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Desculpem meu atraso, tive uns probleminhas técnicos.

Boa leitura meus amores, não esqueçam do voto e comentários pra mim!


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[JEON JUNGKOOK]

Tem certas coisas na vida, impossíveis de pôr em palavras.

E pôr em palavras o que senti depois que Jimin foi embora, extrapolou isso a um nível absurdo.

No último dia, quando resolvi procurá-lo em sua antiga casa e descobri que ele havia ido embora, eu decidi que não iria mais forçá-lo a falar comigo. Mas voltei atrás, depois dos primeiros três dias em que soube que ele não estava mais aqui, sequer na mesma cidade.

Eu entrei em completa negação depois de saber que provavelmente nunca mais o veria. E sinceramente, o sentimento de perda e rejeição é algo que não desejo nem mesmo para o meu pior inimigo, e me arrependi amargamente de ter feito isso com outras pessoas.

Eu sabia. No fundo do meu ser, eu sabia que merecia aquilo, tudo aquilo, e talvez até mais. Fiz tanta merda e quebrei o coração de mais pessoas do que posso contar, isso incluía o garoto que descobri ser o amor da minha vida e agora podia estar em qualquer lugar desse mundo, sem mim.

Aquilo era justo, mas não deixou de ser dolorido.

O aperto no peito e a queimação na boca do estômago eram impossíveis de se aguentar, combinado a minha mente que não calava a boca por um só minuto.

Ele te deixou! Te deixou por causa da porra da sua idiotice e ele não vai voltar!

Provavelmente nunca mais vai amar você, vai achar outra pessoa muito melhor, que não vai fazê-lo chorar e vai tocar nele do jeito que você tocava antes!

Ele vai amar outra pessoa!

— Cala a boca, cala a boca, cala a boca!

Eu explodi enquanto quebrava qualquer coisa que achei pela frente no meu quarto, sozinho e isolado do resto do mundo porque não queria ver ninguém.

E o problema de não querer falar com ninguém nesses momentos, é que se abre espaço para a mente colapsar em palavras não ditas.

E a minha é muito traiçoeira.

Eu olhava o celular de minuto em minuto para ver se, magicamente, as redes sociais de Jimin estavam funcionando, assim como também ligava insistentemente para o celular e o mesmo de sempre acontecia, "este número está fora de uso." E isso se arrastou por dias.

Eu não queria sair de casa, tampouco ver meus amigos, queria permanecer sozinho embora isso fosse a última coisa aconselhável a se fazer. Recusei o contato dos meus pais quando eles tentaram descobrir o que eu tinha, eu recusei o contato de toda e qualquer pessoa que estivesse por perto. Tive inúmeras crises de choro em meio a agonia que era não saber nada dele, acho tive crises de ansiedade onde não tive ninguém além mim para me acalmar.

O pior eram as lembranças.

Eu me lembro de como no primeiro mês não havia sequer um dia em que eu não tenha mandado mensagens para Jimin pedido desculpas por tudo o que fiz, mesmo sabendo que essas mensagens jamais seriam entregues e muito menos lidas.

E eu lembrava constantemente das coisas que fizemos juntos nos últimos meses e sinceramente, era a porra de uma provação passar por tudo aquilo sem derramar uma lágrima.

A primeira vez que o beijei, e acabei ficando viciado nisso. A primeira vez em que tive seu corpo pra mim, quase enlouqueci de prazer e amor ao mesmo tempo.

Nunca mais teria isso.

Eu nunca chorei tanto em um único mês.

Os outros dois meses que se passaram foram piores, porque eu acho que entrei na fase da raiva completa.

Em determinado momento, não pude mais evitar encarar meus amigos e os assuntos que teriam de ser resolvidos por mim, como a faculdade.

Mas parecia que tudo isso não tinha mais tanta importância para mim, as coisas simplesmente não faziam sentido. Foi quando notei que aquele término afetou não só o emocional, como todo o resto, e senti raiva.

Senti raiva de mim, de Jimin, dos meus amigos e de ter iniciado aquela droga de aposta. Eu não sabia que o final dela traria consequências para os dois, e tinha a ligeira impressão de que eu havia ficado com a pior parte. Porque não havia superado, não estava nem perto disso, eu ainda chorava todas as noites em meu quarto quando não conseguia resistir em olhar as fotos que tiramos juntos.

Eu fui à despedida de Namjoon e Hoseok quando eles embarcaram para Seul. Pois é, eles passaram e estavam indo embora, seguir seu sonho. Fiquei orgulhoso e sabia que sentiria saudades, mas naquela época eu estava tão absorto em minha própria lamentação que não notei o quão decepcionados eles ficaram com minha reação a partida deles, porque eu agi como se não fosse nada de mais.

Eles, infelizmente, ficaram tristes com isso, principalmente Hoseok, mas eu não conseguia perceber e tão pouco me importar.

Por algum motivo, eu associei o que havia acontecido comigo a eles, e minha raiva foi direcionada a eles, porque na minha cabeça, se Namjoon não tivesse começado com toda aquela merda, eu não estaria passando por aquilo, não teria aceitado o que era para ser uma brincadeira e acabar numa das piores fases na minha vida.

