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Capítulo 18

     As mãos da mulher tremiam. Essa sensação já era conhecida. Passou por ela anos atrás, quando a arma, já quente, saiu de suas mãos e caiu aos pés do marido. Enquanto esperava, a memória reacendia em sua pele tudo que sentiu naquele dia em que tirou a vida de uma pessoa. Havia muita raiva e ódio em seu corpo. Aquela revelação de que Ethan era pai novamente, e de um filho que não fosse seu, a consumiu de tal forma que só percebeu o quão errada estava muito tempo depois.

Caroline não assumiu a culpa. Deixou que ele contasse a mentira. Mesmo sabendo que pessoas próximas desconfiassem de que ele não fosse capaz de matar a garota. Ouviu vários sussurros e isso só reforçava seu ódio pelos dois. "— Impossível! O patrão gostava dela". Ela esteve no julgamento. Sentiu alívio quando Ethan manteve a confissão de que ele foi o autor do disparo. Encenou muito bem seu papel de esposa traída e resignada. As pessoas a consolavam. Ethan virou um tipo de monstro e Caroline, sorte de não ter sido também uma vítima.

Pintava-se como uma. Chorava. Suplicava. Os funcionários mais fiéis sentiam nojo daquela mulher, eles sabiam que o patrão nunca cometeria aquele crime. A sentença saiu. Pena de morte. Ethan, pela primeira vez depois de ter sido preso, olhou para trás buscando os olhos azuis de Caroline. Encontrou. O que viu não foi remorso e sim uma satisfação crescendo no canto de seus lábios. Foi o soco mais dolorido que Ethan levou em toda a sua vida.

Ela voltou para a propriedade e tentou assumir as rédeas dos negócios. Matias tinha uma procuração. Praticamente obrigou Ethan a assinar antes de sua sentença ser decretada. Tudo que fosse feito naquele pedaço de terra teria de ter uma aprovação. Caroline podia ser a dona, mas para fazer qualquer coisa que fosse tinha de ter o aval de Matias, e esse a desprezava com todas as forças. Certa vez, mandou uma carta nada amigável para o marido desejando que sua morte chegasse logo para ficar com tudo que era seu por direito. O amigo quase implorou que se divorciassem. Ethan não quis.

"— Ela vai ficar com tudo depois que morrer. Vai deixar isso acontecer?" — Matias questionava.

"— É dela. Não sei porque não consegue entender isso. Dá o dinheiro que ela quer. Faça tudo que ela pedir. E o que posso fazer? Fui sentenciado à morte, o que tem lá já não importa mais. De qualquer forma, irá para ela ou para o governo... Que fique com ela!" — Ethan respondia demonstrando impaciência.

"— Se você contasse a verdade, podíamos tentar outro julgamento, uma apelação...".

"— Eu contei a verdade. Para com isso!"

Matias liberava algum dinheiro e a mulher gastava como nos tempos de ausência. A sua encenação de mulher perfeita não durou muito tempo, o que geraria várias desconfianças sobre o que de fato acontecera. Caroline voltou a raciocinar direito com a morte do pai. Mandou outra carta para Ethan contando o que tinha acontecido. Pediu que ele a deixasse visitar. Ethan respondeu dizendo que sentia muito, mas que preferia que ela não fosse até aquele lugar. Os anos passaram. Ficava perambulando pelo haras. Conversava com Ethan, mesmo ele não estando mais lá. O remorso pelos seus atos veio. Via fantasmas. Precisava removê-los de sua mente, e então fez o que pensou ser o certo, contou a verdade para Ethan.

E lá estava, com um vestido branco, cabelos loiros bem penteados na altura dos ombros. Uma maquiagem leve e, apesar de não ser mais tão jovem, ainda era uma mulher muito bonita. No dedo anelar da mão esquerda o anel de brilhante — dado anos mais tarde — e sua aliança. As pernas mexiam inconscientemente, deixando exposto todo o seu nervosismo. Ouviu um barulho alto. A porta de metal havia sido aberta e vários presidiários passaram por ela, indo em direção aos seus vidros ensebados para encontrar suas visitas. O último passou e nada de Ethan. Ainda esperou por alguns segundos. Ele não viria, como disse em suas cartas. E então, quando já estava de pé, ele apareceu diante de seus olhos.

Ethan a encarou com os olhos amendoados. Estavam tristes, praticamente sem vida. Uma barba rala cobria seu belo rosto. Nessa época ainda não havia um fio branco, o castanho reinava absoluto. Estava magro. Não que Ethan fosse um homem corpulento, longe disso, sempre teve um físico invejado, com os músculos trabalhados sem excesso, e agora o que ela via era um corpo com os ossos aparentes. Os cabelos também estavam descuidados. Antes de sentar ele a encarou novamente. Caroline olhava para o homem do outro lado do vidro e tentava reconhecer o seu grande amor, que já não estava mais ali.

— O que está fazendo aqui? — a voz dele veio seca, raspando, rasgando, dolorosa para quem ouvia.

— Precisava te ver — a dela, por outro lado, soou suave, quase doce.

— Para quê? Matias não está te dando dinheiro? — novamente aquele tom dolorido ecoou do outro lado do vidro.

Ethan suspirou e passou as mãos pelos cabelos. Não desejava essa visita. Sempre que ela solicitava, tratava de impedir que viesse. Sabia que ver Caroline pessoalmente lhe machucaria de uma forma irreparável, já não estava sendo fácil viver isolado de tudo. Tinha apenas suas memórias para lhe confortar, e algumas delas eram deveras penosas. Caroline se enquadrava nas duas modalidades.

Depois do julgamento e da sentença anunciada, olhou para a esposa alguns metros atrás, de pé, olhando para ele como se estivesse se divertindo por ter se safado do crime. Chegou a pensar que durante todo aquele processo ela falaria a verdade. Sabia que negaria, mas pelo menos ela teria feito o correto, porém o que aconteceu foi o alívio de ver outra pessoa sendo condenada à morte por um crime que não cometeu. Houve um tempo que ele desejou saber o motivo dela ter matado a moça. Então pensou que talvez tivesse se traído e deixado transparecer que sentia sua falta. Era isso que acontecia. Caroline foi o amor de Ethan, mas Gabriela era o que ele precisava, e possivelmente nesse seu retorno teria ficado com ela. Vendo por esse lado, aí estava o motivo que Caroline precisava, então desistiu de perguntar.

— Sabe como é Matias. Ele me detesta e tem razão para isso. Como estão te tratando? Está tão magro...

— Qual o real motivo de ter vindo até aqui quando eu disse que não era para vir? — Ethan a interrompeu fechando ainda mais a cara. — Caroline, o que você quer? Quer que eu passe a propriedade em seu nome? Sabe, já devia ter feito isso antes...

— Cala a boca por um minuto e me deixe falar! — Caroline apertava o telefone na sua mão e a outra deu alguns tapas no vidro sujo. Ethan parou de falar e arregalou os olhos. Ela olhou ao redor, sentiu medo de ter chamado a atenção mais do que o necessário, e percebeu que as outras conversas do recinto eram tão intensas quanto a sua. Ethan esperou Caroline se recompor e ela prosseguiu: — Ela teve uma criança — e dizendo isso se calou.

— Quem? — Ethan, atônito, não conseguia processar aquela informação. — De quem diabos você está falando?

— A garota mexicana... — a voz de Caroline passou de doce para um sussurro.

— Gabriela? — Ethan ainda estava com dificuldade em entender aquela informação.

— Ela estava lá para te contar isso, que tinha tido um filho — Caroline estava tensa e se arrependeria de ter lhe contado, não esperava pela reação seguinte.

Ethan juntou as sobrancelhas e seus olhos caíram da mesma forma quando, anos atrás, ele dera a notícia de que o filho deles havia morrido. Retirou o telefone do ouvido quase o colocando sobre o balcão. Com a mão livre, espalmou o espelho. Sua cabeça subia e descia até que todo o seu corpo repetia esse movimento. As lágrimas vieram. E quase sem voz, falou com a mulher.

