CAPÍTULO DOIS
Quando o motorista para em frente ao restaurante onde vai acontecer o almoço de negócios. Entendo o motivo de minha presença. Acabo rindo quando saio do carro.
- Ah você veio - Bel vem ao meu encontro - Você salvou meu almoço - ela confessa ao me abraçar - Ou o deles, ainda estou na dúvida. - rimos as duas.
- Vamos deixar eles de lado e vamos conversar lá dentro.
Falo com ela me aproximando de Ibrahim que ainda tem um semblante meio fechado.
- Está tudo bem? - pergunto preocupada com ele, desde nossa conversa mais cedo. Ele me olha pensativo.
- Sim, só estou esperando uma pessoa.
Ele desvia o olhar para James. O advogado que trabalha em alguns processos que preciso, também está aqui. Bom afinal ele é advogado do Ibrahim.
- É melhor vocês esperarem lá dentro, já vamos - ele diz, e eu concordo.
- Olá James. - o cumprimento.
- Zara - ele responde. Eu e Bel entramos no restaurante.
- Esse James é um pedaço de mal caminho - olho para ela e para eles para ter certeza de que não ouviram - O que foi? Você não acha? - dou risada e nego.
- Não olho para ele assim, na verdade nem reparo - agora é a vez dela rir como em descrença.
Um garçom nos indica a nossa mesa. Agradeço quando ele nos ajuda com as cadeiras. Pedimos um suco cada uma.
- Pois eu olho - ela fala assim que o garçom se afasta - Isso não arranca pedaço - ela se aproxima de mim - E se olhar fosse pecado Deus não teria nos feito com dois olhos - ela pisca - Dois - volta a afirmar levantando dois dedos como se para confirmar a quantidade certa.
- Você é uma figura, Bel!
- Claro que sou discreta, menos com tigrão - seus revirar de olhos chega ser engraçado - Ou melhor Jamal.
- Vocês ainda não se acertaram? - lembro da confusão quando souberam que Jasmin havia sumido.
- Com aquela mula? - nega com a cabeça - Tem horas que tenho vontade de acertar um tapa na cara dele, mas ai lembro que se eu encostar naquela barba toda perfeitinha, e sentir o cheiro dele - ela fecha os olhos por um momento como se isso fosse um sacrifício - Se eu fizer isso, não vou nem lembrar da metade do que eu quero falar para ele - seu sorriso morre - Então não, não nos acertamos.
- Você sente tudo isso só de encostar, nele? - pergunto e ela me olha como se tivesse nascido, uma outra cabeça em mim. Os homens começam a entrar no restaurante ainda distraídos e conversando.
- Olha pro seu marido - fico observando ele vindo. - A maneira com que ele anda, com essa blusa preta agarrando cada músculo dele, você começa a sentir um calor subir pelo seu pescoço, só em pensar naqueles braços te apertando, e aquele relógio, é muito sexy homens com relógios. Quando ele começar a tocar em você, escorregando os dedo até chegar lá... o calor que sobe do meio de suas pernas e...- corto suas palavras antes que ela complete.
- Por Allah, você sentiu tudo isso olhando para o Ibrahim? - olho para ela segurando seu braço, só então reparo que Bel está de olhos fechados.
- Credo- ela abre os olhos assustada - Claro que não, eu senti tudo isso pensando no Jamal - ela estreita os olhos me observando - Você deveria ter sentido isso, ou algo parecido - engulo em seco quando percebo o mico que paguei - Você não sentiu nada?
- Não, eu não senti e você descreveu as roupas do Ibrahim - ela ri como se tivesse me pego em algo - Eu me assustei, eles estão chegando, vamos mudar de assunto - graças a Allah o garçom chega com meu suco.
- Claro que descrevi as roupas dele, eu trabalho com ele, esqueceu? - ela fala baixinho. Há encaro deixando claro que o assunto está encerrado. - Eu hein, vocês daqui são realmente estranhos.
- Não sou estranha - retruco baixo enquanto ela ri - Só não penso dessa maneira, como você.
- Sei...
- Zara esta é Ingrha esposa... - olho para a jovem moça que senta-se ao meu lado.
Entendi que ela é esposa do tal homem que está conversando com Ibrahim e James, mas não gravei nada do que ele disse depois do nome dela. Essa conversa com Bel me deixou confusa por um momento que não consigo registrar mais nada.
Eu sei muito bem o que um homem e uma mulher fazem, só não consigo entender a necessidade disso, pessoas agem como se isso fosse algo ao qual elas não conseguissem viver sem.
Reparo em Ibrahim por um momento e acabo sorrindo, mas não sinto esse fogo que ela falou, que vai subindo ou descendo... ou sei lá. Gosto dele, de estar com ele. Sempre gentil e cuidadoso, e nossas conversas são sempre animadas.
Sinto um cutucão no meu pé. Mas não preciso olhar para saber o que foi. Somente pela risadinha baixa de Bel, sei que ela me flagrou.
- Está um calor aqui, não acha Zara? - ela fala tomando um pouco de seu suco.
- E então Ingrha - foco na moça ao meu lado ignorando a descarada a minha frente - Sobre o que mesmo que você estava falando?
E assim seguimos nosso almoço.
Depois do almoço fui com eles até a empresa, já que eu iria ficar com o motorista para poder fazer a visita que precisava. Mas queria que um buraco abrisse na minha frente quando ainda no carro Bel deu uma indireta que alguém não estava fazendo o serviço direito. Eu quis matá-la. Ibrahim nos olhou sem entender e graças a Allah seu telefone tocou. Assim o assunto morreu.
[***]
- Não se sinta envergonhada se precisar me ligar - me despeço de Tuba.
Uma mãe de família que seria despejada caso James não tivesse feito tudo tão rápido. Seu falecido marido pagou quase todo o valor ao antigo dono, mas como o acordo tinha sido tratado verbalmente e não tinha nenhum documento, ou achávamos que não tinha. O antigo proprietário queria a casa novamente, ou obrigar ela a trabalhar para ele para pagar o valor total, e isso incluiria com toda certeza favores sexuais.
Me, sinto enojada só em pensar numa situação como essa. O que ela teria que passar nas mãos daquele crápula. Mas isso não irá conhecer, graças a James e de fato a Ibrahim já que foi somente necessário o advogado se apresentar como sendo o advogado pessoal dele, e o tal sujeito até desistiu de receber o pouco que faltava.
O bairro é tão pobre que nem rua descente tem, carros não circulam aqui, as crianças ficam pelos becos escondidas ou procurando algo para fazer. Que em muitos casos, acabam usando drogas ou roubando. Sinto tanto por cada uma delas. Crescer de maneira parecida me fez ter a necessidade de fazer algo por eles.
Estou tão absorta em pensamentos que esbarrei em alguém nem percebi, quando viro para me desculpar. Sinto um cutucão em meu braço.
- O que foi desacostumou? - respiro fundo reconhecendo a voz, fico aliviada em ver que se trata dela e não uma outra pessoa. Aguentar o mau humor de Hadija nem sempre é o pior.
- O que você está fazendo aqui? - pergunto. Ela não mora por aqui.
- Não seria eu ter que fazer essa pergunta a você? Afinal agora você é uma princesinha - ela olha minhas roupas - Ou não, está mais para uma plebéia mesmo, ainda me pergunto qual foi seu golpe para obrigar um homem como ele se casar com uma pobretona como você.
- Não obriguei ninguém a se casar comigo - respondo me sentindo insultada. Ela ri. - O que aconteceu com você? Nós éramos amigas, ou pelo menos eu achava - sou muito sincera em minha pergunta. Realmente gostaria de saber o que houve.
- Você não é amiga de ninguém, é egoísta e só pensa em você - suas acusações não fazem o menor sentido - Fica se escondendo atrás dessas boas ações mas na verdade só pensa em você... - ela fala alto o que chama a atenção de pessoas - Sua falsa... sai daqui volta lá pro seu palacete, pro seu marido que não liga pra você.
- Você só pode estar louca - começo a dar passos para trás, mas vejo um homem se aproximar dela - Você não sabe nada da minha vida - falo.
- Tenho certeza que ele tem vergonha de sair com você, por isso está sempre sozinha.
- Ele é ocupado. - não sei porque disse isso, ela não tem nada haver com minha vida. Ela ri debochando.
- Até eu me ocuparia com qualquer coisa que não fosse você, ou com qualquer uma - a frieza em suas palavras, a necessidade em me atingir. É a única coisa que não compreendo.
Sinto que estou tremendo com tudo. O homem que eu não conheço a puxa pelo braço a levando para longe de mim. As pessoas apontam e comentam coisas, ao meu redor, mas não entendo nada.