Senti raiva de Jimin por fazer isso comigo, por me deixar da maneira mais cruel possível, não me dando a oportunidade de vê-lo uma última vez e me despedir embora soubesse que não aceitaria tão fácil o fato dele ir embora para Deus sabe onde. Eu não tinha notícias há um tempo, e os pensamentos sobre ele já possuir outra pessoa ou nunca ter me amado de verdade tomaram conta por completo da minha mente.

Senti raiva de mim mesmo por pensar aquilo dos meus amigos e de Jimin. Porque eu sabia que eles não tinham como prever o que aconteceria, nem mesmo eu imaginei isso, não era culpa deles já que a palavra final de concordância foi minha, e eu não podia ter pagado de maneira pior. E não podia sentir raiva de Jimin porque ele foi a única pessoa enganada nessa história, ele não tinha mínima culpa do que eu fiz. Ter ido embora, me dilacerou por dentro de maneira que nunca vou esquecer, mas eu sei que devo ter partido o seu coração de maneira imperdoável também. Ninguém podia julgá-lo por decidir ir.

Nem mesmo eu.

Eu e Yoongi evitávamos falar no assunto, pelo nosso bem, afinal, nenhum de nós podia ser o apoio um do outro.

Mas ele ainda tentava, por mim.

Depois do baile de formatura, ele e Miranda não se falaram mais, o que obviamente quis dizer que eles também terminaram. E Yoongi podia ser duro como uma pedra, mas eu sabia o quanto estava doendo nele não ter aquela tagarela por perto, mesmo com ela estudando na mesma faculdade que nós dois, o que só piorava as coisas para ele.

Honestamente, eu não sei o que era pior. Eu não tenho notícias de Jimin a meses e sequer sei onde ele está, se está vivo e bem, ou Yoongi por ter que olhar diariamente para a garota a quem abriu seu coração sem perceber e ver o quanto ela parecia muito melhor sem ele por perto.

O quão ruim é você amar uma pessoa que está perto quase sempre e, ao mesmo tempo, a milhas e milhas de distância? Não poder se aproximar porque sabe que não é bem vindo?

Essa era a situação dele.

Nós fomos para a universidade, e eu juro por tudo que há de mais sagrado que aquilo parecia um borrão em nossas mentes, um momento que deveria ser marcado como o início de uma nova fase foi feito de maneira tão anestesiada que tudo parecia sem importância, nós ficamos calados na maior parte do tempo no primeiro mês em que as aulas começaram, e ficamos afastados nesse meio período também, já que nossas faculdades em nada se pareciam uma com a outra.

Eu bebia descontroladamente para me manter o mais inconsciente possível, só para não sentir. Dormia com uma frequência absurda, pois era o único momento em que minha mente encontrava tranquilidade.

O único momento em que tudo em volta não parecia um peso, era na quadra. O time montado nos recebeu bem, não demorou nada para estarmos em sintonia com eles e com o treinador Kim.

Os meses foram passando.

E a raiva deu lugar a tristeza.

Jimin e o seu sorriso eram a primeira coisa que eu pensava ao acordar e a última coisa que eu lembrava antes de dormir.

Meu primeiro ano na faculdade, deveria ser marcado com festas, sexo e diversão. Mas na realidade, passou longe disso. Quando não estava nas salas de aula ou na quadra, permanecia trancado no quarto, escondido do mundo exterior.

Eu estudava, não porque queria boas notas, era apenas o meu subconsciente me forçando a acreditar que talvez Jimin estaria orgulhoso do quanto melhorei nesse quesito. As pessoas ainda buscavam chamar minha atenção com outras intenções, mas eu simplesmente não conseguia de forma alguma dar entrada para esse tipo de coisa quando os lábios e o corpo de Jimin eram a única coisa que eu queria.

Odiava as noites frias onde a saudade do calor e do cheiro dele se faziam ainda mais presentes, às vezes, eu chegava a ter calafrios pela falta que o corpo dele me fazia, em todos os sentidos possíveis.

E eu ainda chorava repetidas vezes, ainda me pegava mandando mensagens que nunca foram lidas e sonhava acordado pensando em como ele poderia estar agora, e meu coração ainda doía ao pensar que outra pessoa estaria o amando como eu fiz.

Só que sem mentiras.

Minha vida e personalidade mudaram radicalmente, além de Yoongi e dos garotos do time, eu não havia feito nenhuma outra amizade ali, me tornei tão anti social que lembrava às vezes das coisas que fazia no ensino médio e me sentia estranho, porque aquele tipo de atitude não pertencia mais a mim.

Com o passar do tempo, a dor não passou, mas eu aprendi a conviver com ela e isso a fez se tornar menor, ou pelo menos eu me enganava assim.

— Jungkook, você tem que parar com isso, já faz quase dois anos! Precisa superar. — Yoongi me disse um dia, quando me pegou olhando as fotos antigas que tinha com Jimin.

Eu acredito que ninguém realmente entende que cada pessoa tem seu tempo para superar rompimentos ou perdas. Yoongi estava muito melhor em relação a Miranda, mas meu coração ainda pertence somente a Jimin e estava óbvio que eu não superei aquilo. O tamanho do amor que sentia por ele era tão imensurável que chegava a doer, e doeu ainda mais quando comecei a aceitar que ele não iria voltar para mim, como as esperanças do meu coração tolo e imaturo.

