19. intimidade.
Todos na casa estavam começando a achar que Vivian estava à beira de um colapso, e essa percepção só se intensificou quando, no meio da madrugada, ela decidiu fugir com Violet. O desespero em seus olhos era palpável enquanto ela corria pelos corredores escuros, gritando que os invasores daquela noite terrível haviam voltado e que estavam ali para pegá-la.
Durante o dia, Vivian e Ben haviam discutido isso incansavelmente no consultório. Ben insistia que ela estava imaginando coisas, que nada daquilo era real, mas Vivian estava convencida do contrário.
Max, no entanto, não se importava. Enquanto o caos se desenrolava pelos corredores, ela estava no banheiro, tomando um banho gelado. O som da água caindo na banheira era quase ensurdecedor, abafando os gritos e discussões que vinham de outros cômodos. Max odiava estar ali, naquela banheira — a água gelada contra sua pele a fazia tremer, mas, de alguma forma, era a única coisa que a mantinha focada, que a fazia sentir algo em meio ao turbilhão de emoções que vinha enfrentando.
Ela afundou os ombros na água, observando as pequenas ondulações que se formavam ao seu redor, como se cada movimento fosse uma tentativa de escapar do que estava acontecendo lá fora.
(...)
Max saiu do banheiro com a toalha enrolada no corpo, os pés descalços batendo suavemente contra o piso de madeira enquanto caminhava até seu quarto. Seu cabelo molhado pingava, e ela passou os dedos por entre as mechas, tentando tirar o excesso de água, ainda meio entorpecida pelo banho gelado. A sensação fria da água contra a pele ainda a fazia arrepiar, mas ela preferia o desconforto ao caos mental que pairava na casa.
Ao entrar no quarto, Max parou por um instante, os olhos se ajustando à penumbra. Foi então que ela o viu — Tate estava ali, sentado na beira da cama como uma criança curiosa, os joelhos dobrados, as mãos apoiadas nas coxas, o olhar fixo nela. Ele parecia deslocado, mas ao mesmo tempo, havia algo em sua postura que transbordava familiaridade, como se aquele quarto fosse o lugar dele também.
Max se aproximou lentamente, ainda secando o cabelo com uma das mãos. O ar no quarto parecia mais pesado do que antes, e a presença de Tate parecia amplificar essa sensação. Sem dizer nada, ele a observou chegar mais perto, os olhos dele varrendo cada movimento dela, cada gota que escorria de sua pele. Quando ela finalmente parou diante dele, Tate quebrou o silêncio.
—— Você está bem? —— ele perguntou, a voz suave, mas cheia de uma preocupação que beirava o desespero.
Max balançou a cabeça negativamente, sem forças para fingir. Ela não estava bem, e ambos sabiam disso. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Tate se mexeu rápido, puxando a mão dela para si. Seus dedos, frios e insistentes, seguraram-na com firmeza, como se ele tivesse medo de que ela desaparecesse. Ele começou a beijar a palma da mão dela, lentamente, quase reverente.
Os lábios dele tocaram a pele fria de Max com um contraste quente, cada beijo descendo do pulso até o braço, suave e intenso ao mesmo tempo. Ele a segurava como se estivesse tentando curá-la, ou talvez, como se tentasse absorver a dor para ele. Max, por um momento, ficou paralisada, olhando para ele, sem saber como reagir.
Tate parecia perdido, obcecado, seus olhos fechando a cada novo beijo, como se estivesse em algum tipo de transe. Ele murmurava algo que Max não conseguiu entender, as palavras se perdendo entre os gestos e o silêncio que pairava sobre eles. O peso do gesto não era de conforto, mas de possessão, como se ele quisesse garantir que ela não escapasse, que não fosse para longe.
Max se sentou ao lado de Tate na beira da cama, o peso de sua presença ao lado dele criando uma tensão elétrica no ar. O quarto parecia encolher ao redor deles, a música suave ao fundo se dissolvendo no silêncio carregado de intenções não ditas. Tate virou o rosto para ela, o olhar sombrio e intenso, como se estivesse esperando por algo, desejando cada segundo daquele momento.
Eles não precisaram trocar palavras. Max se inclinou e seus lábios se encontraram com os dele, o beijo foi intenso, urgente, como sempre era. Tate a beijava como se estivesse tentando devorá-la, com uma paixão que quase beirava o desespero.
Ele a puxou para mais perto, uma das mãos na nuca dela, os dedos se embrenhando em seus cabelos ainda molhados. O ritmo do beijo acelerou, a respiração de ambos se misturando, os corpos pressionados mais juntos a cada segundo.
Max deixou a toalha escorregar de seu corpo sem pensar, o tecido deslizando até o chão em silêncio. A pele fria, recém-saída do banho, encontrou o calor que emanava de Tate. Ele não hesitou, as mãos explorando cada centímetro dela, seus seios, sua barriga e coxas, tudo Tate tocava como se fosse pertencer a ele para sempre, com a mesma intensidade com que seus lábios a devoravam. Logo, Max começou a desfazer os botões da camisa de Tate, seus dedos trabalhando apressadamente enquanto os beijos continuavam, mais intensos, mais profundos.
Quando a camisa dele finalmente se abriu, Max empurrou o tecido para longe, deslizando as mãos pelo peito nu de Tate. Ele fechou os olhos, respirando pesado, como se cada toque dela o afetasse de uma forma que ele não conseguia controlar. Max sentia a mesma coisa. Estava perdida naquele ciclo de desejo e confusão, onde não havia certo ou errado, apenas a necessidade crua de estar com ele naquele instante.
A química entre eles era feroz, quase sufocante.
Tate subiu cm cima de Max com uma intensidade que fez o ar no quarto parecer mais denso, como se cada movimento deles carregasse um peso inescapável. Ele segurou os pulsos dela com força, pressionando suas mãos contra o colchão, prendendo-a sob o corpo dele.
Max sentia o calor do corpo dele sobre o seu, a respiração acelerada e irregular dele batendo contra sua pele. Tate começou a beijar seu pescoço, os lábios traçando um caminho que rapidamente se transformou em algo mais feroz. Os beijos logo se tornaram mordidas, deixando marcas profundas na pele sensível de Max, marcas que ela sabia que demorariam a desaparecer.
Ela sabia, em algum nível, que para Tate o amor sempre vinha com violência, com uma intensidade bruta que parecia consumir tudo ao redor.
Foi tão natural, Tate entrou dentro de Max como se já fizessem aquilo a muito tempo, antes mesmo dessa vida. Ele se movia lentamente ouvindo os gemidos baixos de Max, que constantemente arranhava as costas de Tate com os olhos fechados. Ela sentia cada centímetro como uma sensação de estar viva.
Foi como se algo novo chegasse, quando Tate começou a se mover com mais rapidez, mais bruto e mais fundo. Ele gemia rouco como se estivesse impurificando a própria alma. Naquele instante os olhos de Max cederam, escureceram e ela se deixou levar, pela escuridão.
(...)
Tate e Max estavam deitados na cama, seus corpos entrelaçados sob os lençóis amassados. Tate estava apoiado no próprio braço, os olhos escuros fixos em Max com uma intensidade que ele sempre carregava.
Max, por outro lado, parecia distante, com os olhos perdidos no vazio enquanto tragava o cigarro lentamente. Ela exalou a fumaça com uma lentidão calculada, como se aquilo fosse sua única âncora naquele momento.
Tate quebrou o silêncio, seus olhos ainda colados em cada movimento de Max. —— Você gostou? —— ele perguntou com a voz baixa, um tom suave, mas carregado de expectativa.
Max hesitou por um segundo, como se estivesse tentando juntar os pedaços do que acabara de acontecer. Então, sem olhar diretamente para ele, apenas sussurrou um —— Sim —— sem emoção, sem brilho.
Satisfeito com a resposta, Tate se inclinou e pegou a mão de Max, como fazia tantas vezes, trazendo-a até seus lábios. Ele a beijou com uma devoção que contrastava com a inquietação que ela carregava, seus olhos nunca deixando o rosto dela. —— Tudo que eu mais quero —— ele murmurou contra a pele dela, —— É que você fique pra sempre comigo.
Max olhou para Tate, seus olhos cansados, mas serenos, enquanto um sorriso fraco se formava em seus lábios.
Ela levou uma das mãos até o rosto de Tate, seus dedos trêmulos roçando suavemente a pele dele. O carinho era lento, quase cuidadoso, traçando a linha de sua mandíbula até alcançar sua bochecha, onde seus dedos pararam por um instante.
Tate fechou os olhos por um breve momento, sentindo o toque dela, como se quisesse absorver cada segundo. Havia algo de vulnerável nele, algo que Max enxergava agora — talvez uma necessidade desesperada de ser amado, de ser compreendido.
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