- Senhora - olho para trás e vejo o motorista - Está tudo bem?
- Sim, sim só vamos embora.
Como cheguei cedo não encontrei com a senhora Malika, e fiquei feliz por isso. Tenho certeza que notaria que não estou bem, atenciosa do jeito que é. Foi melhor assim.
Sozinha no quarto, penso em tudo. A maneira com que Hadija vem me tratando, a maldade que sinto em suas palavras. Ela quer me atingir de toda forma, mas nunca havia sido tão explicito como hoje.
O que eu fiz para ela me odiar assim?
Abraçada ao travesseiro e acabo chorando.
- Zara o que aconteceu? - escuto a voz do Ibrahim. Procuro limpar meu rosto, não queria que ninguém, me visse assim.
- O que você está fazendo aqui? - pergunto me sentando na cama sem olhar em seus olhos.
Ele senta-se ao meu lado.
- Eu moro aqui sabia? - rebate me fazendo rir - Efrain me ligou dizendo que você havia discutido com alguém, é verdade? - puxo o edredom me cobrindo.
- Se ele disse. - dou de ombros. - E por isso você veio mais cedo?
- Vai me contar o que aconteceu? Ou terei que usar umas de minhas técnicas de tortura como cantar? - ataco o travesseiro nele.
- Você não canta!
- Por isso entra como técnica de tortura - rimos os dois - E não, eu não vim por isso, se isso vai te deixar menos culpada por eu estar gastando meu tempo com você, eu já estava vindo quando recebi a ligação - o carinho que ele faz em minha mão é reconfortante - E então... vai me contar?
Eu acabo contanto tudo a ele.
IBRAHIM
Eu já estava de saída quando recebi a ligação do meu motorista, dizendo que Zara estava discutindo com uma outra mulher, no local onde ela foi visitar. Algo que eu realmente achei estranho.
Já convivemos há quase um ano, e eu nunca vi Zara nervosa, muito menos discutir com alguém. Sem contar que esse bairro é violento. Faço uma nota mental para pedir a Jamal que providencie um segurança para acompanhar, onde ela tiver que ir.
Escutar seu choro baixinho assim que entrei no quarto, fez com que eu me sentisse mal. Até mesmo culpado.
- Porque não me contou isso antes? - pergunto já que faz tempo que essa tal de Hadija está a tratando assim. Ela balança a cabeça em negativa.
- Não vou te encher com essas bobagens - seguro em sua mão chamando sua atenção.
- Isso não é bobagem, você cuidou de mim quando eu precisei.
Sorrio ao lembrar de todas as vezes em que ela me escutou pacientemente, sempre que precisei desabafar. Nem com minha mãe, fui tão aberto como fui com ela.
- Agora é minha vez de cuidar de você - limpo uma lágrima que escorre no canto de seu olho. - Mas você sabe que ela, essa moça tem razão em uma coisa, você é egoísta.
- Que? - ela puxa a mão e em seu rosto está estampado a descrença.
-Você é egoísta com você mesma, Zara. Durante todo esse tempo que convivemos vejo você se preocupando com todo mundo menos você. - ela continua me olhando sem entender - O que você fez durante todo esse tempo que era algo que você queria.
- Essa é fácil - ela levanta a mão e me mostra um dedo - Estou estudando direito, comecei a ajudar em algumas ONGs - vejo que ela pensa - Meus pais estão morando em uma casa que não tenho nem como descrever - seus olhos voltam a ficar marejados - Obrigada.
- Tudo isso eu sei, mas eu digo algo que você goste de fazer - me levanto para tirar meu celular do bolso. Desligo. - Você se preocupa tanto com todos que nem sabe o que gosta, se duvidar nem de comida você sabe.
- Isso não é verdade - vejo que consegui desafiá-la - Eu gosto de comer falafel.
- Ótimo! Então vá se trocar, vamos sair para comer fora - começo a ir em direção ao banheiro e percebo que ela levanta vindo atrás de mim.
- Não precisamos sair, eu sei fazer podemos comer aqui - paro e viro.
- E ter que aguentar as indiretas da minha mãe? - pergunto já sabendo a resposta. Os poucos instantes que levam para que ela possa processar no que tudo isso implica, é o tempo que fico admirando como suas feições mudam quando ela compreende.