Aceitar o que aconteceu se tornou um exercício que eu repetia todos os dias, repetindo em minha mente que o passado passou e era hora de seguir, mesmo que ainda doesse diversas vezes.

Jimin provavelmente estava em outro lugar deste mundo sendo feliz à sua maneira, e eu estava aqui, preso ao sentimento que criei por ele. Já faz quase dois anos. Eu perdi todas as experiências mais memoráveis que todo jovem deveria ter ao entrar na faculdade por causa disso e continuaria perdendo se não deixasse isso de lado, aquilo era autodestrutivo demais.

E eu não aguentava mais me ver naquela situação de merda.

Isso não quer dizer que voltei a ser o mesmo de antes. Eu apenas tentei ser mais social com algumas pessoas, abrindo meu círculo social que já nem existia, fui a algumas festas, beijei algumas pessoas e transei com outras, meu interior se revirando quase sempre ao fazer isso, mas eu estava tentando esquecer, a todo custo, então ignorei.

Um tempo depois, as coisas em meu peito ficaram mais leves e, posteriormente, mais vazias.

Eu não sentia mais o amor de Jimin pesando em meu peito, contudo, não sentia mais nada também. Tudo parecia tão sem graça e sem cor que nada era atrativo. A sensação era de estar apenas existindo no espaço-tempo sem nenhum objetivo ou pretensão, além do basquete.

Em alguns dias eu me sentia um corpo vazio transitando no meio das multidões, em outros, eu me sentia transbordando de sensações ruins sobre cada um deles.

Eu não era mais o mesmo, e nunca mais seria.

Talvez eu tenha superado, finalmente. Era bom não pensar mais em Jimin vinte quatro horas por dia, era bom não chorar mais com lembranças de nós dois juntos e era bom não sentir meu peito trincando ao rever as fotos, áudios e conversas antigas, e era bom não sentir mais necessidade de ver isso para manter as memórias frescas.

Eu esqueci de sentir amor por ele, era o que eu achava, e agradeci por isso, mas, em contrapartida, eu esqueci de sentir muitas outras coisas também.

Coisas que fazem de nós mais sensíveis e abertos, coisas que nos fazem sentir vivos, coisas boas.

Eu desisti de tentar achá-lo após dois anos. Estava óbvio que Jimin não queria ser encontrado por ninguém, muito menos por mim.

Miranda sabia onde ele estava, eu tinha certeza disso, mas apesar de minhas súplicas para me dizer o quando tudo aquilo estava recente, ela nunca abriu a boca, e sequer falava mais comigo, de qualquer maneira. Parecia que aquela brincadeira havia ferrado com absolutamente tudo à nossa volta.

Não sei se consigo expressar o quanto aqueles dois anos foram dolorosos para mim. Existiam momentos em que eu só queria sumir da face da terra, desaparecer por completo e não retornar. Tentava lutar contra isso sempre que esses pensamentos apareciam, mas era difícil quando ao olhar ao redor, tudo parecia tão errado.

Nosso grupo ainda devia estar unido apesar da partida de Namjoon e Hoseok para outra cidade. Miranda ainda deveria estar com o Yoongi, e eu com Jimin, ainda deveríamos estar juntos, seja aqui ou separados pela faculdade.

O resultado não poderia ser mais distinto disso.

Eu restaurei minha parceria com Namjoon e Hoseok por meio das chamadas de vídeo e visitas que faziam nas férias. Eles sempre vinham para cá, em feriados prolongados e férias, passavam um tempo com a família e o resto, comigo e Yoongi.

Eu passei a ansiar esses momentos porque eram os únicos que não faziam eu me sentir tão vazio. O buraco no peito quase chegava a se fechar quando estávamos os quatro reunidos, juntos, curtindo as férias e fazendo besteiras como se ainda fôssemos adolescentes. Meus amigos compreenderam que havia demorado para passar, nada no mundo dói mais que a falta da pessoa que se ama, então eles fizeram um esforço tremendo para me manter animado durante quase dois meses inteiros.

E eu estava bem assim, finalmente sorrindo de piadas e fazendo coisas por minha vontade, vendo novamente um anseio para minha vida. Me aproximei ainda mais dos meus pais, arrumei um emprego na empresa de tecnologia da família como assistente do meu pai, o que não poderia ser mais estranho, porque nós dois juntos éramos o sinônimo de bagunça.

Eu tinha a feliz função de atrapalhar o Sr. Jeon no trabalho e fazê-lo rir quando estava morrendo de dor de cabeça, afogado no meio dos papéis, mas levava muito a sério quando ele queria me fazer aprender o ofício, nós nos damos bem na parte do tempo em que estava lá.

Aprendi a cozinhar.

Minha mãe havia ficado boa nessa função de chefe de cozinha, o que me deu ainda mais curiosidade sobre o assunto. Acabou que eu aprendi muito, nós conversamos por horas enquanto preparamos o jantar todas as sextas e aos finais de semana. Acho que nunca me senti tão próximo da minha mãe quanto naqueles momentos, nos tornamos amigos, pouco a pouco. Ela me ouvia, e eu a ouvia de volta. Eu sorria muito quando estava ao seu lado e do meu pai, quando decidia se juntar a bagunça conosco.

O buraco no meu peito também se fechava quase que completamente na presença deles, e conforme o tempo passava, sentia ainda mais necessidade de estar perto, principalmente da minha mãe. Eu contei a ela o que havia feito, e o motivo de Jimin não estar mais aqui, que a culpa era totalmente minha e ela concordou com isso, mas me abraçou logo depois, da forma mais carinhosa possível.

Estava tudo bem, eu havia aprendido a ficar sozinho para não depender da companhia de ninguém. Meus amigos estavam comigo e eu tinha o amor incondicional dos meus pais, tinha meu time que me fazia sentir raiva e felicidade na medida certa.

Eu senti que poderia seguir em frente sem dor.

Isso até o treinador nos dar a notícia da transferência, depois de quase três anos.

Sair de Busan, nunca foi algo que eu quis, ou almejei um dia.

Eu tinha tudo aqui, e quando o treinador Kim disse que fomos vendidos – sem nossa permissão. – e se queríamos continuar com o sonho, a melhor alternativa era ir, foi como se tivesse quebrado minhas pernas.

Porque, sendo sincero comigo mesmo, eu era bom no basquete, e foi o meu sonho durante a adolescência inteira, mas agora, com 21 anos, isso havia perdido um pouco da graça.

Eu acreditava que não havia nascido para ficar no escritório, como meu pai, mas aquilo ali estava se tornando minha prioridade número um. Eu ainda odiava usar terno e gravata, mas gostava do ambiente, gostava de ditar certas ordens e comandar uma sala de reunião, fiquei muito bom nisso com o passar desses três anos.

O basquete estava, pouco a pouco, ficando de lado.

E eu não me culpava por mudar de opinião, pessoas crescem e mudam, as opiniões também mudam.

Eu tinha algo aqui que era bom o suficiente para não querer sair.

Mas Yoongi não tinha.

Após entrar na faculdade, a família dele parecia determinada a deixá-lo de lado, com os pais divorciados, ele ainda ganhava a mesada mensal e eles pagavam os outros 50% da bolsa que ganhamos juntos, mas, além disso, nada. E ele queria ir, eu vi e senti isso assim que saímos da sala.

Mas, como ganhamos a bolsa juntos, não havia modo de irmos separados.

Eu queria ficar, Yoongi queria ir.

Tínhamos um dilema silencioso, e eu levei um dia inteiro com isso martelando em minha mente.

Yoongi ficou ao meu lado em todas as minhas fases mais terríveis depois do término com Jimin, ele me carregou bêbado mais vezes do que posso contar, tentou me ajudar de diversas formas enquanto me via ter uma espécie de depressão me fez ignorar todos ao redor. Treinou comigo para me distrair e aguentou meus choros e lamúrias durante as madrugadas.

Fora tudo o que fizemos um pelo outro antes de Jimin chegar. Yoongi era como um irmão, eu não podia fazê-lo desistir de seu sonho.

Por isso, nesse momento, estou terminando de arrumar minhas malas para partir rumo a Seul.

— Só dois anos. Vão ser somente dois anos e depois voltar para casa. — era o que eu dizia a mim mesmo a dias, faltando exatamente duas semanas para o término das férias, assim como o início de um novo semestre em 2022.

Assim que comentei com Yoongi que sim, nós iríamos, ele me agradeceu daquele jeito meio fechado, mas me deu um sorriso gengival grande, e só isso bastava. Meus sentimentos estavam confusos a respeito da partida.

Eu sentiria uma falta absurda dos meus pais e da minha casa, assim como dos garotos do meu — agora ex — time, mas poderia aguentar dois anos por Yoongi. Por experiência própria, eu sabia que o tempo passava mais rápido quando ocupamos a mente.

Entrei em um acordo com meu pai para continuar trabalhando pela empresa de longe, através do computador, era uma boa solução por enquanto. Acho que o mais difícil foi convencer minha mãe de me deixar ir.

— Continuo não aceitando que vai me deixar aqui! Quem vai cozinhar comigo, agora? — ela reclamou, sentada na cama a minha frente, estamos em meu quarto, encaixotando as coisas.

Seu rosto estava triste e choroso, eu podia ver o rastro de uma lágrima na face bonita e jovem.

— Eu vou tentar vir todos os finais de semana mãe, são só quatro horas de viagem, não se preocupe. — me aproximei de si, me abaixando para deixar um beijo na testa. — E pode pedir ao papai para lhe ajudar quando eu não vier.

— Me tire dessa, essa função é sua! — sua voz soou na porta do quarto, e eu ri com a careta que minha mãe fez. — Não quero passar o fim de semana tendo crises de rinite.

— Você é um insensível, Sunjun! — ela reclamou, cruzando os braços como uma criança birrenta, estava chateada e triste. — Nosso bebê está indo embora e você não me dá uma palavra de consolo!

— Por favor, meu bem. Olhe pra ele. — meu pai apontou para mim, se aproximando de nós. — Ele não é mais um bebê, está maior que eu! — exclamou indignado.

Ele falava a mesma coisa há anos, desde que comecei a ir para academia frequentemente.

Me sentei ao lado de Sook, a abraçando de lado, descansando sua cabeça em meu ombro.

— Eu vou voltar mãe, eu prometo. — sorri quando ela ergueu o queixo para me encarar.

— Promete mesmo?

