Capítulo 1
Vitoriosamente, em boas partes, minha mãe identificou Peter Cooper. O acusou. O fez cair em declínio, miseravelmente. E não a culpo por esse detalhe.
Mas não conseguiu o desmascarar, mesmo com tanta miséria ocorrida em sua pouca vida. O que, então, causou efeito não só em mim, mas em muitos ao seu redor. Era cômico estabelecer algumas regras logo depois, eu precisa delas para seguir.
Para todos, desapareci. Me lembro do ocorrido, e ignoro essa parte da minha vida. Eu era apenas uma criança de seis anos, por que deveria ter todo esse caos em mim? Dada como morta, provavelmente. Ou desistiram de tentar possuir minha guarda. Não tive muito contato com os Courtney, uma ou duas vezes nesse meio tempo.
É de costume, ser vigiada. Perder liberdade, ser tratada como apenas uma criança que sofreu um grande e terrível trauma. Me acostumei com esse fato.
"Pobre menina", uns diziam. "Que pena, como conseguiu superar?", outros balbuciavam. Era irritante, ouvir isso todos os dias. Nas ruas. Na escola. Onde quer que eu vá.
Deviam me apagar da existência. Me mudar para outro lugar. Essa cidade já nos causou muito para continuarmos vivendo nela, não deveríamos ter voltado. Mas foi preciso.
— Estou esperando. — Peter diz e o encaro. — Um beijo, antes que desça.
Até parece um ser humano quando tenta ser um. Respirei fundo, segurando a alça de minha mochila enquanto sentia os fios de cabelo passar diante de meus olhos.
— Vovô, sem drama. —O encarei e me retiro, virando o calcanhar e baixando os olhos.
— Tome cuidado. — Gritou dentro do carro e revirei os olhos seguindo em frente. Adentrando na escola.
Escola. Somos tão fracos, pensando em estar num colegial estudando para um bom futuro. Somos apenas vítimas de outras pessoas. Carnificina de adolescentes.
Sou a Sofia de um tempo esquecido. Megssom de um futuro destruído. Sou a herança que restou.
É ridículo demais ter que passar por isso e fingir ter uma vida normal com aquele homem, ignorar todo o sangue que é derramado em minhas mãos. Todos os erros que já cometeu com minha família, todas as pessoas que já machucou durante sua vida. É ridículo demais ter que fingir indiferença diante dessa situação.
Agora, olhar para frente e ver todas essas pessoas é um declínio total. Mais amargo que dormir na mesma casa de um assassino, de modéstia parte.
— Bom dia. — A voz fina de Caroline me assustou. — O que está olhando? Vamos.— A menina puxou meu braço e me encurralou, sem me deixar dizer nada.
Ter autocontrole nesses últimos anos foi algo que tive que aprender. Lembro-me da surra que dei numa garota, tudo por dizer uma simples frase. "Terá o mesmo fim trágico que as outras". Eu odiava que me comparava com minha vó ou minha mãe. Infelizmente tenho o sangue violento de meu avó.
Peter recusou os tratamentos psiquiátricos que a escola exigiu, dizia sempre que era perda de tempo e que se houvesse algum problema, iríamos resolver do seu jeito. A violência.
Andei pelo corredor da escola sendo arrastada por Carol, até entrar na sala de artes. Um lugar menos abalado por mim, desenhar era tudo o que me deixava ainda mais lúcida.
Mais um detalhe sobre mim. Uma vez fiz ressonância magnética que detectou um distúrbio mental, um simples transtorno afetivo bipolar, geneticamente de Peter. Não o culpo, mas também não o declaro vítima.
Sei lidar comigo mesma. Entrar nessa sala e não querer bater em alguém já é um grande passo.
Eu vestia uma calça preta, com a camiseta marrom e a mochila de lado. Me sentei na cadeira e observei as pontas de meus tênis.
— Rose. — Carol me chamou e levantei o olhar para ela. — Olha quem está no lugar da Sra. Finkler.
Levantei o olhar, observando a camiseta branca e a calça jeans azul. Segurava um lápis na mão e um pincel na outra.
Abner Murphy. Ele é professor de música, adorava me interrogar sobre minha família. Inteligente e intrometido. Um detalhe que eu odiava.
Eu disse a Peter, o que o fez procurar por ele nos dados locais da cidade. Não encontrou nada, porque? O que um professor de outra cidade iria trabalhar nesta, se a renda é menor que qualquer outro lugar próximo?
— Sabe esses objetos? —Ele perguntou levantando as mãos para cima, me olhou e desviou o olhar rápidamente. — Não vamos usá-los hoje. —Disse os jogando sobre a mesa e voltando a olhar para a sala.
— Com licença. — Dominik, um aluno, entrou na sala rápido e sentou no fundo, enquanto continuei olhando o professor.
— Enfim.— Abner continua.— Hoje iremos conversar sobre o acampamento da semana que vem.
Havia me esquecido dessa parte. Viajar quatro horas até a montanha de Tennessee e passar a noite lá, algo que Peter jamais permitiria. Aquele homem não me deixa fazer nada, o que não me impedia.
A aula havia passado e me esconder de. Caroline foi o que consegui nesses últimos minutos. Não me preocupei com as perguntas suspeitas de Abner, e tavez matar essa próxima aula me faça pensar um pouco, estou cansada das conversas de Peter.
Senti meu celular vibrar e o peguei no bolso da calça, desbloqueando-o e tirando a música de Bring me the horizon que tocava baixo. Estava na salinha, dentro da biblioteca da escola, recém construida, é onde os seguranças guardavam os livros raros da escola. Claro, consegui a cópia da chave com Rick, um drogado daqui. Mulheres bonitas conseguem o que quer, ele disse ao me entregar a cópia.
Passar meu tempo aqui é muito melhor que na sala de aula. Falando sobre algo que eu realmente não quero saber, agora pensar em paz era meu alívio.
Olá! É Rose Mariana, certo?
09:53AM
.
Quem é?
10:01AM
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Odiava número desconhecido. Até porquê eu sempre trocava de número. Peter sempre diz que eu não poderia confiar em ninguém a não ser ele mesmo, o que me faz duvidar dessa possibilidade.
Aprendi muito cedo que confiança não faz parte de meu vocabulário. Já tive muitas decepções durante o passado como motivo para não confiar em mais ninguém. Nem em mim mesma.
Você está bem? Ele está te machucando?
10:03AM
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Quem é, caralho?
10:03AM
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Me encostei na parede e esperei responder. Eu estava farta desses mistérios e tudo que levava a isso me deixava confusa. Já imaginava algo traiçoeiro e que poderia ser algum inimigo.
Não iria errar.
Meu corpo estava ainda calmo, sem nenhuma pressão alta ou desequilíbrio mental. Tudo ainda estava nos trilhos. Sem recaídas durante semanas, isso já é um bom começo.
Meu nome é Adam.
10:13AM
Quem bosta era Adam?
Ouvi o trinco da porta ser puxada e me levantei num sobressalto, coloquei o livro no lugar devido e corri para trás da estante marrom. Antes preenchidas por caixas, agora vazia e escura.
Eram duas pessoas. Começaram aos arrancos e se beijando logo a seguir, respirei fundo e imaginei mais uma cópia da chave em suas mãos.
Encostei a cabeça na parede e fechei os olhos, esperando os minutos passarem. Assim que os dois sairiam, segurei meu celular na mão e senti a vibração novamente. Toquei meu dedo nas notificações e senti meu corpo mais uma vez decair ao caos eminentemente, no qual vinha superando a tanto tempo.
Fui a última pessoa que falou com sua mãe. John não sabe de sua existência.
11:05AM
QUEM É VOCÊ, ADAM?
11:06AM
Digitando...
Estava a flor da pele. Sozinha naquele lugar. Sem Peter para me segurar dessa vez, tendo uma crise novamente.
Sou a única forma de chegar na verdade, pequena Rose.
11:10am
Não consegui evitar. Assim que o trinco da porta foi alarmada novamente, senti minhas pálpebras pesarem e apaguei.
Estava com saudade de todos vocês. Perdão o sumiço, problemas familiares. Dizem que, com mais problemas, mais palavras boas para serem escritas rsrsrs
Então terá muito daqui pra frente kkk
Curta esse capítulo pequeno, lembrando que os outros irá mostrar o quão abalada Rose Mariana está. E que muita coisa vai mudar, essa garota é maluca kkk
Boa leitura dos próximos 💝
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