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Voltamos em, e com o ultimo capitulo do ano!
Desculpem o atraso, aqui ta sem energia e eu tive que vim na casa do meu pai pra pegar a Internet dele kkkkk
Hoje é sexta, e também o ultimo dia do meu estágio, e eu to bem triste, não, EU TO ME DESMANCHANDO EM LÁGRIMAS (e nem é brincadeira).
Vocês já tiveram aquele sentimento de estar perdido e sozinho quando uma coisa que era constante da sua vida, de repente, não tá mais lá?
Eu me sinto assim e é desesperador, porque agora vou ter que correr atrás de coisas novas e eu odeio mudar de rotina, arranjar outro emprego porque odeio depender de outras pessoas, to tendo crises existenciais FUDIDAS a um tempo por causa disso, e parece que vai piorar, pois é, não to muito bem.
Mas eu não podia deixar vocês sem capitulo, por isso ta ai, presente de ano novo!
Falando nisso, uma perguntinha, o wattpad de vocês tá entregando notificações pra vcs? Por que o meu não ta, aparece através do email só, que raiva!
Desculpem os erros!
Votem e comentem!
✩。:*•.───── ❁ ❁ ─────.•*:。✩
— Mãe, cheguei! — ao passar pela porta da casa, Jimin rapidamente chutou os tênis para o lado, passando pela sala apenas de meias, já desabotoando a camisa social retirando a pequena gravata preta.
O cheiro de comida fresca invadiu suas narinas e Jimin finalmente se sentiu à vontade o suficiente para descansar, sendo assim, em um único alto, ele passou por cima do encosto do sofá e jogou-se nos assentos, fechando os olhos e respirando fundo, relaxando.
Até sentir um cascudo no meio da testa.
— Ai, mãe! — reclamou, assustado, esfregando a testa com a palma, encarando a mulher bem a frente.
— Quantas vezes já disse pra não pular no meu sofá? Vai estragar as molas!
Park Jina ralhou com o filho, em uma carranca de irritação por ver o seu belo sofá agora desarrumado, e provavelmente com uma mola de dentro quebrada por Jimin ter se jogado nele. Ele sempre fazia isso quando voltava para casa, não importa quando cascudos Jina tivesse que dar naquela testa bonita que ela fez com tanto carinho, simplesmente entrava por um ouvido e saia pelo outro.
O loiro fez uma careta ofendida.
— Está me chamando de gordo?
A mulher exibiu uma careta de tédio pelo drama.
— Você não é mais um peso pena Jimin, e não estou falando de gordura. — e deu as costas, bem plena, caminhando de volta à cozinha.
Jimin apertou os olhos e apertou os lábios.
O Jungkook não reclama do meu peso.
Jungkook.
Jimin deixou um meio sorrisinho de lado escapar ao lembrar do moreno que não deixou seus pensamentos uma única vez desde que saiu pela porta do café, e que o fez se distrair e quase derrubar dois pedidos enquanto preparava, sob as reclamações atentas de uma Jennie estressada com sua lerdeza, falando a todo momento que ele parecia uma garotinha apaixonada, e meio a uma revirada de olhos para ela como resposta, ele pensou:
E se eu estiver?
Claro que isso o deixou um tantinho assustado. Porra, Jeon só havia aparecido em sua vida novamente há uma semana, e já conseguia sentir seu peito ardendo como sentia a três anos atrás em um sentimento que achava já ter acabado.
Pelo visto não, pois bastou deitar-se ao lado dele na noite passada que todos os seus sentimentos adormecidos acordaram como se estivessem desfilando no carnaval do Brasil, fazendo festa em seu peito. Jimin tinha plena consciência de que ainda tinham coisas não resolvidas não só entre ele e o Jeon, porém, tinha suas próprias coisas para resolver primeiro.
Uma delas era que não entendia como ou por que, de uma hora para outra, parecia ter esquecido tudo o que passou de ruim depois que descobriu a verdade sobre a aposta no passado, somente por ver Jungkook em sua frente.
A sensação ainda era de chateação quando pensava nela estando sozinho, como agora, mas por Deus, esse detalhe foi completamente apagado de sua mente na noite passada. E quando finalmente conseguiu o beijo que tanto ansiava, seu cérebro virou um completo mingau, onde ele não pensava nada, apenas sentia e sentia, desfrutando do que Jungkook podia fazer com seu corpo com apenas um beijo.
Ele sempre teve esse poder, sempre despertou o lado mais depravado e sem vergonha que o loiro poderia ter, a prova disso eram as incontáveis vezes em que transavam nas salas de aula da antiga escola, ou em sua casa, ou na dele, ou em qualquer lugar que estivesse disponível.
E isso não mudou, nunca mudaria.
Do mesmo jeito que disse a Jungkook que não adiantava negar o que queria porque o corpo sempre sabe, o mesmo valia para si. Não importava o quanto sua mente tentasse lhe fazer ficar com raiva dele pelo passado, simplesmente não funcionava. Quando pensava em Jeon, no modo como ele lhe abraçou na noite passada, no beijo, e nas interações que ambos tiveram pela manhã, tudo o que conseguia fazer era sorrir.
— Ei, não vai nem dar um abraço no seu filho? — prontamente determinado a encher o saco de sua mãe, ele passou para cozinha a passos rápidos.
— Não, pegue suas coisas e vá para casa do Myung, você só vive lá agora! — a mulher respondeu de cara fechada e braços cruzados quando o viu entrar na cozinha.
Jimin não entendeu o porquê da reação dela e porque Myung estava sendo citado tão de repente, mas bastou encarar o semblante irritado da mulher que não foi preciso muito esforço para constatar o óbvio.
— Brigaram de novo? — o loiro deu um meio sorriso ao se sentar na mesa de jantar, ainda encarando a mãe vestida com seus costumeiros robes felpudos cor de rosa.
A castanha deu uma revirada de olhos antes de responder: — A culpa é toda dele! Fica pra lá e pra cá querendo me dizer o que fazer, quem ele pensa que é?
— Ahm… talvez o médico chefe da sua equipe?
— Nada a ver, por acaso está do lado dele, Jimin? — semicerrou os olhos para o menino, incisiva.
— Longe de mim! Estou sempre do seu lado mãe. — levantou às duas mãos em rendição. — É claro que ele não pode mandar em você só porque é o chefe de equipe, onde já se viu, não é? Abusado!
A mulher levantou uma sobrancelha ao detectar toda a ironia que irradiava da voz de seu filho.
— Andar com os Kim 's anda te deixando tão abusado, não acha?
— Trabalhar com Myung anda te deixando tão estressada, não acha? — rebateu, apoiando o queixo no punho e sorrindo arteiro.
— Vê se me erra Park Jimin! — ela deu as costas, buscando um prato no armário para colocar uma porção para o garoto. Já passava da hora de almoçar, mas a distância do café para a casa de Jina era grande, e olha que Jimin sequer voltou à faculdade para buscar suas coisas.
Na realidade, sequer precisava, no quarto pequeno no final da residência, havia algumas peças de roupa que usava quando voltava para casa nos finais de semana, sendo assim, não tinha motivo para trazer algo da faculdade, na maioria das vezes.