— Como você pôde fazer isso? — Havia mais do que súplica naquele olhar, havia desespero, repulsa e remorso. — Depois de tudo que eu fiz por você? Depois do tempo em que te esperei! Caroline, no que você se transformou?

— Como você pode ter tanta certeza de que era seu? — Caroline lhe olhava incrédula, era mesmo verdade, ele se importava, ou talvez tivesse realmente amado a moça.

— Ela não teria voltado se não fosse.

— E você confia nela cegamente?

— Nunca me deu motivos para ser de outra forma.

— Se soubesse dessa criança, não teria assumido o que eu fiz, não é? — Caroline temeu, mas precisava tocar nesse ponto.

— O que você acha? — Ele a encarou com raiva, nunca a olhara dessa forma, muito tempo depois se arrependeu desse olhar, mas naquele instante não pôde evitar.

— Então você a amava.

— Não, Caroline! Eu não amava, mas ela teve um filho meu! O que esperava que fizesse? — Ethan berrou. Caroline podia ver as veias em seu rosto saltando.

— Exatamente isso. — Caroline pressionava seu dedo indicador contra o vidro. — Por isso fiz aquilo. Eu não criaria o filho de outra mulher — terminou dizendo em um tom próximo a um grito.

— E quem disse que deixaria que fizesse isso? — Ethan respondeu com desdém, jamais deixaria Caroline com aquela criança. — E essa criança? O que você fez com ela?

— Nada. Não estava com ela no quarto do hotel, deve ter ficado no México, sei lá. — Caroline deu de ombros. Realmente nunca quis saber o paradeiro daquela criança. Nem sabia se era um menino ou uma menina. Temia que fosse um menino.

— Por que agora? — sua voz voltou ao tom usual.

— Para ela parar de me assombrar! Não aguento mais ficar vendo o seu rosto dizendo que teve um filho com você, e aí você correndo para os seus braços...

Agora foi a vez de Caroline chorar compulsivamente. Ethan não sabia o que fazer. Nunca foi tomado por um ódio tão grande. De repente todo o amor que um dia nutriu por aquela mulher virou esse sentimento cruel e destrutivo. Se estivesse do outro lado do vidro, talvez tivesse lhe estrangulado até a morte e agora sim seria executado por algo que realmente fez.

Ethan assumiu a culpa por amor. Pelo menos era o que se supunha. Deixou que aquela cena, vista pelo dono do bar, fosse a verdadeira, afinal quando o homem entrou estava sozinho com a garota já morta em seus braços e a arma nove milímetros, registrada em seu nome, em suas mãos ensanguentadas. Os policiais gritaram diversas vezes o ameaçando de atirar se ele não jogasse para longe a pistola. No mesmo instante em que se livrou do objeto, os homens em seus uniformes azuis adentraram o quarto e o imobilizaram. Ethan pôde ver o corpo de Gabriela esquecido naquele chão sujo de sangue. Sempre se perguntou o que fizeram com ele. Devolveram para a família no México ou enterraram por ali mesmo? Nunca soube para quem fazer essa pergunta. E agora, diante dessa revelação, sentiu-se um completo idiota. A raiva que lhe consumia era dirigida mais a ele do que para a mulher que fez com que tudo aquilo acontecesse.

Os guardas perceberam o descontrole naquela cabine. Foram dois. Um atrás de Ethan de uma forma mais agressiva e outro de maneira mais branda tentando acalmar o choro de Caroline, e as pessoas como estátuas observando a cena. Ethan foi removido à força levando alguns golpes. Caroline implorou que parassem. Não seria escutada. Do lado de fora daqueles muros cinza escuros, rodeados de arame farpado, chorou por horas dentro do seu carro. Precisava do perdão e não teria. Não conseguiu chegar nessa parte, ele nunca mais a veria, sabia disso dentro do seu peito.

Ethan estava descontrolado. Agrediria alguns guardas até ser contido, e então o quadro se reverteu, acordou no dia seguinte com muita dor na enfermaria do presídio. Exigiu que deixassem falar com o seu advogado e o que conseguiu foi um sedativo bem forte em sua corrente sanguínea. Quando enfim se acalmou, alguns dias desde a visita de Caroline teriam se passado, e então teve de lidar com outra notícia devastadora.

