CAPÍTULO 38
Olá, como estão de sabadão?
Eu da maneira que mais amo, escrevendo muitoooo...
Capítulo passado deu o que falar, hein? hahahaha
Cachorrão leva as mustafétes ao delírio quando deixa seu lado obscuro dar o ar da graça... hahahaha ele até ganhou o um cantinho no coração de quem não gostava dele kkkk
Gente, sei que tem gente com raiva da Izabel por estar tratando Mustafá com desconfiança, mas não podemos esquecer que ele já usou Izabel como bem quis quando lhe foi oportuno. O difícil é saber quando não se trata de só mais uma cartada dele.
Então, errada ela não tá.
Bjos e boa leitura!
Saio do carro assim que o motorista estaciona na garagem. Fiquei preocupada com seu telefonema durante a consulta pedindo que eu viesse para casa assim que possível. Notei apreensão em sua voz, mas não quis me dizer nada por telefone, o que só piorou minha ansiedade.
— Obrigada, tenha uma boa noite. — me despeço do motorista e assim que saio do carro tenho minha bolsa quase arrancada do meu braço. — Solta! — Endy que até então eu não tinha notado estava a minha espera.
O motorista assobia chacoalhando algo em sua mão e jogando para o lado do jardim, fazendo com que o cachorro saia em disparada atrás do objeto.
— Obrigada mais uma vez. — ele somente sorri e vai em direção ao jardim. Aproveito e entro em casa. — E eu achando que meu marido estaria me esperando. — comento ao colocar minha bolsa e celular no móvel do canto indo em direção a cozinha.
— Minha florzinha chegou. — sou abraçada e beijada na cabeça por minha sogra. — Como foi na consulta? — ela vai em direção a bancada onde já tem um prato com bolo, frutas secas e suco preparado para mim.
— Acho que tudo bem. — falo sentando no banquinho. — Ibrahim já chegou?
— Ah sim, ele está trancado no escritório com os advogados, parece que aconteceu algo, mas ele não quis falar nada sobre, então achei melhor deixá-los resolverem. — ela balança as mãos no ar. — Eles pareciam bem agitados. — ela senta-se a minha frente pegando algumas frutas e comendo. — Então não vamos interromper não é mesmo.
— Claro que não. — começo a comer.
— E na faculdade como estão as coisas? — pego mais uma fatia de bolo que está uma delicia.
— Tenho alguns trabalhos atrasados, mas nada que eu não resolva nessa semana. — ela sorri comendo suas frutas.
— Quero fazer um jantar e chamar sua família, o que acha? Faz tempo que você não vai na casa da sua mãe, e não quero que sintam que roubei você deles. — acabo rindo com o que ela fala.
— Eles nunca achariam isso. — escuto vozes, vindas do corredor e ao virar para trás vejo Ibrahim, James e Amara. Estranho por ver Amara junto com eles, ela não trabalha para a empresa.
— Agora que vocês terminaram com as chatices, podem sentar-se aqui. — minha sogra levanta indo em direção ao filho o abraçando pela cintura e puxando James pelo braço, os trazendo até a bancada. — Faz tempo que você não me fazia uma visita. — ela puxa a orelha de James, o fazendo sorrir. Acabo rindo também.
— Ele não veio te fazer uma visita mãe. — Ibrahim retruca emburrado. Dou risada.
— Senhora Malika. — James segura sua mão beijando de forma casta. — Tenho trabalhado bastante, quase não sobra tempo para mais nada. — ela sorri cordialmente.
— Você precisa parar de trabalhar um pouco, como pensa em arrumar uma família? — ela diz olhando Amara. — E essa moça linda, ninguém me apresenta? Sou Malika mão de Ibrahim.
— Mãe eles estão com pressa. — Ibrahim insiste em dispensar ambos, mas recebe um tapa no braço de sua mãe.
— Deixa de ser mal educado menino. — ele revira os olhos e vem em minha direção.
— Sou Amara Fayola. É um prazer conhecê-la, senhora Malika. — ela estica a mão, mas minha sogra não se contenta com isso, e aproveita sua mão puxando-a para um abraço.
— Só Malika, por favor. — ambas sorriem. — Você tem um sorriso lindo, Amara.
— Muito obrigada, mas realmente estamos com pressa. — ela explica e reparo que James pega um damasco seco, que está servido em uma das travessas. Ele tem intimidade na casa, coisa que nunca reparei.
— Temos algumas coisas pra resolver antes de partimos. — James explica olhando para seu relógio. — Provavelmente, viajaremos só amanhã em algum momento da tarde para noite, já que eles nem chegaram a Turquia, até voltarem. — ele dá de ombros. — Mas tenho muitas coisas para adiantar no escritório.