- Vou me trocar, não demoro - ela vai em direção ao closet. Acabo rindo.
- Garota esperta! - lembro de algo e resolvo perguntar - Zara? - ela aparece na porta do closet - Você sabe o porque do comentário da Izabel, sobre alguém não estar fazendo o serviço direito? - ela abre a boca varias vezes mas nada sai.
- Não faço ideia - ela responde tossindo - Não deveria dar tanta atenção ao que ela fala, ela é meio doidinha as vezes.
- Se fosse só as vezes já estaríamos no lucro - concluo entrando no banheiro.
No banheiro sinto uma sensação boa dentro de mim, como de dever comprido. Me olho no espelho e encaro meu reflexo. Apesar de estamos nessa situação há quase um ano, não sei muito dela. Tirando o fato de ser a pessoa mais altruísta que conheço, mas coisas como o que ela gosta de fazer eu não sei.
Preciso ser mais atento, durante esse tempo ela cuidou tão bem de mim, sempre sabendo o que eu precisava. Agora é minha vez de retribuir.
[***]
- Levanta - sinto um cutucão nas costelas que me fazem gemer. - Você desligou seu telefone ontem seu espertinho - meu telefone? Abro meus olhos.
- Merda tenho uma reunião agora de manhã - saio da cama o mais rápido que posso, e isso me faz cair no chão.
- Ai merda! - meu pé ficou preso no edredom.
- Eu sei - Zara responde rindo - Por isso estou te acordando uma hora antes do horário de costume - uma hora antes do horário de costume, repito em minha mente. Penso. Isso quer dizer que ainda é cedo.
- Porque você fez isso? - me livro do edredom e fico de pé - Acabamos dormindo tarde ontem, eu poderia descansar mais um pouco - ela vem até mim e começa e em empurrar para o banheiro.
- Ficamos de tomar café com sua mãe hoje lembra?
- Lembro que... VOCÊ... ficou de tomar café com ela, eu não disse nada - ela somente ri.
- Vai tomar seu banho estarei lá embaixo te esperando - ela fecha a porta me deixando sozinho, mas logo abre novamente - Bom dia pra você.
Então sai batendo a porta.
E ela inda me pergunta porque a chamo de terrorista.
- E como foi a noite de vocês? - pego mais uma tâmara.
- Foi normal - respondo a senhora Malika - Só saímos para comer - ela sorri com o que escuta.
- Isso é muito bom, vocês dois nunca saem juntos - ela comenta no instante em que Ibrahim chega a sala com uma pasta em mãos e deixa num móvel ao lado da mesa.
- Bom dia meu filho - ele beija a mãe.
- Bom dia mãe - pela maneira que responde parece estar de mau humor.
- Pelo visto caiu da cama hoje - ela comenta e eu acabo rindo quando lembro do tombo dele - O que foi? Falei algo engraçado? - nego com a mão já que não vou conseguir responder.
- Hoje ela só acordou de bom humor, não é Zara? - concordo com a cabeça.
- Mas então vou melhorar isso - ela sai da mesa indo pegar algo e eu mostro a língua pra Ibrahim que me encara de cara fechada.
- Ponha um sorriso nessa cara - digo a ele que me ignora. Isso só me faz rir mais.
- Eu saí ontem e comprei isso pra você - ela me entrega o pacote - Depois você me diz se gostaram.
- Muito obrigada senhora Malika - ela me olha feio - Sogra - esqueço de chamá-la assim - Desculpe, mas não precisa se preocupar, mas muito obrigada.
Coloco o embrulho na cadeira ao lado e continuo tomando meu café. Eles conversam sobre algo e eu já fico imaginando o que deva ser o presente. Minha sogra, sempre me presenteia com vestidos, camisolas, de tudo um pouco e tenho que admitir, ela tem um ótimo bom gosto.
E o fato dela ter falado gostaram, indica que seja algo que ele também vá gostar. Ibrahim não demora a sair para tal reunião. E eu subo com a desculpa de ter que fazer alguma coisa, mas na verdade minha curiosidade está no que consiste o presente.
Quando fecho a porta do quarto rasgo o embrulho e vejo que é uma camisola, ou micro camisola. Toda em seda branca com detalhes em preto.
- É linda - coloco ela sobre o corpo. Escuto o barulho de algo caindo no chão. Quando pego o que caiu vejo que se trata de um par de brincos - Caramba.