O que aconteceu três dias depois da visita da esposa chegou aos seus ouvidos com tom acusatório: "— É, seu bosta, fez a mulher se matar! Vai! Conta o que falou para ela!" E nada mais. Gritou por informação, ganhou algumas pancadas em troca. Recebeu alguns detetives que cuidaram do caso sem a presença do seu advogado. Aquela esperança de uma confissão por parte de Ethan. Nada, estava mudo. O apelido ganhou de fato força nessa época e nunca mais o deixaria. Novamente, Ethan Lewis, o grande campeão de rodeios por três anos consecutivos, era notícia nos principais jornais e da pior forma possível.

— O que aconteceu, Matias? Os policiais vieram aqui, me enchendo de perguntas... O que Caroline fez? — Ethan tentava se controlar do outro lado do vidro, a surra tomada ainda vinha marcada em seu corpo e os guardas não hesitariam em lhe dar outra.

— Ela tomou alguns comprimidos, encheu a cara de uísque e mergulhou na banheira do quarto de vocês — Matias respondeu sem uma ponta de pena, de certa maneira sentia-se aliviado por não ter mais que olhar para a cara de Caroline.

Ethan se culpou novamente. Sabia que era o causador de tudo aquilo. Se ele não tivesse tido um caso. Se ele a tivesse deixado ir quando ela implorou. Se não tivesse se atrasado em buscar o filho. Era para aquela data que gostaria de ter voltado, o dia em que o caminhão levou Peter. Demorou dias para voltar a pensar no outro ser que levava o seu sangue. Talvez estivesse melhor assim, longe dele. Com a morte de Caroline, caiu por terra uma chance de reverter a sua sentença, ela era a única pessoa que poderia mostrar a verdade, e agora estava morta e com ela, a esperança de Ethan.

Anos já haviam se passado quando ele decidiu fazer algo a respeito do filho que teve com Gabriela. A atitude veio quando conheceu Michael e ele contava sobre seus filhos. Matias foi chamado para uma conversa e Ethan revelou o que Caroline havia lhe contado, omitindo sempre o fato dela ter sido a autora do disparo.

— Quero que investigue sobre essa criança. Eu nem sei se é menino ou menina e muito menos onde está. Gabriela nunca me disse de que cidade do México veio.

— Isso vai dar trabalho e muito gasto. — Matias não estava com muita disposição para aquilo, sentia que seria apenas tempo perdido, encontrar pessoas nos Estados Unidos já era complicado, no México seria praticamente impossível.

— Tenho a porra de uma fazenda de cavalos! — Ethan gritou muito alto, ignorando qualquer represália que poderia surgir dali. — Vende tudo se for preciso, mas encontre essa criança!

Assim Matias fez. Acionou alguns contatos, cobrou algumas dívidas. Ethan estava impaciente, mas teve de esperar. Quase dois anos depois que a investigação começou é que Ethan soube quem era a criança e como vivia, e o que descobriu fez com que deixasse as coisas como estavam. De que adiantaria para ela saber que o pai estava condenado à morte por ter-lhe tirado a mãe? Melhor deixar como estava. E assim aconteceu.

xXx

Amores e assim descobrimos como foi a revelação de que Ethan tinha tido um filho ou filha (quem eu quero enganar, né) com Gabriela. E informo estamos apenas a 3 capítulos do final e eu estou entrando em crise. Essa foi uma das histórias que mais mexeram comigo no processo criativo. Falar sobre relacionamentos amorosos é uma coisa, mesmo que os que eu descrevo não são dos mais românticos, mas mesmo assim o foco é em um casal que tenta uma vida à dois. Últimos Dias vai além, mostra a vida individual, de como seguir, de como conviver com nossas escolhas. 

Peço de coração para quem está gostado que me ajude a levar essa história para mais pessoas, uma recomendação, uma divulgação em algum grupo que participam. Obrigada a todos que estão aqui comigo nessa jornada. Beijos! 

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