CAPÍTULO SETE
IZABEL
Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu?
Como meu Deus?
- Eu tinha certeza que havia separado isso – falo deixando meu corpo cair no sofá.
Estou na sala do Ibrahim com ele e James tentando achar uma solução para reverter o fiasco que foi a reunião de hoje. Confesso que minha cabeça não estava naquela sala. E me sinto culpada por isso. Não é dessa maneira que pensei em retribuir a oportunidade que estou tendo.
- Deveria ter repassado todos os documentos antes da reunião Izabel – olho feio para James. Mas tenho que conordar que ele está certo. Mas adiantaria, eu dizer que estava fazendo isso, antes de encontrar com Jamal?
É melhor deixar isso de lado. Penso. Mas ao olhar para Ibrahim vejo que ele me encara e com palavras silenciosas, ele soletra cada uma delas.
- Achar um culpado agora James não me dará uma solução para o problema – ele fala fechado seu computador e colocando em sua pasta. – Já está tarde vamos embora, ainda temos tempo até isso ser realmente fechado, pensaremos em algo – James me olha balançando a cabeça me acusando de ter feito toda essa merda. E vai em direção a porta.
- Mas ele tem razão – falo depois que James saiu – A culpa é minha. – Levanto pegando tudo e juntando de qualquer jeito. – Só peço que me desculpe eu estava com a cabeça longe – ele se aproxima de mim – Depois que encontrei com Jamal minha concentração foi pra casa do chapéu.
- Não se martirize por isso Izabel, um dia a gente perde um dia a gente ganha – ele dá de ombros – Assim são os negócios! – jogo tudo na mesa novamente.
- Meu Deus Ibrahim não faça pouco caso disso – seguro meus cabelos – Foram milhões em uma única reunião.
- Eu sei Izabel e não estou fazendo pouco caso disso, o problema pra mim é somente outro – ele senta-se – É a primeira vez que faço isso sem que Almir esteja presente e olha o resultado, os investidores sempre querem fechar os negócios com ele... era minha primeira oportunidade de mostrar eficiência – eu acabo sentando e ficamos os dois com caras de idiotas.
- Ele vai ficar furioso – comento imaginando ele já soltando fogo pelas ventas.
- Eu também estava com a cabeça longe, e isso não ajudou nem um pouco – olho para ele e dou risada. – Do que você está rindo?
- Bom você ainda pode alegar que foi por causa da pancada – aponto sua testa – Mas e eu? Agora eu vejo que deveria ter deixado ele de lado, já havíamos combinado de conversar e sei que ele não viria aqui pra isso – acabo rindo – Jamal é muito profissional para misturar sua vida particular com trabalho.
- Se você já compreendeu isso, já é meio caminho andado Izabel – ele levanta indo em direção a mesa e pegando suas coisas. – Bom vamos? Amanhã é um novo dia e pensaremos em algo pra desfazer essa merda toda, se é que é possível – ele abre a porta – Tudo que eu mais quero é tomar um banho e cama.
- Não fala assim tem que haver um jeito, se não é bem capaz que eu não consiga dormir – pego tudo e vou em direção a porta me despedindo dele.
No carro indo em direção ao hotel eu procuro pensar no que fazer. Estou com tanta raiva de Jamal que não sei se quero mais conversar com ele. Em uma coisa tenho que concordar com Mustafá, o que ele disse que me machucou, mas é a mais pura verdade, o fato de eu estar descontando nele a minha frustração, por Jamal não acreditar em mim.
É uma verdade.
Respiro fundo pensando no que fazer e chego a conclusão que ele tem que escutar umas verdades desde o dia em que Jasmin sumiu. Peço ao motorista para que me leve até a casa dele, ou dos patrões no caso. E enquanto o carro percorre as ruas e vai se aproximando, eu sinto um medo dentro de mim.
Algo tão estranho, que não sei identificar o que é, mas minhas mãos frias e suadas. Esfrego uma na outra esquentando e procurando tirar o foco dele . Mas quando o carro para na frente da casa e eu o vejo conversado com dois seguranças é como se tudo aquilo que guardei voltasse.
Respiro fundo quando saio do carro e vou em direção onde ele está parado de costas para mim. Sem ao menos se dar conta da minha presença ele abre a porta do carro e vejo que vai sair.
- Fugindo de novo? – pergunto sentindo uma raiva. Sei que ele não me viu, mas porra saindo de novo?
Os dois seguranças ficam parados como dois postes. Ele vira me olhando como se não acreditasse no que vê.
- Eu não costumo fugir Izabel – ele diz e então vira ordenando aos dois que saiam.
- Não é o que parece – falo ressentida por ter sido ignorada por ele. – Hoje você me acusou e saiu sem me dizer o que estava acontecendo.
- Eu estou trabalhando Izabel e levo meu trabalho muito a sério, e estava a trabalho naquele momento – fico parada encarando ele.
- Por acaso isso é uma indireta pelo que aconteceu hoje? – mas como ele sabe o que aconteceu na empresa ainda não foi completamente fechado e no momento que ele esteve lá tudo ainda não tinha acontecido – Como você soube? – ele olha o relógio e volta me encarar.
- Você não veio aqui para discutir sobre ética de trabalho, veio? Estou de saída, tenho trabalho a fazer – ele dá dois passos para o lado indo em direção ao carro, mas seguro em seu braço.
- Não, eu não vim pra isso, mas precisamos conversar – solto seu braço pela maneira intensa como seu olhar recai sobre mim – Você tem me ignorado por todo esse tempo, sem de dar uma chance de me explicar.
- Algumas coisas não necessitam de explicações Izabel, os fatos falam por si só – ele esfrega o rosto nervoso ou cansado fico na duvida. – Pode ter certeza que meu silêncio foi melhor.
- Você se acha o todo certinho não é mesmo? O cara que não erra – falo fazendo um movimento com as mãos como se desenhasse no ar.
- Não sou certinho, mas procuro respeitar o limite das pessoas, coisa que você não sabe fazer – e pronto ele já está me acusando de novo. A cada palavra que ele solta em minha direção, a acusação sempre está junto.
- Você tem me julgado desde o dia que me conheceu, mas você não é melhor do que eu – minhas palavras saem deixando um gosto amargo em minha boca – Eu não tive culpa pelo que aconteceu com sua irmã. – ele dá um passo em minha direção. – Não mandei ela transar com ele!
- Teve sim, se não fosse você e suas ideias mirabolantes ela ainda estaria aqui, e não pelo mundo sabe-se lá onde e minha mãe não estaria chorando pelos cantos escondida porque nem chorar pela filha que sumiu ela pode – fico chocada com o que ele fala.
- E porque ela não pode? Eu choro sempre que lembro dela – sinto meus olhos arderem ao pensar em Jasmin. Mas não tenho culpa. Ele ri como se não acreditasse.
- Você não sabe como as coisas são por aqui Izabel e nem se dá ao trabalho de procurar entender – ele olha para os lados – Isso é o que mais me irrita em você, você não se preocupa com quem está a sua volta acha que todos tem que aceitar tudo do seu jeito e ainda aquilo de ontem... – ele coloca as mãos na cabeça.
- Isso não é verdade, claro que me preocupo. E sobre ontem... – começo a explicar mas então eu compreendo o que ele disse – O que mais te irrita? E o que mais poderia irritar você? Os gemidos que eu fazia quando você me fodia? – começo a rir em descrença do que ouço.
- Izabel – ele me alerta porque eu estou ciente que não estou mais falando tão baixo, qualquer pessoa que estiver próxima pode ouvir.
- Você estava com duvidas hoje mais cedo, não é mesmo? Se eu te mandei a mensagem antes ou depois de dormir com ele – o encaro sentindo meu rosto pegar fogo de raiva – Pois acredita que não lembro? Na verdade sou eu que estou na duvida agora também.
- Não faça isso Izabel – ele se aproxima de mim. – Ele só está usando você.
- Fazer o que parecer uma vagabunda? – começo a rir – Esqueceu de onde eu venho e como eu vivia? Porque eu posso te lembrar rapidinho, afinal você me trata como uma desde sempre – ele segura meu braço – Me, solta!
- Eu não trato você como uma vagabunda você que sempre se colocou nessa posição. – puxo meu braço com força, e acerto um tapa em seu rosto. Ele fecha os olhos por um momento.
- Você é um cretino! Se ele está me usando pelo menos está me oferecendo mais do que um quartinho nos fundos como você. – sei que agora o atingi em cheio. Consigo ver em seus olhos a dor que minhas palavras causaram nele. – Ele me tratou com respeito, foi gentil coisa que você nunca foi.
Um silêncio ensurdecedor paira sobre nós.
- No fundo realmente você não tem culpa – ele fala baixo. – Na verdade a culpa é toda minha – ele esfrega o rosto no local onde eu bati - Eu disse a você que isso não daria certo, somos de cultura totalmente diferente, mas você não ligou, continuou insistindo.
- Agora vai me dizer que eu te obriguei a transar comigo também? - seu celular toca mas ele ignora a chamada.
- Ninguém me obriga a fazer o que eu não quero, mas eu tentei te manter longe, mas você não facilitou nem um pouco.
Ele está a poucos centímetros e tudo nele é ameaçador, mas eu sei que ele não me machucaria, não fisicamente mas, as palavras já estão me machucando.
- Todas as vezes em que eu estive com você, foi porque eu quis Izabel – ele sorri mas não de uma forma amigável. – Mas não vejo como isso possa dar certo. – seu celular volta a tocar. Ele olha o numero e atende.
As suas palavras pairam em minha mente, em uma nuvem que se mistura de raiva, confusão e medo... mas meu corpo se aquece ao simples fato de estar próxima a ele, independente da situação. Meu corpo o deseja.
Que droga Izabel!
Mas não posso me deixar levar por isso, não vou me rebaixar a esse ponto. Olhando para ele que está de costas conversando sei lá com quem, eu penso em como pude me enganar com ele? Como achei que ele fosse diferente de todos os homens que já conheci. Aqui eu tomo minha decisão.
Vou embora.
Se ele não sabe como isso possa dar certo, não serei eu a insistir. Estou cansada de todos sempre dizerem o que tenho que fazer.
Meu peito dói.
- Izabel! – ainda escuto ele chamar quando o carro começa a se afastar.
Eu sei que mais tarde vou chorar pra caramba por causa disso tudo, mas será como sempre foi. Dói por um tempo e passa. Mas me recuso a derramar qualquer lagrima agora, tenho que focar em outra coisa. Como meu trabalho. Achar uma solução para desfazer toda a merda que eu causei a única pessoa que me trata como gente, Almir.
Foi curtinho eu sei, mas para ficar melhor de entender os acontecimentos e tivemos um capítulo extra na segunda, né?
Assim que possível eu volto!
E aí quais as teorias???
Eu sei que a cabecinha de vocês anda pensante... e amooooo issooooo
Não sou muito má por isso não, né?
Mas já aviso que Mustafá não é gay, e nem tem nenhuma paixão pelo Jamal hahahaha
Mas amei essa observação....
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