— Prometo mesmo. Não se preocupe, eu vou ficar bem, e vou voltar em todas as férias e feriados. — ela sorriu fraco, me apertando em seu abraço também, já era o milésimo do dia.

— Está vendo, Sunjun? Ele ainda é o meu bebê. — ergueu o queixo para meu pai, como se esfregasse na cara dele.

Sr. Jeon ergueu uma sobrancelha, ficando muito parecido comigo quando fazia isso, ou eu ficava parecido com ele, não sei.

— Um bebê de um 1,80 de altura, isso está certo? — me afastei da minha mãe e fui em sua direção, também o apertando com um abraço que logo foi correspondido.

— Sei que vai sentir minha falta na empresa coroa, corroendo seu juízo. — mostrei um sorriso.

— Não vou. — negou brevemente, com a face séria que logo se desfez. — É, eu vou, já me acostumei com sua presença desastrosa e suas piadas ridículas, moleque. — soltei uma gargalhada. — E é bom mesmo vir todos os finais de semana, sua mãe vai me afogar num mar de lágrimas se não o fizer.

— Eu ouvi isso!

Eu não queria demonstrar a eles o quanto não me sentia confortável em ir embora também, mas era um assunto já resolvido, eu faria aquilo por Yoongi e meus outros amigos, ponto final.

Dois anos.

Só dois anos.

E depois voltar para casa.

Namjoon e Hoseok ficaram sabendo da mudança uma semana depois que acertamos a documentação com a universidade de Seul, eles reagiram um pouco estranho no início, mas logo estavam pulando e gritando aos quatro ventos de alegria, já que seríamos nós quatro novamente, juntos.

Eles vieram para Busan como todas as férias, e nós curtimos como se não houvesse amanhã. Eu sentia em alguns momentos, que havia algo errado com os dois, pois os encontrava apreensivos em certas ocasiões por – aparentemente – nada, mas relevei. Talvez seja algo pessoal, afinal, eles construíram uma vida em Seul longe de mim e Yoongi, era normal ter algumas coisas não ditas.

E decidimos que voltaríamos todos juntos, na nossa antiga divisão de carros.

Eu e Hoseok no meu carro, Namjoon e Yoongi em outro.

Após me despedir dos meus pais a base de muito choro por parte da minha mãe, arrumamos as poucas caixas no porta malas e as bolsas no banco de trás, deixando um espaço para as coisas de Hoseok, que não eram muitas, já que ele só veio para passar as férias. Eu saí da garagem olhando tudo ao redor um desconforto no estômago.

Minha mãe deixou um beijo em minha testa, arrumou meus cabelos e disse:

— Eu te amo, querido. Se divirta! — e sorriu, carinhosa.

— E traga muitos troféus para casa! — meu pai disse atrás dela, e eu ri. — Também te amo, campeão.

— Amo vocês. — eu disse os olhando. Eles acenaram sorridentes enquanto me viam ligar o carro e sair pelo portão da frente. — E não mexam no meu quarto!

Gritei, já saindo pela rua e os vendo rir pelo retrovisor do carro.

Sentiria uma falta absurda deles durante esse tempo, mesmo sabendo que podia voltar a qualquer hora.

Eu dirigi pelo caminho conhecido até a casa de Hoseok, suspirando de minuto em minuto ao passear pelos lugares que já vi tantas vezes.

Eu fiz isso milhares de vezes enquanto a dor de Jimin ter indo embora ainda persistia, eu fui a todos os lugares que estivemos juntos e chorei em silêncio em cada um deles, relembrando os momentos que não queria esquecer. Mas depois, eu desviava todos os meus caminhos, só para não chegar perto deles, porque não existia sequer um dia que eu tenha ido ali sem sentir o gosto dele como sangue na boca.

Abri um sorriso quando vi Hoseok já em frente a sua casa.

— Cara, eu nem acredito que estamos indo! — ele estava mais que animado, se encontrava eufórico.

— Nem eu. — exclamei com um sorriso, Hobi sempre me deixava de bom humor.

Fora a parte da mudança, me sentia feliz em ter todos os meus amigos juntos novamente, como o grupo que sempre fomos.

Ele colocou suas duas malas de viagem no banco de trás e uma mochila de costas junto a elas, bem ao lado das minhas coisas arrumadas.

— Cê pegou tudo? Tudinho? — me encarou com os olhos bem abertos.

— Peguei sim. — afirmei, buscando minha garrafa de água para dar um gole.

— Pé na tábua, temos que chegar antes de escurecer! — coloquei a garrafa de volta no lugar e liguei o rádio, deixando em alguma música de rap.

— Pra já, chefe! — girei a chave novamente e liguei o carro, começando a dirigir.

Indo em direção a saída/entrada da cidade, onde nós quatro marcamos de nos encontrar.

— Eu mal posso esperar pra mostrar tudo pra vocês dois! É ótimo Jungkook, os quartos são espaçosos e têm banheiro próprio, tudo lá é muito grande. — o sorriso dele deixava claro que era verdade.

A animação de Hoseok me fazia sentir mil vezes melhor a respeito de minha própria decisão, era tudo leve com ele do lado, seu otimismo me contagiava, e eu sentia muita falta dele quando não estava aqui.

Agora o veria novamente todos os dias.

