Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 3


     O despertar naquela manhã de terça-feira foi totalmente diferente de todas as outras que vivera até então. Estaria, dentro de algumas horas, cara a cara com um assassino condenado à injeção letal e agora sem a proteção daquela parede de vidro.

Maria escutou o despertador tocando e Diego o desligando da mesma forma que fazia todas as manhãs. O rapaz gostava de dormir agarrado. Assim que o som preenchia aquele quarto pequeno, estendia seu braço no sentido contrário e silenciava o objeto feito para controlar vidas. Depois, voltava para a posição original e abraçava a sua namorada contra o seu peito, enchendo-lhe de suaves beijos por sua nuca. Era dessa forma que Maria vinha sendo acordada desde que resolveram morar juntos. E como era gostoso... Até aquela manhã.

O despertar de Ethan já fora de forma similar, há muitos anos, lá na sua juventude, gravada apenas na memória. O despertar na prisão não vem com afagos e beijos suaves. Vem ao som de sirenes estridentes, luzes cegantes e o bater do cassetete nas grades. Não tinham um despertador em suas celas, mas tinham um relógio controlando suas vidas, e o de Ethan estava entrando em contagem regressiva.

— Bom dia, meu amor! — Diego saudou.

— Gostaria de dizer o mesmo, mas não sinto que esse dia será bom.

— É só pensar no oposto ao que essa sua cabecinha teima em fazer e acreditar. Amor? Olhe para mim!

Com os olhos vermelhos, Maria mirava a parede branca à sua frente. A ansiedade falou tão alto que mal conseguiu pregar os olhos na noite anterior, quando finalmente o cansaço a levou. Faltava muito pouco para que o relógio ditasse novamente o ritmo do seu dia. Virou-se diante do rapaz e escutou o que tinha a dizer:

— Você vai se sair muito bem. Eu sei que está com medo, também estaria, mas está cercada de policiais e, pelo que eu sei, esse homem sempre teve um bom comportamento lá dentro.

— Lógico que teve! Passou a maior parte da sua estadia lá, praticamente isolado de todos.

— Vamos! Levanta! Tomar banho, escovar os dentes, café da manhã e estrada! O caminho até lá é longo e se não sairmos cedo você terá pouco tempo de entrevista e pensa, teria de retornar outro dia. — Com um beijo na testa de Maria, deixou a cama.

— Isso não está certo, Di.

— O que não está certo? — Diego transitava pelo quarto organizando sua roupa e a de Maria.

— Você ficar se afastando do seu trabalho para me acompanhar.

— Não se preocupe com isso, tinha alguns dias para tirar de licença e estou fazendo isso agora.

— Poderia usá-los para fazer algo importante para você.

— E estou fazendo! No momento você é a coisa mais importante da minha vida! Agora levanta!

"No momento você é a coisa mais importante da minha vida!" Essas palavras soaram dentro do coração de Maria de forma mais profunda e sincera do que um simples "Eu te amo."

Quase que uma lágrima escorreu pelo seu rosto marcado pelas dobras do lençol. Talvez tivesse chorado se Diego permanecesse dentro daquele quarto que, diga-se de passagem, era o único local que estava devidamente habitável. Arrumou-se e quando chegou à cozinha abraçou seu namorado pelas costas e ali perto de sua nuca depositou um beijo. Diego entendeu o que aquele gesto significava e seu coração também ficou satisfeito.

Enquanto o café da manhã de Maria acontecia, o de Ethan já havia terminado há muito tempo. Naquele momento, andava em círculos no cubículo em que lhe era permitido tomar sol, o momento de sua estadia que mais apreciava. Nem sempre fora assim, isolado como estava.

Nos primeiros anos ficou junto dos outros presidiários. Passou por todos os tormentos que novatos passam até entrarem para alguma "turma", "clube", "clã", "irmandade", a classificação que achar melhor. Não demorou tanto para isso acontecer, Ethan contava com as glórias de seu passado vencedor de rodeios. Quanto ao bom comportamento, Diego estava correto até certo ponto. Ethan de fato estava longe de ser um preso problemático, mas também não era totalmente isento de culpa. Metera-se em brigas. Tinha que se impor e ganhar respeito. Nunca chegou a ser líder, não era o que buscava, mas teve de se aliar para poder sobreviver. Sentiu muita falta de alguns daqueles homens, levados para o seu destino final. O que amenizou foram as conversas que passaria a travar com seu carcereiro e fã, Michael Walters, e os inúmeros livros que o acompanharam. Algo antes tão menosprezado e agora tão valorizado.

— Hora de voltar para a cela.

— Como vai a família, Michael?

— Muito bem, Ethan. — Michael e Ethan eram os únicos homens ali dentro que se tratavam pelo primeiro nome, e apenas quando estavam sozinhos. Diante dos outros, Ethan virava um número e Michael era a autoridade que deveria ser tratada com respeito, como se já não estivessem se tratando de tal forma naquele momento. — Minha filha mais velha pegará seu diploma semana que vem.

— Deve estar muito orgulhoso — Ethan sorria para o único amigo que fez durante os treze anos alocado naquele corredor.

— Demais! Consegui formar um e creio que os outros dois seguirão pelo mesmo caminho.

Caminharam em silêncio o resto do percurso até o final do corredor, onde ficava a cela de Ethan. As mãos e os tornozelos algemados. Esse era o padrão e Walters nunca fugia a ele. Uma vez um colega não fizera. Agora estava aposentado por invalidez em sua casa recebendo uma pensão de merda — palavras que gritava aos berros para que todos pudessem ouvir —, então o carcereiro Walters, por mais apreço que tivesse por Lewis, mantinha o padrão.

