CAPÍTULO VINTE SEIS
Faz muito tempo
Mas eu me lembro
Você implicava comigo
Mas hoje eu vejo
Que tanto tempo
Me deixou muito mais calmo
O meu comportamento egoísta
Seu temperamento difícil
Você me achava meio esquisito
E eu te achava tão chata
Mas tudo que acontece na vida
Tem um momento e um destino
Viver é uma arte, um oficio
Só que precisa cuidado
Pra perceber
Que olhar só pra dentro
É o maior desperdício
O teu amor pode estar
Do seu lado
Do seu lado/ Jota Quest
E a vida continua me dando as bordoadas. Depois que saímos da casa da moça que Jamal foi levar, estivemos em outro lugar, um comércio, não sei o que ele foi fazer, mas não demorou muito para que retornasse ao carro e viéssemos á casa grande onde ele agora está fazendo suas malas depois dele simplesmente jogar uma bomba em meu colo.
— Isso não vai dar certo tigrão. — sento na cama me sentindo derrotada depois de ouvir o que ele acabou de dizer.
— Isso vai depender de você. — ele diz colocando algo na mala e sorrindo de um jeito maléfico.
—Por isso estou falando que não vai dar certo.
— Vai ser melhor assim.
— Pra quem Jesus? — ele fecha a mala e me olha.
— Para você Izabel. — caio de braços abertos na cama já sofrendo por antecipação.
— Nós vamos viajar, vamos ter um tempo só nosso pra que ficar sem sexo?
— Sexo está fora de questão no momento. — ele não volta atrás.
— Você me odeia, só pode ser. — escuto sua risada enquanto eu quero chorar. — Não faz isso tigrão, já pensou no tempo que vamos ter só nosso? Poderíamos aproveitar.
— E vamos aproveitar, vamos nos conhecer Izabel, mas pra isso temos que tirar o sexo. — ele vem até onde estou e para a minha frente de braços cruzados. — Vamos?
— Não. Assim eu não vou. Eu me recuso a me mover. — respondo emburrada parecendo uma criança. Ele sai do quarto levando a mala e eu não me mexo.
Que irônico não?
Antes não tínhamos tempo para ficarmos juntos, aproveitávamos o pouco tempo que aparecia e passávamos horas fazendo o que há de melhor na vida, sexo. Agora vamos viajar passaremos alguns dias sozinhos e não vamos fazer sexo. Vocês estão entendendo?
SEM SEXO!
Eu quero morrer.
— Oh! — Sou arrancada da cama como se fosse uma folha de papel, e estou sendo carregada em seus ombros. — Isso é uma brincadeira, não é? Só pode ser brincadeira tigrão. — aproveito a posição e aperto sua bunda.
— Para Izabel. — me adverte.
— Se você parar com essa bobagem, eu paro. — ele me coloca no chão, abrindo a porta do carro. Fico parada de braços cruzados o encarando, e o máximo que ele faz e fazer sinal com a cabeça para que eu entre. Bufo, emburrada, mas entro.
Saímos de lá, e nem sei para onde vamos.
— Para onde vamos? — pergunto.
— Surpresa. — é tudo o que ele diz.
— Temos que passar no meu hotel. Preciso pegar minhas roupas.
— Você não vai precisar das suas roupas. — ele me olha rapidamente. — Definitivamente você não vai precisar.
— Vou ficar nua então? Se não vamos fazer sexo, e não vou ter roupas, para onde estamos indo? — ele ri com o que falo, e por fim balança a cabeça.
— Não irá precisar das "suas" roupas, não que não vai usar Izabel.
Desisto de tentar entender o que ele pretende com tudo isso. Fico calada por um tempo olhando a paisagem. A sensação de estar me afastando de tudo é um tanto assustadora, mas de uma forma boa. Muitas expectativas estão sendo criadas em minha mente, ou ao menos estavam até eu descobrir que não faremos sexo. Mas além de tudo, eu estou com ele. Seja lá para onde estamos indo, eu, estou com ele. Isso me deixa feliz. Mesmo que seja sem sexo. Reviro meus olhos ao pensar nisso.
— Ok! — digo virando de frente para ele que dirige, e cruzo minhas pernas. Ato que não passa desapercebido por ele. — O que você gosta de comer? — pergunto. Já que é para nos conhecermos que seja logo assim quem sabe ele muda de ideia sobre ficar sem sexo.
— Comida de preferência. — ele responde sério me deixando confusa. Ele olha de esgueira e ri de leve. — Muitas coisas Izabel, gosto da comida tradicional, carne gosto de carne.
— Eu achei que vocês não comecem carne de vaca quando cheguei aqui. Mas ai Jasmim me explicou que quem não come carne de vaca são os indianos. — ele concorda com a cabeça.
— Quem é praticante da cultura hinduísta não come carne de vaca, porque lá vaca é sagrada. — explica.
— Geyse tinha que se mudar para índia então.
— Quem? — me pergunta curioso.
— Uma dançarina do clube onde eu e Ayla trabalhávamos. — ele ri quando entende sobre o que estou falando. — Não ri não, é sério, não tem vaca maior que aquela cretina da Geyse. Mulher irritante dos infernos.
— Foco Izabel.
— Foco onde?
— Você perde o foco muito fácil, estávamos falando de mim, já falamos sobre culturas, agora já estamos falando de não sei quem. — ele me olha e compreendo o que ele quis dizer. — Vamos voltar ao que interessa, não?
— Você é o que me interessa, mas sem essa história de ficar sem sexo.
— Vai te fazer bem, pode acreditar. Enxergar algo além, disso é essencial.
— Eu enxergo muitas coisas em você além do sexo, inclusive a falta de interesse seu em saber o que eu fiz no passado. — ele continua olhando para a estrada. — Porque você não está com pressa de saber o que fiz?
— Porque eu saber não muda o que você fez, Izabel. E seja lá o que você tenha feito não vai mudar o que eu penso a seu respeito. — sinto uma leve pressão no peito ao ouvir isso vindo dele. — Foi isso que Mustafá usou para te atingir? — concordo com a cabeça incapaz de dizer qualquer coisa. Alguns minutos se passam até eu diga algo.
— Ele disse que contaria a vocês o que fiz, e eu fiquei desesperada, fiquei com medo e vergonha do que vocês iriam achar. — ele ri balançando a cabeça.
— Ele não vale nada. Mustafá não faz ameaças Izabel aprenda isso, se ele usou isso como uma forma de chantagem, é porque ele sabia que isso não mudaria nada se eu ou syd ficássemos sabendo, então usou contra você mesma, porque poderia atingir você de alguma forma. — ele me olha como se sentisse por isso. — Isso foi uma jogada no escuro.
— Não parei para pensar dessa maneira.
— Você não é de parar para pensar muito, se deixa levar muito facilmente pelas emoções, é impulsiva, isso se torna seu ponto fraco. — penso no que ele diz. — Tem que aprender a controlar isso. As emoções não podem dominar você Izabel, você as domina, entende?
— Entender na teoria, eu até entendo. O difícil é lembrar na hora de colocar em prática. — seu olhar não é de repreensão e sim como se compreendesse o que estou falando. — É como se eu ficasse cega no momento, e quando me dou conta, eu já fiz. — dou de ombros. — Depois não tem como voltar atrás. Esses dias mesmo quando James insinuou que eu poderia estar de conluio com Mustafá, eu senti uma raiva que quando me dei conta Ibrahim estava me tirando de cima dele. — ele não faz nenhuma menção em dizer algo depois do que falei. Então continuei. — Mas se você me perguntar, eu não sei dizer em que momento eu fui pra cima dele.
— Entendo.
Depois disso ficamos em silêncio. Eu poderia fazer mais perguntas, mas preferi me manter calada. Saber que ele não se importa com o que fiz, foi o mesmo que jogar um, balde de água fria em mim.
Em algum momento eu adormeci enquanto divagava com meus pensamentos, e quando acordei já estava anoitecendo. Os raios de sol quase não se via mais entre as dunas. Pensei em virar e olhar para Jamal, mas ouvir sua voz em um timbre que eu nunca havia escutado, me, impediu de fazer isso. Ele estava cantando baixinho.
Eu sorria ao ouvir sua voz, e reparei que nos aproximávamos de uma cidade.
— Onde estamos? — perguntei curiosa, ao me espreguiçar no banco.
— Em Al Ain (Alaine).
Dava para notar que era uma cidade grande, mas diferente de Dubai, ela não era tão futurista. Não demorou muito para que ele parasse em frente a uma casa. E mal descemos do carro quando eu iria perguntar onde estávamos exatamente, algumas mulheres saíram da casa e foram abraçar Jamal. Elas todas estavam alegres demais para meu gosto. Uma delas parecendo a mais velha olhou para mim, e sorriu no momento em que pensei em xingá-las, mentalmente é claro.
— Eima. (tia) — Jamal chamou a atenção da mulher que me encarava com curiosidade, deixando as desavergonhadas de lado. A senhora voltou-se para ele e o abraçou, com muito carinho beijando seu rosto. Agora eu era alvo dos olhares das outras.
— Izabel essa é minha tia, Hana. — tia?
Sem mais ele fala com ela em sua língua e logo ela sorri abertamente para mim, vindo em minha direção. Recebi um abraço tão forte dela que quase fiquei sem ar.
— 'Ahlaan habibi (seja bem vinda querida) — eu olhei para Jamal que não sei se sorria para mim, ou de mim. Sem saber o que fazer eu retribui o abraço. Quando todas entraram e ficamos a sós eu belisquei seu braço querendo explicações.
— Tia? Você me trouxe pra conhecer sua família? — ele tira duas malas do carro deixando na calçada na maior calma, e eu estou tremendo dos pés a cabeça.
— Sim. Melhor maneira de conhecer uma pessoa, é conhecer sua família.
O que ele fala me atinge no estômago como um soco me deixando até sem ar. Eu não tenho família para apresentar e se ele conhecer um dia...
— Izabel? — olho para ele que pela forma que me observa vejo que entendeu meu silêncio. — No meu caso, eu sei que você tem problemas com a sua. — ele se aproxima segurando no meu queixo. — Você vai me contar não porque deve, e sim porque quer dividir isso comigo, consegue entender a diferença?
— Eu realmente não conhecia esse seu lado.
— Como te falei, você não me conhece. Eu tenho uma postura no trabalho ao qual é necessária Izabel, não faço amigos, não brinco, não sou educado, tenho uma carga de responsabilidade muito grande sobre meu comando. Alsyd confia a mim a responsabilidade de cuidar da segurança não somente dele, mas das pessoas mais importantes para ele. Independente de onde ele esteja, tudo passa por mim, eu tenho que saber onde estão, com quem estão, e tudo isso é verificado antes.
— Cansei só de ouvir você falar.
— Nem sempre eu fugi de você Izabel. — ele fecha o carro e para a minha frente. — Hoje estamos aqui. Não estou trabalhando, mas você tem que ter em mente uma coisa, se continuarmos com isso.
— Para com essa história se continuarmos. Não estou aqui?
— Estava ontem também, no entanto. — reviro meus olhos.
— Para de jogar isso na minha cara. Eu desisti de fugir, já pedi desculpas.
— Não estou jogando nada na sua cara, são fatos Izabel que merecem serem lembrados. — ele respira fundo e olha em direção a casa onde todos entraram. — Lembra onde você estava naquele evento? — fico confusa. — Você estava lá dentro Izabel, e eu estava aonde?
— Lá fora.
— Exatamente. Isso você tem que ter em mente. Eu não vou estar aonde você estiver, pelo menos não na mesma posição que você, que é amiga deles. Eu não sento a mesa com meu chefe para fazer as refeições, existem limites e eles continuarão a existir. O que eu posso te oferecer é aquele quartinho nos fundos que você jogou na minha cara. — faço uma careta ao me lembrar desse dia.
— Eu estava puta e... — ele me cala com o dedo.
— Só quero que você esteja ciente dessas diferenças que em algum momento elas vão bater na porta, esse é o momento para pensar em tudo Izabel. Principalmente que eu sou um empregado. — eu sinto um aperto no peito ao escutar isso dele.
Nesse momento alguém aparece na porta nos chamando. Ele diz algo para a pessoa que volta para dentro, e quando volta a me olhar, percebo que está com um sorriso fraco. Não sei o que dizer, suas palavras me calaram. Sigo-o para dentro da casa tendo dentro de mim, um sentimento estranho. Eu nunca imaginei que o fato de ser amiga, da Ayla e de Almir, o afetasse de alguma maneira.
Todos estavam muito felizes com a presença dele, todos sorriam muito, até para mim. não entendia muita coisa, mas algumas em conseguia. Como no momento em que perguntaram de Jasmin, e foi inevitável não me sentir mal quando sua tia começou a chorar, e foi amparada por um homem que chegou depois de nós. Era muito nítido que todos estavam preocupados com a situação.
Depois desse momento fui levada por uma das moças para um quarto, momentos depois Jamal entrou com uma das malas que ele havia tirado do carro.
— Aqui tem tudo que você vai precisar, entre roupas, produtos de higiene e outras coisas.
— Vamos ficar aqui? — pergunto.
— Por essa noite sim.
— Você não vai ficar comigo? — ele nega.
— Estarei no quarto da frente, qualquer coisa que precise. — ele começa a sair. — Tome um banho, e não demore todos tem que estar na sala para comermos juntos, principalmente nós que somos visita. Seremos os primeiros a comer.
— Eu não sei como me comportar. — confesso sentando na beirada da cama. — Tenho medo de estragar tudo como sempre. — ele se aproxima de onde estou. — Você poderia ter avisado que estávamos, vindo visitar sua família, não? — ele senta-se ao meu lado.
— É só agir naturalmente, não negue nada do que for oferecido, mesmo que você veja que não vai gostar, prove ao menos. Negar o que lhe é oferecido pode ser visto como um insulto a hospitalidade dos anfitriões. Aqui não será usada uma mesa como de costume, nos sentamos no chão onde é forrado vários tapetes as comidas são postas sobre ele e sentamos em volta, não estranhe ao ver eles usarem as mãos caso aconteça, muçulmanos comem com a mão direita e deixam a esquerda de lado, porque acham que a mão esquerda é impura.
— E você não come assim?
— Não. Mas hoje irei comer, entende? As regras são as da casa.
— Certo capitão. — rimos.
— Ao se sentar, evite mostrar a sola dos pés a qualquer um, isso é um insulto. — começo a ficar nervosa com tantas coisas para lembrar. — Não saia enquanto não te oferecerem o café árabe. — faço uma careta ao lembrar que não é coado. — É só você esperar um pouco que o pó assenta no fundo, e você pode colocar açúcar.
— Ai meu Deus, espero lembrar, de tudo isso. — ele puxa-me pelos ombros, beijando meus cabelos.
— Vai dar tudo certo, estamos aqui para que me conheça. Independente do que possa acontecer nada vai mudar Izabel.
— Quero muito acreditar nisso.
— Então acredite, a fé é acreditar naquilo que não se vê. Aqui ninguém vai te julgar ou condenar. Você está comigo. E mesmo que não estivesse, nossos costumes é que o visitante deve ser tratado com o máximo de conforto possível, todos aqui farão de tudo para que se sinta em casa. — olho para ele.
— Eu não quero me sentir em casa.
— Você entendeu o que quis dizer. — concordo.
— Mas estou aqui como sua amiga. — digo de forma ressentida.
— Sim, como amiga. As coisas são um pouco diferentes aqui, eles são minha família. Minha tia é como uma segunda mãe para mim, e ela tem todo meu respeito por isso, então não irei fazer nada que venha lhe desagradar ou trazer alguma vergonha para dentro dessa casa. — escutamos vozes se aproximando no corredor e ele se levanta. — Tome um banho e desça estarei esperando você.
Antes que ele saia fechando a porta do quarto eu vejo um homem quase que da mesma idade que a dele, o abraçar e o beijar no rosto. Não entendo o que falam, mas antes que a porta se feche, a imagem aquece meu coração. A alegria nítida entre eles me faz sorrir.
Respirando fundo eu olho para a mala.
— Tenho medo do que você tem ai dentro, sabia? — começo a rir sozinha ao me dar conta que estou conversando com uma mala.
JAMAL
Saio do quarto deixando uma Izabel meio perdida em seus pensamentos, mas é necessário que ela entenda que o sexo não é o principal entre um casal. Não para mim pelo menos, a confiança vem em primeiro lugar. Depois de conversar com meu primo que há muito tempo não via, vou para o quarto onde vou ficar, e arrumo minhas coisas, tomo um banho, confiro mensagens de celular e e-mails.
Quando saio do quarto escuto a música no andar de baixo, as vozes com certeza de minha tia e minhas primas podem ser ouvidas daqui. Desço as escadas relembrando momentos alegres que as vezes se perdem na correia do dia a dia.
— Mas você ainda não me disse o que veio fazer aqui. — Naim me pergunta assim que chego á sala.
— Descansar. — ele estreita os olhos não acreditando no que falo.
— Minha mãe disse que você não tem noticias de Jasmim ainda. — nego. — Achei que era isso que te trazia aqui. — ele também olha para as mulheres que arrumam tudo com uma felicidade estampada no rosto. — Não te contei, mas fechei alguns negócios...
Sua atenção vai para algo atrás de mim e já imagino o que seja. Viro-me e vejo Izabel, vestida com as roupas que lhe trouxe. Uma abaya azul igual a cor de seus olhos.
— Descansar. — meu primo resmunga ao meu lado, e quando olho para ele sorri de maneira cínica. — Isso mudou de nome? — bato em seu peito ao passar por ele.
— Cuidado com o que vai falar. — falo e vou ajudar Izabel com hijab.
— Assim. — faço a volta com o véu da maneira que deve ser feita.
— Nisso você tem prática. — comenta com um sorrisinho e consigo sentir seu nervosismo. — Vive com esse troço amarrado na cabeça. — acabo rindo.
— Você está linda. — me afasto e olho em direção a todos. — Venha. Já está tudo pronto.
Minhas primas se aproximam dela e já começaram a conversar. Izabel tem dificuldades de entender algumas coisas, mas ela se sai bem, e o sorriso agora já é algo mais natural. E falam das roupas, como são as coisas na Espanha perguntas assim começam a surgir. Uma de minhas primas é fluente em inglês e faz a tradução entre elas.
— Você está caidinho por ela. — recebo um tapa no ombro. — Pensei em não ver isso em vida.
Não concordo, nem discordo.
O jantar foi tranquilo, regado a muitas risadas e lembranças. O desconforto de Izabel não era mais visto. Meu tio não estava hoje, havia viajado. Agora me encontro deitado olhando o teto pensando no que fazer no dia seguinte.
Quando decidi de ultima hora vir para cá, era porque vi a necessidade de Izabel em enxergar o que realmente importa para mim. Sei que passei por cima de muitas coisas, quando me envolvi com ela, não somente por cima da minha família, mas por cima do que sempre acredite. No islã, eu jamais poderia ter me relacionado com ela, sem ser casado. Isso é considerado pecado. Quando penso nisso, em que tudo isso implica eu volto a sentir aquele peso em meus ombros. Esfrego meu rosto querendo não pensar nisso.
Escuto barulho da porta sendo aberta.
Não me mexo.
Não demora, para que a cama ao meu lado afunde, e eu sinta o calor de seu corpo.
— Eu não estava conseguindo dormir. — Izabel fala baixinho. — Se você não falar nada pra sua tia, eu também não conto.
— Izabel. — ela me cala com um dedo, da mesma forma como fiz mais cedo com ela.
— Só vou dormir. Prometo não abusar do seu lindo e gostoso corpinho.
Levanto meu braço para que ela se aconchegue melhor em mim.
— Sua tia é uma simpatia de pessoa, todos são na verdade.
— Eu sei.
— Tem certeza que ela é sua tia? — escuto sua risada baixinha e acabo rindo junto.
— Boa noite Izabel.
— Boa noite tigrão.
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