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CAPÍTULO VINTE TRÊS

Olá meus amores, tudo bem com vocês? 

Não, eu não fui raptada hahaha Graças a Deus, né?

Um aviso importantíssimo segue... 

Eu ando numa correria tremenda aqui, com as aulas online, por isso não apareci antes. Sobre o wattpad muitas coisas estão acontecendo. Muitas autoras deixando a plataforma, e eu? 

Bom eu estou aqui, sei que tudo que tem acontecido é algo muito sério, mas tomei as medidas de seguranças sugeridas pela plataforma, e seguiremos o bonde e torcer que nada aconteça, não vou parar a publicação a história, mas  vou mudar algumas coisas, como ela não ficará completa na plataforma. Então quando eu começar a postar a reta final irei tirar os primeiros capítulos, sei que isso é muito chato, muitas pessoas só lêem quando o livro está completo, mas infelizmente não posso fazer nada com relação a isso, o livro é grande nem estamos na metade dele ainda, e enquanto as coisas não forem resolvidas com relação a plataforma ter sido hackeada, é assim que irei fazer, então não acumulem muitos capítulos, eles são grandes, e assim que postar o epílogo irei deixar por pouco tempo. 

Avisem as (os) amigas (os) que desejam ler por aqui para ficarem atentos, os meus outros livros que estão completos na plataforma já comecei a retirar. Não fico feliz por isso, mas temos que nos proteger da maneira que podemos, é muito trabalho para ser perdido. 

Mas deixemos isso de lado e vamos voltar ao que interessa... 

Sei que vocês estão curiosos para saber o que se deu de Zara e Ibrahim com relaçao a Hadija, mas isso é assunto para outro dia... 

Como disse em um outro capítulo, Izabel fez merda... mas para tudo tem sempre um porque e para quê. 

Bjos e boa leitura. 

"Precisamos conversar"

Essa frase não para de martelar em minha cabeça, e me, despedir do tigrão hoje cedo, sem dizer que não o veria mais, me deixou tão mal, que resolvi escrever uma carta a ele que deixei entre suas roupas, não sei quando ele vai ler, mas espero já estar bem longe quando isso acontecer. Sei que é covarde o que fiz, mas não conseguiria olhar em seus olhos, e simplesmente dizer tchau.

Agora entendo por que Jasmim fez o que fez. Cheguei a condená-la, e hoje estou fazendo o mesmo. Como dizem por aí: cuspir para cima, cai na minha cara.

Eu me sinto uma total bagunça por dentro, meus sentimentos estão em conflitos, parte de mim quer ficar e a outra parte quer sumir para longe de tudo e todos. Ainda sinto o choque da notícia do Mustafá saber sobre minha mãe. E medo do que ele possa querer fazer com isso.

O que ele pretende com isso?

Não sei.

E em relação a todos saberem do que fiz?

Apavorada, seria a palavra certa.

Nem sei como consegui chegar hoje no trabalho. Desde que sai da casa onde estava com Jamal eu meio que estou seguindo no automático. Fui até o meu hotel, tomei banho me troquei e vim trabalhar, agora encontro-me sentada em minha sala, olhando tudo em volta, sem conseguir raciocinar direito.

Sempre me senti sozinha e indefesa no mundo, tendo que lutar contra tudo e todos, ninguém nunca ligou para mim, ou para o que eu fazia da minha vida. E continuo não ligando para nada disso, o que mais me dói não é deixar o emprego que consegui, e sim ele.

Pego a carta de demissão que escrevi nem sem como e vou pelo menos dar uma satisfação ao Ibrahim, não quero ser mal agradecida, mas ele tem sido muito bacana comigo, mesmo depois de toda a bagunça que eu fiz na empresa, nem ele nem Almir me acusaram de algo. Somente o arrogante do James, aquele bulldog inglês filho de uma... Uma... Melhor deixar a mãe dele fora disso. Ele ter sugerido que eu teria me vendido a Mustafá foi um absurdo.

