CAPÍTULO 40
PARABÉNS!!
Sei que tivemos aniversariante ontem. Mas não tive como postar. Muitas felicidades 😘
Tem pessoas indignadas que Jamal e Mustafá não se ligaram que tudo isso é uma farsa.
1. Era uma farsa no vídeo gravado. Certo? Agora é verdade.
2. Eles sabem que o Vasco não vale nada, mas que ele estaria envolvido dessa forma. Eles não ligaram a bolinha de cristal, pra adivinhar. Vocês sabem porque leram a versão do Vasco, mas os personagens lidam com o que chegam até eles. Vasco está vendendo a imagem do cara que se arrisca em busca de perdão.
Vamos deixar as coisas acontecerem pra ver onde tudo vai dar.
Tudo ao seu tempo.
😘😘
Horas depois na Espanha
Eu estava no meu limite, eu sentia isso, aquela sensação de que tudo iria explodir a qualquer momento vibrava dentro de mim. Tantas coisas acontecendo de uma só vez, tudo isso estava me esgotando. Lembranças do que passei não parava de invadir a mente a todo, momento, ter que olhar nos olhos daquela mulher e ver que eu realmente nunca signifiquei nada para ela dói muito. Se não bastasse ter que lidar com toda essa merda do passado ainda tinha as merdas do presente, como o beijo.
Porque isso está me preocupando tanto?
Foi somente a merda de um beijo idiota, dado por um imbecil qualquer. Não, não foi um imbecil qualquer, era o imbecil do Mustafá. Aquele que sem motivos aparentes se despencou de Dubai até aqui para me ajudar. Na verdade creio que o que me preocupa nisso tudo não é o fato do beijo, e sim os motivos escusos por de trás de toda essa ajuda. Ele não faz nada sem obter algo em troca.
— Tem certeza que não vai comer? — saio dos meus devaneios ao ouvir sua voz.
Olho para o homem parado a minha frente, sem conseguir compreender o porquê de tudo isso. Depois de sair da minha ex-casa, viemos para o hotel em que ele havia reservado nossos quartos.
— Não tenho fome. — volto a olhar para a maravilhosa vista que a janela desse luxuoso hotel me oferece da cidade que vivi por anos, e nunca pude observar dessa forma. — Como eu vivi tantos anos aqui e nunca havia reparado na beleza dessa cidade?
— As vezes só precisamos mudar o ângulo.
— Mudar o ângulo. — repito.
— Você precisa comer Izabel. — ele coloca um pouco de suco em um copo e o empurra para mim. — No momento em que ligarem iremos partir, então seria bom que você estivesse alimentada, ter você passando mal ou desmaiando não será algo que venha ajudar.
— Há que horas vão ligar?
— Não sabemos. Eu pedi uma prova de vida da sua irmã, como será e quando não somos nós que determinamos. — olho para Mustafá que permanece sério e compenetrado, como sempre é impossível conseguir imaginar o que se passa em sua mente.
— Como você consegue ser tão frio a tudo? — seus olhos procuram os meus com curiosidade, talvez pela mudança de assunto repentino. — Não digo agora, isso o que está acontecendo não tem nada haver com você, digo... Você nunca demonstra estar abalado com o que acontece. Como consegue fazer isso? — ele leva seu copo de suco até os lábios, sorvendo o liquido amarelo.
— É só você não se importar. — diz tranquilo.
— Você é como aqueles vampiros que desligam a humanidade. — comento sem conseguir deixar de rir com minha comparação. —Você tem coração, só não admite.
— Tem coisas que aprendemos com o tempo. — sua voz soa fria e vazia de qualquer emoção.
E assim ficamos os dois cada um em sua cadeira, dividindo o mesmo espaço, mas separados por um mundo de pensamentos diferentes. As horas passam numa lentidão inimaginável. Falei com Jamal por telefone e mal posso esperar para que ele chegue e eu possa contar a ele o que aconteceu, isso está me deixando inquieta.
— Porque ele ainda está aqui? — depois de um tempo em silêncio pergunto querendo saber do porque do Vasco ainda estar conosco. Mustafá parece sorrir de forma genuína ao olhar para mim, depois da minha pergunta.
— Podemos dizer que estou fazendo sala para um amigo que está para chegar.
— Aquele machucado foi Jamal quem mandou você fazer? — indago porque não acho motivos para que Mustafá o tenha feito. Vasco não vale nada, mas Mustafá comprar briga a toa, não é do feitio dele.