A casa de Jina, se parecia muito com que tinham em Busan, dois quartos, um banheiro, cozinha e sala, tudo bem espaçoso e simples, afinal, a mulher morava praticamente sozinha desde que Jimin entrou na faculdade, e isso não era ruim porque ela se sentia em paz na maior parte do tempo, não que a companhia do filho fosse ruim, mas amava ficar sozinha.
— O que tá rolando entre vocês em? — Jimin sequer ligou em ser indiscreto, perguntando de uma vez quando Jina depositou um prato de macarronada à sua frente, o cheiro fez a barriga do loiro roncar.
— Como assim, “rolando”? Me respeita menino, ainda sou sua mãe! — bateu com o pano de prato na lateral do corpo de Jimin, que riu logo em seguida, se encolhendo. — E respondendo, nada. Não tem nada entre nós, ok?
O garoto semicerrou os olhos, tão semelhante à mãe.
— Se você diz… — levou uma garfada de macarrão à boca. — A Soo acredita que vocês ainda vão namorar. — a mulher deu uma risada baixa.
— Ela é uma fofa, mas não, e isso nem seria bem visto no nosso ambiente de trabalho. — dispensou rapidamente.
— Mas se não fizessem parte do mesmo hospital, acha que dava em algo? — Jimin não detestava a idade de sua mãe arranjar alguém, ela tinha quarenta anos agora e ninguém suspeitava que ela já tinha um filho na faculdade, continuava uma mulher linda e desejável.
— Não seja tolo, provavelmente se não estivéssemos no mesmo hospital, nunca teria o conhecido. Fora que Myung não frequenta os mesmos lugares que eu. Somos totalmente diferentes. — fez uma careta como quem diz: “você tá doido”.
— Vocês pareciam bem próximos no natal. — o garoto pontuou. — E no ano novo também.
— Festividades.
— A mãe, por favor, né? Você tem que curtir mais, não pode se trancar nessa casa pra sempre! — apontou o garfo para ela, do outro lado da mesa.
— Que eu me lembre bem, você fazia isso. — o olhou com tédio.
— Mas eu melhorei, não melhorei? — exibiu um sorriso convencido.
— Uhum, eu vejo mesmo. — sorriu de modo debochado e brincalhão. — Tá, mudando de assunto, como você tá? — Jimin sorriu pequeno.
— Estou bem, a primeira semana foi boa e ontem teve uma festa que… — parou de falar ao se lembrar novamente de todas as consequências que aquela festa lhe trouxe em um curto período de tempo. — Bom, aconteceu uma coisa.
Jina piscou, curiosa e preocupada, como toda mãe.
— O quê? Você bebeu até cair de novo? — franziu o cenho como se estivesse prestes a lhe dar uma bronca.
— Quê? Não! Quer dizer, sim! Mas não foi só isso… — passou a mão na nuca, acima da tatuagem, de modo cauteloso. Sua mãe não era lá a melhor fã de seus momentos de bebedeira, por isso evitava falar das vergonhas que passava quando se deixava levar demais. — Teve outra coisa…
— Estou ouvindo. — falou, já impaciente pelo suspense.
Jimin recordava-se de quando teve a primeira interação com Jungkook no passado, onde foram escalados para fazerem o trabalho de matemática juntos, e quando teve que contar a sua mãe sobre isso. E agora se sentia estranho ao estarem praticamente na mesma posição que antes, o que mudava era apenas a informação a ser dita.
Agora não era mais para informar que fariam um trabalho juntos, e sim que dormiram juntos e se beijaram.
— Jungkook está aqui.
Disse de forma rápida, olhando para a mãe e capturando o exato momento que as pupilas da mulher se expandiram nas íris castanhas. Jina, que tinha o queixo apoiado no próprio punho sobre a mesa, endireitou-se rapidamente, como se tivesse acabado de ouvir os números certeiros da mega sena.
— O… o Jeon? Tem certeza? — murmurou, com a voz perdida em surpresa, olhando atentamente para Jimin que assentiu. — Mas… mas como? Por quê?
Jimin encostou-se na cadeira antes de começar a falar, com mais da metade do prato já vazio.
— Ele me disse que foram comprados pela universidade para completarem o time de basquete, estávamos precisando de jogadores em duas posições, mas eu não imaginava que comprariam os de Busan, nem que receberiam transferências assim tão de repente-
— Peraí, peraí! Volta a fita! — ela ergueu a mão em sinal de “pare”. — Como assim “ele me disse”? Falou com ele? E “comprados”? Ele não veio sozinho?
Jimin respirou fundo.
— O Min Yoongi veio junto, lembra dele? Parece que eles tem uma bolsa de 50% em conjunto, Miranda me passou algumas informações por ligação e agora ambos estudam na SNU. — sem perceber, deu um pequeno sorriso ao relatar, algo que não passou despercebido por Jina. — Nos encontramos no primeiro dia de aula, ele faz administração, por isso temos matérias em comum. Foi tão… eu nem sei explicar mãe, vê-lo novamente foi como uma explosão, e ele está tão lindo. — o tom que usou para a última frase foi de lamento, ainda com um sorriso. — E inteligente também, ele sempre foi, na verdade, agora é um dos melhores nas matérias exatas… Eu não sei o que dizer sobre isso, é como…
— Jimin! — a mulher finalmente chamou sua atenção, atordoada com tantas informações, mas ainda sim, manteve-se calma e centrada, dando um pequeno sorriso ao fazer o seguinte questionamento. — É impressão minha ou você parece… feliz?
— Como assim? — Jimin franziu o cenho levemente, dando um pequeno sorriso sem graça. Havia falado demais, como sempre.
— Você está sorrindo enquanto me conta isso, está feliz por vê-lo de novo? — tombou a cabeça para o lado.
Jimin ainda se sentia confuso a respeito dessa pergunta, quer dizer, já havia decidido que queria Jungkook de volta em sua vida, seja da forma que for, e isso era verdade. Porém, não sabia dizer se era felicidade plena o que sentia tomando essa decisão.
— Eu não sei, mãe, foi tudo tão rápido. — passou os dedos entre os fios loiros. A verdade era que havia ido para casa justamente em busca de conselhos e um momento para pensar no que estava pretendendo fazer, se era a coisa certa realmente. — Ele foi a festa e… o Tae parecia estar interessado nele e não sei porque eu fiquei com ciúmes disso! Bebi demais e ele acabou me levando pro dormitório, mas eu não tinha levado a chave e acabamos dormindo juntos, eu… — engoliu em seco, quase sem fôlego. — A gente se beijou e-
— O quê!? — Jina arregalou os olhos, quase levantando da mesa pela surpresa que a atingiu. — Dormiram juntos? Se beijaram? Como se beijaram!?
— Eu… pedi. — disse, cheio de vergonha. — Mas ele correspondeu e eu pensei que… poderia ser um engano por estar bêbado, mas não era! Ele queria também e eu me senti tão… bem. Ele cuidou de mim. — soltou um suspiro. — Foi tão confuso porque eu tinha certeza que não sentiria nada além de raiva se o visse novamente e que nunca poderia perdoá-lo, mas de uma hora para outra, estávamos nos beijando depois de ter discutido no dia anterior.
Ao terminar, Jimin deixou a cabeça pender para frente e a testa bater na mesa da cozinha, próximo ao prato de comida.Na verdade, haviam feito bem mais do que só se beijar, mas esses detalhes não deveriam ser ouvidos por sua mãe, já havia falado mais do que devia.
