CAPÍTULO 39
Oi, tudo bem com vcs?
Ontem foi aniversário de uma lindeza que ao invés de pedir um capítulo como todas pedem, me pediu uma chamada de vídeo. O sonho dela era me conhecer...Ainnn... alguém me belisca? Esse carinho de vcs é algo que não consigo encontrar palavras para descrever o quanto é maravilhoso ... muito obrigada.
Eu falei a ela que a nossa imaginação é mil vezes melhor que a realidade, mas ela quis mesmo assim kkkkk
Fran, conseguiu dormir depois? Não teve pesadelos? kkkk
Nem pude conversar muito ontem, pois meu dia estava corrido ao extremo, mas deu tudo certo. Parabéns lindeza que Deus abençoe muito sua vida. (você poderia ter pedido alguns spoilers, eu teria dado na boa hahaha)
E, também temos mais uma aniversariante hoje, a Tania, parabéns lindona desejo tudo de bom para vc...
Eu não consigo responder a todos os comentários, mas leio todos, mesmo alguns capítulos tendo mais de 400 comentários eu leio. OBRIGADA!!!!
bjos!
Depois do momento em que falei tudo o que estava entalado em minha garganta, Mustafá saiu da cabine para que eu tomasse um banho e descansasse. Coisa que eu não conseguiria se ele estivesse aqui.
Então tomei um banho, o que ajudou muito a relaxar, comi um pouco do que Nádia havia trazido, naquele momento tudo parecia pedra descendo pela garganta, mesmo sendo suco e fruta. Mas também só me forcei a comer, porque sei que seria o que Jamal me faria fazer. Lembrar dele e da maneira como cuida de mim, me fez mandar uma mensagem a ele antes de cair no sono, realmente achei que não iria conseguir dormir, mas bastou colocar a cabeça no travesseiro e apaguei.
Acordei somente quando Mustafá entrou na cabine para tomar um banho, momentos antes do piloto, anunciar que estaríamos pousando em Madrid. Enquanto ele tomava banho eu levantei e peguei meu celular lendo pela décima vez a mensagem que enviei para Jamal antes de cair no sono.
"Eu só queria que você estivesse aqui"
Me, senti tão mal quando ele respondeu, sem ao menos saber o que aconteceu. Tive vontade de chorar de raiva, mas não chorei, chega de me lamentar pelo que aconteceu. Eu não tive culpa e pronto. Ele vai ter que acreditar em mim. Leio sua mensagem novamente.
"Eu sempre estarei com você, estando ao seu lado ou não, Izabel lembre-se disso"
Respiro fundo deixando o celular na cama e passando meus dedos pela pulseira que ele me deu.
"Eu sempre estarei com você"
Foi o que ele me disse quando a colocou em meu pulso. Tive vontade de contar a ele o que aconteceu, sobre o beijo, mas fazer isso pelo celular é foda demais, até mesmo para mim, ele não merece isso. Tenho medo de como ele vai reagir, demorou tanto tempo para que ele confiasse em mim, e olha no que deu. Meeeeeerda!
Bato minha mão na testa e logo em seguida ouço barulho, e ao olhar vejo que Mustafá sai do banheiro de banho tomado, terminando de abotoar sua camisa. Não sou cega e muito menos santa, e sim eu tenho olhos para ver como ele é bonito, e tem todo um charme que varia entre misterioso e selvagem, algo que até me atrevo dizer, inexplorado. Diferente de Almir ele não usa terno, mas suas roupas são tão elegantes quanto. Ele passa os dedos entre os cabelos, na tentativa de arrumar o que não acontece. Sou pega desprevenida quando me encara arqueando uma das sobrancelhas.
— Izabel seria muito bom que você fizesse o que eu mandar daqui pra frente. — ele diz dobrando uma das mangas da camisa até o cotovelo. — Sei que não sou seu príncipe encantado, mas no atual momento sou sim sua melhor opção, então aprenda a conviver com isso. Caso você tenha esquecido sua família não é de confiança. — ele me encara e sorri de forma fria. — Ah, você lembra sim, não perde a oportunidade de me comparar a eles não é mesmo? Mas fique você sabendo que existe uma diferença muito grande entre mim e eles, você nunca foi meu alvo. Nunca tive essa intenção, se aconteceu foi um efeito colateral. — dá de ombros. — E se hoje eu estou aqui, fazendo o que estou fazendo é somente por desencargo de consciência. — ele se aproxima de onde estou de forma lenta. Segura uma mexa do meu cabelo entre os dedos e sorri. — Mas não tenho nada haver com o que te aconteceu antes, espero que se lembre disso quando encontrar com sua mãe.
— Eu fui um efeito colateral? — indago. — Somente isso? — solto uma risada fraca em descrença. — Você é inacreditável, sabia? — me afasto dele tirando sua mão dos meus cabelos, e vou pegar minha bolsa. — Sempre quando penso que você começa a melhorar, vejo que estou enganada. — guardo meu celular na bolsa e volto a encará-lo. — Saber que você de alguma forma, se preocupou com a Nádia, mostra que você tem coração. — ele revira os olhos.
— Não é bem meu coração que ela toca Izabel. Mas isso não é um problema seu. — ele fala colocando seu celular no bolso do casaco. — O que eu faço ou deixo de fazer da minha vida, só diz respeito a mim, não busco por aprovações de ninguém, e muito menos suas.
Pego minha bolsa e antes de sair ele segura meu braço, me fazendo o encarar.
— Jamal só estará aqui daqui há algumas horas então até lá vamos ganhando tempo e ver o que realmente está acontecendo. Entendeu? — me pergunta.
— Sim. — respondi já com o pensamento longe.
Não vi ninguém assim que saímos da cabine, e ao descer do avião notei duas SUVs pretas paradas, mas que somente uma delas estava com as portas abertas, e foi para essa que me dirigi, acompanhada por Mustafá que insistiu em apoiar sua mão em minhas costas. Mesmo com o dia ainda começando, senti um calor que só melhorou quando ao entrar no carro, fui recebida pelo ar frio do ar condicionado.
Enquanto os carros seguiam seu destino eu comecei a ficar inquieta. Minhas mãos suavam e senti leves tremores ás vezes, que eu insistia em esfregar uma na outra para dissipar essa sensação ruim. Estou preocupada com minha irmã? Claro apesar de ser ainda muito novinha, ela tinha dois anos quando sai de casa, eu consigo lembrar muito bem dela e de suas peraltices. Nossa mãe falava que ela era muito parecida comigo.
Nossa mãe. Não sei se posso chamá-la de mãe, o certo seria genitora. Afinal ela nunca perdeu a oportunidade de me mostrar como sempre fui um peso para ela, algo que só apareceu para atrapalhar sua vida.
— Não sei o que é pior. — olho para Mustafá que dirige a palavra a mim. — Se é você falando demais ou calada demais. — ele vira o rosto olhando para fora do carro. — Não precisa ter medo. Nada vai acontecer com você Izabel.
— Já aconteceu. — falo voltando a olhar as ruas ainda vazias. — Eu não queria estar aqui. Não sozinha.
— Você não está sozinha. — acabo rindo do que ele fala. — Se é pela porcaria do beijo, esqueça aquilo, só não gosto de ser desafiado. — olho para ele sem entender que desafio foi esse. — Jamal me ameaçou dizendo que se eu me aproveitasse ele me mataria. — ele ri dando de ombros. — Nunca foi você Izabel. — o encaro sem acreditar no que escuto. — Mas independente do que aconteça daqui pra frente você tem minha palavra que nada vai te acontecer.
Seu olhar é firme. Eu fico sem ter o que falar, depois de ouvir que o que ele fez foi somente para mostrar ao Jamal que ele não aceita ordens. Eu só não tenho o que dizer. Ele desvia o olhar voltando sua atenção para as ruas. E fico eu tentando entender esse homem que me confunde cada vez mais.
Depois de uns trinta minutos circulando de carro pelas ruas da cidade, chegamos ao antigo bairro que morei. Não tenho reação nenhuma ao olhar as casas, mas quando paramos em frente ao antigo prédio que hoje mais parece um cortiço caindo aos pedaços, sinto meu estômago se revirar.
Ao descer do carro vejo Vasco saindo do carro que estava a nossa frente, uma de suas mãos está com um curativo. Ele me encara por um minuto, mas assim que sinto a presença de Mustafá as minhas costas ele desvia o olhar, e acompanhado dos seguranças, entra logo no prédio. Ao ver o curativo, lembro dos gritos que ouvi no avião, e logo em seguida de Mustafá entrando na cabine com um punhal em mãos.
— Foi você quem fez aquilo na mão dele, não foi? — pergunto enquanto seguimos para a entrada do prédio, e com sua mão apoiada em minhas costas.
— Eu estava meio entediado, ele precisando de um aviso para manter suas mãos longe de você. Uma combinação perfeita, não acha? — o que mais me espanta não é o que aconteceu, mas a forma casual que ele comenta rindo, como se realmente não fosse nada de mais.
Esqueço esse assunto, pois ao começar a subir as escadas, meu coração acelera e não de uma forma boa. São dez anos, longe. São dez aos que não tinha que lembrar, do que passei. Sinto um aperto em meu ombro quando percebo que estou parada em frente á porta que se encontra aberta, com um dos seguranças na frente dela.
— Você não precisa entrar Izabel. — Mustafá segura meu ombro. — Se quiser pode me aguardar no carro, depois vamos para o hotel que reservei, esperar qualquer novidade.
— Agradeço sua... Preocupação. Mas eu vou entrar. — falo segurando o pingente da pulseira e respirando fundo entro na minha antiga casa.
Ao entrar um sentimento de dor percorre meu corpo, e meu estomago que estava revolto embrulha. Sinto minhas mãos frias. Olho tudo a minha volta, a sala com móveis velhos, sujeira por todos os lados. O primeiro pensamento que tenho é que eu não estou mais aqui para limpar. Minha mente vaga por lembranças daquela época, onde eu era a empregada de todos. Voltando aos momentos atuais, olho para os dois seguranças ao lado do Vasco, e então meus olhos vão para a mulher de cabelos claros quase brancos, mas com um tom amarelado mas pontas dando um aspecto sujo, amarrados em um rabo de cavalo mal feito. Usa um roupão por cima de alguma roupa, e como sempre um cigarro entre os dedos, onde me dou conta que o embrulho que senti, se deu pelo cheiro forte de tabaco que está no ar. Seus olhos continuam expressando a mesma frieza que vi durante anos. Ela não disfarça seu olhar escrutinador. Eu ainda me pergunto quem é essa mulher que durante anos, acreditei ser minha mãe. E o que mais eu temia, não acontece. Meu medo era chegar aqui e não conseguir lidar com as emoções de lembrar tudo o que passei, sentir o que senti, mas isso não acontece, somente uma sensação de vazio, e total desprezo, é o que eu sinto ao olhar para ela.
— É... Você se deu bem, não é mesmo? — fala voltando seu olhar para Mustafá. — Eu achei que você não fosse esperta o suficiente para se dar bem dessa maneira. — reviro meus olhos.
— Não diria que sua filha foi esperta. — Mustafá comenta em voz baixa olhando tudo em volta e sorrindo para mim antes de continuar. — Mas foi inteligente o suficiente para não voltar. — ele faz sinal para que um dos seguranças vá para fora, e conversa algo em árabe com ele.
— Eu te liguei tantas vezes minha filha. — a raiva chega sobe quando escuto ela me chamar de filha.
— Pare de fingir. — corto suas palavras. Desvio o olhar vendo que Mustafá observa tudo como se dissesse, ponha tudo para fora. — Aqui ninguém vai acreditar no seu teatro de mãe preocupada. — dou um passo para trás querendo ficar o mais longe possível dela. — Quero saber sobre a Melissa, somente isso.
— A M, ela...
— Melissa. Será que nem numa situação como essa você tem a capacidade ou a decência de pronunciar o nome de seus filhos? Nomes que você mesma escolheu. Sempre foi C, I, M. — acabo falando com raiva. — Só quero saber sobre ela, não quero saber de você o do que você acha sentir por mim, porque uma coisa que aprendi nos últimos tempos, é conseguir enxergar que a culpa nunca foi minha, como você sempre teve o prazer em dizer, a única culpada aqui é você. — me sinto mais leve, e acabo olhando de soslaio para Vasco. Olhar para ele me causa dor e humilhação.
— Achei que com o tempo que ficou longe com tudo que passou, tivesse deixado de ser tão ingrata, teve teto para dormir e comida para comer durante anos, e é assim que trata sua mãe? — reviro meus olhos.
— Você não é e nunca foi minha mãe. — sinto-me sufocada. — E o que eu passei quando você me colocou para fora, foi horrível sim, mas também foi libertador, muito obrigada pelo que fez. Olha onde eu cheguei, e o melhor você não está comigo.
— Enquanto vocês resolvem essa questão familiar eu vou ao banheiro. — Vasco se levanta vendo que o segurança o encara. — Eu só vou ao banheiro cara, fica na boa. — fala levantando as mãos, e rindo ao ir em direção ao corredor.
— Você é...
— Meça as palavras ao se dirigir a Izabel. Sou uma pessoa desprovida de compaixão ao próximo. E te garanto que estamos muito próximos, então eu prefiro que se atenha aos fatos do sequestro, que é o motivo que nos trouxe aqui. — ela iria tentar me atingir com alguma de suas ofensas, mas Mustafá a interrompe, me deixando feliz, e ela de boca aberta.
Ela começa a contar tudo para Mustafá, claro que exagerando no que diz sobre estar sofrendo. Porque está ai uma coisa que eu duvido muito, ela é incapaz de sofrer por alguém que não seja por ela. Em alguns momentos ela tosse de maneira forte e intensa, tendo grandes dificuldades para recuperar o fôlego. Mas logo volta a colocar o cigarro na boca, tragando mais.
Deixo-os conversando e começo a andar pelo apartamento indo direto em direção ao meu antigo quarto, estou preocupada com a Melissa, mas isso não quer dizer que eu tenha que escutar toda aquela besteira de mãe preocupada. Ao entrar no cômodo que um dia foi meu refugio, vejo que está cheio de coisas de menina, como pôster de uma banda colada numa parede. Roupas espalhadas em cima da cama, recortes de revistas em uma pilha na pequena estante, até parece que um pequeno furacão passou pelo quarto.
VASCO
Entro no banheiro fechando a porta, já que o filho da puta deixou um infeliz no meu encalço, não vou dar uma bobeira de sair e levantar suspeitas. Tiro meu celular do bolso com cuidado, pois ainda sinto muita dor causada pelo ferimento, causado pelo punhal. Tenho vontade de xingar, mas não posso tenho que ser rápido e ágil agora.
Nada pode dar errado.
— Porra que demora pra dar sinal de vida. — ela fala rindo. — Achei que já tinha morrido.
— Cala a boca, e presta atenção. — falo baixo abafando o som com as mãos. — Não vou poder ligar mais. Então faça como combinamos. Você vai assustar a menina de verdade.
— Isso eu já fiz. Ela está chorando desde ontem merda, tem noção disso? Do que é aguentar ela chorar?
— Se vira.
— Já me virei. Coloquei uma coisinha no refrigerante dela agora está dormindo.
— Faça ela estar acordada a noite. E leve ela para o lugar que combinamos, eles querem uma prova de vida, e isso será mais fácil do que imaginei. — acabo rindo do idiota que se acha esperto. — Depois disso você vai ligar exigindo a transferência, e quando eu te enviar OK, você pode se livrar dela, eu darei um jeito de me livrar deles, vou aproveitar qualquer descuido deles.
— Você não pretende passar a perna em mim, do mesmo jeito que passou na família dela não é mesmo? — ela pergunta com um receio que não é a toa. — Sei muitas coisas sobre você meu querido.
— Faça o que combinamos, e sua parte está mais que garantida. — desligo sentindo o suor escorrer pelo rosto. — Vamos ver quem vai rir por último seu cabeludo de merda.
(RISOS DA AUTORA E LEITORES KKKK)
— Já falou com James? — Zayed me pergunta assim que descemos do jato em Istambul, na Turquia.
— Sim. Algo me diz que tenho que chegar logo. — ele sorri me sacaneando.
— Vai dizer que é aquelas coisas de quem está apaixonado e sente que algo de ruim vai acontecer? — o encaro mostrando meu humor para o momento. — Relaxa, estou somente tentando descontrair.
— Você não vai me contar mesmo o que está acontecendo? — senhora Ayla pergunta assim que desce do avião.
— Eu já disse. — alsyd responde sorrindo. — Um problema de segurança em um dos hotéis.
— E você quer que eu acredite que Jamal tem que voltar somente para resolver isso? Nossa e eu pensando que você me achasse mais esperta.
— Não acho, eu tenho certeza disso Ayla, e por isso mesmo, que não vou falar mais nada. — ele pega o filho do colo dela o entregando para Zayed. — Confie em mim. — ele beija sua cabeça enquanto Zayed leva Emir para o carro, e depois ele vem em minha direção. — Está tudo certo?
— Sim. Amara e James, estão indo para Espanha. Eu irei assim que conseguir resolver tudo aqui. — ele concorda balançando a cabeça, olhando para a esposa entrar no carro. — Não estou tendo um bom pressentimento com o que pode acontecer.
— Também não, mas pelo bom ou pelo ruim Mustafá está com ela, e isso já é um ponto bom, por mais que não pareça. O ego dele é egoísta demais para deixar com que alguém tente fazer algo contra ela. Conhecemos, ele tempo suficiente para saber que ele se acha no direito de fazer o que quiser com as pessoas, mas somente ele, outros não.
— É justamente isso que me preocupa.
— Tenha mais fé em Izabel. — ele bate no meu ombro sorrindo. — Ela nunca vai pela lógica.
Ele se afasta e eu tento achar a lógica da situação. Izabel perdendo a cabeça, tomando atitudes irresponsáveis sem medir as conseqüências. A Izabel de sempre.
"Tenha mais fé em Izabel" "Ela nunca vai pela lógica"
Espero que ele esteja certo.
Meus amores, próxima capítulo será bem intenso já que "quase" toda essa situação se desenrola... bjos e até mais...
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