PENÚLTIMO CAPÍTULO
Eitaaaaaaa que estamos no penúltimo capítulo...
Fortes emoções vem pela frente.
— Tem certeza que você está bem para ir a essa festa? — levantando uma de minhas sobrancelhas eu encaro o reflexo de Ibrahim no espelho. — Ok, só queria ter certeza.
— Sem contar que será na casa do seu irmão, não haverá problema algum. — vira-me ficando de frente para ele, ficando na pontinha dos pés, e beijo seu queixo. — Ficarei sentada no sofá, sem fazer esforço algum, e sair um pouco, interagir com outras pessoas me faz muito bem, eu até me alimento melhor.
— Você já havia me convencido só com o olhar. Mas realmente você tem vocação para ser advogada, sabe como argumentar como ninguém. — rimos.
— Vamos se não iremos nos atrasar. — seguro em sua mão saindo do closet.
Ao chegarmos na casa de Almir, logo se via que a festa estava bem animada, sorri ao ver Melissa vestida de odalisca, ela corria pelo jardim. Também havia uma enorme tenda montada, músicos e dançarinos estavam em um pequeno palco. Sorri ao olhar para Ibrahim, animada com a festa e me deparei com seu olhar perdido.
— Você era terrível como seu irmão quando criança? — Ibrahim pergunta ao levar o carro para a garagem. Fico tentando entender o porque de sua pergunta. Lembro da pedrada que Irã acertou nele, na época que nem tínhamos nada de verdade.
— Meu irmão não é terrível somente porque acertou uma pedra em sua testa. — falo abrindo a porta. — Mas nunca acertei pedra em ninguém, se é o que quer saber.
— Espero que nossos filhos puxem você. — ele diz saindo do carro, e seu comentário me faz rir. Seguimos de mãos dadas até a porta de entrada da casa.
— Porque você sim é terrível. — falo quando entramos na casa.
— Eu nunca neguei isso. — diz com um enorme sorriso no rosto. Encontramos com Almir e Ayla vindo em nossa direção.
— Zara! — ela me abraça e logo olha para Ibrahim. — Espero que você seja mais consciente que seu irmão. — o adverte. Ibrahim levanta as mãos em defesa.
— Foi só um pedaço de doce Ayla. — Almir comenta sorrindo, ficamos sem entender o que aconteceu.
— Almir, deu doce a Emir no casamento de Izabel. — sem que ela note, Almir continua sorrindo. — Foi somente um pedaço, mas não se dá doce para bebês!
— Pra mim será mais fácil, pensa bem. — Ibrahim comenta. — Zara vai estar ocupada com um enquanto eu dou doce para o outro. — ele fala piscando para o irmão que cai na risada. Dou uma cotovelada em Ibrahim. — Brincadeira amor, você acha que vou fazer isso? — pergunta rindo enquanto passa a mão na barriga.
— Não acho, tenho certeza. — comento rindo também.
— É irmão, nossa moral já foi mais alta. — Almir comenta com Ibrahim enquanto se afastam já conversando sobre algo da empresa.
— E então onde está a aniversariante?
— Surtando em algum lugar desta casa. — Ayla me responde rindo.
Começamos a caminhar pela casa, e encontramos com James.
— Zara. — ele me cumprimenta, e automaticamente Ayla também. Continuamos até chegar a sala onde encontramos Bel conversando com Amara.
— Acredite se quiser, eu sei que ele é o advogado do Almir, mas nunca sequer falei com ele. — ela comenta casualmente.
— E, eu achei que Ibrahim era ciumento. — olhamos uma para outra e rimos. Chegamos até onde as duas conversam. — Bel. — a abraço e lhe entrego o embrulho que trouxe.
— Zara, não precisava. — ela diz com um enorme sorriso, então olha para os lados. — Mentira, precisava sim. — rimos da euforia de Izabel em abrir o embrulho.
— Amara, que bom que veio. — cumprimento a advogada que tem cuidado de tudo desde que eu me afastei por conta da gravidez.
— Quase não vinha, tenho alguns processos para estudar, mas Izabel insistiu. — ela dá de ombros.
— Insisti mesmo. — Bel comenta tapando a boca, e me olhando logo em seguida. — Meu Deus Zara é lindo. — vejo que acertei no conjunto de colar, pulseira e anel em ouro branco com seu nome no pingente do colar, escrito em árabe.
— Está escrito Izabel. — falo e ela me abraça novamente.
— Meu melhor presente foi um dia ter conhecido vocês.
Esfrego a nuca mais uma vez incomodado de certa forma com o fato de não estar na posição que sempre estive. Cuidar da segurança sempre foi o que fiz, mas hoje por ser aniversário de Izabel, alsyd não me deixou ficar nos bastidores.
Entro na casa indo em direção ao escritório, onde fui chamado. Ao chegar no corredor vejo Zayed parado ao lado da porta ao telefone.
— Irei assim que puder não se preocupe. — diz encerrando a conversa assim que chego até ele.
— Namorada? — pergunto descontraindo, já que nunca o vi com nenhuma mulher.
— Não, minha avó cobrando visita. — lembro da senhora que vez ou outra liga para ele, mas nunca conversamos sobre família. Na verdade ele não gosta de tocar no assunto. — Animado para festa? — nem respondo, e ele já começa a rir. — É quem te viu quem te vê. Hoje um homem casado. — quando penso em responder a porta é aberta e Ibrahim sai do escritório.
— Jamal, Zayed. — nos cumprimenta ao passar por nós indo em direção a festa.
Entramos no escritório, alsyd está ao telefone e vejo Samir Hamed sentado no sofá. O cumprimento com menear de cabeça e fico esperando alsyd Almir terminar sua ligação. Percebo a troca de olhares entre Samir e Zayed, e não entendo, mas deixo de lado fazendo somente uma anotação mental para procurar saber algo sobre isso, mais adiante.
— Jamal. Pedi que viesse até aqui, será rápido. — alsyd se levanta indo até o cofre, abrindo e guardando um envelope azul. — Quero que olhe esses documentos depois, são sobre o acidente do meu pai, sei que você levantou uma investigação anos atrás, e que eu também havia falado que não mexeria mais nisso, então olhe tudo e guarde em um dos cofres dos bancos, Ibrahim inda tem vontade de mexer com isso, entregue a ele quando precisar.
— Você não mais? — Samir pergunta. Alsyd volta a sentar-se em sua cadeira e fica pensativo por um tempo. — Eu até hoje não aceitei a morte de Fauzi.
— Independente do que eu faça, não vai trazer ele de volta. — alsyd fala.
— Não, não traria, mas limparia a imagem dele. — Samir comenta encarando alsyd que por sua vez olha para Zayed pensativo, mas logo em seguida abre a gaveta da mesa e estica a mão em minha direção, com um papel.
— Quero que providencie minha ida para Nima. — pego os papéis. — Organize a visitação de todos os pontos da cidade, isso você pode ver com Samir, já que ele está administrando desde que me afastei dessas obrigações.
— Sim senhor, farei logo pela manhã. — pego o papel olhando alguns dados.
— Logo pela manhã não Jamal, você tem ideia a que horas essa festa termina? — Samir me pergunta rindo. Acabo concordando pensando em Izabel. — É melhor deixarmos para depois de amanhã.
— Agora me deixem sozinho preciso conversar algo com Zayed. — me despeço de alsyd e saio do escritório acompanhado de Samir, que fica na sala servindo-se de alguma bebida.
Sigo até a sala de segurança para guardar a folha que alsyd me entregou.
— Tigrão! — ouço a voz de Izabel literalmente gritar o maldito apelido quando passo por uma das salas da casa. Eu paro, mas não viro, e logo ela está ao meu lado. — Onde está indo?
— Guardar um documento. — respondo ao balançar a folha no ar. Ela começa a rir. — Maneira na bebida. — falo apontando para o copo em sua mão.
— Deixa de ser chato, hoje é meu aniversário. — chegamos a sala de segurança e destravo a porta com o código no painel digital. Logo em seguida a porta é aberta. — Nossa acho que nunca entrei aqui. — ela comenta ao olhar os monitores.
— Você nunca fez parte da segurança, não poderia entrar. — respondo guardando o papel em uma pasta.
— O que são esses pontinhos vermelhos, piscando e se movimentando? — paro ao seu lado.
— Esse. — aponto para um específico. — É Emir no quarto com a babá. — aponto para o outro em outro ambiente que está parado. — É a senhora Ayla. — depois de explicado perto um botão onde as câmeras são acionadas em outro monitor e a imagem de Emir brincando com seus carrinhos no chão enquanto a babá está sentada ao seu lado interagindo com ele, mostram o que ambos estão fazendo em tempo real. Izabel me olha de boca aberta.
— Você monitora eles o tempo todo?
— Não somente eu, afinal não fico aqui o dia todo, mas sim desde que houve o sequestro, Emir e senhora Ayla são monitorados. Como futuramente os filhos de Ibrahim também serão.
— Você não abriu a imagem de onde Ayla está. — ela me encara.
— Não há necessidade, isso é para a segurança deles, não para vigiar. — explico. — Ninguém tem acesso a essa sala, sem autorização, tudo fica gravado e se precisar, aí sim procurasse as imagens, e não são todos os cômodos que tem câmeras.
— Ela sabe que está sendo monitorada?
— Claro.
— Você não colocou mais nenhum negócio desses em mim, não é mesmo? — ela começa a passar as mãos pelo corpo em busca de algo. Começo a rir e não respondo. Volto a abrir a porta digitando o código. — Tigrão?
— Não Izabel. — saímos da sala e volto a travar a porta. — Mas na Melissa sim. — ela concorda, porque já havíamos conversado em relação a isso. — Falando nisso tenho algo para você no quarto, vamos até lá. — ela enrosca seu braço no meu, e me olha mordendo o lábio, e sei que já passa inúmeros pensamentos pecaminosos por sua mente. — É o seu presente, não pense bobagem.
— Eu gosto muito dos presentes que você me dá no quarto, sabia? — acabo rindo.
Logo chegamos a ala que fica os dormitórios, e destranco a porta do meu quarto, sigo até o armário pegando o envelope. Quando olho para trás ela está deitada em minha cama, me olhando enquanto alisa o lençol.
— Sabia que eu amo esse cheiro que só tem aqui. — ela cheira a roupa de cama. — É muito bom.
— Deve ser o vestígio do perfume que Jasmim fazia para mim. — fecho o armário e vou até ela.
— Minha puritana. — recebo um soco assim que sento ao seu lado. — Se você tivesse colocado um rastreador nela, saberíamos onde ela está. — ela pega o envelope e retira os documentos que consegui.
Izabel senta-se e começa a ler, volta a me encarar e continua lendo, até que lágrimas deslizam por seu rosto.
— Como conseguiu isso? — pergunta olhando as outras folhas. — James disse que ele não aceitou o acordo.
— E, não havia aceitado. — falo. Ela me olha, e eu aproveito para secar seu rosto. — Mas agora aceitou. — sorrio.
— Eu não vou te perguntar como você conseguiu isso, mas eu espero tigrão que você tenha dado uma boa surra nesse verme. — ela pula em cima de mim, me abraçando.
— Pode ter certeza que sim. — recebo vários beijos no rosto.
— Eu tenho a guarda total, nem acredito. — ela volta a olhar as folhas. — Muito obrigada, não sei como te agradecer. — seguro em suas mãos, tirando as folhas e colocando do lado. — Mas acho que você sabe, não é mesmo?
— Quanto você já bebeu hoje? — me debruço sobre ela, que abre as pernas me deixando encaixar perfeitamente sobre ela.
— Não o suficiente... — suas mãos sobem minha camisa, e seus dedos começam a trabalhar em tirar minhas calças.
Volto a circular na festa e não consigo esconder o sorriso que estampa meu rosto. E, não pense que isso se dá somente ao fato de ter tido aquela foda com meu tigrão em seu quarto. É porque estou feliz de uma forma inexplicável.
Ter meus amigos reunidos para comemorar meu aniversário, é algo que para mim não tem preço. Passo pela sala vendo Zara conversando com Ibrahim e Malika, sua sogra. Dou uma rápida olhada pelo ambiente a procura da mãe de Almir, mas não a encontro, deve estar lá fora.
Encontro com James e Amara envolvidos em uma conversa animada regada a risadas, fico feliz em as pessoas estarem felizes a minha volta. Olho no relógio, vendo que o jantar será servido, então vou a procura da minha irmã, e seu cúmplice em peraltice.
Saio no jardim que onde sei que ela deve estar, já que desde que chegamos ela está encantada com as dançarinas de dança do ventre. Encontro Melissa jogando conversa fora com Mustafá, não era bem esse cúmplice de peraltice que esperava encontrar com ela, e sim Irã, irmão de Zara.
— Melissa. — chamo, o que a faz olhar para trás. — Vão servir o jantar. — ela me olha torcendo o nariz.
— Eu já vou. — me responde voltando a olhar para frente, e encaro Mustafá.
— Parabéns cara Izabel. — ele diz levantando uma taça de alguma bebida. — Não gosto muito de festas, mas tenho que admitir que essa família sabe fazer uma como ninguém. Obrigado pelo convite. — reviro os olhos.