Fomos conversando até avistar a placa que anunciava a saída/entrada da cidade, não enxergando nenhum carro além do meu por perto.

— Onde aqueles idiotas se meteram? — Hoseok questionou olhando em volta e pegando o próprio celular.

— Eu não faço ideia. — respondi vago, olhando pelo retrovisor para trás.

— Namjoon disse que já estavam aqui.

E como na cena de filme dos velozes e furiosos 7, Yoongi apareceu com o carro ao lado do meu de forma silenciosa, causando um pequeno susto em mim e Hobi.

— Aí, acharam que iriam embora sem se despedir? — e citou uma das frases de Brian O' Conner; sorrindo aberto.

Ele estava mais que só feliz, estava radiante e admito que também estava muito bonito com aquele cabelo longo e meio cacheado, de verdade.

E eu sabia estar fazendo a coisa certa.

— Pensei que iriam demorar mais. — comentei com ironia. — E você não se parece em nada com o Brian.

— E você tá longe de ser o Dominic Toretto!

Logo depois disso, nós começamos a dirigir.

Hoseok passou a tagarelar sobre a faculdade e como queria fazer um tour comigo e Yoongi no primeiro dia de aula, algo que eu não faria nem fodendo, ele que me perdoasse. A única coisa que eu realmente queria fazer ao chegar lá, era decorar as salas de aula e os caminhos que levariam a quadra e meu dormitório.

Meu e do Yoongi, na verdade.

— Em qual ala de dormitórios vocês ficaram? — ele me pergunta em determinado momento.

— Hum… — eu tento lembrar, puxando pela memória nos papéis que li a uns dias.

Na faculdade de Busan, eu e Yoongi não precisávamos de dormitório porque morávamos perto e bem… não queríamos tirar o lugar de duas pessoas que realmente precisam de um lugar pra ficar.

Mas agora, em Seul, nós precisaríamos do dormitório masculino de qualquer maneira, a parte boa era que eu e Yoongi vamos compartilhar o quarto, para facilitar a transição que por si só, já era estressante e – para mim – angustiante e desconfortável.

— Prédio 7, ala 12, quarto 1997. — respondi, com os olhos ainda fixos na estrada, hora ou outra olhando pelo retrovisor se Yoongi e Namjoon ainda estavam atrás de nós.

— 1997? Mas isso fica ao lado do… — sua voz ficou um pouco apreensiva ao falar e subitamente parou, me fazendo franzir o cenho e olhá-lo rapidamente.

— De quê?

Hoseok pareceu parar por um segundo, logo depois me mostrou um sorriso grande, mas que parecia um tanto nervoso.

— De ninguém, na verdade, eu ia dizer que o quarto de vocês não fica no mesmo prédio que o meu ou o de Namjoon, mas fica do lado, não vai ser tão distante.

Ok, foi um pouco estranho, mas deixei isso de lado assim que o celular de Hoseok começou a tocar, ele atendeu, pondo no viva voz.

— Vocês trouxeram comida, né? São quatro horas de viagem. — ouvi a voz de Namjoon soar. — Quatro horas e quarenta minutos, na verdade.

— Tem pacotes de salgadinhos na mochila, mas não trouxe nada pra beber. — e então Yoongi se pronunciou.

Fiz uma careta.

— Salgadinhos? Sério? — bufei. — É por isso que o intestino de vocês tá sempre com defeito. — Hoseok riu baixo.

— Não é porque você virou um completo maluco obcecado por saúde que nós vamos abdicar dos prazeres de comida industrializada. — Namjoon reclamou, e eu pude ver pelo retrovisor ele segurando o celular para cima, no meio dos dois, assim como Hoseok fazia ao meu lado.

— Isso é verdade Jungkook, você emagreceu muito desde que começou a fazer esses jejuns intermitentes aí. — o ruivo ao meu lado disse em um tom preocupado.

— Esse era o objetivo, mas não se preocupe, já voltei à alimentação normal. — dei um meio sorriso, sem tirar os olhos da estrada.

— Sim e aí mesmo? Trouxeram comida ou não? — Yoongi voltou a falar, um tanto sem paciência.

Eu bufei e ri ao mesmo tempo.

— Minha mãe colocou um pode com alguns sanduíches na mochila, não sei se vai dar pra todos, mas podemos parar em Daegu daqui a uns quarenta minutos, aproximadamente. A distância de lá até Daejeon é maior. — disse, seguindo o plano pelo caminho mais rápido até chegarmos em Seul.

— Fechou! — Namjoon concordou e logo em seguida a ligação foi finalizada.

Dez minutos depois, nós paramos no acostamento da rodovia apenas para dividirmos as garrafas de água no carro de Yoongi e os sanduíches na minha bolsa, logo partindo normalmente.

Um tempo depois, nós chegamos a Daegu e paramos em uma loja de conveniência qualquer pelo centro da cidade para comprar as porcarias que aqueles três tanto queriam. Eu abri mão desse tipo de alimentação desde que aprendi a cozinhar, sempre preferindo algo mais saudável, passava longe das lojas de conveniência.

No geral, apenas comprei um leite de banana e uma barrinha de chocolate.

O apreço por doces era a única coisa que continuava a mesma em mim.

Eu já ouvi isso de muitas pessoas, dos meus amigos, dos meus pais, do meu antigo time e das pessoas que conheci na escola e que ainda estudavam comigo na faculdade.