Jina engoliu as informações e como uma mulher inteligente, não demorou a perceber o que estava acontecendo ali. De certa forma, ainda não queria Jungkook perto de Jimin, lembrava-se do estado em que o encontrou no banheiro no dia do baile e os meses que o viu passeando triste pelos cantos como se vida não tivesse mais graça, e detestava o Jeon por ter estragado tudo.
Porém, Jimin não tinha mais dezessete anos, ele já era um homem adulto e experiente, então se o que pensava a respeito da situação em que o filho se encontrava agora ao rever o ex namorado, não tinha importância, não poderia fazer nada além de aceitar e aconselhá-lo.
Fora que ela também não esquecia da dor nos olhos do moreno quando ele foi atrás de Jimin em sua casa para tentar consertar as coisas a três anos atrás, havia sentimentos ali, muitos.
Limpou a garganta, antes de erguer a mão e passar os dedos de maneira carinhosa pelos cabelos loiros do garoto a sua frente, negando suavemente com a cabeça enquanto exibia um sorriso ladino.
— Querido, acho que você já o perdoou, inconscientemente. — disse de maneira terna. Jimin ergueu a cabeça, deixando somente o queixo apoiado na mesa, a olhando de maneira curiosa e meio desentendida.
— O que isso quer dizer?
— Pense um pouco Jimin, você acha mesmo que se ainda tivesse o mesmo rancor guardado que tinha dele quando chegamos aqui, o teria beijado novamente agora?
O loiro ponderou por um instante, e tinha certeza que a resposta era não, porque quando parava para pensar no tempo nebuloso que passou sem Jungkook, a última coisa que queria era olhar para ele, quanto mais beijá-lo ou dormirem juntos. Naquela época, apenas as lembranças dessas ações o deixava com raiva, tanto que os pensamentos de que se arrependia amargamente de ter deixado ele ser seu primeiro perpetuaram durante meses e meses.
E agora isso parecia muito distante, porque não se arrependia de nada.
— Não.
— Então aí está, vocês se falaram, por acaso conversaram sobre o que aconteceu? — Jina questionou, interessada.
— Nós discutimos uma vez sobre isso até agora. — passou a mão na testa. — Eu não sei o que pensar mãe, o Jungkook disse que não me quer por perto porque vai ser melhor pra nós dois deixarmos as coisas como estão; ele está… tão fechado, nem parece o mesmo de antes, amadureceu muito pelo pouco que vi, mas me acusou de ter fugido em vez de ter uma conversa com ele sobre tudo, nem que fosse para terminar, e eu realmente fiz isso, estava correndo de adquirir mais dores do que o necessário. Acabei falando que não acreditava em uma palavra do que ele disse sobre os sentimentos que tinha, nem que se arrependia de tudo o que fez. — o olhar se tornou melancólico. — Mas quando ele cuidou de mim e me beijou, tudo isso pareceu pequeno e sem importância, eu acreditei naquilo, dava pra sentir, sabe?
— Sei sim. — assentiu, entendendo o que o filho queria dizer. — Você acredita que ainda não está bem resolvido com o que aconteceu, mas está confuso porque ele te faz esquecer tudo quando está perto, correto? — Jimin assentiu, brevemente. — O que sente a respeito dele?
— O quero perto, desde que voltou e depois de ontem a noite, cheguei a essa conclusão, quero ele de volta.
— Então isso significa que você quer esquecer o que aconteceu. — ela chegou a conclusão. — Ele te faz esquecer e você o quer por perto, significa que tudo parece bem quando isso acontece, não é?
— Parece no lugar certo.
— Então talvez esteja no lugar certo. — fez uma pausa. — Ainda não vou com a cara dele, mas não posso mentir e dizer que o ele sentia por você era mentira, porque tenho certeza que não era. Ele amava você de verdade, filho. E talvez, você ainda o ame também, por isso o quer de volta.
— Não estou sendo trouxa por simplesmente esquecer o que ele me fez e aceitá-lo de volta? — franziu o cenho, esse era um de seus questionamentos a respeito do que poderia se desenrolar entre os dois, isso se Jungkook permitisse isso.
Porque ninguém vê que está sendo otário em uma situação até alguém avisar.
Jina soltou uma risada.
— Todos somos meio trouxas quando se trata de amor, te garanto. — piscou um dos olhos para ele. — E já se passaram três anos, não tem nada de errado em querer tentar novamente, você e ele já tiveram tempo suficiente para pensarem no que querem e no que aconteceu, basta conversarem.
Jimin soltou uma risada sem ânimo.
— Ele já se decidiu. — olhou para a comida. — Não me quer por perto, disse que não vai mais acontecer nada entre nós.
— Então o convença do contrário. — ela bufou, como se fosse óbvio.
— Como!?
— Não sei. — deu de ombros. — Descubra e faça isso se quer ele de volta, já que pelo que eu entendi, esse garoto não vai mover o mundo por você como fazia no passado enquanto acreditar que vocês são melhores separados, então dessa vez, a função de mostrar pra ele o contrário é totalmente sua. E prepare-se porque aquele moleque parece ser do tipo bem difícil.
Jimin suspirou e voltou a deitar a testa na mesa da cozinha, plenamente consciente de que a mãe tinha razão, principalmente a respeito de suas últimas palavras.
Um tempo depois, Jina saiu da cozinha e foi para a sala, começando a assistir um reality show a qual estava viciada nas últimas semanas, o que Jimin não entendia nem um pouco. Como alguém consegue gostar de assistir 22 pessoas morando na mesma casa?
Mas essa foi a sua deixa para ir para próprio quarto, que nem podia se chamar disso, realmente, porque tinham pouquíssimas coisas suas ali, apenas algumas roupas e utensílios básicos, nenhuma decoração e uma cama de solteiro sem graça e pequena, já que todas as suas coisas estavam na faculdade. Jimin não quis gastar dinheiro decorando os dois ambientes quando claramente mal ia parar em um deles durante a semana, seria uma perda de tempo e dinheiro, ele só ia para visitar a mãe, de qualquer forma.
Depois de um belo banho, retirando o cheiro de café fresco de seus cabelos com o velho e bom xampu de morango, Jimin vestiu-se apenas com uma calça moletom e sentou-se na cama, pegando o celular, pronto para dar o primeiro passo para realizar sua mais nova missão.
Roeu as unhas enquanto aguardava ansiosamente, e a pessoa atendeu no quinto toque.
— Alô-
— A gente não pode mais continuar transando!
Taehyung franziu a testa, deitado em sua cama, havia acabado de sair do trabalho por chegar mais tarde e precisava de uma soneca, por isso, ao ler o nome de Jimin brilhando na tela do celular, achou estranho, porque ambos haviam se visto a poucas horas, mas o amigo era sempre imprevisível.
E bote imprevisível nisso, quem liga pra dizer esse tipo de coisa?
Sem contar ser a segunda vez naquele dia que Jimin sequer lhe deixava atender a ligação corretamente.
— Ah… ok? — não sabia ao certo o que responder, ainda estava meio dormindo.
— Só isso? Ok? — Jimin também franziu a testa.
— Quer que eu diga o quê? Implore pra você continuar me comendo? Love myself querido!
— Nossa, pensei valer pelo menos uma insistência sua. — fez beicinho, agindo com graça, mesmo que Taehyung não pudesse ver.
— Tá louco se acha que eu vou implorar! — gargalhou, sentindo-se despertar mais, entrando no clima de brincadeira em meio a nova notícia. — O que não falta no mundo é rola!
— A do Hoseok é a que mais te agrada agora, especificamente. — o loiro pontuou, também risinho.
— Real, como negar? Aquele ali é tudo de bom. — deu um suspiro que parecia sonhador, tirando um pequeno riso de Jimin. — E então, posso saber porque me ligou? Estava tirando meu precioso sono de beleza e você me negou isso!
Jimin respirou fundo antes de falar, porque de uma hora para outra tornou-se vergonhoso pedir a opinião de diversas pessoas sobre que decisão tomar a respeito daquela situação, tinha medo de ficar aborrecendo alguém e a si mesmo falando sobre a mesma coisa toda vez, mas o que ele podia fazer? Era a única preocupação que rondava sua cabeça no momento, e a maior delas.
Mesmo com absoluta vergonha e se sentido mal por meter Tae no meio de seus dilemas, falou mesmo assim, porque se não, seus neurônios iriam fritar.
— Eu quero o Jungkook de volta. — Jimin exclamou de uma vez, esperando ouvir um berro do outro lado e até fechou os olhos para isso, abrindo somente uns segundos depois, desconfiado. — Tae?
— Sim?
— Não vai falar nada?
— O que quer que eu diga gato? Pelo amor dos deuses Ji, absolutamente todo mundo já sabia disso! — o castanho revirou os olhos.
— Como assim “todo mundo”? — o loiro franziu o cenho mais uma vez.
— Meu amor, eu tinha vontade de colocar um copo embaixo do seu queixo em todas as aulas que tivemos com ele durante essa semana, só pra você ter uma ideia. Não sei como ele não desidrata com todas as secadas que você dá nele…
Jimin pôde imaginá-lo verificando as próprias unhas como uma madame rica ao jogar em sua cara as ações que lhe fizeram corar.
— Ha Ha, quem precisa de inimigo quando se tem você, em? Muito obrigado.
— Disponha. — Jimin podia apostar que ele estava com um sorriso orgulhoso e sarcástico no meio da cara. — Agora é sério, eu jurei que você ia demorar mais tempo pra perceber esse fato, amigo.
O loiro jogou-se na cama, fazendo uma careta pela vergonha que estava sentindo de si mesmo.
— Muito óbvio?
— Muito óbvio.
— E por que diabos você não fez sua função de melhor amigo e me avisar, seu puto? — ralhou.
— Porque, obviamente, você não acreditaria em mim e muito menos aceitaria, já que negou até a morte quando a Soo disse que precisavam conversar. — deu de ombros. — Mas deu pra perceber desde o primeiro momento que ele entrou na sala de aula e você não reagiu de maneira ruim, só acabou ficando com ciúmes, mais de uma vez, aliás.
Jimin poderia prestar atenção em todas as palavras que Taehyung disse, porque muitas delas jogavam as situações que ocorreram em sua cara de um jeito debochado e engraçado, mas apenas uma lhe fez erguer a sobrancelha.
— Por que eu tenho a sensação de que todas aquelas suas facetas de quem estava doido pra sentar no pau dele eram atuações?
Taehyung deu uma risada extremamente alta do outro lado da linha.
— Porque eram. — e riu mais.
— Ora seu… — Jimin queria insultá-lo por lhe fazer pensar coisas erradas e ter crises de ciúmes internas, mas sem perceber, um alívio se espalhou em seu peito. — Não acredito que fez isso!
— Admita gato, eu mandei muito bem como amigo talarico. — a voz soou orgulhosa. — E nem se preocupe, não fiquei ofendido com o fato de você ter acreditado que eu realmente ficaria com seu ex sabendo que você ainda gosta dele, sou um excelente ator! — deu uma risadinha.
— Cara, você é inacreditável. — Jimin enfiou as mãos no cabelo, sorrindo de modo aliviado e carinhoso.
— Eu sei. Mas e então? O que pretende fazer quanto a sua nova descoberta?
— Não acha que eu estou sendo otário em querer isso? Quer dizer, você sabe de tudo o que aconteceu, viu tudo o que eu passei, e agora, de uma hora pra outra, parece que eu esqueci isso e me sinto… confuso.
— Olha, realmente, eu estava lá, mas eu jamais te julgaria por qualquer escolha que você queira tomar que envolva seus sentimentos Jimin, e se ter o cara de volta é o que você quer, é isso que deve fazer, não precisa se preocupar com opiniões dos outros. Ainda não confio totalmente nele, mas pelo pouco que vi, o cara é maduro o suficiente pra te respeitar até quando você não tá perto, e ele não te via a três anos. — Jimin suspirou com as palavras. — Eu não te acho um otário, ok? Não se preocupe. Fora que, quem nunca deu umas fraquejadas com aquele ex que sabe fazer gostoso?
Jimin gargalhou ao ouvir a última parte, acompanhado do amigo.
— Você é o melhor amigo que eu já tive, sabia?
— Sabia, você não vive sem mim. — novamente o tom de orgulho. — E então, o que vamos fazer para reconquistar o seu ex? Eu tinha até uns planos maléficos para juntar vocês que queria pôr em prática. — deu uma risada.
Meia hora de conversa mais tarde, Jimin conversou com o melhor amigo tudo o que podia e estava disposto a fazer para conseguir se aproximar de Jungkook, e isso talvez envolvesse até mesmo passar vergonha, porque estava desesperado. Jeon sempre foi aquele que o conquistou, que fez inúmeras coisas por Jimin, então agora estava na hora de retribuir.
Taehyung insistiu em perguntar novamente como havia sido a noite dos dois no mesmo quarto e na mesma cama. Já haviam tocado no assunto pela manhã quando o mesmo chegou no trabalho uma hora depois de Jungkook ter ido embora, mas é claro que Jimin não podia dar muitos detalhes da interação íntima que teve com tantas pessoas desconhecidas e conhecidas em volta. Por tanto, se pôs a contar detalhe por detalhe do que havia acontecido, não só porque o melhor não o deixaria em paz até conseguir, mas também porque sentia o peito cada vez mais leve à medida que contava.
E ouviu em detalhes sórdidos até demais o que havia acontecido no quarto de motel entre Taehyung e Hoseok.
E quando a ligação acabou, se sentiu bem, porque agora tinha ainda mais certeza do que queria, o apoio e o entendimento de sua mãe e Taehyung foram muito decisivos. Ele ainda pretendia conversar com Soo e Jin quando a segunda-feira chegasse. Jimin teve a oportunidade de contar à garota sobre o que aconteceu quando ela apareceu em seu trabalho mais cedo para devolver suas coisas, deixando um beijo em sua bochecha e na de Taehyung ao ir embora e seguir para casa, mas sentia que ainda não era momento.
Fora que havia outra pessoa em específico que precisava falar urgentemente.
— Fala gostoso, como você tá? — a voz de Miranda encheu seus ouvidos pelos fones bluetooth conectados ao aparelho enquanto ele o posicionava em um lugar bom.
— Oi Mi, eu to bem, e você? — olhou para a imagem dela na tela, vestida em um moletom grande e preto, usando fones de ouvido no mesmo estilo que os seus, com um balde de pipoca no meio das pernas. — O quê tá fazendo?
— Melhor impossível. — deu um sorriso. — Estou fazendo uma maratona de velozes e furiosos. — ela virou a câmera para a TV grande no próprio quarto, onde passava uma cena de perseguição de carros. — Eu resolvi vim pra casa, mas os meus pais saíram pra jantar e provavelmente só voltam amanhã, aqueles velhos vão transar a noite toda, credo! — fez um careta e Jimin a acompanhou. Imaginar os Parker transando não era a visão mais agradável do mundo.
— Eca, informação demais. — fez cara de nojo e depois deu um sorriso malicioso. — Isso significa que vai ter a casa toda só pra você?
— É isso aí meu bom rapaz, vê como sou uma ótima filha? — apontou para si mesma. — Eu poderia muito bem trazer uns caras gostosos e fazer uma orgia, ou alugar uns gogo boys em uma casa de festa mentindo que vou fazer uma despedida de solteira e aproveitar horrores! — Jimin riu das ideias da garota. — Mas não, estou só guardando a casa e me enchendo de pipocas. — E com isso, ela revirou os olhos e meteu mais um punhado delas na boca. — Até aqueles velhos transam e eu não.
A última parte foi um resmungo para si mesma, e Jimin apostava que não era para ele ouvir, o que só foi possível graças ao microfone sensível dos fones, por isso prendeu a risada no fundo da garganta.
— Que deprimente, linda. — elogiou, apenas para ver um torcer de lábios dela. — Nenhuma paquera? Nadinha mesmo?
Jimin voltou a atenção para seu uniforme de trabalho e outras roupas recém saídas da secadora, posicionadas em uma pilha bem ao seu lado para serem dobradas e guardadas, e era exatamente o que estava fazendo antes de ligar para Miranda.
Já era noite, passava das 20:00 e Jina já havia lhe feito jantar cedo, então o que restava agora era importunar sua amiga e dobrar as roupas limpas.
— Não amigo, nadinha mesmo. — fez uma careta tristonha. — Se bem que a única pessoa que eu faria questão que estivesse aqui não poderia estar…
O loiro abriu mais os olhos, voltando a olhá-la.
— Eu perdi alguma coisa? — ela deu um pequeno riso e dispensou um com uma das mãos.
— Assunto pra outra hora. — enfiou mais um punhado de pipocas na boca. — Me diga, qual é o problema da vez?
O loiro franziu o cenho.
— Por quê acha que eu tenho algum problema? Não posso ligar só pra ver minha melhor amiga? — fez um pequeno beicinho, dramático.
Miranda ergueu uma sobrancelha com tédio enquanto mastigava, logo revirando os olhos.
— É sábado, e você está em casa em vez de pirando em alguma festa com a naja do Taehyung em algum lugar duvidoso de Seul, minha intuição me diz haver um problema. — ela prestou atenção quando não houve negativa da parte dele. — Desembucha!
Jimin tomou coragem mais uma vez, se preparando para iniciar a mesma conversa que teve com as outras duas pessoas pela parte da tarde.
— Sabe… — respirou fundo. — Como você reagiria se por acaso eu te contasse que beijei o Jungkook? — Jimin se esforçou para que o tom saísse despreocupado e tudo não passasse de uma suposição, e funcionou.
Miranda franziu de leve as sobrancelhas bonitas e bem feitas, soltando um pequeno bufar e em seguida um sorriso.
— Eu diria que você ficou um pouco louco, porém, não estou em posição de falar nada a respeito. — ela deu uma risada, achando graça da pergunta do amigo. Isso até ela prestar mais atenção na expressão tensa e meio culpada de Jimin através do celular, e quando ele percebeu estar sendo analisado, rapidamente desviou o olhar. Foi o bastante para Miranda entender, ficando alarmada. — Não me diga que…
— Não consegui resistir, ok!? Foi mais forte do que eu! — o loiro explodiu antes mesmo dela finalizar a pergunta. — Ele estava tão perto, foi impossível me manter firme e eu não me arrependo, droga! Foi bom pra cacete Mi, eu não sei como diabos poderia ficar melhor do que aquilo? Eu não sei-
Miranda observou o surto de Jimin no conforto de sua cama, prendendo uma risada pela maneira exagerada que ele fazia as expressões sofridas ao recitar o quanto havia gostado do tal beijo.
— Você tá doidinho pra beijar ele de novo. — ela afirmou, tranquila, interrompendo o monólogo do loiro.
— Estou! — o outro afirmou, sem nem perceber, arregalando os olhos e parando de falar ao se dar conta da tranquilidade da outra. — Peraí, o quê?
— Que o quê? — deu um sorriso arteiro.
— Você disse que eu estaria louco se o fizesse! — levantou uma sobrancelha, estranhando ainda mais a atitude tranquila da amiga. Suspeito.
— Também disse que não estou em posição de falar nada a respeito. — levantou o queixo, meio obvia.
Jimin levou alguns segundos de estranheza para conseguir decodificar o que a amiga queria lhe dizer nas entrelinhas dispostas, apertou os olhos para ela, desconfiado, até se dar conta…
— Oh meu Deus, você tá de rolo com o Yoongi! — ele praticamente gritou, apontando-lhe através do celular.
Miranda gargalhou.
— Próximo final de semana estou chegando aí, baby!
Dito isso, o restante da noite foi regado a gritos histéricos dos dois a respeito de ambas as situações que passaram na noite passada, Miranda precisou cobrir a boca quando Jimin lhe contou da conversa que teve com Jeon depois que se pegaram na cama do mesmo e sobre o café da manhã em seu trabalho. Claramente a castanha sabia que uma aproximação aconteceria entre os dois, mas não esperava que fosse tão depressa, e nem de maneira tão intensa quanto Jimin descrevia.
Este que quase deixou seus olhos saltarem do crânio quando Miranda relatou ter mandado mensagens estando bêbada para Yoongi, e ele surpreendentemente lhe ligou, guiando-a com paciência até que a garota chegasse bem ao prédio, ela não estava tão alcoolizada assim para não lembrar o caminho do próprio dormitório, mas demorou um pouquinho e era isso que Yoongi ficou fazendo durante a meia hora que deixou Jungkook sozinho na festa.
Miranda lembra-se de pouca coisa do que havia dito e das palavras de Yoongi, mas somente o fato de ter ligado para ele e repetido várias vezes que sentia sua falta, já era motivo o suficiente para se envergonhar. Na manhã seguinte, a garota acordou com algumas mensagens do rapaz perguntando se ela estava bem, e querendo ou não, mesmo morrendo de vergonha do mico que havia pagado, ela respondeu.
E bastou isso para desencadear em vários outros assuntos superficiais durante o dia todo, e foi bom para os dois, porque após tanto tempo sem trocarem palavras, eles ainda sabiam se comunicar bem na maior parte do tempo, mesmo por mensagem. Miranda passou o dia inteiro rindo para o celular.
Mas Yoongi nunca perdia tempo com enrolação, e quando a mensagem: “Você quer vir pra cá no próximo final de semana?” surgiu, Miranda sentiu o peito bater mais forte. O certo talvez seria negar, ainda estava cedo demais e voltaram a se falar naquele mesmo dia, mas quem liga para tempo? Já haviam perdido três anos, e precisavam de uma conversa franca o quanto antes, então ela aceitou.
No próximo sábado, Miranda estaria pegando o carro do pai emprestado para seguir até Seul, mesmo depois de Yoongi ter insistido que poderia buscá-la.
Seria mentira dizer que não estava ansiosa e com fogos de artifício explodindo no peito, e Yoongi se encontrava da mesma forma, nunca demonstrando, obviamente.
Quando foi dormir naquela noite, em meio às lembranças de como foi dormir nos braços de Jungkook novamente e suspirando de saudade de ter isso de novo, Jimin pensou a seguinte coisa, logo rindo fraco, porque era verdade.
Que ótimo, todo mundo voltando para os ex!
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Jungkook era um cara que costumava ser desejado, não conquistado.
Fora Jimin, ele nunca teve nenhum outro relacionamento profundo o suficiente para ter um título, grande parte porque não se apegava a praticamente ninguém, e a outra razão era que seu coração não bateu mais forte por nenhuma outra pessoa, isso deixava explícito que Jungkook não fazia o tipo que se apega ou apaixona com facilidade.
Ele era do tipo difícil.
Tanto de conquistar, quanto de manter perto.
E Jimin conseguiu isso com extrema facilidade, apenas com algum tempo de convivência. Teria alguma explicação para o loiro ter sido aquele a quem o Jeon entregou seu coração de bandeja? Não, era somente ele mesmo e Jungkook se apaixonou perdidamente, sem hesitação.
Ele era do tipo que não se apaixona de uma hora para outra, porém, também era do tipo que quando acontece, seria extremamente difícil de deixar o sentimento morrer.
E isso era tão verdade que ele levou dois anos para começar a tomar um rumo de sua vida novamente, e mais um ano para conseguir ficar em paz consigo mesmo a respeito da falta que sentia de Jimin, decorrente aos seus próprios erros.
E ainda sim, não era tempo suficiente para esquecer o loiro por completo, a prova disso era que não conseguiu se manter firme aos beijos dele, pois a faísca que se manteve apagada por três anos foi acesa novamente no dia em que bateram os olhos um no outro, na sala de aula.
Jungkook era do tipo que quando amava, amava com tudo que possuía.
No passado, ele daria o mundo a Jimin enrolado em uma fita rosa se ele pedisse, ou pelo menos tentaria, porque era seu maior prazer ver Jimin feliz, sorrindo alegre, animado com as menores coisas possíveis e impressionado com as maiores, era sempre a coisa mais bela que já vira, e o sentimento de proporcionar isso se sobressaia a qualquer outro, até mesmo o prazer do sexo, que não ficava muito atrás.
Estava sempre pensando em Jimin, no que seria melhor para ele, o que o faria sorrir e quais atitudes deveria ter para isso acontecer.
Parecia que o mundo girava em torno de Park Jimin.
Quer dizer, o mundo inteiro não, mas Jeon Jungkook sim.
Palavras do loiro que não eram mentiras, apesar da provocação explícita em que foram ditas, e Jeon as negou com todas as forças, porque naquele momento não era mais verdade que ele girava em torno de Park Jimin.
Porém, começava a perceber estar retornando a isso quando sequer conseguia fazer uma massa de pizza, – sua especialidade – sem imaginar o rosto do loiro no meio dos ingredientes.
— Tudo bem aí, querido? — Jeon Sook se aproximou do filho, presenciando mais um dos tantos devaneios que ele teve desde que chegou em casa.
Jeon sacudiu a cabeça, afastando os pensamentos e dando um sorriso ameno para sua mãe, que não a convenceu nem um pouco.
— Tudo mãe, não se preocupe. — voltou a sovar a massa branca com as mãos, forçando-a contra a tábua de maneira, as mãos sujas de farinha, assim como o avental que usava por cima das roupas. — O recheio tá pronto? — mudou drasticamente de assunto.
— O molho de tomate sim, espere seu pai voltar com o manjericão. — respondeu, agarrando a bacia grande de molho de tomate fresco para dar mais uma misturada. — Que acha de tomate cereja também?
— Ficará bom. — o moreno largou a massa, descansando os pulsos, aproveitando para colocar o mindinho no recipiente com o molho vermelho no colo da mãe, logo levando-o à boca. — Acho que precisa de um pouco de sal.
— Sai, sai, sai! — a voz alta de Sunjun foi ouvida por ambos, que viraram o rosto da direção dele ao mesmo tempo que o homem apareceu na porta da cozinha, segurando a cesta com algumas coisas da horta improvisada que foi ordenado a buscar. — Jeon Jungkook, diga ao seu filho para sair de perto de mim!
Praticamente berrou, correndo desajeitadamente até se esconder nas costas do filho, este que esboçou um sorriso ao ver a figura pequena – já não tão pequena assim – adentrar a cozinha de modo animado.
— Sunjun, você deixou ele entrar de novo! — Sook prontamente reclamou.
— Eu? — o homem apontou para o próprio peito, indignado. — Ele invadiu a casa, isso sim! Praticamente veio correndo atrás de mim, queria o quê? Que eu voltasse pra fechar a porta e arriscar levar outra mordida?
O dito cujo correu novamente atrás de Sunjun, claramente em uma brincadeira que para si era muito legal, fazendo assim o homem correr mais uma vez para outro lado da cozinha, desta vez, se escondendo atrás da esposa.
Jeon soltou uma risada.
— Bam! — chamou o belo cachorro da raça doberman, a quem chamava de filho e realmente nutria seu amor paternal por ele. — Pra cá, vamos! — ordenou, estalando os dedos duas vezes.
O cachorro prontamente parou de correr ao ouvir o comando do dono. E então, muito graciosamente, Bam olhou mais uma vez para Sunjun atrás de Sook e levantou o focinho, fechando os olhos como uma pessoa orgulhosa, logo dando as costas para o homem.
Jungkook não conseguiu segurar a gargalhada quando Bam levantou o rabo para o alto e raspou as patas no piso na direção de seu pai, como se tivesse acabado de enterrar suas necessidades e então seguindo com suas passadas elegantes até sentar-se ao seu lado, como um bom menino.
Sook prendia a risada escandalosa que ameaçava sair, semelhante a do filho.
Sunjun olhava para tudo aquilo com extrema indignação, ora essa, quem aquele pulguento pensa que é?
— Cachorro mimado! — xingou, alto o bastante para que Bam escutasse, do outro lado da cozinha, rosnando e latindo. — Pulguento!
— Ei, não fale assim do seu neto, pai! — Jungkook advertiu, entrando no meio antes que aquilo piorasse, e Bam nem deveria estar na cozinha.
— Que neto? Esse? — apontou para o cachorro. — Não é meu neto! Ele me odeia!
— Não odeia nada, você que é um frouxo! — Sook prontamente saiu da frente do marido, deixando-o sem proteção. — Ok, Jungkook, ponha o Bam para fora antes que ele comece a pular em um dos sofás da sala. De novo.
A mulher perdera a conta de quantas vezes precisou contratar o serviço de lavagem de sofás a seco porque Bam havia decidido simplesmente que aquele era o melhor lugar para se deitar, subindo no sofá branco com as patas sujas de terra do jardim.
Não era culpa do cachorro que o sofá era confortável.
Jungkook lavou as mãos rapidamente, começando a guiar seu filho em direção ao corredor de acesso à entrada lateral, onde ficava o pequeno quarto construído para ele do lado de fora. A família até tentou criá-lo em casa, mas sendo um cachorro jovem, Bam estava constantemente destruindo as coisas em cada cômodo da casa, como sapatos, travesseiros, almofadas, chinelos e sempre sujava tudo com suas necessidades por aí.
Realmente, não era bom mantê-lo em casa até que estivesse com idade para aperfeiçoar o treinamento que Jungkook fazia com ele. Fora que Jeon Bam ainda cresceria mais, ele ficaria enorme, comparado aos adultos de sua raça, ele ainda era um filhote.
— Você ainda vai fazer meu pai infartar um dia desses. — Jeon disse ao cachorro andando ao seu lado, agora bem comportado, ele latiu baixo e lambeu seus dedos, provavelmente sentido o cheiro da massa que preparava a pouco tempo. Jungkook fez um carinho nos pelos curtos de sua cabeça. — Agora quieto! Você tem espaço de sobra pra correr por aí.
Assim que empurrou a porta, Bam correu livremente pelo espaço verde que cercava toda a casa, inclusive seu quarto devidamente separado, cheio de brinquedos mastigados, cama, água e comida.
Jungkook até tentou colocar uma TV, mas sua mãe disse que aquilo já era demais.
Após ver o cachorro revirando-se na grama verde, muito feliz por sinal, Jungkook fechou a porta e voltou para a cozinha. Bam também era um dos grandes motivos que lhe faziam voltar para casa, já que não conseguia deixar seu fiel companheiro sozinho por muito tempo.
Retornando à cozinha, Jungkook entrou bem a tempo de ver seus pais trocarem farpas, e apenas deu um sorriso fraco, indo lavar as mãos novamente.
— Você me chamou de frouxo! — Sunjun reclamou a esposa, com uma carranca no rosto.
— Eu menti? Onde já se viu um homem desse tamanho com medo de um cachorrinho inocente? — ela deu-lhe as costas, voltando sua atenção para os ingredientes que o mesmo trouxe nas cesta.
— Cachorrinho inocente? — ele levantou as sobrancelhas de modo exagerado. — Veja o que aquele cachorrinho inocente fez na minha bermuda!
Dito isso, ele virou-se de costas e mostrou o estrago que Bam havia feito a pouco tempo em sua roupa, onde podia se ver com clareza as marcas de dentes e o tecido rasgado ao redor, bem em cima da nádega direita.
— Meu Deus… — a mulher murmurou antes de cair na gargalhada.
E até mesmo Jungkook, que terminava de lavar as mãos e já se dirigia em direção a massa novamente, começou a rir desenfreadamente ao prestar atenção no rasgo da bermuda de seu pai e sacar que aquela mordida pegou bem mais do que só o tecido.
Sunjun torceu o nariz para os dois, logo apontando para seu filho.
— E você em? É tudo culpa sua, seu irresponsável! Não sabe nem dar a devida educação àquela peste! Imagine quando tiver uma criança de verdade.
Sook abriu um pequeno sorriso com aquele assunto, já que de uns tempos para cá, ela estava insistentemente jogando indiretas por aí de que queria ser avó, o que colocava automaticamente Jungkook na jogada, já que ele era filho único.
No caso, ela queria muito que o moreno lhe desse um neto, de sangue ou adotado, não importava, seu coração aquecia com a visão de uma criança correndo pela casa. O problema é que Jungkook só tinha 21 anos, ainda era novo demais para tamanha responsabilidade, e isso ela entendia. Fora que seu filho não era visto com garota alguma a anos, então era meio impossível que uma mulher aparecesse por aí alegando que ele seria pai.
Sook deu à luz a Jungkook quando ainda tinha 23 anos, e Sunjun 25. Ambos ainda construindo carreiras, na esperança de um futuro próspero, o que os levou a deixar o filho pequeno garoto aos cuidados da falecida avó paterna, a quem ele tanto amava, e se arrependiam de não terem feito parte da infância dele em momentos importantes.
Não queriam o mesmo para Jungkook, pois quando ele se formasse na faculdade, suas obrigações passariam a ser muito maiores da empresa da família, isso era um fato, e talvez isso o fizesse perder momentos únicos com a família se por acaso montasse uma tão cedo.
No fundo Sook entendia que a possibilidade do filho lhe dar um neto, pelo menos por agora, era mínima, mas isso não a impedia de sonhar. E para ser sincera, ela desejava isso por ele também, porque sentia que o filho estava sozinho demais, mesmo com os amigos.
Não que um filho fosse tapar todos os buracos do emocional do moreno, ela sabia e jamais teria esse propósito, mas… quem sabe.
Sempre se arrependia de não ter dado irmãos a Jungkook, talvez assim, ele teria alguém que compartilhasse o mesmo sangue, sempre do seu lado, um amigo do qual nunca sairia de perto dele porque era família, acima de tudo.
Infelizmente, o tempo de remediar essa situação já havia passado.
— Não é culpa minha que ele gosta de brincar com você, pai. — Jungkook prontamente defendeu-se.
— Se você chama isso de brincadeira, eu não quero nem ver quando ele estiver com raiva. — balançou a cabeça. — Deixe aquele cachorro longe de mim!
Os três riram e logo voltaram a suas devidas tarefas. Enquanto Jungkook preparava uma pizza caseira, Sook tinha cozinhando no fogo uma panela de macarrão já cozido feito a mão, enquanto Sunjun continuava a picar os temperos que trouxe, já que era a única coisa que sabia fazer direito naquela cozinha, e não era por falta de vontade, ele era mais desastrado que o próprio filho na cozinha, no auge dos 18 anos.
Cozinhar juntos era uma tradição durante os finais de semana que se tornou sagrada, Sook deixava o escritório e Sunjun deixava a empresa mais cedo, assim como Jungkook ficava em casa para iniciar, isso quando ainda morava em Busan, agora teria de viajar de carro todas às vezes. Cada final de semana era um jantar diferente, desde salgados a doces, pois Sook gostava de variar o paladar.
Mas o preferido da família sempre seria a massa.
Durante o jantar, mais tarde na noite de sábado, Jungkook se pegou perdido em pensamentos novamente, mas disfarçando bem quando um de seus progenitores lhe perguntava algo, ele dava um pequeno sorriso e respondia em tom tranquilo e concentrado.
Mas Sook sabia haver algo errado com seu filhote.
Depois de algumas taças de vinho, pizza, macarrão e várias outras coisas, Sunjun começou a reclamar o tempo todo de como estava parecendo uma bola de tão cheio e perderia o “shape” que tanto lutou para manter na academia, culpando a Jungkook e Sook por fazerem aquelas delícias dispostas na mesa.
E foi reclamando que ele se deitou no sofá da sala e pegou no sono rapidamente.
Jungkook deu uma risada descrente, balançando a cabeça em negação, começando a ajudar a mãe a recolher as travessas e sobras do jantar, levando tudo para a cozinha.
— Pode me contar o que aconteceu na primeira semana pra você estar tão distraído e melancólico?
Sook perguntou, encostando o quadril na lateral da pia cruzando os braços sob o peito, bem ao lado de Jungkook, que estava lavando os pratos a alguns minutos, calado, do mesmo jeito que chegou em casa mais cedo, logo trancando-se no quarto para descansar.
O moreno soltou um suspiro profundo, sabendo que a melancolia em seu peito era causadora daquele comportamento quieto que não costumava ter perto dos pais, muito pelo contrário, ele parecia uma verdadeira criança encapetada, mas hoje, havia sido diferente, e ele sabia que sua mãe acabaria notando e o questionando, não adiantaria negar por mais tempo.
Concentrado-se, ele abaixou os olhos para algumas louças ainda sujas na pia e suas mãos ensaboadas lavando os pratos, e logo mirou o rosto bonito da mãe.
— O Jimin estuda na SNU. — disse, logo abaixando o olhar novamente, sentindo a queimação começar em suas narinas. — Demos de cara um com o outro no primeiro dia, temos aulas juntos. — fez uma pausa. — Meu dormitório fica do lado do dele, mãe. Isso por acaso é justo comigo?
E então, sentiu queimação subir para os olhos, enchendo-os minimamente de lágrimas brilhantes.
— Não é, querido. — Sook era boa em esconder vários sentimentos, como surpresa, apreensão, raiva ou medo, foi treinada para isso e sabia como usar, então naquele momento, ela escondeu tudo e concentrou-se no único filho, porque ele havia herdado isso dela, era raro o ver se abrindo para alguém, e aquele era um desses momentos. — Sei que não é.
— Eu tentei, eu juro que tentei não sentir nada com isso, me convencer de que não significava nada, mas não dá! Simplesmente não dá, não quando ele tá perto o tempo todo! — desabafou, sentindo mais lágrimas se acumulando.
Maldito vinho!
Jungkook não conseguia aceitar que uma simples pergunta o faria desabar assim, a instabilidade em seu emocional lhe deixaria pior do que quando estava na companhia de Jimin, sem saber o que fazer ou falar para amenizar o incômodo em seu peito.
A dor vinha lhe perseguindo desde a viagem de volta para casa. No meio do caminho, pensando nas atitudes que Jimin teve consigo durante a noite e na parte da manhã.
E notou o sorriso dançando em seu rosto pelo retrovisor do carro, e logo em seguida veio a dor.
Uma irritação se apoderou dele quando percebeu estar sorrindo atoa pelo loiro novamente, que seu tolo coração quebrado e cheio de ataduras estava criando esperanças com a pessoa que lhe abandonou.
O mais confuso disso, é que sentia raiva de Jimin por fazer aquelas coisas, por não deixar tudo como estava antes. Não, ele se mantinha perto, balançando seu coração fraco e burro, instigando-o a se aproximar também, ignorando cada aviso de que deveria manter distância para não acabar se afundando na depressão novamente, sentido-se apático da vida em si, chorando com as lembranças de um passado onde era feliz.
Onde Jimin ainda era seu namorado, ainda tinha os sorrisos dele para si e seu coração em mãos.
Mas isso acabou, se foi há muito tempo, Jimin era uma pessoa diferente agora e isso confundia Jungkook, porque com essa nova personalidade, ele não poderia saber se o loiro realmente tinha algum sentimento por si, ou se estava brincando consigo.
Ok, ele havia partido o coração de Jimin por sua brincadeira idiota, mas em consequência, a ferida em si, foi muito mais profunda.
Jungkook já havia passado por muita coisa, mas tinha certeza de que não suportaria se Jimin resolvesse quebrar seu coração de propósito.
Era fraco, sabia e admitia isso.
E no final de tudo, ainda era culpa sua.
Jimin não poderia ser culpado se quisesse se vingar dele pelo que fez no passado. Essa era a verdade.
E Jeon desejava que ele fosse indiferente consigo para ficar mais fácil de ignorar também. Mas essa era a questão, o moreno ignorar Jimin não significava que não existia mais sentimento algum, porque existia, sabia disso.
E Jungkook sentia o peito sangrar somente em imaginar que talvez o seu loirinho nunca mais sentisse nada por si, o tratando como trataria qualquer outra pessoa desconhecida.
Cristo, estava tão confuso.
— Eu queria que ele tivesse agido pelas minhas costas, me contado mentiras, beijado alguém que eu conheço, feito coisas imperdoáveis, só pra que eu pudesse odiá-lo sem culpa.
Externar isso, nunca foi tão difícil.
— E você quer mesmo odiá-lo Jungkook? — Sook ouvia atentamente as lamúrias do filho, sem julgar ou fazer observações, porque não era isso que ele precisava.
Jeon precisava de colo, somente isso.
E a resposta para aquela pergunta, era uma das muitas que ele não poderia mentir.
— Não. — balançou a cabeça. — Mas é a única maneira de não doer.
Deu um suspiro cansaço, terminando com as louças e deixando-as devidamente no escorredor ao lado, enxugando as mãos no pano de prato, tudo sob os olhos atentos da mãe.
— É a única maneira que encontrei de me convencer de que não posso sair correndo atrás dele só porque estamos no mesmo ambiente, que não posso fazer isso comigo mesmo de novo, me colocar nessa posição e esperar que ele me corresponda quando pode muito bem não sentir mais nada! Eu não quero isso pra mim, não de novo, não quero ser-
— Abandonado? — ela viu o momento que o nariz do filho ficou em um tom vermelho claro, evidenciado quanto ele queria chorar, e prontamente o apertou forte em seus braços, não se importando com a diferença de altura. — Não pode pensar assim Jungkook, sabe disso, não pode trancar seus sentimentos assim, querido.
Assim que o moreno passou as mãos pelas costas da mãe, ela acariciou seus cabelos pretos de cima para baixo, em um carinho materno e em voz baixa, confortando-o. Jungkook fechou os olhos e inspirou o perfume doce de Sook, o relaxamento de saber que estava nos braços dela se expandindo em seu peito e músculos.
Esse era o motivo de querer voltar pra casa.
Estava se sentindo sozinho.
— Eu beijei ele, mãe… — confessou também, soltando-se o abraço. — Eu não sei porquê, simplesmente…
— Aconteceu? — ela deu um meio sorriso com aquela revelação, estava longe de sentir-se preocupada ou até mesmo irritada com que o filho estava contando. — Pode me dizer o que sentiu?
— Como assim?
— Conseguiu chegar a alguma conclusão com essa atitude?
Jungkook abaixou a cabeça, envergonhado, porque sequer precisava pensar muito para responder.
Era claro como água, até para si mesmo, não importava o quanto tentasse negar, ignorar, fingir, mentir, chame do que quiser.
Simplesmente não poderia mudar isso, nunca conseguiu e não foi por falta de tentativas.
Ergueu o rosto novamente, dando um sorriso quebrado e de longe podia-se ver que não carregava alegria.
— Eu o amo. — e então confessou para si mesmo, pela primeira vez em muitos anos. — Eu continuo o amando como antes, se não mais.
Sook abriu um sorriso pequeno e o apertou em seus braços novamente. Sabia que não poderia, de forma alguma, interferir nas decisões de Jungkook a respeito de seus sentimentos, mas estava orgulhosa dele por se abrir, e por confessar o que estava sentindo de fato e aceitar, porque após longos anos se fechando em um casulo, era um tremendo avanço.
Tudo o que ele precisava fazer agora, era explanar esse amor ao verdadeiro dono.
Porém, não estava nenhum pouco encorajado a fazer isso, não quando não tinha ideia de com quem estava lidando de verdade.
Afinal, quem era Park Jimin?
Ele ainda não sabia.
✩。:*•.───── ❁ ❁ ─────.•*:。✩
Esse capítulo não teve interação dos Jikook, por motivos óbvios né? Ambos precisam pensar.
E a confissão do Jk em? O que vcs acharam?
Bjj e até o próximo!
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