— Obrigada pelas felicitações, mas não me agradeça pelo convite, não fui eu que enviei. — respondo lhe dando as costas, e ainda posso ouvir sua risada. Cretino.
Após anunciarem que o jantar seria servido, todos se encaminharam para a sala de jantar. A grande mesa estava posta com uma enorme variedade de comidas, entre especialidades árabes como também comidas espanholas.
Cheguei perto da travessa de Paella sentindo seu aroma inconfundível, me servo com uma boa porção desse prato típico da Espanha, minha terra. Jamal ao meu lado não dispensa as comidas árabes, olho seu prato quase vazio e o encaro.
— Não fico a vontade. — ele me responde sem ao menos eu ter verbalizado qualquer pergunta, mas como ele me conhece melhor que ninguém, já sabia o que se passava por minha mente.
— Você tem que se acostumar. — digo pegando uma uva do meu prato e enfiar em sua boca.
Depois de comer alguma coisa e forrar meu estômago, voltei a beber. Não em excesso, mas desfrutar de algo que a tempos não faço, em meio aos amigos, não vejo problema.
Aqui eles tem um costume que após as refeições eles se reúnem em outra sala, para tomarem o costumeiro chá árabe, que eles tomam como água, diga-se de passagem. Os homens as vezes fumam o tal narguile, com suas essências. Aproveito esse momento para fazer um agradecimento.
— Queria atenção de todos! — falo colocando a taça que estava bebendo em cima de um móvel. — Por favor é claro. — todos voltam sua atenção para mim. — Sei que devem estar pensando, eita Izabel bebeu demais, e vai falar bobagem. — bato uma mão na outra, e dou risada. — todos riem. — Tá bom, eu sei que nem todos, mas alguns sim. — faço sinal com o dedo batendo em meus olhos, e apontando para o tigrão que me olha sério.
— Ninguém pode culpá-lo. — Mustafá comenta sentando-se de forma relaxada em um dos sofás. Ignoro seu comentário.
— Bom o que eu quero é agradecer a todos, por tudo. — olho nos olhos de cada um presente na sala. — Vocês foram e são pessoas muito, mas muito importantes em minha vida. — olho para Ayla que está quase chorando que eu sei, o que me faz também sentir aquele apertinho no peito. — Obrigada por terem me permitido fazer parte dessa família, tenho uma irmã de alma, um paizão do coração que sempre puxa minha orelha quando precisa, mas também sabe me dar apoio quando preciso. — olho para Almir e juntando minhas mãos no peito, eu agradeço com os lábios sem que nenhum som saia da minha boca.
— Se você tem uma irmã de alma, eu sou seu irmão de alma também? — Mustafá pergunta batendo aquele terço dele em sua perna.
— Apesar de eu ter inúmeros motivos para ter um pé atrás com você, eu também te agradeço se é que é isso que você espera que eu admita. — ele torce a boca e me encara.
— Mustafá nos ensina a cada dia, como nunca devemos confiar nas pessoas, não é mesmo cunhadinho? — Almir comenta levantando a taça na direção dele. Todos rimos, até mesmo Mustafá.
— Nada como um dia após o outro, não é mesmo? — ele comenta sem querer ficar por baixo. Olho em direção a entrada da sala, e começo a realmente concordar com tigrão. Acho que bebi demais, já estou tendo alucinação.
Esfrego meus olhos, que estão embaçados por conta das lágrimas não derramadas, pela emoção, e resolvo encerrar o agradecimento.
— Deixa eu terminar antes que eu não consiga, porque acho que Jamal tem razão em dizer que bebi demais já estou vendo alucinações, como a nossa florzinha fujona parada ao lado do senhor mistério ali na porta. — aponto com o dedo na direção e dou risada, notando que logo em seguida todas as cabeças se viram na mesma direção que apontei.
— Jasmim? — Jamal pronuncia seu nome em meio ao silêncio que se instalou na sala.
— Vocês também estão vendo? — pergunto olhando para o copo que estava em minhas mãos. — O que vocês colocaram nessas bebidas? — começo a ficar confusa.
Ou ela realmente está aqui e com um barrigão enorme, ou está todo mundo pra lá de Bagdá. Se bem que Bagdá não é tão longe se levar em conta de onde nós estamos... Para de pensar Izabel! Bato em minha testa, voltando a olhar na direção da porta.
— Oi. — é o que ela fala ao notar que todos olham em sua direção. — Eu voltei.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro