Estão preparados?

Aqui vai!

Desculpem os erros, eu francamente achava que n ia conseguir finalizar essa capítulo a tempo.

Boa leitura!

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Para Yoongi, a mudança brusca foi como uma libertação.

Sinceramente, assim que as palavras do treinador encheram seus ouvidos, o coração bateu forte em ansiedade.

Não que não houvesse motivos para ficar em Busan, ele tinha alguns, mas eram muito rasos. Num período de três anos, muita coisa em sua vida tinha se perdido pelo meio do caminho. Seus pais eram divorciados, o que acabou levando ao fato de que agora, cada um estava procurando sua própria felicidade longe desse lugar, acabando por deixar o filho para trás, segundo eles, Yoongi já era um adulto, e já sabia se cuidar.

Isso não foi um grande trauma, já que mesmo casados, eles eram os pais mais ausentes que podia imaginar, tanto que não se importam nenhum pouco quando o garoto repetiu de ano na escola, ou procurar saber o que ele fazia fora dela.

Yoongi aceitou que foi deixado para trás com mais facilidade do que imaginava, porém, pelos pais.

Quando foi deixado por Miranda, algo se deslocou em seu peito e ele sentia como se estivesse se afogando, perdendo ar de seus pulmões pouco a pouco.

No início, foi fácil ficar com raiva dela por terminar um namoro que haviam acabado de iniciar, um passo gigantesco na vida do moreno, afinal, eles não tinham nada haver com o relacionamento de Jimin e Jungkook, não era certo pagar pelos erros dos outros dessa maneira. No entanto, doeu pra caralho. Doeu ver que ela lhe rejeitava, como se o que tiveram não fosse tão importante.

Era importante para ele, sendo ela a primeira garota que remexeu seu coração e queria-a por perto o tempo todo, mesmo que tagarelando sem parar. Pedi-la em namoro, foi inusitado porque não se imaginava fazendo isso, mas ao ouvi-la dizer 'sim', se sentiu feliz. E isso tudo caiu por terra ao ver como a garota ficou arrasada e cheia de raiva por Jimin.

Em sua mente, ela havia estragado algo bom por causa de outras pessoas, mas depois de um tempo, reparando cada vez mais na situação que Jungkook se encontrava pela falta que Jimin fazia, Yoongi teve que engolir que ela estava certa, e aquilo desceu rasgando sua garganta.

De qualquer forma, a culpa era sua sim, pois concordou e instigou diversas vezes Jungkook a concluir a aposta que envolvia o loiro, este que evaporou como água de suas vidas. O que seu amigo estava passando agora, era sua culpa, sua e dos outros dois também. Miranda estava certa em não querê-lo por perto quando, se ele era capaz de concordar com uma aposta envolvendo a virgindade de alguém, o que ele poderia fazer com ela ou outra pessoa?

Yoongi ter aceitado aquilo, não quer dizer que foi fácil de se conformar.

Ficar longe dela, foi algo que o afetou, mas sempre soube mascarar suas emoções e absolutamente ninguém poderia dizer que ele estava sofrendo quando nunca o viram derramar uma lágrima, embora essa fosse a sua vontade todas as noites. Então, ao mesmo tempo que tentava ajudar seu amigo de diversas formas a sair daquele buraco o qual havia se enfiado, estava consertando a si mesmo também.

Aos poucos e em silêncio, sempre foi bom em passar por situações assim com maestria, sem incomodar a ninguém e sem fazer alarde, era só ele e ele mesmo, todas às vezes.

O tempo foi passando, e assim como Jeon, Yoongi foi se acostumando à nova realidade que o cercava, ele ainda tinha seus amigos, o basquete e adorava estudar música.

Para Miranda, foi um pouco diferente.

Apesar de se encontrar perdidamente apaixonada pelo garoto de olhos felinos e sorriso doce, não podia negar seus sentimentos de chateação e revolta a respeito do que ele havia ajudado a fazer com Jimin, simplesmente não podia. A raiva foi tanta que ela chegou a se arrepender do que tiveram juntos, mas isso só durou uma semana.

Sentia falta dele, muita falta, chegou a chorar diversas vezes no dormitório da faculdade enquanto abraçava um travesseiro vestido com a jaqueta dele, algo estranho, mas quem podia julgá-la? O cheiro dele era extremamente bom.

Para ambos, era uma verdadeira provação se verem todos os dias pelos corredores da universidade e fingir que não se conheciam, que seus corpos nunca estiveram juntos várias e várias vezes. Isso fez com que o processo de superação para Yoongi fosse extremamente demorado, mas para Miranda, ele nunca foi concluído, realmente.

Doía-lhe ver depois de um tempo, mas precisamente um ano, que Yoongi estava voltando a sua vida normal, indo a festas e beijando pessoas, quando para si, ela mal conseguia suportar as cantadas de interesse de outros caras por que ele ainda era dono de seu coração, mas precisava lembrar-se o tempo todo que a decisão de deixá-lo livre foi sua.

Não podia culpá-lo de nada a não ser o que aconteceu no passado, e a maior parte da culpa nem era destinada a ele, para ser sincera.

Miranda sabia que Yoongi não correria atrás dela e nem tentaria prendê-la por dois motivos. O primeiro, era que ele, melhor do que ninguém, sabia o quão traumatizante foi seu primeiro relacionamento, por este motivo. O segundo, era que isso não fazia nenhum um pouco o feitio do moreno.

Ele não brigou ou esperneou quando o namoro recente foi terminando por ela, Yoongi somente se explicou e pediu desculpas, mas disse que aceitava a decisão dela. Somente isso, afinal, o que ele podia fazer?

Miranda as vezes desejava que ele fosse o tipo que ainda queria algo mais depois do término, mesmo que só sexo. Yoongi não a procurou, não falou com ela e nem lhe dirigiu um único olhar — que ela tenha percebido.

Isso a enfureceu, e sua tristeza piorou. Quanto mais o tempo passava, mais se sentia arrependida de ter deixado-o, a única coisa que lhe trazia felicidade era a faculdade de psicologia e as poucas amigas que fez, ainda bebia, mas era algo social, conseguiu um estágio remunerado em uma clínica e por enquanto era o suficiente.

Mas ainda faltava algo.

Jimin lhe disse em uma das tantas ligações que fizeram, que estava lisonjeado e verdadeiramente agradecido pela demonstração de fidelidade e carinho que ela lhe deu, mas não era necessário. O loiro já estava bem, estava feliz, enquanto ela continuava remoendo o passado com saudades do moreno.

Ele também lhe disse que, não acharia errado se sua decisão fosse continuar com Yoongi, porque o sentimento que ambos sentiam um pelo outro, nada tinha haver com ele e Jungkook não terem dado certo.

Isso a entristeceu ainda mais, porque já havia perdido dois anos e meio, quando poderia estar feliz com o homem que descobriu amar.

Miranda queria Yoongi de volta, mas quem disse que ela teria coragem de falar com ele depois de todo aquele tempo?

E ela diria o quê, exatamente? A decisão foi sua, já havia se passado tanto tempo e seria muita cara de pau chegar nele e dizer que se arrependia e o queria de volta, sua chance já havia passado há muito tempo.

A vida é cheia de desencontros.

Miranda e Yoongi eram um exemplo.

Mas tudo acontece por uma razão nessa vida, não é?

Porque se Miranda tivesse a coragem de falar com Yoongi, explicar o que sentia e pedir desculpas, ele voltaria exatamente de onde pararam. Ele a aceitaria de volta sem hesitar.

E se ela pedisse para que Yoongi ficasse em Busan, ele ficaria.

E se Yoongi não tivesse ido, Jungkook jamais colocaria os pés em Seul por escolha própria.

E Jimin jamais sentiria seu coração balançar novamente quando pôs os olhos nele, pela primeira vez em anos.

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Jungkook tentou, uma, duas, três vezes. Fingiu até uma dor de barriga, mas Hoseok conseguiu arrastá-lo para fora do dormitório contra sua vontade, três dias antes das aulas iniciarem.

E o fez dirigir por cada canto daquela universidade chata.

Agora ele conhecia tudo, mas seu desinteresse foi tão grande que se o perguntassem onde ficava o refeitório, ele não saberia dizer. Sua única descoberta do dia foi explorar o prédio de administração, decorando em sua mente o número de salas de suas principais aulas.

Inclusive algumas delas seriam no prédio de arquitetura.

O porquê? Ninguém sabia.

As faculdades têm prédios próprios, mas algumas aulas são em prédios alheios, vai entender.

Quanto a Hoseok, apesar de animado e feliz com a vinda de seus amigos, se encontrava apreensivo, assim como Namjoon.

Falando sério, não teria como aquilo ser mais desastroso do que estar predestinado para ser.

— Olha, eu realmente não sei se o Jungkook tem sorte ou só muito azar nessa vida. — Namjoon comentou com Hoseok quando o passeio acabou e ficaram sozinhos em uma das áreas verdes da universidade.

O castanho estava deitado de barriga para cima na grama, os dois braços servindo de apoio para a cabeça, enquanto Hoseok permanecia encostado em uma árvore, folheando uma revista em quadrinhos.

O ruivo fez um barulho de descontentamento, respirando fundo.

— Acha que ele vai ficar muito puto conosco por não termos contado?

— Provavelmente. — o outro respondeu, tranquilo. — Vai querer me esganar vivo e arrancar o seu coro.

Hoseok imitou um choro dolorido.

— Não é justo, nós fizemos bem, não fizemos? — questionou. — Ele teria vindo atrás do Jimin aqui e eles acabariam bem pior.

Namjoon suspirou.

— Estou mais preocupado com o que pode acontecer com ambos se encontrarem agora. Não faço ideia se o Jungkook permanece apaixonado por ele, e se estiver, vai se decepcionar pra caralho quando ver que o loiro não é mais o mesmo há muito tempo. — olhou para Hoseok lateralmente. — Jungkook ainda vai ter aulas no prédio do Jimin, vai ser impossível que ambos não se encontrem em algum momento.

— Parecem ímã e ferro, isso é verdade. — fez uma pausa, olhando para o céu. — A universidade vai ficar pequena com aqueles dois aqui, é capaz de gerar uma explosão. Como acha que o Jimin vai reagir quando o ver?

Namjoon levantou os ombros.

— Não faço ideia.

Hoseok parou para pensar.

— Acha que o Jimin ainda gosta do Jungkook? — olhou para Namjoon, que o olhou de volta e sorriu de maneira zombeira.

— Pelo modo como ele age, eu duvido muito que ainda tenha algum sentimento pelo nosso garoto. — respondeu com sinceridade. — Só espero que o Jungkook não queira fazer de tudo para reconquistá-lo, esse novo Jimin pode se aproveitar disso de maneira bem dolorosa.

— Ele não é tão mal. — o ruivo murmurou.

— Não é? — Namjoon abriu mais os olhos, incrédulo. — Ele virou um completo cafajeste! Isso já me diz muito coisa.

Hoseok suspirou, Namjoon estava certo, Jimin era totalmente diferente da pessoa que conheceram a três anos, e isso mudava muita coisa. Ele não esperava que Jimin fosse receber Jungkook de braços abertos, obviamente, mas queria do fundo do coração que aquele encontro não fosse tão catastrófico quanto imaginava.

Jimin estava diferente, Jungkook também, mas ninguém sabia ao certo como o sentimento de ambos estavam. Tudo ao redor poderia mudar de figura conforme os sentimentos de ambos e suas reações ao se encontrarem novamente, no mesmo lugar.

Tanto Namjoon quanto Hoseok não queriam que fosse doloroso para ninguém.

— Só nos resta esperar quando a bomba explodir e nós dois vamos ser os primeiros a ser atingidos!

Hoseok disse por fim, depois se levantaram e seguiram para o prédio dos dormitórios novamente.

Ambos estavam fazendo a faculdade de engenharia civil como o planejado, e estavam realizados com isso. Magicamente, tudo deu certo a três anos e eles passaram na prova de admissão, conseguiram a vaga e agora eram conhecidos como dois dos melhores estudantes daquela universidade.

Tinham o apoio sentimental e financeiro da família também, mesmo de longe, não havia do que reclamar, ainda mais agora que os dois amigos que faltavam estavam estudando no mesmo lugar, juntando assim os quatro novamente.

Eram conhecidos, chamados para festas com frequência e a diversão também era garantida, sexo nem sempre era uma prioridade já que estavam sempre ocupados com os estudos. E ainda tinham o sentimento confuso que estava crescendo pouco a pouco por duas pessoas em específico.

Kim Taehyung e Kim Seokjin, conhecidos como os irmãos mais barraqueiros da SNU.

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Jimin estava rodeado de preguiça com o pensamento de voltar para a universidade no dia seguinte. As férias acabaram e um novo semestre estava se iniciando, para ele, Sooyoung, Taehyung e Seokjin.

E que jeito melhor de curtir o fim das férias?

Com uma festa, segundo Taehyung.

Mas os quatro foram a um clube em que Sooyoung era sócia junto ao tio. Sinceramente, os três rapazes detestavam admitir que ser amigo da morena era uma tremenda sorte financeira também, mesmo que isso não fosse importante para eles.

Com ela, eles poderiam frequentar lugares que nunca poderiam pagar, e ela fazia questão de levá-los aonde quer fosse, Tae uma vez disse que Sooyoung era a madame rica e os outros três aqueles cachorrinhos de bolso.

Não era bem uma mentira.

Mas em torno daquele círculo de amizade, o dinheiro era o menos importante. Sooyoung foi criada em meio ao luxo e mimada ao extremo, mas se quisesse continuar saindo com garotos que lhe faziam tão bem, teria de aprender a ser mais humilde, afinal, Jimin, Taehyung e Seokjin vinham de uma posição muito mais baixa que a dela, e não foram criados da mesma forma.

Ela fez isso, e não era ruim, portanto, assim como estavam curtindo em um clube de pessoas ricas, podiam comer em uma barraca de rua durante a noite, como já fizeram tantas outras vezes.

— Sinto algo incomodando você. — Jimin ouviu a voz de Soo ao seu lado quando virou a cabeça para si, um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

Sem querer, ao virar o rosto para o lado, seu olhar passou pelo corpo bonito da garota deitada de bruços em uma espreguiçadeira, vestida com um biquíni da cor preta, realçando a pele pálida; os cabelos amarrados e um óculos de sol estiloso em frente aos olhos. Jimin não estava diferente, porém, repousava na espreguiçadeira como se estivesse dormindo a segundos atrás.

Estava de barriga para cima, somente de bermuda e um óculos de sol preto tampado a visão de seus olhos azuis, o cabelo loiro arrumado e exibindo abdômen pouco definido, assim o peitoral para quem quisesse ver.

A tatuagem com a palavra 'NEVERMIND' na costela o deixava 10x mais gostoso, na visão do mundo inteiro.

— Não é nada. — desconversou.

— Sei quando tem algo na cabeça Ji, desembucha. — ordenou.

O – agora –homem, respirou fundo e voltou seu olhar para frente. Estavam na beira da piscina, e do outro lado dela conseguia ver Taehyung sentado no bar, flertando descaradamente com o barman vestido com uma camisa vermelha. Seokjin havia ido pegar mais comida.

— Sinto que algo diferente vai acontecer esse ano. — comentou com ela, sem dar muitos detalhes.

Soo lhe mostrou um sorriso.

— Claro que vai! Você finalmente vai conseguir o emprego na MMA Architects seu puto sortudo! Finalmente vai poder sair do café! — a animação dela fez Jimin dar um breve sorriso, mas não era exatamente disso que ele estava falando.

— Mas eu gosto do café.

Jimin e Taehyung trabalhavam juntos num café meio período a quase dois anos, quando precisavam de grana extra para suas próprias coisas, já que a faculdade somente custeava o necessário para estudo. Mas com três anos na faculdade de arquitetura e se destacando como o melhor aluno, gostaria de adquirir um conhecimento prático de como funciona uma empresa voltada para onde estava se formando.

Sendo assim, foi audacioso o suficiente para mandar seu currículo para várias empresas conhecidas, não esperava ser chamado, já que somente pessoas de porte trabalhavam em empresas como essas, mas incrivelmente, deu certo e Jimin foi chamado para uma entrevista marcada para o próximo mês.

Se conseguisse se sair bem, estaria ingressando numa das empresas mais conhecidas no ramo de arquitetura, não teria experiência melhor para agregar ao currículo.

— É, eu também gosto, mas convenhamos, você não nasceu para estar atrás de um balcão servindo xícaras de café, por mais deliciosos que sejam. — virou a cabeça para frente, na direção de Taehyung, vendo-o sorrir aberto para o outro homem e logo retornou para Jimin, — Nem você, nem o Tae, por mais preguiçoso que ele seja.

— O que minhas putas preferidas estão falando? — e esse era o jeito carinhoso de Seokjin se referir a eles quando chegava perto, carregando um prato com salgados dentro e enfiando alguns na boca.

Jimin fez uma careta quando Jin bateu em suas panturrilhas para liberar espaço, assim sentando na espreguiçadeira também.

— Ainda não estou cobrando por sexo, obrigado. — respondeu, se inclinando para roubar um salgado do prato alheio.

Jin afastou o prato antes que o loiro o alcançasse, mas quando Jimin lhe mostrou um bico de chateação, não hesitou um segundo e logo pôs o salgado na boca dele com as próprias mãos. Jimin mastigou e sorriu, voltando à posição anterior.

— Nem eu, que eu saiba. — a morena virou o rosto para frente novamente, cruzando os braços e apoiando o queixo neles, depois levantou as panturrilhas, cruzando-as no ar.

— Putas burras, vocês ficariam ricos. — riu. — Falar nisso, onde tá o Tae?

— Pescando a próxima vítima. — Jimin apontou com queixo na direção do castanho de sorriso quadrado, bem a tempo de vê-lo passar a mão no ombro do homem vestido de vermelho, que sorriu nervoso. — Que provavelmente, já foi fisgado.

— Aish, mas olha só. — Jin exclamou ao ver o irmão lançar os feitiços no rapaz inocente. — Atirado!

— Ele vai roubar um selinho em três, dois... — Sooyoung começou a contagem, um sorriso ladino nos lábios vermelhos.

— Um! — Jimin completou, bem a tempo dos três assistirem de camarote o irmão de Seokjin roubar um selinho demorado do Barman, que ficou vermelho quando se soltaram, olhando em volta, preocupado. — E temos mais uma vítima.

— Tinha que ser esse oferecido mesmo. — Jin comentou, erguendo uma sobrancelha para Taehyung que contornou a piscina, exibindo seu grande sorriso quadrado e porte físico invejável.

— Aposto que estavam falando de mim. — comentou, apertando os olhos e sentando-se no chão ao lado de Soo.

— Só o quanto você é rodado, e maluco! — Jin esperneou. — Por acaso quer fazer o rapaz ser demitido?

O mais novo franziu as sobrancelhas.

— Que nada, vê se vive um pouco Jin, a medicina tá te deixando uma pilha de estresse. — deitou o pescoço perto de Sooyoung, que começou um carinho nos cabelos macios com as unhas longas, apenas escutando a conversa.

O de cabelos roxos torceu o nariz e enfiou mais um salgado na boca.

— Nem posso acreditar que vamos começar a residência esse ano, também estou nervosa. — Soo comentou, dando um suspiro.

— Estão preparados para passar horas e horas sem dormir? O plantão de hospital é bem puxado. — Jimin, sentando-se corretamente perto de Jin.

— Lá se vai toda minha beleza. — reclamou. — Tae, me lembre porque escolhi esse curso mesmo?

— Porque ajudar as pessoas é o que você faz de melhor e porque nossa mãe mataria você se desistisse agora.

Os quatro soltaram pequenas risadas, e conforme a conversa avançava, Jimin acabou esquecendo aquele sentimento estranho que pairou em sua mente durante todo o dia, estar com seus amigos o fazia mais do que bem, era sempre assim.

Passaram o restante das férias inteiras juntos, Jimin realmente passou as festas de fim de ano na casa de Sooyoung, com Jina e Myung também, foi tudo agradável demais. Taehyung e Seokjin foram para Busan ficar com a mãe e voltaram algumas semanas antes das aulas começarem para curtir com os amigos, foi tudo muito bom e relaxante, mas estava na hora de voltar para as obrigações.

No final do dia, retornaram de carro para a universidade juntos, preparados para coisas novas.

E quem sabe rever algumas pessoas.

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Jungkook perdeu o horário no primeiro dia de aula.

Não só ele, como Yoongi também.

Em Busan, as aulas costumam começar às oito da manhã, em Seul, iniciavam às sete e meia.

E nenhum dos dois gênios se tocou disso para trocar os alarmes!

Resultado, ambos estavam brigando pelo único banheiro do quarto.

— Eu vou perder a primeira aula, droga! — exclamou Jungkook, mais do que apenas estressado pela pressa que o cercava.

— Calma, ainda faltam vinte minutos. — Yoongi disse da cama, inclinado para baixo enquanto amarrava os tênis. — A distância não é tão grande.

— Do seu prédio, pra começar, minha primeira aula nem no prédio de administração é! — isso o incomodava, especialmente hoje, no qual acordou um tanto atrasado para dirigir uma distância maior pela faculdade.

Yoongi era o único que não teria aula em conjunto com nenhum de seus três amigos, pois o curso de música não tinha muita necessidade de aulas envolvendo números ou fórmulas, e ele agradecia muito por isso, pois raramente teria a necessidade de sair de seu prédio para estudar em conjunto com uma sala de outro curso, e ficava perto do dormitório, o que era bom e não o fazia ficar preocupado com o horário, mesmo atrasado.

Enquanto isso, Jeon, Kim e Jung terão aulas juntos, especialmente aquelas que envolvem ciências exatas e economia.

E infelizmente, o maior laboratório de ciências exatas fica no prédio de arquitetura, longe do dormitório.

Após vestir uma camisa de cor branca e uma jaqueta de moletom por cima, acompanhada de uma calça preta e botas de combate, Jungkook arrumou os cabelos curtos e passou um hidratante facial.

Caçando a mochila com os livros separados, Yoongi e Jungkook saíram do dormitório às pressas, trancando a porta e descendo até a cozinha. Haviam poucas pessoas que moravam no mesmo prédio por ali, mas não pararam para observar muito, passando pela porta de entrada e caminhando até o estacionamento onde estavam os carros.

— Boa sorte com os instrumentos! — Jeon exclamou com um pequeno sorriso zombeteiro para Yoongi.

— Boa sorte com suas fórmulas. — retribuiu sarcástico, entrando no próprio carro.

Jungkook fez o mesmo, girando a chave e manobrando o veículo para fora da vaga marcada. A caminho do prédio de arquitetura, mesmo sendo proibido, o moreno puxou o celular da bolsa e praguejou baixo ao identificar as várias mensagens de Hoseok e Namjoon, ele estava responsável por levá-los para aula naquele dia, mas acabou não dando certo pelo seu atraso ao acordar, então os dois foram adiantados no transporte público da universidade, caso contrário, iriam se atrasar também.

Tudo bem, se desculparia depois.

Estava indo direto para a aula de geometria, que ele sabia por Namjoon que, no ano passado, era de cálculo matemático II, uma de suas muitas matérias na faculdade de Busan.

O caminho lhe custou mais quinze minutos, tinha gente andando para todos os lados e Jungkook percebeu que já estava cinco minutos atrasado, fazendo com que ele estacionasse de qualquer jeito perto da área verde em frente ao prédio grande e pulando para fora do carro, correndo em direção às portas para chegar até a sala que já era de seu conhecimento no terceiro andar.

— Merda! — exclamou enquanto subia as escadas rapidamente.

Os corredores eram imensos e estavam vazios, os armários eram da cor branca, as portas estavam fechadas conseguia ver pelos pequenos retângulos de vidro temperado os alunos já arrumados naquelas fileiras que fazem as salas parecerem um anfiteatro, com mulheres ou homens começando a ministrar suas devidas aulas.

Jungkook parou em frente a porta em que a placa acima estava escrito "Laboratório de Ciências Exatas". Respirou fundo, apoiando a mão na maçaneta da porta.

Jimin não verdadeiramente prestava atenção nas palavras do professor Lee a respeito de como seriam as aulas de geometria ao decorrer do ano, estava simplesmente rabiscando a última folha do portefólio novo enquanto Taehyung remexia suas próprias coisas na cadeira ao seu lado.

Seu coração estava inquieto desde que acordou naquela manhã, parecia ansioso por algum motivo que não sabia. Estava tudo bem, haviam acabado de retornar de férias e nada de mais havia acontecido fora do normal.

Seu rosto se moveu minimamente para o lado esquerdo, olhando para aqueles dois sentados juntos, ao lado de uma única carteira vazia. Jimin respirou fundo, querendo ou não, sendo arremessado para algumas lembranças que ainda insistiam em voltar toda vez que olhava para eles.

Não as tristes, onde os dois sabiam da aposta envolvendo seu namoro de mentira, isso não doía como antes, quer dizer, ainda incomodava pra caralho, mas então, o loiro lembrava das conversas legais e animadas que tinha com Hoseok e a troca de farpas inocentes com Namjoon.

Isso não era mais possível hoje em dia.

Uma realidade que estava distante, assim como quem a trouxe.

Ou nem tanto assim...

Voltando os olhos para o portefólio novamente, não chegou a levantar a vista de imediato quando ouviu a porta se abrindo e a voz do professor Lee se findando conforme passos foram ouvidos.

E então, de repente, tudo ao redor se tornou um mundo vazio.

Parecia um déjà-vu.

Seu coração bateu tão forte que irradiou tanta força para as mãos que Jimin conseguiu quebrar o lápis ao meio em um estalar, o que acabou chamando atenção de Taehyung, que franziu o cenho, olhando o amigo, confuso.

— Que foi? — Taehyung o olhou mais de perto, os lábios crispados em uma linha fina.

Enquanto isso, Jimin assistia em câmera lenta o homem entrar na sala com o rosto neutro, o cabelo preto, liso e alinhado em um corte curto que deixava seu rosto mais másculo e aparente, exatamente como se lembrava, porém, muito, muito mais bonito.

Os fios balançaram quando ele deu certa de dez passos até entregar um papel ao professor Lee, e Jimin acompanhou todos os movimentos com o rosto duro feito pedra, mas seu coração batia feito louco no peito, a respiração lutando para continuar normal.

Jungkook usava roupas simples, estava maior, em todos os sentidos, um verdadeiro homem adulto e estupidamente... lindo. Ainda tinha o rosto livre de marcas e os lábios tão vermelhos que pareciam um rubi.

Mesmo com a surpresa, Jimin não deixou de notar o quanto ele estava atraente, uma verdadeira tentação para seu cérebro agora muito confuso. Ele havia superado, não é?

Acreditava que sim, mas agora, com todas essas reações ao vê-lo novamente depois de três anos, em carne e osso na frente de seus olhos, se sentiu mais balançado do que nunca.

Jungkook ainda conseguia mexer consigo.

Porém, Jimin não era mais o mesmo e agora sabia esconder seus sentimentos muito bem. Por isso, enquanto tremia dos pés a cabeça por dentro, seu rosto não mudou em momento algum, continuando a encarar o Jeon com um pequeno vinco no meio das sobrancelhas e os lábios apertados um no outro.

Quem o visse, poderia achar que estava apenas curioso, mas não, Jimin estava surpreso, apreensivo e nauseado, seu estômago se transformando em gelo com todas as lembranças envolvendo aquele homem a sua frente bombardeando seu cérebro.

Que merda ele faz aqui!?

Era o que ele se perguntava sem parar, porque de todas as coisas que ele podia imaginar acontecer naquele novo semestre, era rever um fantasma doloroso de seu passado abrindo a porta de sua sala de aula como fez a tanto tempo, no primeiro ano de ensino médio, na primeira vez que o viu.

Depois veio a raiva.

Isso não pode ser real. Como? E porquê? Por que isso estava acontecendo justo agora?

Sua mente gritava. Custando acreditar que Jungkook estava realmente ali na sua frente depois de três anos sem nenhum tipo de contato. Aquilo só podia ser brincadeira, ou estava sonhando, porque Jeon não tinha o direito de lhe fazer sentir tudo aquilo, não tinha!

— Ok, você é o aluno transferido, certo? — Jungkook assentiu, calmamente. — Devo lembrá-lo que somos bastante rígidos com horários aqui ou ainda não ficou sabendo?

Escutou pequenas risadas disfarçadas, ainda não havia sequer olhado para aquelas pessoas.

— Já me disseram, mas obrigado por refrescar minha memória. — mostrou um sorriso irônico.

— Claro que sim. Bom, sou Lee Know, professor de Geometria deste ano, você por acaso teve aulas de cálculo avançado na universidade de Busan? Ou somente o básico? Sabe, não quero atrasar o aprendizado da turma. — Jeon piscou, aturdido.

Ficou óbvio que aquele cara não gostava do lugar de onde veio ou da faculdade que estudava antes, o motivo seria interessante de saber, era nesses momentos que o seu sobrenome o ajudava.

— Se buscar meu histórico na reitoria vai ver que fui o melhor nessa matéria no último ano. — deu um sorriso agressivo. — Não se preocupe, não irei atrapalhar a aula. A universidade de Busan também tem laboratórios de exatas incrivelmente bem feitos, os educadores também... — o olhou de cima a baixo, rapidamente. — Não deixam a desejar. Sou Jeon Jungkook.

Sr. Lee piscou, e logo em seguida disfarçou com uma mexida nos óculos de grau e uma tosse seca, voltando a atenção para o papel que Jeon o entregou.

Jungkook movimentou a cabeça para olhar seus novos colegas de classe, só para ficar um tanto desconfortável por ter mais de cinquenta pares de olhos lhe encarando ao mesmo tempo. Todos ali seriam mesquinhos como aquele professor? Se achavam melhores só porque estudavam naquela universidade? Que idiota.

Seus olhos alcançaram seus amigos que acenaram rapidamente, pareciam apreensivos, e apontaram para lugar vazio ao lado deles.

Até que seu olhar encontrou o dele...

Depois de três anos...

Três anos sem notícias, sem contato, sem nada...

E ele estava aqui, esse tempo todo.

E continuava lindo como um anjo.

Inesperadamente, Jungkook não sentiu nada além de surpresa e uma queimação angustiante e dolorosa no peito, consumindo-o por dentro.

Seu corpo vibrou de dentro pra fora e pode sentir todos os pelos arrepiando.

Apertou os lábios em uma linha fina, assim como os dedos apertaram a alça da mochila pendurada em um único ombro. A mente deu um estalo ao observar o modo como Jimin o olhava, enquanto um cara de cabelos castanhos e bandana tentava chamar atenção dele. Os lábios ainda eram cheios, rosados, olhos pequenos e o nariz de botão, o maxilar agora tinha o formato de um homem... completo.

Tinha os lábios entreabertos e não desviou o olhar, parecia surpreso.

No entanto, Jungkook estava queimando ódio por dentro.

— Ok, Sr. Jeon, bem vindo a aula de Geometria. — devolveu o papel ao moreno, de forma respeitosa até demais. Era sempre assim, eles sempre mudavam quando sabiam quem ele era. — Não sei se já teve oportunidade de conhecer o campus, um dos alunos poderia lhe mostrar ao fim da aula, é... — olhou para sala, procurando alguém. — Jimin, é nosso aluno modelo, poderia se disponibilizar a mostrar o lugar para nosso aluno novo?

Claro que ele é.

Jungkook pensou.

Por um momento, Jimin piscou e acordou de seu transe com as palavras de seu professor, mas não travou, ele estava prestes a abrir a boca para responder que sim, poderia, somente porque estava curioso a respeito do que infernos aquele garoto estava fazendo na sua universidade.

Que merda é essa de "aluno novo"?

Ele endireitou a coluna e abriu a boca para responder, mas Jungkook impediu que sua voz saísse.

— Não vai ser necessário, Sr. Lee. — Jungkook tirou os olhos do professor e encarou o rosto do loiro de maneira impassível e firme. — Eu já conheço, cada pedaço, desse lugar.

E se aquilo não foi uma provocação, Jimin não sabia nomear o que era.

O professor falou mais alguma coisa e Jungkook não respondeu, apenas assentiu enquanto mantinha a linha tensa nos lábios bonitos e subiu as escadas. O moreno se sentou perto delas, em uma carteira ao lado de Hoseok e Namjoon, em nenhum momento, retornou a olhar para Jimin, ao contrário deste que moveu o rosto conforme o corpo do moreno se aproximava – relativamente – do seu.

A maior parte da sala estava olhando pra ele, inclusive Taehyung.

Jungkook deixou a bolsa cair ao lado, olhando fixamente para frente, ignorando todos ao redor, tentando distinguir o que sentia.

— Jungkook...

Hoseok tentou chamar sua atenção, tomando cuidado com a voz e inegavelmente apreensivo, assim como Namjoon. Jeon, no entanto, não olhou para eles, apenas fechou os olhos rapidamente e balançou a cabeça para os lados, sutilmente, indicando que não queria falar.

Os dois sabiam que aconteceria, mas não esperavam que fosse tão rápido, quer dizer, Jimin podia não estar nesta sala de geometria daquele ano, mas porra, era o primeiro dia, e a bomba já havia estourado.

O professor Lee iniciou a aula, Jungkook pegou o caderno e a caneta, concentrando-se, ou ao menos fingindo isso.

Tudo aquilo era insano demais. Em seu pensamento, tudo poderia ser uma alucinação e Jimin não estava naquela sala, dividindo o mesmo ar e com poucos metros de distância entre os corpos.

Três anos.

Três malditos anos imaginando em que tipo de situação o loiro estaria e ele estava aqui, na faculdade que sempre quis e fazendo sabe-se lá o que, mas parecia estar bem, enquanto Jungkook passou dois anos tentando se recuperar do baque que sofreu e um ano tentando se reajustar.

Porra, aquilo era... injusto pra caralho.

E o moreno ainda nem sabia tudo a respeito de Jimin.

Assim como o loiro também não sabia mais nada sobre ele.

Foi estranho para Jimin vê-lo agir de maneira não concentrada na aula como estava, fora o fato dele ter dito ser o melhor em cálculo II. Jungkook odiava matemática, odiava números e quase reprovou no último ano justamente por isso. Pelo que entendeu, ele estudaria em Seul agora, e estavam na mesma aula, não tinha para onde correr.

Mas, porquê?

Porque ele foi transferido?

Porque estava aqui?

O que estava cursando?

Ele veio por sua causa?

O choque de que estava vendo Jungkook pela primeira vez em anos ainda não havia dado as caras completamente, mas ele sabia que o surto viria uma hora ou outra.

Também sentiu raiva. Incrivelmente, não de Jungkook, e sim de si mesmo pela reação mal controlada de seu coração a respeito do moreno a quem era desesperadamente apaixonado a três anos. Seu coração não podia bater daquele jeito e seus lábios não deveriam ficar secos, o pensamento de que o Jeon estava mais lindo do que jamais esteve nunca deveria ter passado por sua cabeça.

Deveria ter sido indiferente, deveria ter dado um sorriso sarcástico pela ironia do distinto em fazer com que ambos se reencontrassem, e posteriormente, fazer de tudo para ficar o mais longe possível daquele homem.

Mas não foi assim, foi justamente o contrário.

Sentiu-se irritado com Miranda, porque diabos ela não lhe avisou que ele estava vindo para cá?

— Olha, ele é um gato, mas você tá encarando demais, tá ficando estranho. — Taehyung disse no pé de seu ouvido, fazendo-o cair em si e desviar o olhar de Jungkook que sentará uma fileira abaixo da sua.

Respirou fundo.

— Você lembra do que eu te contei? O que aconteceu antes de eu vir para cá?— Tae levantou a sobrancelha, confuso. Jimin revirou os olhos. — Sobre o ex namorado, Tae.

— Ah! Sei. Sobre a aposta, não é? Qual o nome dele mesmo? — pensou por um segundo antes de se recordar, e quando isso aconteceu, seus olhos dobraram de tamanho, mudando de Jungkook para Jimin, várias vezes. — Não pode ser! É ele?

— É! — controlou o tom de voz.

— Mas como assim, ele? Porque diabos ele está aqui?

— E você acha que eu sei!? — apontou para o próprio peito, começando a agir de maneira instável, caindo na real. — Tenho que falar com Miranda, ela não falou nada a respeito disso pra mim!

— Pelo que eu entendi, ele estuda aqui agora. Acho que ela ter falado ou não, não muda muita coisa.— o castanho pontuou, vendo Jimin respirar como se estivesse cansado, e então olhou novamente para o moreno à frente deles. — Mas devo admitir, ele é um puto de um gostoso, você fez uma escolha e tanto. — sorriu arteiro, esperando ver o amigo dar um sorriso.

Não foi bem "minha" escolha.

Jimin não soube explicar o que sentiu ao ouvir Taehyung elogiar Jungkook daquela forma tão... atirada. Quer dizer, Tae tinha a mania de destilar elogios como esse a quem estava interessado sexualmente, e o loiro nunca ligou para tal atitude, afinal, eles não tinham nenhum compromisso de verdade além da amizade. Jimin já virá Tae beijando outras pessoas e vice-versa, nada fora do normal.

Até ele direcionar o elogio para Jeon Jungkook, seu ex namorado, a quem jurava não manter nenhum sentimento a tempos.

O pior, é que não estava se sentindo assim por Tae estar interessado em outra pessoa, estava assim por ele estar interessado em Jungkook.

Eles não possuíam regras entre si sobre as pessoas que ficavam, no geral, até podiam compartilhar as mesmas, mas porra, aquilo não!

Não gostou do tom do amigo, nem um pouco, e então olhou-lhe como quem dá um aviso, sem nem perceber, e o outro também não percebeu se tratar de um ciúme, pois não esperava uma reação assim do loiro.

Espera, ciúme? Jimin estava com ciúme de Jungkook? Depois de todos esses anos?

Não, não! Eu me recuso, me nego totalmente!

— Se acha isso, vá em frente. — cruzou os braços, se amaldiçoando em todos os idiomas por ter dito isso.

— Está falando sério? — Taehyung abriu mais os olhos, surpreso. — Não existe uma condição de não pegar os ex dos amigos ou algo do tipo?

— Pra mim, não. — tem sim, porra! — Se quiser, invista, eu não dou a mínima.

Burro, burro, burro!

Jimin não conseguia entender o porquê, aquelas palavras simplesmente deslizaram de sua boca, e parte disso era o desejo de convencer a si mesmo de que não se sentiria incomodado se Jungkook correspondesse às investidas de Taehyung, porque sabia o quanto o amigo é bonito demais para se deixar passar e ninguém resistia a seus encantos, nem mesmo Jimin.

E ele sabia que, com a carta branca que havia dado ao amigo, ele investiria, dava para notar somente pelo olhar dele. E não só ele, Jeon era carne nova, Tae não seria o único a demonstrar algum interesse em compartilhar prazeres.

E imaginar seu ex com seu atual melhor amigo/ficante, lhe embrulhou o estômago, e se arrependeu na mesma hora de ter dito que não se importava.

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— Peraí, como assim ele está aí!? — Miranda exclamou através do celular, e pelo tom de voz Jimin imaginou a expressão de surpresa e espanto dela.

— Simplesmente está, Miranda! Ele apareceu aqui na aula de geometria e pelo que eu entendi está estudando aqui! — berrou as últimas palavras, aproveitando seu momento sozinho para falar com ela enquanto caminhava em direção ao dormitório para se trocar. — Me diz, você já sabia?

— Eu? Acha que eu soubesse de uma merda dessa não teria sido a primeira a contar pra você? É claro que eu não sabia! — exclamou, quase que ofendida. — Afinal, por que ele decidiu estudar aí?

— Eu esperava que você pudesse me dar essa resposta. — apoiou o celular entre o ombro e a orelha para retirar as chaves da porta de entrada do seu prédio.

— Fiz uma viagem pro Canadá nas férias, sou fofoqueira, mas hoje ainda é o primeiro dia, ninguém comentou nada sobre isso aqui.

— Eu sei... — Jimin perdeu as palavras quando passou pela cozinha antes de subir as escadas do dormitório, enxergando uma figura muito conhecida por si. — Ai, caralho, isso não pode tá acontecendo...

— O quê? O que foi? Fala! — Miranda berrou em seus ouvidos.

Felizmente, Yoongi estava com os fones de ouvido plugados enquanto escrevia algo no caderno, sentado no balcão da cozinha, os cabelos longos amarrados em um coque enquanto alguns fios caiam sobre a nuca e parecia tão entretido que sequer se deu conta de Jimin ali, o que deu a chance do loiro subir as escadas em alta velocidade.

— O Yoongi, é o Yoongi! Ele também tá aqui, porra! — em um tom de voz que parecia um grito, ele disse, o coração batendo forte enquanto subia os lances de escada.

— O Yoongi? — Miranda sentiu uma agitação no peito, algo que a fez abaixar o tom de voz.

Jimin estranhou, mas estava surpreso demais para falar outra coisa.

— Sim, Min Yoongi está aqui e parecia à vontade demais para estar só de passagem. — por volta do terceiro andar, Jimin jogou as costas na parede, lamentando sozinho. — Porque isso tá acontecendo!?

— Ele foi embora... — a voz de Miranda estava baixa e ela parecia perdida, triste.

Jimin não pode deixar passar dessa vez.

— Mi? Tá tudo bem? — abaixou o tom de voz enquanto continuava a andar.

— Eu... eu não acredito que ele foi embora...

Jimin suspirou, fechando os olhos fortemente.

— Você ainda gosta dele, não é?

— Não sei, mas... esquece. Escuta isso, achei uma coisa. — pigarreou. — Eu acho que eles foram por causa do time de basquete ou algo assim, tem um aviso no painel dizendo que houve uma mudança na escalação.

— Mas isso é-

Jimin parou subitamente de falar quando chegou ao corredor de seu dormitório, só para dar de cara com um muro de costas largas que há muito tempo não vira.

Jungkook estava ali, caminhando em direção a sua porta.

— Eu te ligo depois, Mi. — e desligou.

Jungkook sentia a cabeça pesada depois de uma manhã inteira sem abrir a boca, com a mente martelando a respeito de tudo ao mesmo tempo. Seus amigos sabiam que Jimin estava aqui, fora que agora teria que conviver com o próprio por mais dois anos, olhando-o quase todos os dias da semana em suas aulas.

Virou a cabeça assim ouviu a voz de alguém atrás de si, se arrependendo logo em seguida quando viu o loiro retirar o celular do ouvido e enfiar no bolso da calça, ele parou no meio do corredor enquanto Jungkook puxava a chave do bolso.

Ambos se olharam.

Sozinhos.

Jeon sempre imaginou como seria se algum dia encontrasse Jimin novamente. Mas não imaginou que fosse assim, e pensou que sua primeira reação seria tomá-lo em seus braços e fazê-lo perder o ar de tantos beijos. Agora, isso parecia até mesmo errado dado aos seus sentimentos.

Não se via mais se aproximando de Jimin dessa maneira, nunca mais.

Por isso, quando o loiro deu um passo à frente em sua direção, o moreno rodou a chave e abriu a porta do quarto, entrando e trancando em seguida.

Jimin ficou estático no mesmo lugar, não só pela nova novidade, percebendo agora que Yoongi e Jungkook ficaram no mesmo prédio que ele e Taehyung, apenas com uma parede os separando, e aquilo parecia cada vez insano, não era justo consigo estar tão perto novamente e, ao mesmo tempo, à milhas de distância.

E agora não era somente uma suposição, Jungkook estava o ignorando, o que o fez sentir mais raiva ainda.

Que porra é essa? Ele fez tudo aquilo no passado e ainda se acha no direito de me ignorar?

Era o que Jimin pensava.

E aquilo o fez entrar bufando em seu próprio quarto, pronto para trocar de roupa e seguir até o trabalho.

Jungkook pode ouvir quando a porta ao lado foi fechada, sinalizando que Jimin havia entrado.

O quarto dele, 1995, fica em frente a porta 1996, por isso o quarto de Jungkook fica bem ao lado, 1997. Os corredores da universidade dividem as portas por números ímpares e pares, um em cada lado.

— Que ótimo.

Jungkook suspirou quando bateu as costas na porta atrás de si. Não se orgulhou de ter fugido, deveria ter ficado para enfrentar o quer que Jimin o dissesse, mas naquele momento era preciso, tinha muitas coisas na cabeça e não confiava em si mesmo para trocar palavras com o loiro.

Se é que existiam palavras para serem trocadas.

Em sua honesta opinião, não tinha nenhuma.

Mas Jungkook pode ver nas íris azuis que continuavam as mais lindas do mundo que ele queria uma conversa, ele queria lhe falar algo, perguntar talvez. Mas o moreno não queria contato algum, já havia aceitado e tudo o que ganhou deixando seu amor por Jimin florescer foram dois anos de puro sofrimento, que ele mesmo causou. Ok, já havia pagado seus pecados, todos eles, e não podia cometer a burrice que era se colocar naquele risco novamente.

O risco de ser abandonado.

Jimin e Jungkook não existiam mais a três anos, e deveria continuar assim.

Ambos já haviam aceitado.

Mas porra, basta uma batida diferente e tudo muda, não é?

Foi o que aconteceu hoje.

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É... o reeoncontro aconteceu, finalmente.

Como ces acham que esses dois vão se aproximar em? Porque eu não faço ideia!

Bjjs e até o próximo!