Todos diziam que eu estava diferente, não apenas em aparência.

Eu sentia isso também, as coisas que antes pareciam tão importantes foram substituídas por outras ao decorrer desses três anos.

Sair e voltar pela manhã ou desmaiar de bêbado na casa de alguém já não me era tão atrativo. Beijar várias bocas em uma noite e transar com desconhecidos também não era legal, tanto que isso sequer acontecia comigo atualmente. Eu ainda era considerado objeto de desejo de muitas pessoas, mas, sinceramente, nenhuma delas parecia atrativa, não possuíam o que eu estava buscando, e nem sabia direito o que seria.

Muitos diriam que acabei virando careta, mas eu me sentia melhor dessa forma, então foda-se o resto.

Uma vez pensei que o amadurecimento vem com a idade. Eu estava certo. Me sentia mais maduro do que o Jungkook de três anos atrás jamais seria.

E a parte boa, é que não fiz isso por ninguém além de mim mesmo.

Eu e Yoongi apostamos um racha amigável na estrada vazia e deserta que nos levou até Daejeon, e de lá fomos em direção a Seul e depois a tal universidade.

Seguindo o GPS, é claro, porque eu estava em uma cidade nunca vista antes, onde não se parecia em nada com Busan.

Os prédios eram super altos e havia muitos carros, muitas pessoas andando de um lado para o outro e eu contei umas quinze pessoas fumando na rua pelo caminho que passamos.

Era simplesmente… sufocante.

Era até legal, parecia que tudo estava muito perto de qualquer lugar e o tempo parecia sempre acelerado, todos sempre com pressa.

Sinceramente, o que pensei era que só faltava aparecer uma mulher de casaco estiloso, botas de salto fino atravessando a rua com um copo de café em uma das mãos, falando ao telefone, estressada com algo.

Não foi muito apreciado por mim, mas já estava aqui, não podia dar pra trás.

Logo na entrada, é possível ver os símbolos ㅅㄱㄷ formados em um tipo de estátua bonita e contemporânea, agora, não vejo carros passando conosco porque tecnicamente, ainda estamos no meio das férias. Dos dois lados da estrada há muitas árvores altas da cor verde e marrom do outono. É bonito.

Passando da entrada, na lateral direita, a uma parada de ônibus – eu acho – que conduz os alunos que não tem carros pelo campus, já que segundo o mapa da universidade, é tudo tão grande que parece uma cidade dentro de outra.

Poucos carros estão espalhados pelas estradas que levam até o campus principal, Gwanak, tem bastantes árvores de cores diferentes e a atmosfera é boa, pelo menos agora, enquanto está vazio.

— Ali fica o centro estudantil. — ouço a voz de Hoseok, apontando para um prédio imenso que, olhando do carro, parece ter formato em T deitado.— Ali fica a livraria e a papelaria, restaurante dos estudantes, banco, centro médico e farmácia, também tem uma loja de souvenir da SNU, se você quiser desfilar por aí com algo da universidade. — riu.

— Nem fudendo.

Mais a frente, Hoseok me indicou o que seria a biblioteca central, a maior e a principal da universidade. Ele disse ser tão grande que precisa de placas para se localizar, e que parece um verdadeiro labirinto por dentro. Não é para menos, o prédio Gwanaksa consegue ser maior que o prédio dos estudantes.

Tem um prédio principal em formato de cilindro espelhado que apesar de bonito, não tem lá muita coisa para ver a não ser as salas de aula extras e o auditório simplesmente gigantesco.

O resto são parques, praças verdes, lugares de descanso ou lazer, tem uma academia também, o que é um ponto positivo para mim. Tem muitas lojas de conveniência e restaurantes espalhadas pelo caminho que viemos, Hobi disse que teriam facilmente uns dois mil por aqui, mas sendo sincero, eu não estava muito interessado em percorrer de carro o espaço imenso desta universidade em um dia, porque levaria, no mínimo, seis horas.

Hoseok acabou instalando no meu celular um aplicativo próprio da faculdade que funciona como um GPS, para se localizar aqui dentro, salas de aula, prédio específico ou restaurante. Confesso que achei bom, poupava muito trabalho.

Tem prédios e mais prédios de determinadas faculdades distintas, como medicina, economia, arquitetura e administração.

Estando aqui, é impossível que meus pensamentos não se voltassem para Jimin, porque era simplesmente o sonho dele estudar aqui, no meio de toda essa grandeza, e agora ele pode estar em qualquer parte do mundo, menos aqui, estudando onde sempre quis e em parte me culpo diariamente por isso também, por minha causa, ele acabou desistindo do sonho, de qualquer maneira.

Se a noite do baile não tivesse acontecido, e nós continuássemos juntos mesmo que a distância, eu viria para cá de bom grado e empolgado, muito diferente de como estou agora.

Me sinto deslocado.

Após mais alguns minutos passando por prédios que provavelmente nunca vou entrar nos dois anos que estarei aqui. Hoseok me guiou pelas estradas até chegar às paredes dos dormitórios masculinos, nós passamos pelo feminino que era praticamente igual, a alguns minutos.

Descobri que também há um lado onde as pessoas vão para ver o pôr do sol. Há muito verde aqui, muito espaço para respirar também, é algo bom. Também há dois outros campus em outras áreas, é como se fossem três cidades dentro de um estado.

Vou ter exatamente duas semanas para me ajustar aqui e conhecer o necessário, é o suficiente. Fora que preciso conhecer a cidade fora daqui, mesmo acreditando que nesta universidade, qualquer coisa está perto.

O dormitório masculino é aconchegante e… grande, como tudo aqui.

Tem um banheiro, duas camas de solteiro grandes, guarda roupas e mesas de estudo, tudo separado individualmente em cada canto do quarto, um para mim, outro para Yoongi.

Hoseok e Namjoon nos ajudaram a tirar as caixas do carro e levá-las para o quarto. Soube que cada prédio desse tem 10 andares e cada um com 25 dormitórios, podendo ter duas ou mais pessoas dividindo, dependendo da mensalidade que pagam.

Deve ter bem uns 15 prédios desses espalhados, e eles têm estacionamento, o que foi de grande ajuda.

O primeiro andar desses prédios é a cozinha, pelo que Namjoon nos disse, onde todos podem usar em conjunto. O dormitório deles fica no prédio ao lado do nosso, no terceiro e quinto andar, já que não tiveram a sorte de ficar juntos.

— Quero falar com você.

Chamei atenção do meu amigo assim que ficamos a sós, Min estava no chão do seu lado do dormitório, desempacotando as caixas que trouxe com suas coisas e organizando no guarda roupa.

— Manda. — disse, sem virar para me olhar.

Eu respirei fundo.

— Quero que você fique com a função de capitão desse novo time. — e então falei, vendo-o parar de mexer em suas coisas.

Isso era algo que eu vinha remoendo dentro de mim a bastante tempo, quer dizer, minha vida tomou foco diferente e não seria justo comigo e nem com o time permanecer nessa função de destaque já que não me entregaria por completo. Eu não merecia mais estar nessa função, mas Yoongi sim.

— Porquê? Você é era um ótimo capitão em Busan, vai se dar bem aqui também. — se sentou ao meu lado na cama, me observando atentamente, eu podia ver uma dose de preocupação em seus olhos.

— Eu sei, mas… mano, você sabe como eu to comprometido com empresa do meu pai e, sinceramente, não sinto que vou fazer um bom trabalho neste novo time, porque não estou 100% focado nisso, entende? — ele assentiu. — Você é o capitão perfeito e não pode deixar um time grande como o de Seul fazer feio nos campeonatos.

Ele riu baixo.

— Tem certeza disso, Jungkook? Não tem mais nenhum motivo além desse? — questionou, sério e apertou meu ombro de leve.

Definitivamente, não havia outro motivo.

— Tenho certeza, vamos falar com treinador novo sobre as trocas de posições assim que as aulas começarem, ok?

Ele suspirou.

— Tudo bem então, se é assim que você deseja. — concordou, manejando a cabeça.

Outro questionamento passou por minha mente.

— A Miranda sabe que fomos embora? — assim que questionei isso, Yoongi se levantou e acabou se jogando na própria cama, bufando alto.

— Todo mundo sabe, ela provavelmente não foi uma exceção. — comentou fingindo indiferença, apesar disso já ter ficado no passado, ainda era um assunto sensível para ele.

Se ela soube, não veio falar com ele.

— Hum.

Sempre me questionei se a garota de cabelos cacheados ainda mantinha contato com Jimin, eu acreditava que sim, mas ela nunca confirmou nada sobre isso quando eu ainda estava na fase de negação e queria a todo custo falar com ele.

E nem eu procurei saber disso depois de um tempo, já não era mais da minha conta.

— Vamos definir regras. — ele disse depois de um tempo, olhando para mim da sua cama.

Abri um sorriso.

— Nada de músicas altas. Nada de acordar cedo nos dias que não são para acordar cedo. Nada de bagunça no quarto e o principal… — fez uma pausa, erguendo o dedo para cima. — Nada de sexo no banheiro e nem no quarto se o outro estiver, aparentemente, dormindo. Eu não quero abrir os olhos e de repente olhar a sua bunda no meio da madrugada. — fez uma careta e eu acabei gargalhando.

Isso não vai rolar.

— Quando a isso você não precisa se preocupar. — revirei os olhos. — Não vai acontecer.

— É, eu espero.

— Concordo com as regras, elas também servem pra você. — apontei-lhe o dedo.

— E eu tenho cara de quem faz essas barbaridades? — forçou uma cara de anjo, logo dando risada.

— Aham, sei.

Um tempo depois daquilo, Namjoon e Hoseok vieram novamente e mesmo cansados da viagem, nos fizeram vestir roupas apresentáveis e nos obrigaram a dirigir até um bar fora da universidade que eles adoravam, para comemorar a nossa vinda. Eu sentia que aquilo iria se tornar um tanto comum daqui pra frente, pois nas ligações eles sempre estavam reclamando ter que pagar caro para sair da faculdade e voltar quando queriam curtir.

Eu fui no embalo deles e me diverti, pois, apesar de não estar 100% confortável neste lugar, não precisava agir como se estivesse infeliz.

Era só o começo de uma nova fase da minha vida.

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Que acharam desse "novo" JK?

Algo me diz que essa faculdade vai pegar fogo..

Bjj, até o próximo!

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