— Zara. — Amara vira-se para mim. — Irei me ausentar por alguns dias, mas deixei tudo encaminhado na ONG, expliquei a Layla como seguir com tudo que havíamos conversado.
— Tudo bem. — fico curiosa para saber o que está acontecendo, mas deixarei para perguntar depois que eles saírem, já que o fato de James ter insinuado que irão viajar juntos. Eles se despedem e minha sogra os acompanha até a porta. Aproveito que fiquei a sós com Ibrahim.
— O que aconteceu? — pergunto, e a cara que ele faz, parece estar realmente cansado e preocupado.
— A irmã da Izabel foi seqüestrada. — deixo cair o garfo, ao escutar o que ele fala.
— Que irmã? Ela nunca sequer comentou algo sobre a família. — ele da de ombros.
— Acabou de cair uma família inteira em seu colo, e com a irmã caçula sequestrada. — ele puxa o banquinho ao meu lado sentando-se. — Eu não sei ao certo o que aconteceu. Recebi uma ligação de Almir pedindo para liberar uma quantia alta para uma conta paralela, provavelmente para pagar o resgate.
— Por Allah. — então era por isso os advogados irão viajar. Penso em Izabel e como tudo para ela tem sido difícil. — Coitada da Izabel. E, quantos anos tem a irmã dela? — ele da de ombros.
— Eu não sei de muita coisa, passei a tarde organizando algumas coisas com James para que ele pudesse se ausentar, mas Izabel já está indo para a Espanha com Mustafá.
— Com Mustafá? — ele concorda. — Não sei com o que me assusto mais, se com o sequestro ou com quem está ajudando. — ele ri. — Mas porque Amara teve que ir junto?
— É que se caso der tudo certo e a menina seja encontrada, Jamal quer tirá-la legalmente do país. Quer tirar a guarda da mãe. — sua mãe volta á cozinha e começa a prestar atenção na conversa. — Parece que a família não é um bom exemplo, algo assim. — ele não entra em detalhes. — E como essa área familiar não é a especialidade do James, ele pediu alguns conselhos a Amara. Você sabia que eles já se conheciam? — ele pergunta com diversão na voz.
— Lembro que ela comentou algo assim, mas não dei muita atenção. — evito sorrir com as lembranças da nossa conversa. — E porque James precisa ir?
— Coitadinha dessa criança. — sua mãe comenta consternada. — Vamos orar e pedir a Allah que tudo de certo. — ela sai da cozinha chamando uma das moças que trabalham na casa.
— Ele é o único fora eu e Almir que tem acesso as contas, senhas essas coisas, e como o valor é alto, não se faz transferências sem que uma das pessoas autorizadas esteja presente. — explica. — Como você foi na consulta?
— Acho que tudo bem. — falo e ele me olha com curiosidade. — Fiz um monte de exames, tenho que voltar daqui uns dias para saber. — olho para os lados tendo a certeza que minha sogra não esteja por perto. — Sua mãe já está mexendo no seu antigo quarto você viu? — ele balança a cabeça rindo.
— Minha mãe sempre quis ter mais filhos Zara. — ele solta a respiração esfregando o rosto. — Mas ela não pode, e isso a fez sofrer por muito tempo, mas depois que meu pai faleceu ela parece ter se conformado, e hoje ela tem novos objetivos. — ele conclui sua frase sorrindo para mim, arqueando uma de suas sobrancelhas. Reviro os olhos já imaginando o que vem. — Netos!
— O que aconteceu que ela não pode mais ter filhos? — ele da de ombros.
— Eu nunca perguntei, era pequeno para entender sobre essas coisas, e quando ela deixou esse assunto de lado, eu nunca quis trazê-lo novamente a tona. — seguro sua mão e aperto com carinho.
— Sua mãe transborda carinho e compaixão Ibrahim, isso você puxou dela, e ela será uma avó que estraga os netos, com certeza. — rimos concordando. — Você tem uma mãe de ouro só para você, sinta-se privilegiado.
— Eu sei. Como nossos filhos terão uma avó babona. — diz brincando com meus dedos. — Por isso tenho que trabalhar duro. — me puxa para perto roubando um beijo.
— Como assim? — provoco me fazendo de desentendida. Já conheço meu marido a ponto de imaginar que seja lá no que está pensando, tem sexo no meio.
— Vamos fabricar um neto para sua sogra. — eu não disse? Acabo rindo quando sou levantada e carregada no colo.
— Como você consegue pensar e sexo com o que está acontecendo?
— Por isso Allah fez o homem com duas cabeças. — começo a gargalhar quando escuto a bobagem que ele usa de desculpa. — Uma para cada assunto. — ele pisca.
— Besta! — retruco.
— Realista! — rebate subindo as escadas.
Depois de deixar a raiva que senti sair em forma de lágrimas, sinto-me mais aliviada, e consigo pensar com mais clareza no que aconteceu. No beijo, em toda essa situação que está acontecendo. Eu não queria ter vindo, não com ele, falei isso para Jamal no telefone, mas ele insistiu, mesmo eu argumentando que Mustafá não inspira confiança. Acabo rindo sozinha, ao pensar nisso e lembrar, de todas as vezes em que tigrão falou isso de mim, que minhas atitudes não inspiravam confiança. Mas o que ele nunca soube é que eu acabava fazendo tudo isso, como forma de defesa.
Sempre odiei que as pessoas tivessem, nem que fosse um pouquinho de pena de mim. Os olhares de compaixão me causavam mais dor. Era como se todos olhassem e dissessem: coitadinha. Então sempre escondi tudo atrás de um sorriso e uma bobagem ou outra que eu falava, desviando o foco.
Nem mesmo para Ayla eu tive coragem de contar, o quanto havia sofrido, com as humilhações que passei. Os anos que tentei fazer com que minha mãe gostasse de mim foram anos jogados fora, anos de sofrimento. A cada palavra de repudio que ela me dava eu me escondia, mais e mais dentro de mim mesma. E hoje não sei nem quem sou na verdade. Me, transformei em uma pessoa sozinha e solitária por dentro, me fechando e não deixando ninguém visse minha dor. Tentei de todas as formas vencer o mundo que me cercava. Mas nunca consegui vencer a dor que guardei durante todos esses anos.
A porta da cabine é aberta é a tal moça que apareceu no momento em que Mustafá me beijava, entra com uma pequena bandeja cheia de comida. Limpo o rosto, quando ela se aproxima de onde estou.
— Foi ele quem mandou que trouxesse? — pergunto apontando para a comida.
— Não. — ela coloca na cama. — Eu achei que pudesse estar com fome. — ela senta-se em uma poltrona a minha frente.
— Como posso sentir fome? Eu estou sentindo muita raiva, isso sim. — abraço minhas pernas, me sentindo sozinha. — Eu odeio seu chefe. — ela fica calada me olhando, mas acaba sorrindo.
— Ele não é tão ruim como parece, acredite. — diz por fim.
— Ele estraga tudo o que toca. Você, não o conhece o suficiente. — nesse momento eu só queria poder voltar no tempo e não ter embarcado nessa droga de avião. Então lembro, do choro da minha irmã, dos eu pedido de socorro.
— Não o conheço o suficiente, mas falo por mim. — ela vira o rosto evitando, de me olhar, lembro a forma como me olhou quando viu que ele me beijava.
— Você gosta dele. — afirmo compreendendo sua reação naquele momento. — Sinto por você, não te conheço, mas acredito que você merece coisa melhor. — lembro de como Mustafá me fez de idiota, tempos atrás. — Mas esteja certa eu quero distância dele, o máximo possível.
— Não gosto dele, não da maneira como você está pensando, na verdade sou muito grata por tudo que ele fez por mim. — ela baixa a cabeça ficando em silêncio por um minuto antes de continuar contando como o conheceu, que se chama Nádia, e que bastou um pedido dela na segunda vez que se encontraram, e ele a tirou daquela vida, lhe dando um emprego.
— E ficar a disposição de um homem como ele, é melhor? — Mustafá e ela juntos? Balanço a cabeça desfazendo as imagens que surgiram em minha cabeça.
— Eu o serviria com maior prazer caso fosse pedido, mas desde que comecei a trabalhar para ele, o senhor nunca mais me tocou. — ficamos nos encarando, ela contou sua história e eu nem sei o que dizer.
— Nossa que história. Será um fio de cabelo de humanidade que ele possui? — rimos.
—Mas não nego que senti um pouco de inveja da senhorita quando vi que ele a beijou, já que isso nunca aconteceu entre nós. — Nádia acaba sorrindo sem graça, e eu sentindo pena dela por estar sentindo algo por ele. Que merda de situação. — Ele gosta da senhorita. — ela fala olhando para mim com carinho. Bufo, e acabo rindo do que ela fala.
— Ele gosta é de encrenca, isso sim. — volto a esticar as pernas me sentindo relaxada com a conversa. — Ele deve só gostar dele mesmo e olhe lá, pelo que ele apronta as vezes até isso eu duvido. — rimos. — Ás vezes parece não ter amor a própria vida. — lembro de tigrão ao falar isso, e sentindo aquele aperto no peito. — Eu só queria estar com outra pessoa. — sinto um nó se formar na garganta. — E agora ainda com essa droga de beijo. — gritos soam, vindo da parte da frente do avião. Engulo em seco ao imaginar o que possa estar acontecendo, nos entreolhamos. E eu não sei o que fazer.
Momentos depois a porta é aberta e Mustafá entra com um punhal em uma das mãos. Ele não fala nada, mas bastou um olhar dele para moça, e ela saiu fechando a porta sem dizer nem tchau. Ele me olha e olha para a comida na mesa.
— Deveria comer Izabel. — fala ao se sentar na poltrona onde Nadia estava, e coloca o punhal sobre a mesa. — Já é tarde e ainda temos algumas horas de vôo pela frente, comer e descansar são fundamentais agora. — ele joga a cabeça para trás, visivelmente cansado.
— O que aconteceu? Aqueles gritos foram do Vasco? — indago.
— Você se preocupa muito com ele. — ele fala rindo sem se mover, deixando seu pescoço em evidência, vejo seu pomo de adão, subir e descer, então se move e seus olhos focam em mim. — Por que mentiu sobre ele? Ele te bateu e te usou, Izabel.
— Você também me usou da forma que achou conveniente nos seus joguinhos, então desculpa se não vejo muita diferença entre vocês. — falo e vejo que ele mais uma vez não gosta de ser comparado com Vasco. — Você me fez pensar que estava interessado em mim, somente para ter o que queria, nas empresas, quase me afastou do Jamal, e tudo porquê? Por puro capricho seu Mustafá. Então pra mim vocês dois são farinha do mesmo saco. — acabo chorando ao colocar para fora tudo o que estou sentindo. Chega de me esconder. — Você alguma vez pensou em como eu fiquei com tudo isso? De me sentir usada, como uma peça em um jogo de xadrex, de ter sido humilhada no único trabalho descente que tive na vida, pensou?
— Izabel. — ele pronuncia meu nome, mas não dou tempo para que se justifique.
— Eu poderia ter perdido tudo isso, o emprego, Jamal, um futuro melhor do que a vida de merda que sempre tive... Só não perdi porque tenho amigos de verdade. — falo algo que nunca havia reparado dessa forma. — Eles nunca, nunca mesmo, em momento algum tiveram duvidas sobre mim, acreditaram em mim quando nem eu fui capaz disso. — limpo meu rosto.
Nos, encaramos tendo somente o silêncio pairando entre nós.
— Porque me beijou? Você sabe de quem eu gosto. Você sabe disso, por que me beijou então?
— Vai fazer alguma diferença? — responde com raiva na voz.
— Eu gostaria de saber por que você faz isso. Se sente algo por mim ou é só por capricho mesmo. Se é porque gosta de me ver sofrendo, porque se for isso até nisso vocês dois são parecidos, porque eu sempre vi satisfação no rosto daquele monstro quando me batia. — as lágrimas não param de cair e as palavras não para de sair da minha boca. — Seu sorriso de satisfação quando conseguia de alguma forma me manipular, com suas mentiras com seu joguinho sujo.
— Nunca menti para você Izabel. — me responde, levantando-se de forma brusca. — Sempre fui o primeiro a te dizer que não deveria confiar em mim, não acreditar no que eu falava. — ele anda de um lado para o outro nervoso. — Mas que merda Izabel! — fala batendo a mão na mesa, mas não me assusto. — Desculpa. — diz em um tom mais baixo.
— Eu odeio você! — grito com ele, que me encara com as mãos na cintura como se isso não fosse uma novidade. Começo a me sentir desesperada, em pensar no Jamal. No maldito beijo. Como vou explicar para ele?
— Posso dormir com isso. — diz debochando do que falei.
O que me deixa possessa. Com raiva. Vou até ele sem pensar e começo a bater em seu peito. Acerto um soco atrás do outro e ele não faz nada para impedir que eu o bata.
— Você é um babaca. — falo enquanto continuo batendo nele, que permanece parado sem.
Começo a chorar, sentindo um peso descomunal em meus ombros. Quando minhas forças começam acabar e sinto minhas pernas fraquejarem, quase caindo a sua frente, seus braços me envolvem em um abraço.
— Eu odeio você. — digo já sem forças para lutar.
— Vai ficar tudo bem Izabel. — ouço quando ele fala perto do meu ouvido, mas suas palvras não me acalmam, queria estar ouvindo isso do Jamal, porque ai sim eu acreditaria. Porque ele cuida de mim. Porque ele gosta de mim de verdade.
Bjos
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro