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Boa leitura...
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Muitos têm sonhos estranhos para se realizar, desejos escondidos e adormecidos.
Jimin, entre todas as outras pessoas que conhecia, não possuía o desejo mais incompreendido, na verdade, ele poderia ser considerado o mais comum de todos.
Mas receber um oral enquanto dormia não entrava nessa lista de desejos.
Até agora.
De início, o loiro pensou que estaria sonhando com as sensações, mas se tornou real à medida que as pinceladas da língua quente e macia cercavam o meio de suas bandas com devoção e firmeza.
Deitado de bruços no colchão e a cabeça nos travesseiros, cercado do cheiro de Jungkook por toda parte e ainda de olhos fechados, ele deixou um pequeno ruído escapar por entre os lábios quando dedos firmes esticaram sua borda até o limite, logo em seguida tendo o músculo molhado rodeando todo o lugar, babando, chupando e beijando sua carne.
Jimin nem precisou se mexer para saber que estava duro novamente, mesmo depois de todos os orgasmos que teve cerca de poucas horas atrás.
A mão direita foi em direção aos cabelos negros, puxando-os com um pouco de força. Ele odiava que Jungkook soubesse fazer aquilo tão bem, mas adorava o modo como aquilo parecia a melhor coisa do mundo para ele também, como se estivesse satisfeito em lhe dar o melhor prazer. O loiro ergueu minimamente o quadril, dando um ângulo melhor ao moreno que deixou uma pequena risada escapar com a falta de pudor do mais novo.
— Hum… — Jungkook ouviu um resmungo, baixo e preguiçoso, destoando totalmente do aperto forte em seus cabelos.
Como resposta, o moreno mergulhou ainda mais a língua dentro dele, pouco importava que haviam feito sexo horas antes e talvez seus vestígios ainda estivessem ali. Haviam certas coisas a serem esquecidas quando envolvia dar e receber prazer com outra pessoa, e Jungkook nunca foi do tipo com frescuras a respeito de sexo, era uma das coisas que Jimin mais amava nele.
Isso, e o fato de mais velho o levar à loucura, sem muito esforço.
Jungkook subiu com beijos e uma mordida fraca na carne macia de Jimin, selinhos sendo depositados na altura do cóccix e subindo pelas costas, ele pincelou o ponto abaixo da orelha do loiro quando a alcançou antes de sussurrar:
— Eu quero mais…
Jimin piscou os olhinhos, atordoado e meio dormindo.
— Eu quero dormir…
Jungkook beijou sua têmpora carinhosamente, ouvindo um suspiro em resposta.
— Eu sei… — arrastou a voz. — Mas você nem vai precisar fazer nada, anjo. — tentou mais uma vez. — Só um pouquinho, por favor…
Jimin resmungou algo, e então assentiu com a cabeça duas vezes, ainda de olhos fechados e mantendo parte de sua mente apagada, apesar da excitação correndo.
— Não sabia que você gostava de sonofilia… — ele comentou, rindo pequeno. — Pervertido.
Jungkook não gostava de sonofilia – pelo menos não costumava gostar.
Mas havia algo em usar Jimin enquanto ele dormia tão pacificamente que fez seu coração acelerar e seu pau ficar mais duro que nunca quando acordou naquela madrugada. A adrenalina absoluta que ainda corria em suas veias não deixava espaço para o cuidado que deveria ter com ele, não chegava nem perto de superar a vontade de fodê-lo, parecia perturbador em vários níveis, mas no fim, não era.
Por que Jimin falou sério quando disse que jamais diria não para Jungkook.
E ele gostava de não poder dizer isso, podiam foder em qualquer momento que o moreno quisesse. Essa era a graça. Eles se completavam justamente porque se igualavam em praticamente tudo, as divergências entre as personalidades deixavam tudo mais único, pois nada nunca foi motivo de uma grande briga ou desgaste. Claro, tudo antes da aposta era assim.
E continuava assim.
Jungkook empurrou sua calça moletom para baixo e puxou seu pau, tenso e um pouco dolorido, ele estava excitado a uns bons minutos enquanto Jimin aproveitava de um sono profundo e sonhos molhados.
O moreno sequer precisou de lubrificante desta vez, eles raramente precisavam, era tudo tão cru e bastavam línguas, prazer e suor. Pincelando a entrada fechadinha e judiada pelo sexo de antes, avermelhada e brilhando de saliva, Jungkook empurrou nele com um impulso longo e suave, gemendo de alívio.
Em resposta, Jimin remexeu-se na cama, mudando a posição do pescoço e apertando o lençol entre as mãos, o ardor era bem vindo, e o prazer mais ainda.
— É bom… — uma confissão discreta, o tom de voz arrastado. — Eu detesto o quanto você é bom nisso…
O moreno sorriu, um tanto incrédulo.
— Detesta, é? — a voz saiu rouca rente ao ouvido de Jimin, causando arrepios em seu pescoço. — Não parece.
— Eu detesto não ser o único a saber disso. — explicou, erguendo-se minimamente para sentir o pau adentrar mais em si.
— É aí que você se engana, meu bem… — Jungkook alisou os cabelos, puxando delicadamente para cima e deixando um beijo na bochecha do loiro. — Isso só é bom, porque é com você.
A confissão fez Jimin gemer, o ego atingindo um nível novo e o corpo doendo de desejo.
Ele soluçou, arqueando as costas obscenamente, apertando-se em torno de Jungkook que xingou baixinho e enterrou o rosto na nuca de Jimin, os quadris já empurrando forte e rápido.
Ele amava isso, amava o pouco controle que tinha sobre seu corpo, tornando-se um louco toda vez que colocava seu pau nesse garoto. Isso era absolutamente enlouquecedor. Ele mordeu com força o pescoço de Jimin, querendo puni-lo, ao mesmo tempo que agradecê-lo por ser como é, perfeito ao toque, ao olhar, a absolutamente tudo.
Jimin é seu mundo.
Jungkook seria capaz de buscar a lua e embrulhá-la em papel de presente rosa se assim Jimin pedisse. Era louco por ele, sedento, apaixonado…
Jamais deixaria que seu garoto escapasse novamente.
Jeon fodeu Jimin com tanta força que a cama começou a tremer, a cabeceira batendo contra a parede com cada estocada. Parte dele queria que todos do prédio os escutassem, mas a outra parte, seu lado possessivo, adorava ter os gemidos manhosos e enlouquecedores dele apenas para si, como a melodia mais viciante já criada.
Também queria que todos soubessem o quanto Jimin adorava tomar seu pau com força, sempre pedindo mais. O som de seu quadril batendo diretamente na bunda do loiro, somado ao ritmo constante mantido pela excitação e o padrão de suas estocadas e pelos sons eróticos que Jimin soltava cada vez mais, bastava olhar para baixo e contemplar a visão perfeita que era o loiro deliciando-se ao ser fodido daquela maneira, mordendo os lábios sensualmente, a língua passando por cima destes e o cenho franzido de prazer…
Seu erro foi descer a visão um pouco mais… e ver seu pau sumindo e reaparecendo completamente a cada movimento feito no meio dos montes de carne, marcados de vermelho pelos tapas…
Jungkook quase gozou e teve que parar de empurrar, fechando os olhos e respirando com dificuldade rente a nuca do loiro.
Jimin choramingava desesperadamente.
— Não para, eu quero gozar…
— Você só vai gozar quando eu permitir, — disse Jungkook, acariciando a pele suada da nuca de Jimin. — E nem um momento antes.
Jimin estremeceu.
— Eu te odeio. — disse com chateação, o corpo apertando o pau de Jungkook com força, involuntariamente sugando-o para dentro de si.
— Você odeia que eu te faça se sentir bem, anjo? — Jungkook pronunciou em seu ouvido, as provocações eram a parte que mais tirava Jimin dos eixos. — Você odeia o fato de eu te comer melhor que qualquer um? Que eu te deixe tão ansioso pelo meu pau ao ponto de implorar… — Jimin revirou os olhos por baixo das pálpebras, sentindo lambidas fracas em seu pescoço. — Você odeia que eu te foda como a putinha que você é e goze por isso?
— Porra, não faz isso… — pediu, perdido em meio aos arrepios.
— Você tá tão fodido, amor... — o moreno riu de modo perverso, cínico, soprando ar nos ouvidos dele com respiradas curtas. — Não deveria ter dito que nunca diria não pra mim, porque com a vontade que eu tenho te comer a madrugada inteira… — levantou o rosto dele enquanto segurava a garganta, apertando, mas sem machucar. — Eu te deixo sem sentar.
O corpo tremeu inteiro e um choramingo saiu entre os lábios. Estava começando a perder o controle novamente, pois aquele cara conseguia apertar todos os seus botões sem muito esforço, lhe completava por inteiro em todas as partes de sua vida e lhe fazia perder o juízo durante o sexo, era uma mistura perfeita, rara e perigosa.
O moreno voltou com tudo o que tinha, grudando os pulsos de Jimin rente a base de suas costas e segurando o pescoço dele contra os travesseiros, pressionando ambos com força enquanto metia sem parar, sem cansar, a vontade fazendo os músculos trabalharem mais que o normal em mostrar a Jimin toda potência que tinha guardada, tudo para ele.
Este que passou de gemidos altos para gritos ao ter o pau de Jungkook lhe rasgando por dentro, de um jeito bom. O moreno estava certo em dizer que o deixaria sem andar, pois Jimin sequer sentia as próprias pernas naquele momento, seu interior sendo preenchido diversas vezes, sem pausa e com um ritmo constante enquanto Jeon deixava seus próprios gemidos graves escaparem, piorando sua situação.
O loiro tentou ignorar seu próprio pau sendo pressionado contra os tecidos da cama, onde uma enorme mancha de pré gozo se formava logo abaixo, o loiro sabia que não aguentaria muito mais daquilo, havia tanto prazer passando pelo corpo, lhe deixava tonto, a visão se tornando embaçada.
Jungkook buscou a boca dele em um beijo bruto, sentindo seu próprio orgasmo começar a se formar, corroendo os sentidos. O tronco estava encharcado de suor novamente, não muito diferente de Jimin, a pele bronzeada chegava a brilhar apesar da falta de iluminação, os fios molhados caídos sobre a testa e os olhos apertados em desejo puro…
Cristo, ele era esculpido como um Deus.
— Eu… eu não to aguentando mais… ah! — Jimin exclamou entre os barulhos de estocadas e arfares.
Esperava por um orgasmo forte, porém, o que recebeu estava muito além disso.
O loiro rolou os olhos com tanta força que eles ficaram inteiramente brancos, um grito rasgou a garganta quando Jungkook começou a martelar seguidas vezes em sua próstata, o ângulo perfeito e ritmado, foi simplesmente… demais para si.
Jimin foi derretido como ferro em brasa, a linha tênue entre a tensão do orgasmo e o relaxamento lhe fazendo estrangular o pau de Jungkook dentro de si, deixando o moreno fora de órbita ao ponto de também perder o controle, tornando o orgasmo de Jimin o motivo do seu próprio.
Foi incrível, para ambos.
Porém, com uma pequena diferença.
Jungkook ainda estava acordado, Jimin, no entanto, desmaiou segundos depois que seu líquido foi despejado entre a cama e sua barriga, a sensação forte demais para aguentar, sua mente apenas… desligou.
O moreno não percebeu de primeira, pois estava muito ocupado desfrutando da sensação magnificamente prazerosa que era gozar em Jimin, sem impedimento algum. Ele derramou até a última gota dentro do loiro, deixando sua marca interna, fazendo com que assim ele a sentisse por dias seguidos, como provavelmente aconteceria.
Jungkook respirou pesado, deixando o corpo cair sobre Jimin por um instante, respirando a pele suada, mas ainda perfumada do ombro dele, os lábios raspando pelas costas, tão aéreo que mal percebeu estar beijando intensamente o corpo de Jimin como se agradecesse pelo prazer que ele lhe trazia.
Agradeceria todos os dias a partir daquela noite.
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— O que você acha de balões de hélio em forma de coração por todo o salão?
— Balões de hélio? Isso é um casamento ou uma festa de criança? Imagina a cara da minha mãe ao ser atacada por um bando de corações flutuantes!
— Atacada pelos sentimentos, que irônico! — Jimin riu baixinho. — E se a gente pendurar pequenas lâmpadas por todo o teto, como um céu estrelado?
— Ah, para que todos pensem que estamos casando numa loja de artigos de Natal? Não, obrigado!
— Então, que tal algo mais natural? Podemos usar arranjos de mesa com mini cactos.
— Cactos? — Jeon fez uma careta, acariciando as costas do loiro com os dedos. — Querido, queremos que as pessoas levem lembranças do nosso casamento, não espinhos!
— Representam você muito bem, bonito, mas espinhoso. Ai! — Jimin riu e remexeu-se acima de Jungkook quando ele o beliscou. — Tudo bem, e se a gente simplesmente espalhar pétalas de rosas pelo chão?
— E assistir todos os nossos convidados escorregando e dançando balé involuntário? Seria um casamento ou uma competição de patinação no gelo?
Jimin torceu os lábios, erguendo o rosto do peito do moreno para encará-lo.
— Você parece ter mudado de ideia sobre se casar comigo, não gosta de nenhuma das minhas ideias!
— Porque tudo o que você inventa é muito brega, anjo! — reclamou, ainda sim, de forma gentil. — Por que não podemos simplesmente nos casar sozinhos numa ilha deserta e morar lá pra sempre?
Jimin exibiu uma careta de tédio.
— Porque não somos bichos e porque não dá pra criar filhos numa ilha deserta!
Jungkook tomou um pequeno susto.
— Filhos?!
— Sim. — pousou as mãos juntas sobre o peito de Jungkook, deixando o queixo sobre as mesmas e o olhar sonhador. — Quero três!
— Três?! — o susto foi pior ainda. — Anjo, espera aí, eu até concordo que podemos adotar um pirralho daqui a uns dez ou quinze anos, mas três?
Jimin mostrou uma clara chateação em seu rosto.
— Dez a quinze anos? — torceu os lábios, olhando para Jungkook. — Isso tudo? Por quê?
— Como assim, porquê? — o moreno realmente não entendia o tom de voz do loiro soar magoado daquele jeito. — Nós ainda temos dois anos de faculdade pela frente. Eu tenho a empresa do meu pai e você tem a sua carreira pra começar. Eu não entendo essa sua pressa em adotar uma criança.
Jimin pensou muito se deveria contar. Era uma lembrança distante e distorcida, mas ainda se pegava imaginando exatamente a cena que sua mente projetou enquanto dormia, a vários anos.
— Eu tive um sonho uma vez… — comentou tímido, o olhar baixo enquanto passava a ponta do indicador pelo queixo de Jungkook. — Quando nós começamos a nos aproximar, sonhei com três crianças… dois meninos e uma menina… — ergueu o olhar azul para o moreno abaixo de si, este que finalmente notou o quão intenso Jimin era ao falar aquilo. — Quero que seja verdade, Jungkook…
Jeon tinha muitos conflitos consigo mesmo a respeito de ter filhos. Criar pessoas para o mundo não parecia ser uma tarefa fácil e realmente não era, seu cérebro entrava em pane ao imaginar como seria sua vida com três indivíduos dependendo unicamente de si para qualquer coisa. Definitivamente não era um almejo seu, pelo menos por agora, tinha apenas vinte e um anos e ainda não havia conseguido seu diploma na faculdade. Pensar em filhos estava fora de questão em um raio de, pelo menos, dez anos.
Mas quando olhava o mar azul a sua frente, quase como num pedido mudo para tornar o sonho dele em realidade, quem era Jungkook para dizer não?
— Vai ser real, anjo. Um dia, eu prometo pra você. — ele disse de uma vez, abraçando de maneira apertada o loiro contra o próprio peito, este que deu um sorriso feliz.
Jungkook se sentia bem quando fazia Jimin sorrir, nem ele saberia explicar tamanha satisfação que era fazer todos os gostos do loiro como uma demonstração plena de que sempre estaria ali fazendo o melhor para ele, às vezes passando por cima de suas poucas convicções para dedicar-se somente a ele, e assim seria pelo tempo que tivesse nessa vida.
Era completamente rendido a Jimin, daria o mundo para ele se fosse possível, assim como dava seu coração por completo novamente, entregando nas mãos do loiro aquilo que jurou não pertencer a mais ninguém.
Era dele, puramente e totalmente dele.
Foda-se todo o passado, foda-se a sua cabeça lhe avisando que tudo poderia dar errado de novo, estar com Jimin embolado em seus braços no meio da madrugada se tornou o momento que esperou por três anos inteiros, e que finalmente estava acontecendo.
Nada nunca mudou, apenas ficou adormecido.
Ainda amava Jimin, de corpo e alma, não poderia continuar negando, admitir isso era deveras gratificante.
Alguns minutos em silêncio, o moreno ouvia apenas o ruído da madrugada e o vento lá fora, a respiração de Jimin se tornando calma e compassada, mas ele estava acordado, do contrário não continuaria raspando as unhas em seu pescoço de maneira que lhe causava pequenos arrepios pela coluna.
— Você não tá com sono? — questionou baixinho.
— Estou com fome. — o loiro remexeu-se, mudando a posição do rosto para olhar Jungkook. — Quero comida.
— Agora?!
— Sim. — disse simplesmente. — Você me roubou todas as energias, o mínimo que pode fazer é me alimentar.
— Jimin, são quase quatro da manhã!
— Você sabe cozinhar! — rebateu, fazendo um beicinho para o outro. — Podemos descer e você faz alguma coisa, por favor, Kookie, eu tô morrendo de fome. — um bico enorme se formou nos lábios ainda avermelhados.
Jungkook nunca resistiria aquela artimanha que Jimin usava, sempre funcionava, e dessa vez não seria diferente.
Mesmo morrendo de preguiça, o moreno se deu por vencido.
— Tá, eu faço! — bufou alto.
Jimin abriu um sorriso grande e escorregou de cima do moreno, o lençol que os cobria caiu sobre a cama, deixando a nudez de ambos totalmente amostra, coisa que já nem era incomum depois de tantas sessões de sexo durante a madrugada.
Jimin deu uma pequena risadinha ao pensar por um instante que ele não havia saído daquela cama sequer uma vez desde que entrou no quarto, Jungkook o manteve ocupado ali por bastante tempo, e diria que se dependesse dele, continuariam ali até o nascer do sol, o que estava próximo segundo o horário.
— Você precisa de um banho. — Jungkook pontuou ao observar o corpo de seu garoto deitado na cama.
O cabelo loiro, bagunçado e espetado, o peito e pescoço com pequenas marcas de mordidas, assim como todo o tronco, costas, pernas e bunda. Jimin era uma bagunça sorridente de olhos brilhantes e corpo coberto de provas de que aquele ato havia realmente acontecido, isso somado ao sêmen seco grudado em partes de seu corpo, algo que nenhum dos dois poderia apontar de quem era.
E mesmo assim, Jungkook nunca o viu mais lindo na vida.
Ele também era uma bagunça sorridente de olhos brilhantes, apenas mais contido e consciente. As marcas de unhas começavam na nuca e se estendiam por toda pele amostra das costas, os braços também, assim como o peitoral coberto de mordidas e chupões que seu noivo deixou em si para aliviar o prazer que sentia.
Seu noivo.
Essa era a parte estranha.
Jungkook sentia os cantos dos lábios se levantarem involuntariamente sempre que a palavra noivo lhe vinha à cabeça.
Ele havia pedido Jimin em casamento.
E o mesmo aceitou seu pedido.
Sem aliança, sem preparativos, sem jantar especial, nada.
Jungkook foi impulsivo como sempre era desde que se conhecia por gente, não tinha como ser diferente, o moreno estava tão envolto na bolha de amor e prazer que as palavras escaparam de sua boca antes que ele pudesse pensar no que estava propondo ao loiro.
Uma vida juntos.
Mas Jimin o surpreendeu ainda mais ao dizer que sim, que ele sabia que aquele pedido significava muito mais que uma festa de gala, um bolo enorme, troca de alianças e uma lua de mel na Espanha. Viu nos olhos dele o quando ele queria aquilo também, construir uma vida, apoiar um ao outro independente de tudo, dividir problemas, encontrar soluções, ser o porto seguro um do outro e se tornarem uma só carne.
O que mais poderia pedir?
Jimin sentou-se na cama, esboçando uma mistura de careta com sorriso pela fraqueza que se apoderou de membros inferiores, percebendo que provavelmente levaria um tombo feio de ousasse levantar sem ajuda.
— Jungkook… — chamou o moreno. — Uma ajudinha aqui, por favor?
O moreno sorriu com divertimento antes de se aproximar e passar os braços pelo tronco e pernas, trazendo-o para si, Jimin deu uma risadinha marota ao segurar-se no pescoço de Jungkook.
Jimin adentrou o mesmo banheiro ao qual estava presente há cerca de uma semana, o cheiro bom que o cercava o deixou relaxado ao ponto de suspirar rente a pele suada de Jungkook.
— Consegue ficar em pé? Eu seguro você. — o mais velho perguntou ao que entrava no box, sendo carinhoso sem perceber ao deixar um beijo delicado na bochecha deste.
— Porra, você acabou comigo… — o loiro pontuou ao ser colocado no chão, sentindo todas as partes doerem, o pagamento por todo prazer que sentiu.
Jungkook deu uma risada fraca com espontaneidade de Jimin, não demorando a ajustar a temperatura do chuveiro, a água morna caiu sobre o loiro no primeiro momento e um arfar que mais pareceu um gemido foi ouvido no banheiro.
O moreno admirou em silêncio Jimin jogar os cabelos agora encharcados para trás e lavar o rosto enquanto a água lavava seu corpo lentamente.
— O quê foi?! — este perguntou sorrindo, um pouco encabulado com o olhar escuro se tornando a coisa intensa já vista.
— Você é tão lindo… — Jungkook disse de uma vez, o coração batendo forte no peito, falando nada mais que a verdade.
Ele passou os dedos no rosto molhado de Jimin, o sorriso dele sumindo gradativamente e o coração começando a bater rápido, tal como o de Jungkook. O moreno admirou em silêncio o rosto limpo, os lábios vermelhos, as pequenas sardas perto do nariz e os olhos azuis como safiras, as bochechas lisas e cheias…
Não demorou nada para que os corpos estivessem colados novamente, as costas de Jimin bateram no piso frio e a água do chuveiro finalmente bateu nos cabelos de Jungkook, molhando seu corpo vagarosamente junto ao de Jimin.
Jungkook o tomou em um beijo forte, necessitado, quase como todos os outros beijos que deram antes não fizessem a menor diferença. As línguas se tocaram e Jimin se arrepiou com a força imposta por ele, infiltrando os dedos pelos cabelos molhados e sendo apertado entre os músculos.
Tudo estava quente, a atmosfera erótica voltando, parecia o infinito, algo que nunca teria fim entre eles, e era verdade.
— Porra, garoto… — Jungkook murmurou entre os beijos, perdido no cheiro de Jimin. — Eu sou maluco por você, caralho, pra mim só existe você, ninguém mais, nunca… — desceu os lábios para o pescoço, lambendo o suor junto a água como um cachorro. — Diz pra mim que é meu, só meu, fala, anjo…
— Sou seu… — o de olhos azuis respondeu imediatamente, pois era a verdade, ele nunca se sentiu tão pertencente a Jungkook quando naquele momento. — De mais ninguém… Ah!
O gemido saiu entrecortado quando Jungkook mordeu com força o ponto de junção entre seu pescoço e ombro…
Marcando…
— É isso, você é meu.
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Alguns minutos após saírem do banheiro, Jimin ainda passava os dedos sobre a marca dos dentes de Jungkook em seu pescoço, havia doído, mas isso era o de menos, e também sabia que ela sumiria em um ou dois dias, mas ainda sim, o significado ficaria em seu corpo, mente e coração, tudo por dentro.
Vestido com uma das camisas do moreno e sua próprio bermuda de dormir, Jimin acompanhou Jungkook pelas escadas rumo a cozinha, o moreno não vestia nada além da mesma calça de antes, pouco se importando com a pele amostra e as tatuagens aparecendo, já que não haveria ninguém naquela horário na cozinha…
— Não é aí que coloca, imbecil!
— Você não sabe cozinhar também! Nem vem querer me dar ordem não!
— Mas-
— Que porra vocês estão fazendo aqui a essa hora? — a voz de Jungkook foi ouvida pelo casal do outro lado da cozinha, tentando inutilmente fazer algo no fogão.
Jimin torceu o nariz pelo cheiro de queimado do lugar, mas sufocou uma risada na garganta com a visão de Miranda vestida com uma camisa preta e uma bermuda de dormir, sentada no balcão da cozinha conjunta. O cabelo cacheado estava úmido e caia com leveza sob os ombros, enquanto Yoongi estava com uma roupa semelhante à sua.
— Eu quem pergunto, N°1, o que vocês estão fazendo aqui e… de cabelo molhado? — Um brilho de malícia cruzou os olhos da garota junto a um risinho lateral.
— Não enche, pigmeu! — o moreno rebateu, se aproximando rapidamente de Yoongi para ver o que ele tanto mexia no fogão. — Quem diabos vocês mataram pra chegar nessa cena de crime?
Jimin gargalhou com a careta de indignação que Jungkook fez ao ver o - seja lá o que aquilo era - queimado na frigideira e logo se aproximou de Miranda, tendo as costas enlaçadas pelas pernas da amiga quando ela o abraçou carinhosamente, posicionando o rosto em seu ombro.
Quem os visse até poderia dizer que eram namorados, tamanho carinho.
— Nem vem você também! Eu sei o que tô fazendo. — Yoongi claramente não fazia ideia do que estava fazendo, não entendia como um simples macarrão com queijo virou aquela massaroca queimada na frigideira.
— Com certeza têm. — O moreno ironizou. — Desliga isso, é capaz de explodir a cozinha inteira com essa bomba que você criou.
— Tá legal, desisto! — o mais velho jogou a colher que usava para mexer a comida em direção a pia, fazendo um barulho alto enquanto desligava o fogão. — Olha só, mestre cuca, não é porque você é foda cozinhando que pode desmerecer as minhas coisas, tá?!
— Nem eu comeria isso, Yoongi. — Miranda quem o respondeu, fazendo uma careta para o conteúdo do prato. — E olha que eu como qualquer coisa refogada em alho e manteiga.
— Até você? — ele a olhou, indignado. — Você é minha namorada, Miranda, nem Judas foi tão traíra!
Jimin abriu um sorriso sem perceber.
— Namorada, é? — questionou com os olhos apertados. — Temos mais novidades, então?
— É isso ai, gato! Sou uma mulher comprometida agora. — ela fez um pequeno charme de orgulho enquanto o loiro se afastou. — Decidimos tentar novamente.
— O pedido veio antes da primeira rodada de sexo ou depois da terceira? — Jungkook fez uma graça, abrindo o armário somente para constatar que não havia nada para se fazer ali, ainda mais para quatro pessoas.
— E você quer falar o quê, hein?! — Yoongi levantou a sobrancelha. — Seu quarto é a prova de som, mas ainda dá pra sentir o impacto nas paredes, ok?!
Se fosse em outros tempos, Jimin ficaria vermelho feito um tomate ao ouvir as palavras de Yoongi, mas naquele momento, tudo que fez foi rir enquanto Jungkook olhava para o amigo um tanto incrédulo ou risonho, não sabia definir.
— Quais são as outras novidades? Tem mais? — Miranda retornou o assunto, olhando curiosa para Jimin e Jungkook.
Ambos se olharam rapidamente antes de sorrirem, e Jungkook assentiu uma vez ao ler a pergunta nos olhos do loiro “Posso contar?”. É claro que ele podia contar, talvez fosse uma decisão precipitada, afinal, o noivado havia realmente começado a menos de três horas atrás, mas definitivamente não iria mudar.
Era uma coisa certa, algo que nem mesmo um furacão poderia mudar dessa vez.
Jimin e Jungkook iriam se casar, de um jeito ou de outro, nada vai ou poderia mudar isso.
O loiro olhou para Miranda com um sorriso besta de felicidade e os olhos brilhando em entusiasmo.
— Eu vou me casar!
E disse assim, simplesmente, sorrindo grande.
Tanto Yoongi quando Miranda não apresentaram reações nos primeiros cinco segundos, mas bastou olhar um para outro e soltarem ao mesmo tempo:
— Puta que pariu!
— Como assim, viado?! — Miranda balançou o amigo pelos ombros, surpresa ao ponto de falar alto. — Você tá noivo?!
— Que porra foi que aconteceu?! — Yoongi virou-se para Jungkook, a quem estava encostado no balcão, de braços cruzados e rindo baixo. — Vocês entram no quarto se odiando e saem noivos?
— É isso aí!
— Quem fez o pedido? — Miranda questionou.
— Eu, é claro. — Jungkook respondeu pela primeira vez desde que a notícia foi dada.
— Ah, seu animal! — Yoongi deixou um tapa no ombro nu do amigo com um sorriso gengival amostra. — Aproveitou logo pra prender ele pra sempre, né?
— Tô errado?
— Claro que não! — Miranda e Yoongi responderam em uníssono novamente, em seguida rindo ao se aproximarem um do outro.
Jungkook chamou o noivo com uma das mãos, e ele foi imediatamente preso em um abraço lateral, assim como Miranda fazia com Yoongi. Ambos os casais juntos e de frente um para o outro, como a três anos atrás, mas com um diferencial.
Não havia mais mentiras entre eles, apenas o mais sincero amor e a vontade de fazer dar certo.
— Vocês vão casar! Eu ainda não acredito, meus parabéns! — a de cabelos cacheados exclamou com animação e a voz um tanto emocionada.
Apesar das ressalvas a respeito do Jeon, ela estava imensamente feliz por eles, sem dúvida alguma, pois se os problemas foram resolvidos e esquecidos entre ele e Jimin, ela apenas tinha a função de ficar feliz com esse fato, até porque, sempre soube internamente que aqueles dois acabariam juntos, de uma forma ou de outra.
Desde que se aproximaram no ensino médio, mesmo depois de toda aposta ser jogada no ventilador, ainda sim, eles permaneceram sendo um do outro em pensamento.
Miranda e Yoongi sabiam disso melhor do que ninguém, pois acompanharam tudo de perto. Fora que entendiam bem, estavam quase que na mesma situação, tinham problemas entre si referentes ao passado e mesmo assim conseguiram achar um meio de se resolverem, porque ainda sentiam que pertenciam um ao outro.
O que ainda sim, foi um milagre e tanto, já que as personalidades de ambos não batiam antes e muito menos agora, mas se completavam bem.
O sexo que os fez vibrar algumas horas atrás teve o efeito imã, queriam ficar grudados um no outro, magnéticamente atraídos por uma força maior, e até mesmo Yoongi, a quem sempre detestou contatos físicos além do necessário, admitia que não queria desgrudar de sua garota nem por um instante sequer.
Sua garota.
Como havia retornado a ser, e dessa vez ele não pretendia revogar o título.
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Minutos depois, os quatro começaram uma breve discussão sobre a comida estragada, já que os estômagos de Jimin e Miranda não paravam de fazer barulhos, ambos estavam com fome e Jungkook secretamente queria matar Yoongi por detonar a única coisa disponível deles que ainda estava da despensa da cozinha compartilhada pelo prédio inteiro.
Por isso, o moreno rapidamente voltou para o quarto sob os olhos atentos de Jimin e os outros dois amigos, voltando pouco depois vestido com uma camisa de mangas longas e a mesma calça de antes, assim como os tênis nos pés. Ele também carregava em mãos as roupas de Jimin, parecidas com as suas.
— Vai se vestir. — ele disse de modo tranquilo, entregando as roupas na mão do noivo ao mesmo tempo que deixou um beijo na têmpora deste.
— Porquê?
— Vamos sair pra comer, não tem nada que eu possa preparar aqui.
Jimin piscou, e então sorriu de maneira animada, dando um pequeno pulinho no mesmo lugar e correndo para o outro lado do espaço, diretamente para o banheiro.
— A gente vai junto! — Miranda exclamou, já pulando do balcão, parecia uma pipoca saltitante.
— E quem chamou? — o moreno rebateu, virando-se para o outro casal, apenas para provocar.
Yoongi levantou as sobrancelhas.
— Olha só, você é meu melhor amigo, e eu até to com preguiça de sair, mas só pela sua ousadia, agora a gente vai. — Yoongi falou falsamente sério demais, e Jungkook sabia disso. — Gatinha, vai se trocar, pega uma calça pra mim e as chaves do carro.
Miranda não costumava acatar ordens de ninguém, nem mesmo do próprio pai, e no passado sequer dava ouvidos ao que Yoongi dizia, mas naquele momento, ela apenas cruzou os braços sobre os seios cobertos pela camisa do moreno e começou a caminhar de volta para o quarto.
Jungkook soltou um riso quando ela passou ao seu lado, empinando o nariz como a boa atrevida que era.
— Você tá ferrado com essa garota, sabe disso, não sabe? — Jeon encostou-se no balcão, cruzando os braços com um sorriso brincalhão.
— Se formos pela lógica, você é quem está mais fodido na mão daquele garoto, tanto do jeito ruim quanto bom. — ele respondeu, rindo baixo.
Jungkook sabia, sabia bem.
E não ligava a mínima.
Desde que aquele garoto permanecesse seu pelo resto de seus dias, o mesmo não ligava de ser um filho da puta fodido e sortudo pra caralho, em todos os sentidos da palavra.
Minutos depois, Miranda e Yoongi já estavam com roupas trocadas, assim como Jimin, este que Jeon fez questão de embrulhar em uma jaqueta grossa, principalmente porque não haveria aquecedor no veículo usado. O moreno só parou para notar o quanto aquilo era nostálgico quando, já fora do dormitório, no meio da madrugada, se pegou caminhando até o estacionamento reservado para estudantes, observando a moto que há muito tempo não era usada por si, mas que havia chegado há alguns dias.
— Vamos de moto?! — o loiro exclamou de maneira animada, e apesar do ambiente escuro ao redor, Jungkook observou os olhos azuis brilharem.
— Tá afim de relembrar os velhos tempos? — puxou o namorado pelos antebraços até tê-lo grudado em seu próprio corpo, arrumando de maneira carinhosa a gola da jaqueta.
— Seria a maneira perfeita de relembrar… — o mais novo lhe deu um beijinho no canto da boca, o clima bom de ficarem juntos nunca se dissipando. — Se eu ainda tivesse medo de motos. — deu uma pequena risadinha.
— Ah, é? E não tem mais? — Jeon franziu levemente o cenho, tombando a cabeça para o lado daquele jeito que Jimin adorava, o deixava lindo.
— Nadinha. — balançou a cabeça para os lados, engraçadinho e sapeca como uma criança, e realmente se sentia daquela maneira, Jungkook lhe fazia sentir livre como uma. — O Tae sabe pilotar, de vez em quando alugamos uma pra sair durante os finais de semana.
Jungkook apertou os olhos e torceu levemente os lábios.
— Fala do seu ex ficante? — o tom de voz saiu de forma tranquila, porém Jimin capturou uma pontada de acidez.
— É, meu ex ficante… — provocou, lambendo os lábios para esconder o sorriso. — E também, meu melhor amigo.
— Como pode ser melhor amigo de alguém que já transou? Isso existe? — o moreno fez uma careta, os braços se enrolando na cintura fina do mais novo.
— Nossa amizade nunca se baseou somente nisso, e eu espero que você possa notar com tempo… — comentou, pois, sabia o quanto Taehyung era uma pessoa importante na sua vida, e o que menos queria, era que ele e Jungkook não se dessem bem.
Ok, poderiam não ser amigos, mas pelo menos pessoas que se suportam.
— Sei. — o moreno respondeu, virando o rosto para o lado como se aquela informação pouco importasse.
Jimin deixou escapar outra risadinha, virando novamente o rosto do namorado para si com a ponta do indicador.
— Isso tudo é ciúmes? — o abraçou pelo pescoço, aconchegando-se nele daquele jeito manhoso do qual Jungkook nunca tinha defesas. — Sabe que não precisa disso, só tenho olhos pra você, sou seu por completo. — respondeu, olhando no fundo das pedras de ônix, seriamente. — E, além disso, ele tá com o Hoseok, e você tem que ouvir o tom meloso que ele usa pra falar dele.
— Não preciso, o Hoseok também tá com essa mesma ladainha no grupo dos caras, todo santo dia. — deu um pequeno riso, estava feliz pelo amigo, mesmo que não fosse o maior fã de Kim Taehyung. — E eu confio em você. Espero que daqui pra frente sejamos mais sinceros um com o outro, de verdade. Você é tudo o que eu sempre quis anjo, e nada me faz mais feliz nesse mundo do que ter você de volta.
Jimin sorriu, meloso e tão emocionado que parecia uma manteiga derretida, qualquer um poderia ver a um raio de dez quilômetros o quando ele estava feliz, bem ali, ao lado de Jungkook, pertencendo somente a ele.
E obviamente, um beijo carinhoso foi iniciado, no meio do estacionamento cercado dos veículos dos demais alunos e no escuro da madrugada, o vento frio batia e fazia a pele de ambos arrepiar-se, os cabelos de cores tão opostas e que mesmo assim… faziam um contraste lindo quando as testas se uniam e os fios se misturavam.
Jungkook sentia em seus lábios o sabor doce que Jimin sempre possuía, e mesmo passando-se anos, nunca mudava a forma como lhe deixava balançado, o coração disparado e a respiração afoita, perdidamente apaixonado pelo loirinho finlandês desde que pôs os olhos nele pela primeira vez. Já Jimin, sorria em meio ao beijo que recebia daquela a quem jurava jamais receber nenhum tipo de afeto, mas o destino parecia sempre querer lhe provar o quanto ele estava errado sobre muitas coisas, e embora o loiro detestasse ser contrariado, sendo teimoso como uma mula, pela primeira vez, estava imensamente grato por estar errado.
— Não acham que já tiveram muito tempo pra ficar se agarrando aí não? — a voz de Yoongi soou próxima o suficiente para assustar, fazendo com que ambos se separassem lentamente.
— Vê se não ferra, isso já é hipocrisia! — o moreno exclamou de volta, ainda agarrado a Jimin, vendo o melhor amigo a uns três metros de distância, as mãos no volante do carro e com Miranda ao seu lado, ele soltou uma risada com o comentário.
— É o meu jeito, você sabe. — respondeu, orgulhosamente. E só para terminar a provocação, o de cabelos ondulados presos por um meio coque, ligou os faróis altos do carro, apontando diretamente para o outro casal ainda de pé.
Tanto Jungkook quanto Jimin levantaram os braços para cobrir os olhos diante da luz exagerada sobre eles, e um resmungo saiu do loiro pela sensibilidade das íris claras, o que foi suficiente para o moreno querer esganar o melhor amigo.
— Yoongi, desliga isso, cacete! — gritou, sendo rapidamente repreendido pelo namorado que pôs uma das mãos em sua boca, exibindo um careta de desaprovação, ambos ouviram as risadas de Miranda e Yoongi ao longe.
— Vocês três querem parar com as gracinhas? — o loiro os repreendeu, a seriedade não era tão forte. — Já se esqueceram que não podemos sair depois das onze? Se chamarem atenção da vigilância, ainda podemos pegar uma advertência!
— O tempo passa e você nunca deixa de ser careta, hein, loiro? É impressionante. — Yoongi comentou, desligando os faróis, um riso debochado cruzando os lábios.
— Yoongi! — Miranda deu-lhe um tapa no ombro, mesmo sabendo que se tratava de uma brincadeira inocente.
Já Jimin apertou os olhos em desafio, daquele jeito que deixava claro o quando o mesmo não possuía medo de quase nada há muito tempo.
— Estou preocupado porque já tenho mais do que posso contar por escapar no meio da noite. — revirou os olhos. — E porque temos uma intrusa no dormitório masculino. — apontou com o queixo para Miranda. — Você, por ser o namorado, deveria se preocupar em não deixá-la ser expulsa daqui!
Yoongi fez uma careta contrariada, por fim, apenas revirou os olhos ao não ter muitas respostas. Jimin sorriu convencido ao calar o moreno, o que era uma coisa bem difícil, mas bastou olhar para o rosto de Jungkook, que este diminuiu drasticamente.
— Que foi? — perguntou, inocentemente.
— Você virou um delinquentezinho, pelo que vejo. — ergueu uma sobrancelha. — Mais alguma coisa que eu precise saber?
— Nada que vá mudar algo no presente. — respondeu, instintivo e resoluto.
Porque era verdade, o que havia acontecido no passado já não importava, não tinha como mudar, o que faria uma eterna diferença era como os dois agiriam dali pra frente.
— Me lembre de colocar um GPS em você, tenho dito. — Jeon comentou, decidido.
— Deixa de ser besta e vamos logo, tô morrendo de fome. — reclamou novamente, sentindo a barriga vazia.
— Ó gênio! Sabe como passamos pela vigilância? — Miranda indagou Jimin pela janela.
Jungkook subiu na moto com a elegância que sempre teve, puxando os capacetes amarrados em um dos retrovisores, logo pondo em sua própria cabeça e fazendo o mesmo com Jimin.
— Tem um portão de arame mais afastado do dormitório, é por onde entram e saem os caminhões de lixo. Por sorte, o gênio aqui comprou uma cópia da chave há um tempinho. — o loiro montou na garupa, passando um dos braços pela cintura do moreno e balançando o pequeno chaveiro prateado em uma das palmas, vendo um sorriso malandro aparecer nos lábios de Miranda. — Podemos ir.
Jungkook ligou o motor.
— Você me guia.
Jimin sorriu e balançou a cabeça para cima e para baixo, apertando forte a cintura do outro com os braços, havia algo em querer ficar perto dele que lhe deixava tonto, quase uma necessidade de se arrastar por baixo da pele daquele homem e permanecer ali para sempre.
Poucos minutos depois, Jimin foi indicando para o namorado a direção a qual deveria ir, ambos sendo seguidos por Yoongi e Miranda no carro. A parte de trás dos dormitórios era algo ignorado, possui pouquíssima iluminação, árvores grandes e mato, às vezes eram vistas pequenas trilhas se formando por onde os alunos faziam caminhadas, ou como Jimin estava acostumado a fazer, fugas durante a noite para ir a uma festa ou simplesmente comer, como estavam fazendo agora.
A real era que nunca foi difícil escapar da SNU, ainda mais durante os finais de semana, porém, durante a madrugada, talvez envolvesse uma complicação que nenhum dos quatro gostaria de lidar, ainda mais por Miranda estar entre eles.
Passando o portão de grades visivelmente frágeis e de uma altura que claramente poderia ser escalada, era necessário apenas uns dez minutos de caminhada até chegar ao ponto de ônibus e posteriormente a estrada que levava a cidade, mas isso foi pulado e se tornou mais rápido devido aos veículos.
Uma vez na longa estrada deserta e cercada pela natureza verde e meio morta que tomava conta de Seul, Jimin nunca se sentiu melhor em toda sua vida.
O sentimento de nostalgia cercava o peito e lhe fazia sorrir como um bobo por exatamente nada. Mas estar agarrado a Jungkook a 80 km por hora, sentindo a quentura dele em seu corpo, um contraste gritante com o vento extremamente frio da madrugada, o nariz aspirando o máximo do perfume natural que conseguia, no fim, a sensação era… mágica.
Jungkook prestava atenção na estrada, porém sua mente permaneceu num replay infinito dos momentos que passou com Jimin desde que a noite começou, em como o teve em seus braços novamente e nunca se sentiu tão vivo, era como ter dezoito anos e sentir o amor pela primeira vez após anos sonhando acordado, levando a vida em vão e nunca enxergando a realidade bem a sua frente.
Mas com Jimin ali, agarrado a si, sob a luz da lua, ele finalmente conseguia ver quem realmente era, finalmente sentindo sem sombra de dúvidas, que sabia para onde iria.
Iria para qualquer lugar do mundo, desde que Jimin estivesse consigo, levando sua luz e lhe guiando, nada mais importava.
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— Para de ser nojento! Quem é o doido que coloca as batatas no milkshake?! — Miranda exclamou com uma careta de nojo bem explícita.
— Eu! — Yoongi respondeu, sorrindo travesso e pegando mais uma das batatas, para então mergulhar no copo da mistura gelada e doce, logo jogando-a na boca.
— Seriamente repensando sobre o pedido de namoro! — ela respondeu, virando o rosto para o lado para não ver aquela nojeira.
— Tá nada! Vem aqui! — e diferente do jeito reservado que sempre o mantinha frio, o moreno a abraçou de lado rapidamente, enchendo a bochecha da mesma de beijos gelados e com gosto de sal.
Miranda deixou, até porque sequer conseguiria ignorar aquela faceta que Yoongi raramente mostrava a alguém, tanto que Jungkook e Jimin olhavam a cena do outro lado da mesa um tanto admirados e com certa estranheza, afinal, a coisa mais incomum do mundo era ver o moreno naquela faceta de namorado grudento e apegado daquela maneira. Apenas Miranda era contemplada com aquela versão, e ela sabia disso melhor que ninguém, deveria aproveitar.
— Ok, isso é bem estranho de presenciar. — Jungkook comentou, ajustando a postura e jogando uma batata de volta no pequeno cesto central que compartilhavam.
Jimin deu uma risada, logo mordendo seu próprio hambúrguer, que, na verdade já era o segundo que comia no período de meia hora.
Ok, o drive-thru do McDonalds não era a opção mais aconselhada de alimentação, ainda mais no meio da madrugada, mas uma vezinha só não mata, fora que Jimin estava sentido esse maldito desejo já faziam dias. Jungkook contentou-se com um lanche mais simples, agora estava somente devorando uma pilha das melhores batatas fritas do mundo, acompanhado de Yoongi e um milkshake de morango.
— Vocês já têm alguma ideia do tema da festa de casamento? — Miranda perguntou ao ser libertada, apoiando o queixo sobre as mãos juntas, extremamente interessada.
Jimin e Jungkook se olharam.
— Na verdade, não concordamos em praticamente nada, o Jeon odeia todas as minhas ideias. — Jimin comentou ao terminar de engolir, revirando os olhos levemente.
— Jeon é o cacete!
— Desculpe, gatinho.
— E eu não concordei porque ele só tem ideias bregas! — o moreno defendeu-se, apontando para Jimin ao seu lado com o polegar.
— Eu não tenho ideias bregas!
— Tem sim! — Jungkook olhou diretamente para Miranda. — Ele queria balões de gás hélio, lâmpadas e até cactos, cactos! Onde já se viu um casamento ter cactos?!
— Um casamento diferenciado, ora essa!
— Se querem tanto algo diferenciado, por que não fazem a cerimônia na praia? — Yoongi soltou de repente, os braços cruzados e a careta de tédio de sempre. — Algo floral, durante o dia, eu acredito que daria certo.
A maneira como Yoongi disse aquilo, tão óbvio quanto respirar, fez tanto Jimin quanto Jungkook se sentirem dois bobos e um tanto lerdos.
Estava na cara o tempo todo, a praia foi o lugar em que continham a memória mais viva e linda de suas vidas, o momento mais especial que apenas os dois sabiam, por que não concretizar algo tão importante como a união de suas vidas, no mesmo lugar?
— Roupas brancas…— Jungkook murmurou, a imagem criando vida em sua mente.
— Pôr do sol… — Jimin fez o mesmo, virando o rosto para o moreno.
— Noite estrelada! — e ambos disseram ao mesmo tempo, abrindo sorrisos lindos de pura euforia.
Yoongi deixou um riso frouxo escapar enquanto estufava o peito como um pombo, negando com a cabeça para os lados, todo orgulhoso.
— Eu sou demais!
Apesar das risadas escandalosas, dos comentários sem noção e do barulho imenso que só aqueles quatro conseguiam fazer num raio de um quilômetro… a madrugada nunca esteve tão em paz.
Tudo brilhava com o sentimento puro e bom de nostalgia, amor, amizade e perdão. Jimin se sentia verdadeiramente no lugar certo, depois de três anos vagando e aprendendo coisas sozinho, era indescritível a sensação de pertencimento e acolhimento que sentia simplesmente por sentar ali, observar aqueles que eram donos de lugares insubstituíveis em sua vida. Claro que seus novos amigos tinham lugares igualmente importantes, jamais se arrependeria de tê-los conhecido e tinha esperança de que todos pudessem pertencer ao mesmo grupo, sem diferenças, pois em ambos os lados, o loiro sentia-se em casa.
Eles ficaram pelo que parecia ser uma hora ou mais, jogando conversa fora e soltando risadas, às vezes ambos os casais ficavam presos no próprio mundinho cor de rosa, trocando selinhos e sorrisos sinceros.
Jungkook, volta e meia, ficava um tanto encabulado com a maneira que Jimin olhava para si. As safiras azuis brilhantes e adocicadas, lhe admirando como se ele fosse a coisa mais linda do mundo, a mais preciosa, e para Jimin, ele realmente era.
Porra, tinha tanta sorte. Jungkook não é o tipo de cara que se encontra em qualquer esquina, ele é daqueles que você nunca vai encontrar duas vezes na vida, mas Jimin teve esse feito, e não poderia estar mais agradecido ao universo. Para si, não importava mais quem ele era no passado, e sim quem era agora, o homem que estava demonstrando ser.
Ele sabia bem que quase todas as pessoas do mundo mereciam alguém como Jungkook, alguém que pode ter milhares de defeitos, mas se mostra perfeito diante daquele que ama de verdade, que toma os problemas e as dores de cabeça para si e faz de tudo para tornar a vida mais leve, sempre buscando sorrisos e demonstrando apoio incondicional. Extremamente cuidadoso, extremamente protetor, corajoso o suficiente para bater de frente com qualquer um por si, educado à sua maneira, inteligente… e mais um milhão de qualidades que poderia passar horas e mais horas dissertando cada uma delas, sendo a principal, uma verdade absoluta.
Jeon é homem de verdade.
A evolução do moreno era algo que deixava Jimin admirado. Ele transitou de garoto problema para um verdadeiro homem invejável sem precisar de atos absurdos, além de que, foi por si mesmo, de dentro para fora.
Ninguém muda do dia para noite, isso exige tempo, exige coragem e exige muito mais do que só força de vontade.
Jimin nunca iria admirar alguém mais do que admirava Jungkook nesse exato momento…
E nunca, nunquinha, amaria alguém da maneira que amava Jungkook.
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— Oi, pai… — o moreno começou a falar em voz baixa, a mão coçando a nuca, desconsertado assim que viu o pai aparecer na tela do computador.
— Que droga deu em você pra desaparecer assim, garoto?! Ficou maluco?! — a voz do homem saindo pelo aparelho deixou Jimin mais apreensivo do que já estava.
Ele e Jungkook sabiam que os pais do moreno mereciam uma explicação do que havia acontecido na noite passada, e sabiam também que as novidades podiam não ser tão bem aceitas assim. Afinal, Jeon já havia deixado de ser irresponsável com seus compromissos há muito tempo, não era mais do feitio dele ser um garoto problema, tanto é que seu pai estava mais preocupado com o estado dele em si, do que com a reunião pendente.
A Sra. Jeon só faltou dirigir de Busan até Seul para checar o filho amado quando percebeu que o mesmo não respondia nenhuma das chamadas ou respondia às mensagens, como poderia? Jungkook estava tendo o melhor momento de sua vida. A última coisa de que lembraria era o aparelho celular.
Já passava das dez da manhã de sábado, os dois haviam chegado por volta das seis ao dormitório, e por incrível que pareça, não fizeram absolutamente nada além de dormir agarrados na cama que antes havia sido extremamente usada, porém, ao acordar em um sobressalto com o alarme, Jungkook finalmente deu atenção ao aparelho esquecido na mesa de estudos, o coração ficando acelerado com a quantidade de ligações perdidas e mensagens não respondidas.
Jimin sequer precisou perguntar, ele conseguiu ler no rosto do noivo que haviam deixado pessoas importantes pra ele um tanto preocupadas. O problema é que estava cheio de vergonha, ele lembrava bem do Sr. e da Sra. Jeon, principalmente de como eles sempre o trataram bem, independente de qualquer coisa. Tinha medo que os mesmos não aprovassem a decisão do filho de tentar uma segunda vez, principalmente sabendo que Jimin o deixou para trás.
Mal sabia o loiro que até mesmo os pais do moreno admitiam o quanto ele era o errado da história, principalmente após saberem cada detalhe contado pelo mesmo, desde o começo.
— Me desculpe, mas é que eu precisei resolver uma coisa urgente… — respondeu, encabulado. — Pai, a mamãe está aí?
— Está no closet buscando um cinto de couro pra te ameaçar através do computador. — respondeu o mais velho, cruzando os braços. — Você teve sorte dela não pegar a estrada pela madrugada, o que você tem na cabeça?! Ela não me deixou dormir mais de dez minutos preocupada com você!
— Ele apareceu?! — Jungkook pôde ouvir o berro estridente de sua mãe, e foi instantâneo o modo como ele e seu pai abriram mais os olhos em susto, muito parecidos até nas reações. A voz da mulher estava irritada.
— Sim, querida, ele tá bem… — Sun Jun respondeu com a voz meio trêmula, virando-se para a porta do closet a tempo de ver a esposa sair de lá com um cinto na mão e um olhar flamejante de raiva.
Jungkook se parecia mais com ela nesse aspecto, o mesmo olhar intenso.
O moreno, mesmo sabendo que sua mãe nada poderia fazer consigo através da tela do computador, instintivamente se afastou quando a viu andando como um touro raivoso na direção de seu pai, tomando o aparelho das mãos dele e tirando-o do quadro.
— O quê você tem na cabeça, hein, seu moleque?! — ela berrou, zangada ao extremo, os cabelos estavam soltos e vestia roupas confortáveis. — Acha que pode desaparecer assim, sem mais nem menos?! Você vai ver só quando chegar em casa, Jeon Jungkook! E não me interessa que você já tenha vinte e um anos! Sabe o quanto eu fiquei preocupada?! Você vai levar uns belos tapas quando eu te pegar seu-
— Bom dia, Sra. Jeon! — Jimin disse de uma vez, assustando ao moreno quando pôs seu rosto à altura da câmera para poderem lhe ver. — Por favor, não briga com ele não…
A mulher calou-se e arregalou os olhos ao ver Jimin nitidamente na tela do notebook que segurava consigo, sua boca formando um O perfeito, e quanto mais olhava para o rosto do loiro, a quem continha um sorriso envergonhado e olhar preocupado, mais sem palavras ficava.
Mas isso não durou nada, pois Sun Jun foi rápido em tomar o notebook das mãos da esposa quase meio segundo após ouvir e decodificar a voz de Jimin, seus olhos também se abrindo em surpresa por vê-lo.
— Ah… isso explica muita coisa. — o mais velho comentou depois do choque inicial, olhando para o filho, a quem deu um sorriso culpado.
Uma hora após perguntas e mais perguntas do por que Jungkook havia deixado a reunião no meio, mesmo sabendo que seu pai precisava de si e deixando Sook extremamente preocupada, os garotos resolveram contar a história toda.
Desde o começo.
Até mesmo voltando em assuntos dos quais os pais do moreno já tinham conhecimento, e embora doesse um pouco, era necessário passar um pente fino em tudo aquilo, para não deixar mais dúvidas a respeito de nada.
Não foi bom, porém, não havia sido de todo ruim. Assim como Jeon, Jimin também não conseguiu encarar os mais velhos em determinados momentos, mas fez tudo com a maior coragem que possuía em seu coração.
— Bom… é isso.
Sook e Sun Jun se encararam por um instante, estavam sentados, um ao lado do outro, apenas ouvindo os dois a certo tempo, ambos soltaram lufadas de ar intensas, quase em simultâneo.
— Não acho que qualquer opinião nossa que seja negativa a respeito disso vá fazê-los mudar de ideia, mesmo que tivéssemos alguma. — a mulher disse de uma vez, sem ressalvas.
— Então… não desaprovam? — Jimin questionou, receoso.
— Claro que não, Jimin. E mesmo se estivéssemos contra, a escolha ainda é do Jungkook.
— Exatamente. — Sook concordou. — Cá entre nós, eu sabia que a história de vocês não tinha acabado desde o primeiro momento em que o Jungkook contou sobre vocês estarem na mesma faculdade. Verdadeiramente fico feliz que tenham se resolvido e se acertado, você sempre será bem vindo em nossa família Jimin. — a morena sorriu, um tanto meiga e inegavelmente feliz pelo filho.
— Estão mais maduros, tenho certeza que não cometerão os mesmo erros, basta que realmente acreditem e queiram fazer dar certo.
À medida que seus pais falavam, o sorriso de Jungkook se alargava cada vez mais. Aquele momento era mais que importante para o moreno, tanto que simplesmente pegou Jimin pelos braços e o pôs sentado em seu colo, o apertando entre os braços e beijando a bochecha fortemente, causando em Jimin uma pequena risada.
— A gente vai se casar! — Jeon soltou, causando outra surpresa no casal do outro lado da tela.
— Ai, meu Deus!
E ali começou outra conversa sobre como havia acontecido, com a Sook evidenciando que Jungkook precisava comprar uma aliança urgentemente e já fazendo planos para o casamento do ano, isso até os garotos explicarem que a festa só aconteceria depois da formatura.
Isso não impediu a mais velha de começar a planejar.
Jimin e Jungkook sorriram como dois bobos enquanto se olhavam e ouviam os conselhos dos mais velhos. Aquele sim, era um momento que nunca pensaram que chegaria, mas chegou, e ele era mais que perfeito.
Brilhantes, ambos estavam brilhantes.
Sentir-se apaixonado é algo lindo, não?
Isso é algo que ninguém jamais conseguirá negar. Sentir a paixão nascendo é indescritivelmente bom, tudo parece mais vivo, todo sorriso parece mais alegre, suas vontades têm mais animação e o que antes poderia ser considerado chato, parece extremamente atrativo. A parte ruim, é que seu cérebro ignora as partes ruins, as partes que não se encaixam e os sentimentos fazem você pensar que, por algum milagre, irão se encaixar em algum momento. A verdade, quase sempre, é que não vão.
Jimin e Jungkook eram um óbvio caso à parte.
Ambos aprenderam, muito recentemente, que o começo da história não importa, e sim como termina.
E há quem diga que, o que começa errado, sempre termina errado.
Bom, ali, deitados na cama, tempos depois de desligar a ligação, Jimin e Jungkook haviam provado, sendo uma exceção em meio a milhões de outras, que isso não é uma verdade absoluta.
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Oi gente...
Faz bucadinho de tempo ja né? Quase nada.... 🥲
Bom, como eu já disse no Instagram, um dia próximo eu vou deixar uma carta aberta pra tudo que aconteceu durante esses míseros dois meses sem aparecer... e foi muita coisa, coisas que ainda estão acontecendo e que podem mudar minha vida pra algo que eu não quero...
Eu tirei forças de onde não tenho pra escrever esse capítulo, ainda mais quando o sentimento deles é o completo oposto do meu...
Mas eu espero que tenham gostado, apesar de não achar que tenha ficado o melhor capítulo.
Peço desculpas por ter sumido, de verdade, eu espero não precisar fazer isso novamente...
Deixem estrelinhas e comentários pra mim, por favorzinho...
Aliás, dia 04 de agosto é meu aniversário, completo 20 aninhos... se quiserem ja ir separando os presentes... ksksks
Até a próxima!
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