Com uma imensa dor no peito sigo ate a sala de Ibrahim.

— Bom dia. Ele está ocupado? — pergunto a sua secretária.

— Não. Vou avisar que a senhorita vai entrar. — agradeço e sigo em direção a porta e escuto o clique da trava automática sendo aberta.

— Ainda acho muito chique toda essa segurança de vocês. — falo assim que entro e travo no lugar quando vejo quem está aqui. — Você? Onde está seu irmão?

— Você parece decepcionada em me ver. — Almir se recosta na cadeira e me olha com curiosidade. — Posso saber por quê? — ele olha para o papel em minhas mãos.

— Só não esperava encontrar você aqui. — não falo que seria muito mais fácil ter essa conversa com seu irmão, mas seja como for. — Você não tinha que estar na Turquia?

— Sim, mas Zara sofreu um acidente e eu resolvi ficar mais alguns dias, assim Ibrahim pode cuidar dela. — ele aponta para cadeira a sua frente.

— Acidente? Mas ela está bem? — sento agora preocupada com ela.

— Sim, está tudo bem. Ela caiu e torceu o pé, vai ficar uns dias de molho, mas nada grave. — relaxo por não ser nada grave.

— Que bom que não é nada grave.

— Mas o que te trás aqui? — ele olha novamente para a folha. — Isso é um novo planejamento? — sei que não tenho como correr dessa conversa. Eu poderia somente deixar a carta no RH e pronto, mas tenho que dar uma explicação.

— Não deixa de ser um novo planejamento, só que meu. — respiro fundo colocando a carta na mesa e empurrando para ele. — Não quero parecer ingrata por tudo que fizerem por mim. — começo a ficar nervosa pela maneira que ele olha da carta para mim. — Você fez no caso, mas eu sinto que não estou desempenhando bem meu papel e acho que não nasci para esse mundo dos negócios. — começo rir enquanto falo, mas nem eu sei o que estou falando direito. — Enfim é isso, eu agradeço tudo o que você fez por mim, toda a confiança, mas estou indo embora.

Ficamos por alguns segundos nos encarando sem falar nada, ele somente me analisando e batucando os dedos de uma forma que me deixa mais angustiada. E sua expressão é tão neutra que começa a me dar medo.

— Seu irmão já teria falado alguma coisa.

— Não. — reviro meus olhos.

— Teria sim, ele é bem mais comunicativo que você... — ele pega a carta e amassa.

— Eu não aceito sua demissão Izabel. — e joga no lixo. — Sua decisão tem haver com o que aconteceu na festa? — minha vez de recostar na cadeira.

— Eu dei um baita prejuízo a vocês e você me pergunta o motivo, o correto era você ter me demitido. — a única coisa que ele faz, é levantar uma das sobrancelhas a espera da resposta. — Também. — confesso. — Mas os motivos estão fora de questão, eu tomei essa decisão e não vou voltar atrás.

— Então vai desistir assim tão fácil?

— Não é uma questão de desistir Almir, e sim escolher as batalhas que quero lutar, e essa eu não quero. Eu achei que conseguiria deixar tudo para trás e recomeçar, mas as coisas não são assim. Estou cansada das pessoas sempre terem algo contra mim e tentarem usar isso de alguma forma.

— Então desiste.

— Não é desistir. É uma escolha.

— Então você está escolhendo desistir? — ele me encara.

— Você não parecia ser assim tão chato quando a Ayla estava por perto. — e o fato de ter mencionado o nome dela, vejo um leve sorriso formar em seu rosto. — Só aceite a demissão.

— Diferente de você eu não desisto fácil do que quero, e eu quero você aqui, então não, eu não aceito sua demissão. — ele levanta com toda a elegância que um homem pode ter, e vai em direção ao sofá. — Porque não me conta o que está te incomodando de verdade.

— Eu agradeço tudo, mas é melhor eu ir embora, não quero conversar sobre isso. — acabo levantando e o seguindo.

— Melhor para quem, para você talvez. — ele senta-se. — E o que eu vou dizer para sua amiga, que está na Espanha esperando o segundo filho, e que acorda angustiada quase todos os dias sem a notícia de Jasmim, e que está tão feliz por você não estar mais vivendo a vida que tinha antes, Izabel. — escondo meu rosto entre as mãos. — O que eu falo para ela? Que a única pessoa que ela considera sua irmã, simplesmente pediu demissão e foi embora, para viver não sei a onde, não sei do que.

— Você usar a Ayla é jogo baixo.

— Não estou usando e sim só constatando. Pensou nela em algum momento?

— Pensei em todos. — minto. Não pensei em ninguém além de mim mesma.

— Eu vi muitas qualidades em você quando te conheci Izabel. Mas esse egoísmo que estou vendo agora, eu não imaginava que fosse uma delas. — eu o encaro pela dureza de suas palavras.

— Não sou egoísta, estou fazendo isso pensando em vocês também, não quero ver vocês envolvidos em toda essa sujeira que é meu passado. — minhas palavras saem baixas.

— Isso tem haver com o fato de você ter tentado matar sua mãe? — levanto meus olhos para encará-lo. — Se for não vejo motivo para fugir.

— Como você soube? Ele já te contou não é mesmo? — volto a esconder meu rosto entre as mãos. — Não pensei que aquele cachorro fosse tão rápido, desgraçado.

— Sim, foi Mustafá que contou. Não agora Izabel. Já tem um tempo, inclusive James já esteve na Espanha procurando tudo o que tinha para poder lidar com tudo. Inclusive não existe um processo existia uma queixa que já não existe mais.

— James? — minha pergunta revela total espanto. — Ele sabe? Como assim faz tempo? E não existe mais? — ele sorri.

— James não é pago para falar e sim resolver. Ele pode parecer um pouco arrogante eu sei, mas é um dos melhores advogados que temos aqui em Dubai, e eu confio totalmente nele.

— Um pouco arrogante foi delicado da sua parte. — penso nas insinuações dele para mim quando estávamos falando do que aconteceu depois da reunião com os acionistas. — Ele me acusou de ter me vendido Mustafá. E isso me deixou mal, até bati nele.

— Você foi ingênua Izabel.

— Devo encarar isso como um elogio? — ele dá de ombros.

— Se for esse o motivo de você estar tentando se demitir esqueça James já está cuidando de tudo como se deve. Não podemos julgá-lo de ter tirado suas suposições sobre seu envolvimento com Mustafá, James o conhece muito bem, mas não conhece você.

— Não, ele foi um escroto, mas eu comecei fazendo tudo errado. — esfrego meus braços, angustiada olhando para Almir e pensando no que fui capaz de fazer um dia.

— Mas você nem sabe o que eu fiz.

— Não, eu não sei, mas fugir não é a melhor opção. O passado sempre volta, e a verdade sempre aparece. Tudo é uma questão de tempo, esteja onde estiver aqui ou lá. — ele mexe no celular. — A diferença é que aqui você tem amigos, lá não, será você e você somente.

— Amigos. — repetir essa palavra em voz alta faz meu peito começar a doer e as lágrimas surgirem em meus olhos. — Eu nunca tive amigos.

— Mas agora tem. E não seja tão egoísta pensando só em você e fugindo.

— Eu estou cansada Almir. — admito entre lágrimas e soluços. — Tudo tem dado errado desde que eu cheguei aqui. Por minha causa a Jasmim fugiu, minha relação com tigrão foi pro espaço, mesmo depois de ontem, nada é como antes, dei um enorme prejuízo a vocês, e agora isso, do meu passado, eu não aguento mais. — coloco meu rosto entre as mãos e deixo toda essa angustia sair. Choro. Sinto o sofá onde estou afundar ao meu lado e sou puxada por seus braços.

— Por isso eu falo, fique e resolva tudo. — continuo chorando. — Todos somos seres humanos e erramos Izabel, mas o maior erro é fugir do que não se pode. Não podemos fugir do que somos, podemos mudar o que já fomos um dia e nos tornarmos melhor.

— Esses conselhos eu esperava receber de uma vovó, bem vivida que aprendeu com a vida, mas não de você. Como você consegue ser assim tão sábio? — ele ri quando me afasto para olhá-lo.

— Uso o que Allah me deu. — fico confusa. — Escuto e observo bastante. — ele aponta para os olhos, ouvido e boca. — Temos dois ouvidos, dois olhos e uma boca. Acho que isso já é um bom indicativo que se deve observar e ouvir mais do que falar, já que só temos uma boca. — fico encarando o único que nunca me julgou e sempre viu em mim alguma qualidade.

— Caramba. — digo balançando a cabeça. — Você foi a única pessoa que enxergou algo de bom em mim, e me deu uma chance de mudar de vida.

— Esse mérito não é meu, e sim do Jamal foi ele quem pediu para que você fosse inserida na equipe. — agora minha boca vai ao chão. — Ele me disse que viu algumas qualidades suas, e não são essas que estão passando por sua cabeça. — ele bate com o dedo em minha testa. — Ele ficou preocupado por você ter que voltar a Espanha e encontrar com o Vasco, então ele pediu e eu o atendi, tanto por ele que sei que sente algo por você, quanto pela Ayla que sei que gosta muito de você, como uma irmã que não teve, e claro depois de um tempo vendo os resultados dos seus cursos, te encaixei onde achei que seria mais promissora.

— Eu não sabia, disso.

— Você não sabe de muitas coisas Izabel.

— Ele nunca me falou nada.

— E nunca falaria se bem o conheço. — reviro meus olhos enquanto limpo meu rosto.

— Aquele cabeça dura — rimos.

— Você não coopera muito também, vamos concordar. — dou de ombros. — Sabe, uma das qualidades que eu admiro no meu chefe de segurança é o autocontrole, que ele possui. Muitos vêem como frieza. Mas quando se trata de você isso parece não funcionar. — acabo rindo do que ele fala. — Você é o calcanhar de Aquiles dele.

— Eu não entendo porque Mustafá me disse que falaria para vocês, se ele já havia falado. — fico tentando entender o que ele queria com tudo isso.

— Não tente entender Mustafá, Izabel. — ele volta a pegar o celular e olhar algo. — Acho que nem ele mesmo se entende. Ele só jogou com sua mente.

— Eu achei que ele tivesse mudado. — ele guarda o celular e me olha com certa curiosidade.

— O que te fez pensar que ele poderia ter mudado?

— Quando ele ajudou a achar a Ayla. — ele ri. — Ele não ajudou? — agora eu fico na dúvida se entendi tudo certo na época.

— Sim e sou muito grato a ele, por ter ajudado. Agora os motivos que levaram a Mustafá ajudar, eu não tenho certeza quais foram. Eu havia feito uma jogada quando ele conseguiu assumir a empresa que era do meu pai, coloquei Ayla como minha total herdeira e como havia um contrato de casamento, uma das clausulas era que no caso de algo acontecer a ela, eu teria acesso a tudo que pertencesse a ela, como a Mustafá usou ações da empresa da família, e ela sendo irmã dele.

— Puta que pariu. Você teria parte das empresas dele já que ela é irmã dele. — fico de queixo caído com o que ele fala. Almir concorda.

— Exatamente. Então se foi por amor á irmã ou medo que eu tivesse parte de tudo que ele tem, eu não sei. Mas sou grato pelo que ele fez, ele poderia ter cruzado os braços.

— E o medo de ter você como uma pedra no sapato. Não acho que tenha sido por amor. Você deu um belo incentivo a ele. — dou risada.

— Pra mim, não faz diferença. O que importava era ter Ayla de volta.

— E sobre a separação de Mirit, foi de livre espontânea pressão também?