A porta de metal espessa se fechou. Ethan colocou seus pulsos pelo buraco e Walters retirou as algemas. Apesar de tanto tempo vivendo esse processo de colocar e retirar as algemas, sempre que lhe eram removidas passava as mãos sobre suas marcas. Michael o deixou ali sozinho e seguiu com seus afazeres. Outro condenado teria o seu momento ao sol, enquanto que este olhava ao redor em sua cela pensando sobre o que falaria para a moça dali algumas horas.



    Antes de pegar a estrada para retornar àquele lugar degenerado, Maria passou na redação do jornal para mais algumas instruções. Seu editor, um homem corpulento perto dos cinquenta anos, não gostou nada do retorno de mãos vazias de sua pupila — Maria poderia ser tudo, menos pupila daquele homem —, que era a forma como a chamava depois que fora escolhida por Silencioso. Deu-lhe um sermão na frente de todos os outros subordinados, e aquilo rendeu diversas brincadeiras nada inteligentes ou mesmo engraçadas para Maria. Essa era a sua segunda chance de voltar com as respostas para as perguntas que estavam naquele caderno de couro. Maria sabia que isso não aconteceria. O editor não.

Pegou o gravador. Instrução útil que recebera do advogado de Silencioso. Matias Mayer era o seu nome. Cresceu com Ethan. Foram grandes amigos. Afastaram-se em um período de trevas para Ethan. O retorno veio com a sua prisão e a não aceitação de Matias. Não acreditava em nenhuma palavra que o amigo lhe disse e seguiu com suas apelações por longos e exaustivos anos. Ethan não impediu. Sua sentença durou exatamente o tempo que precisava.

— Conte-me a verdade, Ethan! — Matias, em todas as visitas que fez, sempre repetia a frase.

— Não está na hora. Apenas cuide da minha propriedade — essa era a resposta padrão de Ethan.

E assim Matias fazia. Cuidava da propriedade e dos negócios que ainda aconteciam, e do amigo após a morte de Caroline. Ethan não tinha herdeiros e também não fez um testamento, mesmo que Matias sempre o instruísse. Então, assim que soube que não haveria mais chances para postergar a sentença, Ethan fez o seu testamento e Matias soube, mesmo que não dita, toda a verdade.

Alguns dias depois da primeira visita de Maria para Silencioso, o advogado Mayer retornou com sua pasta de couro preto lustrosa, terno de alfaiataria e botas de cowboy, também pretas. O que mais chamava a atenção era o uso do chapéu. Matias Mayer parecia um personagem saído daquele seriado dos anos 80, Dallas. O pessoal mais jovem da redação não conseguia conter o riso quando via o homem passar. Maria, por outro lado, não achava nada daquilo engraçado. O homem lhe intimidava até mais que o próprio Silencioso.

Matias era bronco e até mesmo arrogante. Não tinha paciência e detestava dar explicações. Sua simpatia apenas melhorava depois de algumas doses de Bourbon e alguns agrados femininos — dispensados pela sua esposa e muito bem aceitos das moçoilas que encontrava nos bares —, mas Maria não tinha nada a lhe oferecer para que recebesse a sua simpatia. O advogado ainda estava confuso e contrariado com o pedido do amigo.

— É o seguinte... — a pausa não foi longa e logo Matias prosseguiu —, Srta. Santiago. Meu cliente exigiu que fosse você a repórter que escreveria essa matéria ou história, seja lá como vocês chamam. E que fique claro que sou totalmente contra. O diretor do presídio concedeu que os encontros entre vocês aconteçam em uma sala reservada ao invés do vidro, porém pediu que lhe instruísse. Aqueles malditos têm preguiça até disso — disse entre os dentes e sob o olhar ao mesmo tempo atento e assustado de Maria. — Não pode entrar lá com nenhum objeto que vire uma arma para Ethan, então minha querida, esqueça-se das canetas e lápis...

— Mas assim como poderei fazer minhas anotações...

— Não me interrompa! — bradou Matias, assustando ainda mais Maria. — Você pode entrar lá com um gravador e com as folhas das perguntas, sem clipes ou grampos. Como se ele fosse fazer algo com isso — as últimas palavras foram ditas apenas para Matias escutar, porém não passaram despercebidas pelos ouvidos afiados de Maria.

E assim Maria estava fazendo. Últimas orientações. Gravador com pilhas e várias fitas dentro da bolsa. O coração saltitante. As mãos suando de nervosismo. Estaria frente a frente com Silencioso. Poderia ouvir sua respiração e sentir o seu cheiro. Aquilo lhe assustava mais do que qualquer outra coisa que passou em sua vida. Mais até do que quando sua tia Rosa recebeu seu diagnóstico, tendo de fazer hemodiálise uma vez por mês.

— Tudo pronto? — Diego questionou assim que Maria ocupou o assento do passageiro ao seu lado.

—Tudo pronto!

Maria não se atreveu a olhar para o namorado. Se o fizesse, deixaria aquele carro e correria para o mais longe que pudesse e viveria no isolamento total. Ela tinha que ser forte. Foi para isso que estudou, e aquele homem não destruiria a sua vida. O motor do carro azulado foi ligado. No rádio uma música country das antigas, de muito antes desses dois jovens terem nascido, tocava. O ar-condicionado beijava a pele quente e suada de Maria, e assim seguiram pela linha reta e interminável da rodovia.

xXx

E assim terminamos mais um capítulo com meus leitores querendo me matar! Calma amores, vamos assim devagarzinho como se degustássemos um vinho. Gostaria também de fazer um pedido para quem está lendo e gostando de recomendar essa história para seus amigos, vamos trazer mais pessoas para conhecer Silencioso com a ajuda de vocês acredito que mais e mais pessoas irão ficar interessadas. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro