CAPÍTULO 42
SABADOOOOUUUU.....
A música aqui é a que eu estava ouvindo agora, não reparei se tem algo relacionado como capítulo...
BOA LEITURA!!!
Depois de explodir comigo por ter entrado na van, Mustafá me deixa de lado para encontrar seu celular, que estava vibrando no banco da frente. Ao atender ele me encara sério, como se me falasse: "nossa conversa ainda não acabou"
Reviro meus olhos virando meu rosto para olhar a rua, respirando fundo me sentindo aliviada. Não estou nem ai para o que ele acha da minha decisão de ter entrado no carro, quando vi minha irmã ali, não pensei duas vezes, e não me arrependo. Agora eu sei que minha irmã está viva, só precisamos fazer o pagamento e pronto tudo resolvido.
O carro para em frente ao hotel, e nem havia me dado conta de como chegamos rápido. Desço do carro apressada, seguindo para dentro do hotel sem espera por ele. Ao parar em frente ao elevador, sem lembrar o andar em que estamos hospedados, lembro que preciso do Mustafá.
Logo ele para ao meu lado, visivelmente agitado. Reparo ás vezes em que ele olha para seu relógio, conversa em árabe com seu segurança, que nos deixa sozinhos e sai indo sabe-se lá pra onde. As portas do elevador abrem-se, e eu entro tão rápido posso.
— Agora é só você fazer o depósito. — comento tentando puxar algum assunto. O clima está estranho e isso está me deixando nervosa. Seguro sua mão olhando no seu relógio. — Ainda temos 30 minutos, ela disse que tínhamos uma hora. — esfrego as mãos agitada e ansiosa.
— Não vou fazer o depósito. — ele diz passando a mão nos cabelos. — As coisas mudaram, Izabel.
— O que? — indago parando a sua frente. — Você está louco? Vamos fazer o depósito sim.
— Esqueça. Logo você vai entender. — ele diz olhando para o visor que mostra os andares que vão passando. — Anda. — ele bate o punho na porta de aço.
— Você está fazendo isso para me castigar não é? — pergunto tentando entender porque ele não vai fazer o que está combinado. — O dinheiro nem é seu, para decidir o que fazer, é do Almir.
— Que? — pergunta confuso. — Tenho mais o que fazer do que pensar em você o tempo todo não acha. Castigar você pelo que Izabel?
— Pelo beijo que não retribui não é mesmo? — pergunto no momento em que as portas se abrem e ele sai rindo do que falo sem me dar o mínimo de atenção.
— Você só pode estar louca. — ele segue pelo corredor, mas percebo que esse não é nosso andar, mas mesmo assim sigo atrás dele. — Com certeza bateu a cabeça na queda. — vou até ele segurando em seu braço o puxando para que pare de andar.
— Não estou louca você é assim. — paro no corredor me dando conta de algo que estava a minha frente o tempo todo e eu nunca reparei. — Meu Deus, é como você falou em mudar o ângulo de como se vê as coisas. — ele continua me encarando sem entender. De manhã me perguntei por que nunca tinha visto a cidade tão bonita daquele jeito, pois sempre morei aqui. Então ele disse, que tinha que mudar o ângulo de ver as coisas, e agora parada aqui na sua frente me dou conta, de como ele realmente é.
— Do que você está falando?
— Você me fala pra esquecer a merda do beijo, não porque tenha sido uma merda, mas porque você se sentiu frustrado por não ter sido correspondido, e sempre que você se sente assim você se vinga em alguém. — acabo rindo sozinha. — Meu Deus como você é baixo e vingativo.
— Não estou me vingando de ninguém Izabel, muito menos de você. — ele se aproxima lentamente. Pare de se achar o centro das atenções.
— Você é igualzinho a mim. — ele para quando falo isso. — Apesar de ser muito calculista, agiu sem pensar naquele momento, não é mesmo? — pergunto rindo, mas não tirando sarro dele, e sim o entendendo melhor. — E isso te causou muita raiva, por não ter dado certo. Eu não correspondi ao seu beijo, muito pelo contrário, e. eu não consigo pensar muito quando me sinto assim com raiva ou frustrada com alguma coisa, sou mais impulsiva, fico cega de raiva e desconto na primeira pessoa que vejo, mas você não, é mais calculista. Mas como você disse isso é algo que aprendemos com o tempo. Mas você não conseguiu se segurar naquele momento.
Ele fica parado a minha frente sem ter o que falar, porque ele sabe que eu estou certa. Por mais que ele negue, eu e ele sabemos da verdade.
— Eu fiquei perturbada com o que aconteceu, mas não por ter sentido algo com o beijo ou ficado em dúvida, porque isso nunca aconteceu. Sempre que estou com você é nele que eu penso. Quando você me beijou naquele avião era ele quem eu queria que estivesse lá, não você. — ele olha para trás de mim ao ouvir o som do elevador.
— Não é o melhor momento de termos essa conversa. — Mustafá diz voltando a me encarar.
— E não vai ter o melhor momento, porque essa conversa nunca vai existir para mim, eu sinto muito, mas não existe uma disputa aqui, nunca se quer existiu. Espero que você encontre alguém que faça você sentir o mesmo que... — respiro fundo olhando em seus olhos para que veja que estou sendo sincera. Mesmo ele negando o que sente algo por mim, eu vejo a raiva e decepção que está sentindo nesse momento. — O mesmo que ele me faz sentir. — me aproximo mais dele. — De certa forma eu tenho que te agradecer, seu beijo serviu para que eu enxergasse o quanto eu amo Jamal. Não estou falando te falando isso para te humilhar, ou te atingir, mas porque é a verdade.
Dou um passo para trás querendo encerrar esse assunto, e ao virar vejo que Jamal está nos observando a alguns passos de distância. Por um momento fico sem saber o que fazer. Minha vontade é correr até ele e o abraçar, chorar por tudo que tenho passado nesses dias, da saudade que sinto dele, chorar por ter me dado conta somente agora do que realmente sinto, mas não faço. Sei que ele ouviu o que falei. Ouviu sobre o beijo. E não vou forçar nada, vou dar tempo a ele para entender, e independente do que possa vir acontecer entre nós, minha irmã é mais importante no momento.
— Sei que você provavelmente quer quebrar a cara dele e talvez até a minha junto, mas agora não temos tempo para isso, eu preciso que você faça o depósito, eu estive com a Melissa e sei que está viva, e agora Mustafá não quer fazer o depósito. — falo tudo de uma só vez, enqunto Jamal somente encara Mustafá.
— Se me derem licença tenho algo mais importante a fazer. — Mustafá passa por nós indo em direção ao elevador.
— Jamal. — o chamo quando o vejo ir em direção onde Mustafá está parado esperando o elevador.
— Só um momento Izabel. — responde sem olhar para mim, indo em direção ao elevador.
Isso vai dar merda. Penso em ir em direção, mas estou cansada de tudo isso. Eles que se resolvam. Fico observando se vão discutir ou até se agredirem, mas isso não acontece, eles apenas conversão algumas poucas palavras. Então Mustafá entra no elevador assim que as portas se abrem e Jamal vem em minha direção. Vejo a maneira fria com que Mustafá me olha, e depois balança a cabeça em negativa.
O que foi isso?
Muitas coisas estavam passando pela minha cabeça no momento em que as portas do elevador se abriram. Minha conversa com James. Providências a serem tomadas, antes da chegada da polícia. Mas definitivamente, ouvir sobre o que Mustafá e Izabel estavam conversando, fez com que mais alguns pensamentos se agregassem aos que já perturbavam minha mente.
Ele a beijou?
É isso que estou entendendo?
Depois de presenciar o que cada um tinha a dizer para o outro, ou melhor o que Izabel tinha a dizer a ele, percebo que agora ela me olha incerta de como agir quando nota minha presença. Mustafá tem a atitude de sair e passa por mim, indo para o elevador. Vou atrás dele.
— Jamal. — ouço Izabel me chamar.
— Só um momento Izabel. — vou até onde ele está parando ao seu lado. — Você não disse nada a ela, não é mesmo? — ele ri sem me olhar.
— Acha mesmo que se tivesse falado algo, eu teria que ter ouvido tanta idiotice? — então me encara. — Não falei nada. Conversamos depois tenho algo a fazer agora. — ele entra no elevador e eu volto para onde Izabel me encara pasma.
— Sei que está puto comigo. — ela fala e noto que começa a ficar ansiosa. — Mas eu não tive culpa, só não faça o mesmo que ele, que não quer fazer o depósito e tenho certeza que é uma maneia de me punir. — pego a chave magnética do quarto em que estou e abro indicando para que ela entre. — Temos pouco tempo.
— Calma Izabel... Ninguém quer te punir. — tento explicar a ela o que está acontecendo, mas ela não para de falar e andar de um lado para o outro.
— Como você me pede para ter calma? — ela começa a chorar. Vou até a suíte onde deixei Melissa tomando banho enquanto sai para conversar com James e Gutierrez. Abro a porta que separa a suíte do restante quarto para que ela veja com seus olhos, mas Izabel não olha, continua chorando sem me olhar.
— Aladim o controle não ta funcionando. — escuto Melissa falar comigo.
— Você... Aladim? — Izabel para de falar olhando para a suíte.
Ambos olhamos para dentro do quarto e vendo Melissa de banho tomado, sentada no meio da enorme cama de casal usando um roupão que é definitivamente o dobro do seu tamanho, com uma toalha enrolada na cabeça e um pote grande de sorvete nas mãos.
— Você disse que eu poderia pedir o que quiser. — ela se justifica apontando para o pote de sorvete, e dá de ombros.
— E pode. — sorrio piscando para ela.
— Melissa? — Izabel parece não acreditar no que vê. — Meu Deus. Como ela veio parar aqui?
Izabel fica confusa por um tempo não sabendo se espera que eu responda ou se vai até a irmã. Então ela começa a chorar e vai em direção da irmã a abraçando-a. a cena das duas é comovente, mas olho no relógio vendo o tempo passar.
— Não precisa chorar mais, I. Seu amigo me achou e me trouxe para cá para ver você. — elas se abraçam e choram juntas. — Seu amigo é legal, me deixou ficar aqui até ele buscar a mamãe. — elas sorriem uma para outra.
— Melissa eu preciso conversar com sua irmã. — vou até ela pegando o controle de sua mão e mostrando onde muda os canais. — Então você trate de ficar aqui, assistindo e comendo seu sorvete depois conversamos com você. — ela sorri para mim, colocando uma enorme colher de sorvete na boca.
— Tudo bem. Vou assistir. — ela fala com a boca cheia, volta a olhar a TV. Faço sinal para Izabel sair do quarto.
— Qualquer coisa é só chamar. — saímos e volto a fechar a porta deixando ela entretida com a TV.
— Ainda não consigo entender como você fez isso? Você nem estava aqui. — ela coloca as mãos na cabeça espantada com algo. — Meu Deus deu certo, foi você o anjo? — me pergunta do nada.
— Que anjo? — pergunto, mas lembro de tudo que tem que ser feito ainda. — Conversamos sobre isso depois Izabel. Temos um problema maior aqui e eu preciso que confie em mim. — meu telefone toca.
— Claro que confio. Mas que problema maior poderia ser esse, se ela já está aqui? — explico a ela o que realmente aconteceu, que sua família estava envolvida no sequestro que de início seria falso, mas que Vasco havia passado eles para trás, firmando um novo acordo com a mulher que encontrei usando a pulseira.
— Meu Deus eu não acredito. — ela fica horrorizada com o que escuta. — Como ela pode fazer isso com a própria filha? — ela fala em voz alta.
— Você também é filha dela, e veja como ela tratou você durante todo esse tempo. — falo e noto a porta da suíte, ser aberta só um pouquinho.
— Vocês estão discutindo? — Melissa pergunta curiosa. — É que vocês estão conversando em voz alta. Não quero que briguem por minha causa.
— Não estamos brigando nem discutindo. — Izabel vai até ela. — Só estamos conversando, como adultos fazem. — ela beija a cabeça da irmã e Melissa entra fechando a porta.
— E o que você pensa em fazer agora? — Izabel volta a perguntar.
— Temos que tirar a guarda dela, quem garante que ela não fará coisa pior. — Izabel concorda passando a mão na nuca.
— E com quem Melissa vai morar? — e pela pergunta que me faz, percebo que ela está meio zonza com o que está acontecendo e não se deu conta ainda.
— Com você. — falo o lógico da situação. Ela para de andar de um lado para o outro e me encara assustada.
— Comigo? — ela fala alto. — Eu não sei cuidar de mim, como vou cuidar de uma criança? — faço sinal para que ela fale baixo.
— Eu continuo ouvindo a conversa adulta de vocês dois — ambos ouvimos Melissa gritar do quarto.
— Aumenta o volume da TV então. — Izabel abre a porta falando rapidamente e fecha em seguida. — Isso não vai dar certo. — ela respira fundo. — Mas tudo bem eu consigo, ela não pode ficar com eles, não depois disso tudo. — concorda no final.
— E porque não daria? É sua irmã. — ela me olha e vejo que mexe nas mãos com aquele tique nervoso que tem quando fica ansiosa, para fazer algo. Acabo rindo do seu jeitinho de menina.
— Porque você está rindo? — pergunta mordendo o canto da unha.
Ignoro meu telefone que toca, e dou dois passos em sua direção o que a deixa apreensiva, mas quando paro a sua frente abrindo os braços seus olhos ficam marejados, e um soluço escapa de sua garganta. Izabel se joga em meus braços.
— Senti tanto sua falta. — fala com a voz trêmula, e chorosa. Eu abraço seu corpo lhe passando segurança e matando a saudade que até o momento havia me privado de admitir estar sentindo, beijo sua cabeça com carinho e aperto mais meus braços em sua volta.
— Agora eu estou aqui. Vai ficar tudo bem.
Como Mustafá e Jamal evoluíram, né?
Sempre falo para esses dois, que nem tudo se resolve no grito e na pancadaria.
Orgulho desses meus meninos... ai ai...
SQN
Hahahaha beijos...
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