— O acordo era que se ele conseguisse os documentos eu lhe daria um documento que passa para ele a parte da Ayla na herança do pai. — ele dá de ombros. — Ela nunca vai precisar de um centavo vindo de lá.

— Nem acredito que ela fosse aceitar, caso fosse reconhecida. — Concordamos.

— Eu achando que ele tinha melhorado, se bem que depois do que ele fez comigo, com as fotos, eu vi que ele está longe dele ser gente.

— Como te falei, você foi inocente em achar que poderia lidar com ele Izabel, Mustafá não faz nada de graça e quando eu vi aquelas fotos de vocês no jornal eu soube que algo estava acontecendo, e sinto muito por ele ter usado você.

— E eu tonta achando que ele estivesse interessado em mim. — bato minha mão na testa.

— Ele gosta de você. — olho torto para ele, que ri. — De uma certa forma Izabel, tenho que admitir. Quando ele me enviou um dossiê sobre você onde constava a queixa policial da sua mãe contra você ele não pediu nada, somente alertou que isso deveria ser investigado.

— E a troco do que ele ficou fuçando minha vida?

— Ele é um jogador, movido por competições, só que ele usa pessoas e as cartas dele é o que ele consegue contra elas. Assim ele adquire suas vantagens. E no jantar ele jogou com a sorte te ameaçando, como você não sabia, ele deu sorte.

— Filho da puta! - sinto sua repreensão no olhar.

Fico parada pensando em tudo que acabei de saber. Almir já sabe o que fiz e não me condena por isso. Eu poderia ficar e tentar. Olho para ele que me encara, acabo sorrindo.

— Mas você não sabe o que eu fiz. — fico cutucando minhas unhas, um gesto de puro nervoso. — Você sabe o que tinha na queixa, mas não sabe o que me moveu a fazer aquilo.

— Depois de ter lido o relatório sobre sua mãe e irmão, não tenho muito mais o que saber. — nesse momento me lembro de Jamal.

— Então Jamal sabe? — ele nega.

— Quando vocês começaram a se envolver e ele começou a procurar pela irmã, eu deixei algumas coisas fora do alcance dele, se ele tem que saber algo a seu respeito que seja por você. — começo a sentir uma tremedeira ao lembrar da carta que deixei pra ele. Merda. Fecho meus olhos.

— Acho que eu fiz uma merda bem grande. — comento e escuto a risada baixa de Almir.

— Então vá desfazer. — ele levanta. — Tire o dia de folga Izabel vai resolver sua situação com ele e volte quando estiver melhor, eu preciso de você raciocinando direito, já vimos que você com a mente ocupada não dá muito certo. — eu levanto e o abraço o pegando desprevenido.

— Obrigada.

— Não precisa agradecer. Você não está mais sozinha Izabel, lembre-se disso. — afasto-me lembrando de algo que ele falou durante nossa conversa.

— Sobre Ayla estar grávida é verdade ou foi só um argumento? — ele coloca as mãos nos bolsos e dá de ombros.

— Daqui alguns meses você descobre.

— Não querendo abusar mas já abusando, tem como você pedir ao motorista pra me levar no endereço onde ele está? Eu não sei onde é, mas ele disse ser uma antiga casa do seu pai.

— Vou pedir para Zayed levar você lá. — o abraço mais uma vez antes de sair.

Saio da sala dele ainda tremendo com tudo que descobri. Quais serão as chances do tigrão, ainda não ter lido a carta? Olho no meu celular e nenhuma mensagem, nem ligação. Acho que isso deve ser um bom indicativo não?

Se ele já tivesse lido já teria ligado e me xingado bastante, ao menos é isso o que eu teria feito. Entro na minha sala pegando minha bolsa e saio sentindo meu coração bater descompassado.

Meu Deus não deixe ele ler a carta, por favor.

Estou passando pelo corredor quando vejo uma mulher linda de parar o quarteirão saindo da sala do James. Observo mais um pouco a mulher desconhecida caminhar elegantemente até os elevadores. Olho para a secretaria do James que também olha para a moça.

— Quem é? — pergunto. Ela me olha sorrindo.

— Dra. Amara Fayola. Uma advogada contratada por Sr. Ibrahim. — escutamos barulho vindo de dentro da sala de James. Ambas nos entreolhamos.

— Acho que alguém está nervosinho. — rimos. — Vou dar uma palavrinha rápida com seu chefe. — nem dou tempo dela fazer uma objeção. Bato na porta e entro.

James está visivelmente nervoso. Acabo rindo, é difícil ver ele assim.

— Bom dia. — falo chamando sua atenção. Ele me olha com as mãos na cabeça.

— Bom dia Izabel se for pra me trazer problema logo cedo, volta depois.

— Eita que hoje ele está transbordando simpatia. — ele senta-se. — Mas não vim te trazer nenhum problema. Só vim te agradecer. — franzi a testa sem entender do que estou falando.

— Almir me falou que você sabe sobre o que eu fiz, e você nunca se quer falou nada a respeito.

— Izabel, você sempre foi uma incógnita para mim, mas hoje acho que já te entendi em partes, e sei com quem estou lidando, seu maior problema é sua impulsividade e falta de controle, tirando isso você é uma flor. — seu sorriso sarcástico e debochado, me, fazem revirar os olhos. — Como te falei bem vinda á equipe.

— Obrigada. — começo a sair. — Sabe tirando esse seu jeito escroto de ser ás vezes, você é um cara legal. — sorrio ao ver a cara que ele faz. Levanta uma de suas sobrancelhas, surpreso talvez. — Ah. inclusive eu amei sua amiga. — percebo que ele não entendeu de quem estou falando. — A bela moça que saiu daqui agorinha, creio que você ficou assim por causa dela, e já gosto dela por isso.

Ele levanta vindo em direção a porta. Eu começo a rir por ver que ele ficou nervoso só de tocar no assunto sobre a moça que saiu daqui.

— Bonitona ela né? — falo segurando a porta aberta. — Você não achou?

Ele delicadamente me coloca para fora de sua sala.

— Tchau Izabel.

— Tchau James, tenha um bom dia, se você a ver  de novo manda um abraço meu. — ainda lhe dou um último sorriso antes de ter a porta fechada na minha cara. — Virei fã dessa Amara. — dou um tchau para a secretaria dele que também está rindo.

Saio rindo mas meu sorriso some assim que chego aos elevadores. Volto a pensar no tigrão. Espero que ele não tenha lido ainda a carta que deixei. Mas que merda Izabel. Bato algumas vezes na minha cabeça, por somente agora estar vendo o tamanho da merda que fiz.

Ele passou o dia querendo conversar comigo ontem e eu me esquivando sempre da maneira que podia. Encontro com Zayed assim que chego na garagem. Seguimos em silêncio e agradeço por isso. O trajeto parece ser feito na velocidade de uma tartaruga.

Seria um bom tempo para pensar na minha vida, mas não consigo pensar em nada que não seja tigrão e em como ele vai se sentir e vai ficar puto se ler a carta. Lembro de como ele ficou quando leu a carta de Jasmim. Como fui burra. Porque não consegui pensar nele dessa maneira ontem?

Tudo o que eu queria era me ver livre desse passado que me envergonho, e no entanto agora nem consigo lembrar dele.

Quando o carro para na garagem da casa onde passei o dia de ontem, meu coração para de bater literalmente. Saio do carro indo em direção ao quarto que fiquei com ele. Não vejo quase ninguém pela casa, somente alguns seguranças.

Quando entro no quarto o vejo sentado em uma poltrona no canto. Está de cabeça baixa, sem camisa. Parece que acabou de tomar banho. Mas não vejo a carta. Ele não levanta a cabeça, não se mexe.

— Jamal.

— Esqueceu de escrever mais alguma coisa?

Merda ele leu. 

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