Sam sai, com a desculpa de ir ao banheiro, deixando nós dois sozinhos.

— Você é um cretino!

— Eu sei.. Não acha que tá esquecendo de nada?

Pego sua carteira, ponho em cima na mesa. Ele a pega e abre.

— Peguei doze dólares que já foram repostos! — suas sobrancelhas se erguem — Estamos quites?

— Não.. Você me deve muito mais..

— Sua camisa? — dou um gole no café.

— Vai me devolver ou prefere que eu tire de você?

Ele tá me dando mole? Essa é boa!

— Achei que não fizesse o seu tipo!

— Pois é, né? — seu sorriso era tão bonito, e seus olhos pareciam que brilhavam toda vez que realizava tal ação.

— Dean, tem uma coisa que eu quero te perguntar. — coragem, Lucy — Na sua carteira tem uma foto.. De um homem..

Dean me olha como se eu falasse outra língua.

— É.. É o meu pai!

PAI?

— O John é seu pai?

Meu deus. É lógico: Dean Winchester e John Winchester!

— Você conheceu ele?

— Sim, em um bar no Texas!

Dean mantinha seus olhos vidrados em mim.

— É mesmo? Que ironia..

— É.. — abaixo o olhar — Ele.. Está bem?

Seu olhar dizia que não.

— Não.. Meu pai morreu.

Sinto uma pontada no meu peito, John era uma cara muito legal.

— Sinto muito..  — termino de tomar o líquido na xícara.

— E eu sinto mais.

Por um momento ele demostrou uma certa tristeza.

— Bom, acho que tá na hora de ir.. — levanto e pego meu casaco — Diz ao Sam, que foi um prazer.

— Você já vai? — Dean levanta, tira dinheiro da carteira e deixa sobre a mesa.

— Não tenho mais nada pra fazer aqui, Winchester.

Saiu da lanchonete, indo em direção ao meu carro.

— Espera! — me viro para olhá-
-lo — O Sam e eu, vamos comemorar e.. Não sei, você não quer ir?

Ele tá me chamando pra sair?

Sinto muito Winchester, esse não é meu código.

— Dean, você é muito atraente, mas não vai rolar!

— Co-como assim? — sua expressão me dar vontade de rir.

— você gosta de sexo casual e sem compromisso? — ele concorda — Eu também! Só que diferente das pessoas, eu prefiro ficar com quem não conheço!

— Só nos conhecemos há dois dias!

— Dean, você salvou a minha vida e eu salvei a sua.. Entendeu? É muito profundo!

Nem eu sei do que tô falando.

— É só uma noite em um bar..

Que homem insistente!
Mas, tem razão. É só uma noite em um bar, o que pode acontecer?

— Ok, eu vou! — ele sorrir —Afinal, é só uma noite em um bar!

Depois do banho, escolhi uma roupa bem provocante. Vai que eu me der bem hoje!

Pus uma meia-calça arrastão, calça de sarja azul, cintura média e rasgada, um cropped preto de mangas longas e nos pés; All Star.

Deixei os cabelos soltos e fiz uma maquiagem leve e discreta.

Antes de sair do quarto, borrifei perfume e coloquei um colar de Larimar.

...

Chego ao "tal" bar, o letreiro o intitulava: Johnny's.

Adentro o local, o bar é bem tradicional; mesas de madeira maciça, sinuca, pouca iluminação, divorciados.  E ao fundo tocava a música What's on my mind do Kansas.

Meus olhos correm o espaço a procura de um dos cabeções, encontrando apenas Dean sentado  à uma mesa no canto do mesmo.

Vou até lá, assim que chego perto o suficiente, o homem me olha de queixo caído.

— Eu sei, estou irresistível!

Falo e me sento perto de dele, que não parava de me olhar.

— Dean, limpa a baba! Vai cair na roupa!  — sussurro, recendo um resmungo dele em resposta.

— Você.. É muito convencida. — ele fala se ajeitando na cadeira.

— Tá nervoso, senhor Winchester? — murmuro próximo ao seu rosto.

— Nã-não! Por que eu estaria nervoso?

— Não sei.. — olho para os lados a procura do outro irmão — Cadê o Sam?

— Ele preferiu ficar na biblioteca do centro. — Dean levanta a mão e chama a garçonete.

— Que idoso.. — falo erguendo as sobrancelhas, ele sorrir.

— Em que posso ajudar?

A loira, com um bloco de notas nas mãos, fala mordendo os lábios para Dean.

— Duas cervejas por fav...

— Ah, não! — interrompo o loiro — Eu vou querer um Dry Martini!

Ele olha pra mim e franze o cenho.

— Então uma cerveja pra mim e um Dry Martini para a senhorita.

— Okay, gatinho! — ela fala e sai toda sorridente.

— Ela gostou de você.

— Já tenho minha garota..

— Ah-é? E onde ela está? — seu sorriso fica mais largo, Dean realmente é um homem bonito.

Alguns minutos depois nossas bebidas chegam, a garçonete nos entrega e se retira.

— Então, pra onde vai? — ele me pergunta e dar um gole na cerveja.

— Não sei.. Não costumo planejar a vida.

Experimento meu drink, acho que tem vermute demais!

— E vocês? Pra onde vão?

— O Sam encontrou um caso no Missouri.. — que rápido — Por que a gente não deixa de falar de trabalho? Estamos aqui para comemorar!

— Tem razão! — levanto a taça — A você!

— A nós! — brindamos e bebemos — Quem é Lucy Dobrev?

Ele não quer saber da minha vida.. Quer?

— Eu nasci no Tennessee.. Quando tinha cinco anos fui morar em Amarillo!

— Uma Cowgirl?

Sorriu com sua pergunta.

— Não mesmo! Apesar de montar muito bem.. — digo com um pouco de malícia.

— É bom saber! — ele pisca um olho — Continua..

Suspiro fundo, definitivamente não gosto de falar de mim mesma.

— Tá, minha mãe morreu quando eu tinha quinze anos, aos dezesseis perdi minha virgindade.. — que embaraçoso — Meu lugar favorito no mundo é nossa casa no Texas, adoro Country, sou viciada no filme “Pássaros” do Hitchcock e meu desenho favorito é a Pantera cor-de-rosa.

— Pantera cor-de-rosa? — Dean gargalha na minha cara.

— Eu acho ela elegante, ok? — fica quieto — Agora é a sua vez, quem é Dean Winchester?

O Winchester bebe toda a cerveja antes de responder.

— Eu nasci no Kansas, cresci na estrada com meu pai.. Minha mãe morreu quando eu tinha quatro anos.. — sua voz estava triste — Desde então minha função é proteger meu irmão!

— Vocês são muito ligados, né?

— É.. Quer jogar bilhar?

Não acredito que ele vai fugir assim!

— Eu não sei jogar bilhar, prefiro Poker!

Dean se põe de pé e estende uma mão para mim.

— Sou um bom professor!

Fomos até a mesa e ele reúne as bolas, pondo a 8 no meio.

—Quem encaçapar a bola oito primeiro perde, se deixar ela sair da mesa também perde, entendeu?

— Um pouco!

Ele me dá um taco.

— Eu te ajudo! — vem para trás de mim — Se inclina.. E segura a base do taco com a mão direita.

Faço o que ele manda. Ao inclinar, meu corpo encosta no seu.

Ele se debruça sobre o meu mais não tanto, seus mãos seguram a minha sobre o taco.

— Coloca o indicador na ponta... Assim! Separa os pés.. — a voz dele me causa arrepios — Olha pra bola e dê a tacada!

Foco na bola branca e a acerto a azul de número dois!

— Ehh! Você viu aquilo? — comemoro me virando para ele, meu rosto próximo ao seu — Eu acertei!

— Praticamente uma profissional! — Dean põe uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

— Está debochando de mim, senhor Winchester?

— Jamais, senhorita Dobrev! — olho nos seus olhos e parece que vou me perder neles — Scooby-
-Doo.

— O quê?

— Meu desenho favorito é Scooby-Doo!

Ele é mais infantil do que pensei.

— Gosto do Scooby! — ele pega o taco das minhas mãos e deixa cair no chão — Eu tenho falo espanhol.

— Sério? Me diz alguma coisa!

Ele está perto demais.. Isso não vai dar certo!

— Necesito sentir el calor de tus besos en cada parte de mi cuerpo. — sussurro contra seu pescoço.

— Eu não faço a mínima ideia do que você disse..

— Então deixa eu te mostrar.. — seguro seu  rosto e o trago para perto de mim.

Junto nossas bocas em um beijo meigo..

Os lábios dele, sem dúvidas, eram os mais quentes e ásperos que já havia beijado, mas mesmo assim eram os melhores!

Sua mão me puxa para si e a outra segura firme os cabelos da minha nuca. Dean tinha uma pegada e tanto!

As minhas, que até então permaneciam em seu rosto, foram descendo até chegarem no seu peitoral e começarem a "massagear" a área.

Ele me ergue, sentando-me na mesa de sinuca.

Passo minha língua nos seus lábios e ele abre um pouco a boca permitindo que minha língua entrasse e envolvesse a sua de forma delicada.

Ele decide quebrar o nosso delicioso transe.

— Acho que aqui não é lugar para isso..

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Já, já tem mais..