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03. medo da rejeição.


                        A universidade, com seu ar estéril e corredores gélidos, não trazia a menor inspiração a Maxine. O contraste entre a arte, com toda sua grandiosidade e transcendência, e aquelas pessoas vazias e indiferentes que vagavam pelos salões a deixava quase enjoada. Para ela, a beleza da arte jamais poderia florescer em um ambiente tão insípido.

—— Você é nova aqui, não é? —— Uma voz interrompeu seus pensamentos. Maxine ergueu os olhos e viu um rapaz de cabelos castanhos longos e desgrenhados. Ele exalava uma energia descontraída, quase fora de lugar naquele cenário.

—— Sim, acabei de me mudar —— Maxine respondeu, tentando manter a conversa polida.

—— Sabia! Você não tem cara de quem é daqui —— comentou o rapaz, com um sorriso genuíno que parecia iluminá-lo. —— Pode levar isso como um elogio.

Maxine forçou um sorriso, mais por educação do que por concordância.

—— Ok, vou fazer isso —— respondeu com uma simpatia contida.

—— Ethan Mckay —— ele se apresentou, estendendo a mão com um ar casual, sua aparência de hippie destoando ainda mais do ambiente universitário.

—— Maxine Harmon —— disse Maxine, apertando a mão dele.

Os minutos arrastaram-se até o sinal da última aula soar. Maxine soltou um suspiro de alívio. Ao lado de Ethan, que falava sem parar sobre trivialidades, ela caminhou pelos corredores com a mesma sensação de sufocamento que a assombrara desde sua chegada.

—— Posso te acompanhar até em casa —— sugeriu Ethan quando chegaram à porta da faculdade.

Maxine hesitou por um instante. Não estava interessada em envolvimentos, mas a ideia de fazer um amigo não parecia tão ruim, considerando o quão solitária vinha se sentindo desde a mudança.

Eles caminharam pelas ruas de Los Angeles, e Ethan preenchia o silêncio com suas observações e comentários sobre a cidade. Ele parecia conhecer cada rua, cada esquina, como se o mundo fosse um palco montado para ele. Maxine limitava-se a sorrir e responder aqui e ali, perdida em seus próprios pensamentos.

Quando chegaram em frente à imensa casa vitoriana, Ethan parou abruptamente.

—— Não acredito! —— exclamou, os olhos arregalados.

Maxine revirou os olhos, já antecipando o comentário sobre a aparência da casa. Aquela velha mansão atraía olhares de curiosidade por onde passava.

—— Vai, pode dizer que é estranha —— ela disse, resignada.

—— Você mora na casa dos assassinatos! —— Ethan completou, a voz carregada de excitação.

—— A casa do quê? —— Maxine franziu o cenho.

—— Tá brincando? Te venderam essa casa e nem contaram sobre o que aconteceu aqui? —— Ethan parecia genuinamente chocado.

Maxine suspirou. Já havia ouvido boatos sobre o que acontecera com os antigos moradores, mas não dava importância.

—— Isso acontece em quase todas as casas nos Estados Unidos —— respondeu ela, dando de ombros enquanto abria o portão. —— Até mais, Ethan.

Ethan se despediu, mas o sorriso no rosto de Maxine desapareceu no momento em que sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Era como se algo, ou alguém, a observasse pelas janelas da casa. Ela apertou o passo, entrando rapidamente.

(...)

—— Eu já tratei muitos casos —— disse Ben Harmon, andando pelo escritório com as mãos nos bolsos do paletó. —— Psicóticos, pessoas com desequilíbrios químicos e traumas. E, muitas vezes, não tem jeito.

Tate, sentado na poltrona de couro à frente dele, ergueu o olhar.

—— Acha que sou assim? Que não tenho jeito? —— perguntou em um murmúrio, como se estivesse implorando por uma resposta diferente.

—— Você? —— Ben riu, mas foi um riso que carregava uma ponta de desconforto. —— Ah, você tem jeito, Tate. Todo mundo tem.

Tate sorriu de forma nervosa, mas algo na leveza do comentário de Ben não parecia capaz de aliviar sua tensão.

—— Acho que você tem medo —— continuou Ben. —— Talvez do que aconteceu com seu pai.

Tate baixou os olhos, em um misto de tristeza e raiva.

—— Sabe qual foi meu maior medo? —— perguntou, quase em um sussurro. —— Meu pênis não funcionar.

—— O quê? —— Ben se endireitou na cadeira, claramente pego de surpresa.

—— É sério —— continuou Tate, ainda sem olhar diretamente para o terapeuta. —— Quando você me receitou aqueles remédios... eu tive medo que eles me deixassem impotente. Porque... porque eu conheci uma garota.

Maxine, parada discretamente atrás da porta entreaberta, ouvia cada palavra. Algo na forma como Tate falava, naquele tom entre o vulnerável e o desesperado, a intrigava profundamente. Ela sentia que havia algo nele que ia muito além das aparências. Talvez fosse o mistério em seus olhos, ou a maneira como ele parecia observar o mundo com uma intensidade quase dolorosa.

Do outro lado da porta, Tate sentiu sua presença. Seus olhos, sempre tão expressivos, encontraram o pequeno espaço da fresta e, por um instante, ele soube que Maxine estava ali, ouvindo tudo.

(...)

Mais tarde, no silêncio de seu quarto, Maxine pegou o caderno de desenhos e começou a rabiscar. Tate não saía de sua mente. Havia algo nele que a fascinava, e seus dedos dançavam sobre o papel, tentando capturar aquele olhar intenso, aquela postura desconcertante.

Desenhou-o como se o visse ainda ali, à espreita, meio escondido entre a porta e a parede. Mas algo estava faltando, algo que ela não conseguia identificar. Era como se o próprio Tate estivesse sempre além do alcance de sua compreensão, um enigma que ela não conseguia decifrar.

E então, como se o pensamento fosse um chamado, Tate apareceu. Parado à porta, ele a observava, o mesmo olhar curioso e penetrante de antes.

—— O que tem de tão interessante em desenhar? —— perguntou, a voz baixa e suave, como se não quisesse quebrar o momento.

—— Expressar o que sinto sem precisar usar palavras —— respondeu Maxine, sem tirar os olhos do desenho.

—— Você está na escola, Tate? —— perguntou ela, tentando puxar conversa.

—— Último ano —— respondeu ele, movendo-se lentamente pelo quarto. —— E você?

—— Faculdade. Não perca seu tempo, é um saco —— ela respondeu com um sorriso amargo.

Tate se aproximou, sua presença trazendo uma atmosfera densa ao quarto. —— Por que você veio morar aqui? —— perguntou ele, de repente.

Maxine hesitou. Detestava falar sobre sua vida.

—— Minha mãe morreu uns meses atrás, então eu vim morar com meu pai e a família perfeitinha dele —— Max respondeu de qualquer forma, como se aquilo não fosse absolutamente nada.

—— Sua mãe?

—— É, Ben namorava minha mãe na adolescência, depois terminaram e seguiram suas vidas —— Max explicou. —— Ela ainda gostava dele, mas... Ele não.

—— Isso é tão triste, amar alguém e não ser correspondido —— Tate comentou, olhou para Max com melancolia se perguntando se Ben estava certo.

—— E também, minha madrasta sofreu um aborto sinistro, então pensaram que substituindo um bebê por outro... Séria fácil —— Max falava sobre àquilo com levessa. Tate era tão maluco quanto ela, então parecia que poderia falar qualquer barbaridade e ele ainda acharia algo normal.

Tate sentiu a tristeza no olhar de Maxine, a tristeza da substituição, sabia que não estaria alí se não fosse por Vivian simplesmente ter decidido que gostaria de ter outra filha na casa. —— Eu sinto muito —— Tate completou se aproximando de Max.

Max virou a cadeira para perto da janela, não queria olhar para Tate e ver seu olhar de pena sobre ela. —— Não sinta pena de mim.

Antes que Tate pudesse se explicar, a porta foi aberta por Ben Harmon e sua feição preocupada, os dois jovens olharam para o homem que parecia confuso.

—— O quê está fazendo aqui, Tate? —— Ben perguntou.

—— Estávamos conversando —— Max respondeu.

—— Sabe que não pode entrar aqui, vamos, embora —— Ben abriu a porta deixando que Tate passa-se.

O garoto de cabelos loiros deu uma última olhada em Maxine, que estava agora em pé olhando para os dois homens no quarto.

—— Acha que tenho medo de rejeição? —— Tate perguntou baixo para Ben antes de sair pela porta.

—— Ótimo, você assustou ele! —— Maxine revirou os olhos.

—— Fica longe dele! —— Ben completou batendo a porta do quarto da garota.

Maxine bufou.

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