IBRAHIM
Ainda bem que percebi logo que deixei a maldita pasta em casa. Ao entrar em casa, encontro minha mãe conversando com uma das empregadas.
- Filho, aconteceu algo?
- Esqueci uma pasta, a senhora viu? - ela me encara como se estivesse pensando em algo - Acho que deixei na mesa do café - quando vou passar por ela, sua mão segura meu braço.
- Já tirei tudo da mesa, veja se você deixou no quarto - agradeço e subo. Quando abro a porta eu fico... assim mesmo, sem palavras.
A imagem de Zara vestida com uma camisola que... não sei definir bem o que vejo. Ela está parada de frente ao espelho, está olhando para sua imagem. Que...
- Nossa! - é a única coisa que sai da minha boca. Ela se assusta.
- O que você está fazendo aqui? - fico parado vendo sua atrapalhada tentativa de se esconder.
Seria muito maligno querer que o tombo que ela me fez ter hoje, fosse retribuído nesse exato momento? Vestindo somente esse pedacinho de pano?
- Eu já te respondi isso ontem, lembra? Eu moro aqui.
Dou alguns passos em sua direção. E eu mesmo já sei a resposta, claro que seria. Seria maldoso demais. Só estou na dúvida se com ela ou comigo...
- Porque está se escondendo? - pergunto, pois ela está linda. Somente depois que ela consegue se enrolar com um lençol ela me olha.
- Você não tinha uma reunião importante? - reparo que suas bochechas estão vermelhas. Ela está com vergonha? Não consigo evitar o sorriso - Tira esse sorriso besta da cara.
- Você está com vergonha - afirmo olhando em volta a procura da pasta que preciso. - Não deveria, você está linda, você viu minha pasta?
- Você deixou na mesa do café - volto a olhar para ela, realmente lembrando de ter levado a pasta até lá. Seu telefone começa a tocar - Alô.
Continuo olhando para ela toda descabelada, deixando sua imagem mais selvagem quando consigo refazer a imagem do que ela está vestindo, em minha cabeça. Merda.
- Eu já chego aí - ela desliga. Ficamos ambos nos encarando. - E, mais alguma dúvida? - ela pergunta dou de ombros. - Dá pra você sair, eu preciso me trocar. - começo a sair. Então lembro, do que ela me fez de manhã.
- Eu tenho uma dúvida sim... - paro quando pego a maçaneta - Aquilo realmente era uma calcinha? - seus olhos parecem ter chamas saindo deles.
Eu fecho a porta depressa quando vejo um sapato vindo em minha direção.
- Some daqui Ibrahim.
Estou rindo quando desço as escadas e vejo minha mãe parada com a pasta em mãos.
Minha ficha cai. Ela fez de propósito.
- Mãe... - pego a pasta de suas mãos ainda rindo - Não deveria ter feito isso.
- Filho - ela me devolve o mesmo sorriso e me abraça.
- Estou atrasado, quando chegar, precisamos conversar - dou um beijo nela e vou em direção a porta.
- Eu sei e, estarei ansiosa te esperando meu amor.
Bom de tudo que eu entendi até agora, talvez a inevitável conversa com minha mãe será mais fácil do que imaginei. Ela já sabe da verdade.
Que coisa não? ...
Deixa eu explicar uma coisa, temos dois casais principais aqui. Ponto.
Com personalidades totalmente diferentes. Entre um deles uma doce jovem que ainda não viveu nada das experiências que muitas pessoas na idade dela viveram. E Zara merece viver tudo da melhor forma possível. Então não tenham pressa, não importa quanto tempo eles estão juntos, não importa o tempo que levou pra Ibrahim se dar conta. O que importa é que ambos irão cair na real, da maneira mais sublime que se pode descobrir o amor. ( Na minha opinião claro)
Em outro lado uma pessoa que não tem papas na língua, e não compreende muito os costumes que a cerca. E paciência não é uma de suas virtudes. Bel é uma pessoa vivida, mas isso não dá imunidade para não errar. E os homens, bom só isso já explica muita coisa... São homens kkkk
Mas uma coisa eu digo, as pessoas aprendem com os erros, com os acertos, com experiência vividas. Então vamos deixar nosso quarteto viver tudo ao seu tempo...
E lembrando ainda estamos no segundo capítulo.... Tem muita areia pela frente....
Alguém interessada em um certo jantar?
Até segunda...
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