconteceu?

Lisa teve vontade de chorar de novo, mas era tantos papéis para pegar que colocou o celular entre o ouvido e ombro enquanto recolhia todos. Abriu a boca para falar, mas alguém do outro lado da linha foi mais rápido.

— Espera, quem está aí com você? — perguntou.

Luc... só um momento, é a minha irmã, espera... — risos — Lucas, é sério, parece ser importante...

— Ten, porra! — Formou uma concha entre a boca e a saída de som do celular. — Sai de perto dele e me escuta! Sai daí agora!

O som do chuveiro de Jennie desligou.

Lisa prendeu a respiração, voltando a empurrar o celular nos ombros enquanto dessa vez, embolava os papéis de todo o jeito só para conseguir colocá-los dentro do livro. Tinha menos de dois minutos, um minuto talvez, Jennie sairia daquela porta e um confronto era tudo que menos queria.

— Lisa? Eu esqueci a toalha! — A voz de Jennie soou abafada no banheiro, trêmula, e foi naquele momento que ouviu seu coração se quebrar em mil pedaços, as lágrimas agora voltaram, manchavam as letrinhas nas folhas suspensas em sua mão. — Acho que deixei na cadeira... ou na mesa...

Com uma força que não sabia que tinha se levantou, engoliu em seco, sentindo o gosto de bile na boca. Precisou de alguns segundos para se recuperar, os olhos fixos na contagem que aparecia na chamada. Quando voltou a colocar o celular na orelha, a voz de Ten soava alarmada.

Você quer me matar de susto?! Me conta logo!

— Onde você está?

Vim pro seu quarto. — Ele tossiu. — Tem alguma coisa morta aqui dentro...

Lisa olhou para a porta do banheiro, quase deixando o celular cair por puro nervosismo.

— Ten, preciso que saia daí, sozinho, não conte nada a Lucas. Saia do palácio sem chamar a atenção de Jisoo, Armário e principalmente do nosso pai. Estarei há algumas quadras da casa de Jennie, me busque. Eu conto tudo quando chegar — respirou fundo. — Precisamos impedir um golpe de estado.

Quando Jennie bufou e saiu do banheiro, cheia de pingos de água pelo corpo nu, estava preparada para zoar Lalisa, porque, provavelmente a tailandesa havia dormido. Mas o que Jennie Kim encontrou foi um quarto vazio, a cama desforrada e um frio anormal entrando pela janela entreaberta. Lisa, nesse ponto, já descia as escadas do apartamento com o livro agarrado na frente do peito e temendo que as lágrimas a fizessem tropeçar nos degraus.


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