— Você acha que sou pau mandado do seu namoradinho Izabel? — acho que feri seu ego. —Aquilo foi pelo que ele fez com a Ayla. — diz balançando uma das mãos no ar. Estranho o fato do nome da Ayla ter entrado na história.
— O que a Ayla tem haver com o que você fez?
— Pelo que soube ele faltava com respeito a ela. — fico parada olhando para Mustafá e tentando entender de alguma forma o que ele falou.
Então faço a ligação dos fatos, o telefonema dele com Jamal onde ele se afastou para que conversassem sem que eu ouvisse. Puta que pariu. Tento segurar o riso quando entendo o que aconteceu, mas não consigo, e começo a rir de forma descontrolada.
— Porque está rindo? — sua pergunta só piora meu estado, fazendo-me gargalhar.
— Porque você é burro. — falo segurando a barriga que começa a doer de tanto que estou rindo. — Ele te usou seu idiota, do mesmo jeito que me usou uma vez. — respiro fundo buscando ar, para conter a risada. — Puta que pariu, ele é foda. Mesmo de longe meu tigrão dá um jeito de se fazer presente.
— Do que você está falando? — pergunta curioso.
— Uma vez ele estava com raiva da falecida lá. — balanço a mão no ar. — Mas ele não podia fazer nada afinal ela era filha de quem era, e ele um segurança. Então o que ele fez? — pergunto e Mustafá da de ombros. — Ele sabia como eu era impulsiva.
— Era, Izabel? — pergunta rindo.
— Eu era "mais" impulsiva. — explico. — Ele tratou de fazer com que eu encontrasse a dita cuja, e não deu outra. Quando eu soube que aquela lambisgóia parada na minha frente era a fulaninha, era a causadora de toda a confusão e sofrimento da minha amiga. Meu amigo. — bato no peito lembrando, do fiz. —Eu fui á forra. Dei uma surra nela dentro de uma loja. — conto rindo lembrando, do fato. — Igual ele fez com você, de alguma forma o que ele falou para você, te influenciou a fazer o que fez com o Vasco. — eu estou rindo e ele sério como uma mula.
Gargalho.
Seu telefone toca e sem tirar os olhos dos meus ele atende. Levanta o dedo para que eu pare, e presta atenção no que alguém fala. Paro de rir de imediato, lembrando que possa ser os seqüestradores. Sem nenhuma palavra ele desliga e levanta-se guardando o celular no bolso.
— Vamos. Você vai se encontrar com sua irmã. — ele sai da sala indo em direção ao quarto.
— Agora? — pergunto o seguindo sentindo meu coração disparar com a notícia. — Jamal ainda não chegou. — comento sem saber o que fazer.
— Ele está no aeroporto irei mandar o endereço e ele nos encontrará no local. — ele sai do quarto indo em direção a ante-sala, falando em árabe com os dois seguranças. Percebo que mesmo não entendendo nada de árabe, Vasco se agita com a movimentação.
— Você fica. — Mustafá fala com Vasco o empurrando para que volte a se sentar no sofá. — Sua ajuda até aqui foi muito útil. Mas é só até aqui.
— Não, eu quero ir também. — Vasco fala com ele, mas olhando para mim. — Izabel o que eu fiz, indo até lá, foi como levantar uma bandeira de paz. Esquecer o passado, eu poderia ter virado as costas, para o pedido da sua mãe, mas eu me arrisquei. — Mustafá entra na minha frente olhando para ele.
— Você foi bem corajoso indo até lá, sabendo que poderia não voltar. Como eu disse sobre sua ajuda ter sido útil, sou grato e Izabel também, mas agora você fica aqui.
Saímos do quarto seguido por um segurança, já que o outro ficou com Vasco. Enquanto descíamos de elevador, Mustafá passou o endereço para Jamal por mensagem. Procurei me manter calma, mas bastou Mustafá fechar a porta do carro para o desespero bater. Procurei engoli a ansiedade e o medo que começavam a me invadir. Respirei fundo por varias vezes, buscando prestar atenção na cidade que começava ganhar inúmeras cores diferentes, causada pelas luzes noturnas. A noite estava nos dando as boas vindas? Era assim eu gostava de pensar. O celular vibra em minhas mãos.
"Logo estarei ai, procure manter a calma"
Sorri e digitei uma reposta para a mensagem de Jamal.
"O que é calma? É de comer?
No mesmo momento em que ele visualizou meu telefone vibrou com a chamada.
— Alô. — tentei esconder o nervosismo que estava sentindo, disfarçando a voz.
— Vai ficar tudo bem Izabel, acredite. — ouvir sua voz me trazia paz, mas nesse momento isso não estava acontecendo. — Você já está indo para o local, certo? — perguntou.
— Sim. — virei para Mustafá, e vi que olhava para fora.
— Serei breve, mas quando nos falarmos novamente não será por telefone. — ele demonstrava uma calma na voz.
— Tá bom.
— Eu confio em você, então também confie no seu instinto quando precisar. — sem muitas palavras ele desliga. A lembrança de como ele ficou puto quando a irmã sumiu e soube que eu tinha algo com aquilo era tão diferente de agora, será que ele vai ficar calmo quando eu contar do beijo?
— Não foi por ela. — Mustafá fala do nada me fazendo olhar para ele. — Aquilo foi um aviso para não encostar mais em você. Ele te bateu Izabel.
O ar estava pesado, e já não bastasse toda essa merda de sequestro, ainda tinha que lidar com a variação de Mustafá. Essas múltiplas facetas que ele possuía estavam me deixando doida.
— Porque você faz isso? — perguntei irritada. — Sempre jogando algo no ar, hora me fazendo acreditar que sente algo por mim, mas logo em seguida fazendo me sentir, uma qualquer sem valor algum para você, porque faz isso? — eu estava no meu limite. — Quer saber, dane-se, não quero saber nada. Você é muito complicado para tentar entender.
Virei para o lado e quase meia hora depois, paramos em frente a uma praça fora do centro da cidade que está bem movimentada. Está acontecendo alguma apresentação, evento ou algo do tipo, muitas pessoas com fantasias estão circulando outras dançando e a música está bem alta.
— Não gosto disso. — Mustafá comenta ao sair do carro e conversar com o motorista. Não sei o que conversam, mas ele bate na lateral do carro com raiva com raiva. Sem saber o que está acontecendo saio querendo entender o motivo do nervosismo dele, e medo de que algo possa dar errado.
— O que está acontecendo? — pergunto tendo que gritar para que ele possa me ouvir, já que o barulho atrapalha.
— Volta pro carro Izabel. — disse curto e grosso.
— Não vou voltar. O que está acontecendo? — perguntei agoniada, mas não obtive resposta.
Seu segurança falou algo, que o fez se agitar. Sem respostas comecei a olhar para os lados, em busca de entender o que poderia estar errado. Foi nesse momento que vi Mustafá pegar a arma do segurança, colocar nas costas escondendo com o casaco. Logo em seguida veio até mim, segurou minha mão com força e começamos a andar em direção a grande multidão.
— Você está me assustando. — olhei para nossas mãos, onde ele apertava a minha com força.
— Achei que seria um lugar mais calmo, fácil de controlar. Ter você sempre a minha vista. Mas como vê não é assim, e nem posso questionar, eles estão com sua irmã, eles dão as cartas do jogo.
— Isso não é um jogo. — retruco incomodada pelo fato dele sempre achar que tudo é brincadeira.
— Tudo é um jogo, Izabel.
— E não ter o controle dele te deixa puto. — ele para bruscamente puxando minha mão que está segurando.
— Não ter o controle me deixa insanamente furioso. — seus olhos dizem mais que as palavras que saíram de sua boca, essa é uma das facetas que ele possui que é impossível tentar compreender o que está passando em sua cabeça.
Somos envolvidos pela multidão, algumas pessoas esbarram em nós, o que acaba separando nossas mãos. Elas começam a dançar evolvidas com a música, pedindo desculpas, o que não adianta muito, pois Mustafá segura um deles pela roupa o jogando longe, as pessoas se misturam. Toda essa agitação em volta me deixa nervosa. Uma mulher fantasiada de odalisca para ao meu lado entregando algo.
— Não é meu. — devolvo a peça de roupa a tal moça.
— Se afaste dele e vá para trás da igreja ou não verá sua irmã novamente. — ela termina de falar e se afasta se misturando na multidão com rapidez.
Olho para a peça de roupa e vejo que se trata de uma roupa de criança, volto a olhar na direção em que ela foi e vejo um grupo de odaliscas dançando mais a frente, mas não a morena que falou comigo, lembro do que ela falou, procuro uma igreja. Vejo uma um pouco longe de onde estamos.
"Confie nos seus instintos"
Sem pensar duas vezes vou em direção a igreja, tenho dificuldade de chegar até o local. Empurro algumas pessoas, e assim que chego atrás não encontro a mulher. Pensa Izabel, pensa. Olho para os lados.
— Izabel. — olho para trás vendo Mustafá vindo em minha direção.
— Entra. — a voz da tal mulher surge entre as demais que me cercam. Olho para os lados em busca da voz, e vejo uma Van branca parada, com a porta traseira aberta. — Entra agora. — ela grita.
— Não! — Mustafá também grita.
Quando ela abre mais a porta, vejo minha irmã amarrada e amordaçada sentada no canto. Sigo em direção ao carro sentindo uma dor terrível dilacerar meu peito. Assim que entro na Van, a mulher fecha a porta e o carro sai em disparada.
Eu não acredito!
Passo a mão nos cabelos tentando me acalmar.
— Mas que merda Izabel. — grito na rua. Pego o celular ligando para Abul vendo mais ou menos a direção que o carro seguiu antes que sumisse da minha vista. — Estou atrás dessa merda de igreja traga o carro. — desligo e ligo para Jamal. — Atende porra! — ele atende no segundo toque. — Confie nos seus instintos, não tinha nada melhor para falar aquela hora? — chuto um tambor de lixo tentando descontar a raiva. — Ela não está comigo porra!
— Onde ela está? — porra agora essa calma que ele emite em sua voz, me deixa doido.
— Dentro de uma Van branca em algum lugar da Espanha. Ta bom assim ou você quer mais detalhes, como não tenho a porra de ideia? — grito vendo que Abul para o carro na guia. Vou em direção entrando ao lado do motorista. — Vou tentar seguir na direção que eles foram, mas será como achar uma agulha num palheiro.
Sou jogada com tudo contra a lataria do carro quando a porta é fechada e o motorista acelera entre as ruas. Sinto uma dor no braço causada pelo impacto da queda, mas nada disso importa quando meus olhos focam em Melissa.
Seus olhos estão vermelhos e inchados de tanto chorar. Ela resmunga algo, que não consigo entender. Me, aproximo dela, abraçando seu corpo magro.
— Calma vai ficar tudo bem. — tento conter as lágrimas, mas não consigo ao ver seu estado. Roupas sujas, um machucado em sua perna. — Eu estou aqui minha pequena. — falo com ela, da mesma maneira que costumava chamá-la quando era um bebezinho.
— Vai logo, que você vai descer. Agora você viu que ela segue viva. — Melissa esconde o rosto em meu peito, passo as mãos em suas costas fazendo carinho.
— Desamarre-a, por favor, ela é só uma criança não precisa disso tudo. — a mulher nega, então eu tiro a mordaça da sua boca segurando o rosto dela em minhas mãos. — Vai ficar tudo bem. — falo tentando a acalmar.
— Me tira daqui, por favor. — ela pede entre as lágrimas. — Não era verdade. Mamãe falou que era brincadeira. — a ultima coisa que preciso agora é escutar qualquer coisa sobre aquela mulher.
— Esqueça ela, vai ficar tudo bem, entendeu? — busco olhar para ela. — Eu vou dizer que você está bem. Então, essas pessoas irão receber o dinheiro e soltar você. — ela chora e balança a cabeça negando.
— Eu quero ir junto. Não me deixa sozinha, por favor. — suas palavras e seu desespero me deixam mais aflita do que eu já estava. — Por favor.
— Eu vou ficar com você. — falo tentando a acalmar.
— Não vai não, esse não é o trato. Agora você vai voltar e dizer que ela está bem e eu quero meu dinheiro. — Melissa chora mais ao ouvir que não poderei ficar, passo as mãos em seu rosto limpando as lágrimas, e olho para minha pulseira.
"Eu estarei sempre com você"
É o que Jamal falou para mim. Rapidamente tiro a pulseira do meu braço e seguro colocando sobre meu peito.
— A pessoa que me deu essa pulseira, é alguém muito importante para mim, assim como você, e ele me disse que eu nunca estaria só, se estivesse com ela. Ele sempre estaria comigo. — coloco no braço dela, e seguro seu rosto. — E você não vai estar. Eu volto pra te buscar. Eu prometo. Procure ficar calma, tudo vai acabar bem.
— Já chega. — a mulher puxa Melissa com tudo fazendo com que ela caia. Vou para cima dessa cachorra, batendo em seu rosto.
— Sua vaca, vem bater em mim. — consigo acertar um tapa, antes de cair batendo a cabeça com força, por causa da freada brusca que o motorista acabou fazendo. — Calma Melissa. Vai ficar tudo bem. — falo tentando chegar até ela que chora desesperadamente, mas sou impedida quando alguém me segura pela cintura e me joga para fora do carro.
— Fiz a minha parte, agora quero meu dinheiro. Vocês tem uma hora. — a cadela fala rindo antes de fechar a porta e o carro sair entre os outros carros que circulam pelas ruas.
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