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Batemos 10K????? É isso mesmo Brasil!!???
To até emocionada... muito obrigado a cada um que dedicou seu tempo pra ler essa bagaça escrita por mim kkkkk, amo vcs demais!!
O capítulo está enorme, vocês que lutem.
Não esqueçam de votar e comentar em!? To de olho em vocês!!!
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— Saiu, finalmente! — Hoseok apertou o passo ao lado de Jimin e Miranda. Os três haviam terminado a aula de artes a pouco tempo, por isso cada um carregava entre as mãos uma folha canson tamanho A4, o exercício feito.
O sinal tocou, sinalizando o fim da aula e o começo de outra. As portas do corredor abriram quase ao mesmo tempo e uma montanha de adolescentes saiu das salas, lotando os corredores rapidamente.
Todos indo em direção ao painel da parede lateral da escola onde várias folhas de papel estavam perfeitamente presas por alfinetes.
— O resultado da aprovação! — Miranda exclamou, logo correndo atrás dele. O tom de voz que Jimin não sabia ao certo descrever, estava entre o pânico e nervosismo.
Ele estava tranquilo, sabia que havia se saído bem, isso até ver Jungkook sair de sua sala no corredor oposto, a uns dez metros de distância. Apertou o passo quando o olho no moreno bateu exatamente no painel da parede, algumas pessoas já se dispersando animadas com a aprovação escolar, outras ainda tentando chegar perto para ver.
Andou mais depressa, agora um tanto apreensivo.
Jungkook sentiu um pequeno frio no estômago que o fez torcer os lábios, mas do que nunca, ele estava ansioso para que o dia de hoje chegasse logo. Sua aprovação significava que mais da metade do caminho já estava feito, além de significar estar livre da escola, também iniciava outro capítulo do que ele esperava estar repleto de coisas boas, com Jimin ao seu lado.
Observou o loiro andando rápido, deu um sorriso, também começando a se mover, ambos se encontraram exatamente em frente a massa de pessoas em volta do painel de folha impressa com listas de nomes, se cumprimentando com um selinho rápido.
Sabe aqueles casais que não importa quanto tempo passe, se eles se beijarem com um pouco mais profundidade, acabam transando?
Jimin e Jungkook estavam exatamente assim, então durante a manhã, os toques não passavam de breves contatos entre as bocas.
— Tudo bem? — Jimin o questionou baixo.
— Tudo. — Jeon soltou a palavra em um suspiro. — Você já viu? — apontou com o queixo para o painel.
— Ainda não, somente Miranda e Hoseok. — o olhou com carinho. — Queria ver com você.
Jungkook sorriu de lado, beijando com carinho a testa amostra do loiro, um dos seus lugares preferidos do corpo alheio, mas desta vez, nem mesmo o cheiro bom de seu cabelo conseguiu diminuir sua ansiedade.
Mesmo com a montanha de pessoas em volta daquilo, ambos conseguiram passar livremente até estarem perto do painel. Jimin, mesmo não utilizando mais os óculos de leitura com tanta frequência, enxergou rapidamente a lista a qual ambos os nomes pertenciam.
— Aqui. — sinalizou para Jimin, apontando para o papel com letras pequenas.
Com os olhos atentos, começaram a ler os nomes de cima para baixo, procurando pelo de Jungkook, o moreno foi o primeiro a achar, levando o dedo por impulso até o próprio nome, arrastando para o lado até conseguir ver a tão esperada palavra que gostaria de ler.
Aprovado.
Jimin abriu um sorriso gigante antes mesmo do moreno ter alguma reação. Ele se agarrou no braço do namorado, o balançando com força enquanto dizia:
— Você passou!
Com a voz do outro em seus ouvidos, o moreno finalmente despertou, tirando a mão do papel e virando-se para o namorado, abrindo um sorriso que Jimin quase perdeu o fôlego de tão lindo.
O coração de Jungkook batia forte de felicidade, suas mãos que antes tremiam levemente em ansiedade se aquietaram e ele finalmente pode respirar em paz depois de muito tempo. Seu medo de não se formar era real, tanto pelo seu sonho no basquete quanto pelo desejo de acompanhar Jimin na nova etapa da faculdade, onde estariam iniciando juntos, uma nova fase.
Sem conseguir se conter, ele agarrou o rosto do loiro com as duas mãos, trazendo-o para perto e beijando-o, sem importar-se em estarem na escola e com algumas pessoas em volta, que honestamente nem deram muita atenção, estavam mais preocupados com suas vidas.
— Eu passei! — exclamou animado, radiante. Jimin correspondeu com uma risada alegre. — Graças a você! Amor, se não fosse você eu tenho certeza que isso não seria possível. — o beijou mais uma vez.
— É, eu sei que sem mim você não é nada. — o loiro disse, ainda rindo. — Eu sabia que iria conseguir!
Jungkook diminuiu o sorriso, passando a olhar nas íris azuis com amor puro e brilhante.
— Obrigado por estar aqui, obrigado por tudo, eu te amo! — o puxou para um abraço apertado.
— Também te amo, seu bobo. — Jimin disse abafado contra o peito de Jungkook, imensamente feliz por ele.
Seu olhar foi para a lista novamente, procurando seu nome, apenas por precaução, e seu sorriso aumentou quando viu o "Aprovado" bem ao lado.
— E aí? Passou? — Miranda questionou, ficando ao lado de Jimin, curiosa como sempre.
— Passei! — o mais velho respondeu, ainda agarrado ao namorado.
— Corrigindo: nós passamos. — Hoseok intrometeu-se, chegando perto. — Yoongi e Namjoon também foram aprovados! O terceiro ano finalmente acabou! — soltou as palavras com um suspiro pesado de cansaço.
— Cara, eu nem acredito! — a castanha expressou com os olhos bem abertos e a respiração rápida. — Vamos nos formar, nós vamos nos formar! Poderemos ir ao baile! — deu pulinhos, bastante animada.
— Baile? — o loiro virou a cabeça, meio confuso.
Miranda franziu as sobrancelhas.
— Sim, o baile de formatura. — disse, obviamente. — Tenho que escolher o vestido! — arregalou os olhos. — E vocês os ternos. — apontou para os meninos.
Miranda e Hoseok começaram a tagarelar sobre roupas.
Jimin tirou os olhos dela por alguns segundos, abaixando minimamente a cabeça para torcer os lábios e mirar o chão. Ele sabia que haveria um baile, todos os formandos tinham direito a um, mas honestamente, sequer lembrava desse fato, fora que desde o começo do ano, seu objetivo não era outro a não ser ir embora, ele não sentia animação nenhuma ao se imaginar indo a um baile para ficar sozinho no meio de tanta gente.
Bom, mas agora...
— Eu não tenho terno. — ele murmurou baixo, apenas para que Jeon ouvisse.
— Eu te compro um. — ditou simples, beijando rapidamente sua têmpora.
— Não pode me comprar um terno! — o loiro reclamou, olhando-o de cenho franzido.
— Como não? — levantou uma sobrancelha. — É tão simples. Nós vamos a uma loja, você escolhe e eu pago. — balançou a cabeça, como se fosse óbvio.
Jimin revirou os olhos tão fortemente que poderia perdê-los atrás da cabeça.
— Não, besta. Não pode me dar um terno, sabe quanto custa isso? — começou a andar para longe da multidão, assim como Hoseok e Miranda haviam feito anteriormente. — E nem tente me convencer a aceitar, não vai funcionar desta vez!
— Deixa de besteira, sabe bem que isso não vai fazer diferença pra mim. — Jungkook apertou o passo ao ver o loiro começar a afastar-se de si, desviando dos alunos indo para o lado oposto. — Porque não quer? Veja como um presente de formatura.
— Isso não seria um presente de formatura. — contrapôs, virando o corredor para chegar à sala da próxima aula.
Elas nem eram mais necessárias, mas o cronograma escolar era até o dia 30 de novembro, sexta-feira, e ainda estavam na quarta, dia 28.
— Isso seria um capricho, eu nem teria lugar pra usar depois!
— Pode usar no nosso casamento. — Jeon comentou risonho atrás de si, não levando nada do que o outro falou a sério. Jimin parou de andar, virando-se e olhando-o com tédio. — Que foi?
— Eu to falando sério, Jungkook! — ralhou.
— Eu também! — sem abalar-se, puxou Jimin pela cintura até seu próprio corpo. — Não faz assim amor... — amaciou a voz. — Vai me negar o prazer de ver você ficar sexy pra caralho de terno?
Jimin observou com atenção o olhar ansioso, cheio de malícia e segundas intenções de moreno, somado ao sorriso que subia enquanto ele mordia a própria boca.
— Quer saber? Você não presta! — deu um tapinha fraco no peitoral alheio. — Você não tem aula agora? — mudou de assunto.
— Tenho. Sociologia. Mas não to afim de ir não. — manhou, verdadeiramente com preguiça. — Nós podemos fazer uma coisa bem mais divertida no terceiro andar, sabia?
As bochechas de Jimin esquentaram levemente, um pequeno calor se instalando entre as pernas até o peito. Meio tentado, o loiro lambeu os lábios, se sentindo mole nos braços de Jungkook.
— Nós combinamos que não faríamos mais isso aqui. — o moreno molhou os lábios quando a voz do menino ficou baixa, como se estivessem falando um segredo.
— Uma última vez, vai... — beijou a bochecha lisa. — Mereço um presente por ser aprovado? Não acha?
Jimin consertou toda sua força para negar, ele não deveria fazer aquilo, se arriscaram tantos nos últimos dias e nem era uma necessidade verdadeira, eles tinham vários lugares onde poderiam ficar sozinhos e fazer o que quisessem. Era teimosia, desejo de adrenalina...
A excitação.
Por fim, ele não resistiu.
— Anda, vem!
Dois minutos depois, Jungkook trancou a porta da sala vazia, jogando a bolsa no chão, Jimin fez a mesma coisa, porém com mais cuidado. Suas costas bateram na parede quando o moreno atacou sua boca, às mãos foram direto para a barra da calça, levantando a camisa vermelha minimamente.
O loiro pode ouvir o barulho de seu zíper sendo aberto enquanto Jungkook metia a língua em sua garganta, ele mal teve tempo de raciocinar quando seu membro foi inesperadamente puxado para fora, seus lábios foram soltos, Jungkook ajoelhou-se a sua frente, começando a sugá-lo com vontade e sem hesitação.
Soltou um gemido baixo, embrenhando os dedos nos fios pretos.
Sua cabeça bateu na parede, os lábios entreabertos soltando pequenos arfares e o pomo de adão subia e descia à medida que a saliva descia pela garganta. Uma imagem estonteante vista lateralmente.
Jungkook sabia chupar bem, ele não tinha o costume de fazer isso sempre e nem Jimin pedia que o fizesse, mas era sempre bem-vindo.
Gemeu frustrado quando o moreno o soltou e ficou em pé a sua frente, ele mordeu seu lábio antes guiá-lo até a primeira mesa de estudos e debruça-lo, deixando-o em um ângulo de noventa graus, e então abaixou a calça, juntamente a cueca até os joelhos.
— Você trouxe? — o loiro perguntou, a bochecha e o peito pressionados na superfície gelada pelo ar condicionado.
Jeon riu e ofegou em simultâneo.
— Nunca esqueceria, meu amor. — tirou de dentro do bolso uma bisnaga pequena.
Lubrificante.
Jimin sorriu, fazendo sua função de relaxar.
Suas próprias mãos separaram as bandas macias e lisas, dando a Jungkook a visão e posição perfeita. O moreno não perdeu tempo, melou os dedos e rodeou o burado enrugado e fechado, que não importava quantas vezes transassem, ainda continuava apertado.
Jimin gemeu baixinho ao sentir a ponta do dedo entrar em si, Jungkook era sempre delicado nesta parte, sempre preocupado consigo, nunca querendo machucá-lo. Jimin estava se tornando muito impaciente, ele odiava ter que esperar até se acostumar com o tamanho.
Enquanto Jungkook o preparava, retirava o pau das próprias calças, masturbando-se com o gel escorregadio e ansiou pelo aperto quente que Jimin sempre o dava.
Ele escorregou para dentro com certa dificuldade, apertando a cintura de Jimin como um apoio para si próprio.
O loiro abriu a boca para gemer, deitando a testa na mesa com cuidado, e logo em seguida mordeu o lábio vermelho.
Deus, nunca se cansaria disso...
Parecia tudo tão completo quando era preenchido daquela forma, raramente havia espaço para pensar ou questionar o porque se sentia tão bem, era só sexo.
Jungkook começou a se mover sem pressa, arrancando um suspiro de seus lábios, seguido de um gemido ao sentir uma estocada funda. Sua bochecha voltou a ser esmagada contra o material da mesa, olhando para o moreno.
Ele tinha parte da camisa preta levantada até a metade da barriga, a calça aberta apenas para deixar o membro de fora, levantando a vista, Jimin podia ver os fios negros caindo sobre a testa, eles balançavam a cada estocada, os dentes cravados no próprio lábio. Jungkook amaciava suas bandas com os dígitos, encantado.
— Tudo bem? — falou baixo, apenas para ter certeza.
Jimin assentiu, não sentindo necessidade verdadeira de falar.
Se concentrou na quentura de suas peles se movendo, em como era bom senti-lo, da maneira mais íntima possível.
Mas não tinha tanto tempo assim para aproveitar, eles se arriscavam a qualquer momento de serem pegos no flagra por alguém querendo adentrar a sala. Por isso, Jungkook juntou seus pulsos atrás das costas, prendendo-as com uma só mão enquanto a outra segurava firme sua cintura.
— Porra... — o loiro cantarolou de prazer quando as estocadas ganharam ritmo e força, com aquele gingado no quadril que apenas o moreno tinha.
Jungkook prendeu a respiração, tentando manter a boca longe da pele do menino, não poderia marcá-lo, não ali.
O mais novo sorriu ao perceber a mesa que o segurava balançar e fazer barulho a cada estocada que ganhava. As peles se batiam, o barulho que ecoava pela sala fechada e fria era molhado, excitante e obsceno.
Mas os gemidos de Jimin eram a coisa mais erótica que Jungkook já ouvira. Muitas vezes, o jogador sentia seu orgasmo vir apenas por prestar atenção demais nos sons que deixavam a garganta de Jimin.
Cristo, ele gemia como uma verdadeira puta.
Não no mau sentido, é claro. Mas porra, era a comparação que mais se qualificava.
Era erótico, melodioso, devasso e suave.
Muitas vezes tinha que lhe calar a boca com a mão para que durasse mais tempo.
— Jungkook...
E ele ainda gemia seu nome assim, manhoso, implorando por um orgasmo que só Jungkook poderia lhe dar.
E ele deu, mirando para a esquerda e acertando sua próstata repetidas vezes, ao ponto de lhe fazer revirar os olhos e quase gritar, apenas se resguardando pelo ambiente em que estavam.
Jimin viu pequenas estrelinhas dançando enquanto sujava o chão com seu líquido, ele odiava essa parte, desejava que sempre saísse o mínimo possível, para não fazer sujeira. Mas porra...
— Você fica lindo gozando, amor... — Jeon sussurrou, suas mãos apertando ao redor dos pulsos de Jimin ao sentir as pernas tremerem, seu próprio limite chegando. — Vem, vem aqui! — ditou rápido, a voz aflita, retirando-se de dentro dele.
E Jimin foi, virando tão rápido quanto a luz e abaixando-se na frente de Jungkook, abrindo a boca quando o moreno começou a bombear seu próprio membro, pondo apenas a glande na boca do namorado. Demorou apenas dois segundos, Jungkook grunhiu, mordendo os lábios, gozando em jatos fortes, olhando para baixo e vendo o garoto mais lindo do mundo engolir sua porra sem reclamações.
O mais novo engoliu, olhando para o jogador de baixo, lambeu os lábios e chupou o pau alheio, sugando até a última gota, deixando-o "limpo".
Jungkook gemeu, a sensibilidade ainda mais forte.
Jimin levantou, Jeon observou o rosto corado e o cabelo quase bagunçado por completo, antes de puxá-lo para um beijo, sentindo seu gosto na língua dele.
— É por isso que eu te amo.
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[JEON JUNGKOOK]
Já no sábado daquela mesma semana, logo após as aulas finalmente terem fim, consegui um tempo de descanso do treino com o time, e obviamente, a direção do carro foi quase que involuntária para casa de Jimin. Meus pensamentos estavam ligados nele desde cedo, na verdade, meus pensamentos estavam sempre ligados a ele de qualquer maneira.
Assim que saí do carro, procurei a cópia da chave que Jimin me entregou há umas duas semanas. Ele decidiu isso por si próprio, eu não o encorajei, mas conforme os argumentos dele, eu não precisava ficar batendo a porta, principalmente quando ele estivesse sozinho, ou ocupado.
Eu aceitei, é óbvio.
Passando pelo jardim bem cuidado, subi os três degraus, não demorando a abrir a porta, observando a parte de dentro sem demora.
Eu ando até perto da sala. E a primeira visão que tenho, me faz arquear a sobrancelha com força, em puro estranhamento.
Jimin está deitado no sofá, as mãos juntas sobre o estômago, a cabeça apoiada em um travesseiro e, magicamente,
Equilibrando um copo no centro da testa.
Detalhe: o copo está cheio.
— Que diabos está fazendo!? — eu pergunto, curioso a respeito dessa nova invenção.
Ele não moveu sequer um músculo, nem abriu os olhos, nada.
— Estou com dor de cabeça. — respondeu segundos depois, suave e preguiçoso.
Eu rio rapidamente, observando as gotículas de água que escorrem pelo corpo. Seja o que for, está gelado.
— E isso aí por acaso é uma cura mágica que os cientistas ainda não ficaram sabendo?
De novo, ele não se mexe.
— Talvez.
— Hum. — concordo e solto uma risada sincera, a quanto tempo ele está naquela posição? — Toma um remédio, nós vamos sair mais tarde.
— Não obrigado, quero dormir até segunda. — sua voz está tranquila, parecia até um monge meditando, mas ainda sim, arrastada e cansada.
— Até segunda? — questiono, me aproximando dele. — Não temos mais aula, esqueceu?
Nenhum dos alunos expressou uma animação além do normal no nosso último dia de aula na escola, — que dizer, além do alívio das matérias serem finalizadas. — afinal, ainda tínhamos a final do campeonato e o baile de formatura. Este sim, realmente seria o lugar e momento perfeito de nos despedimos uns dos outros e guardamos na lembrança os anos em que estudamos juntos. Por tanto, ainda não eram um fim, não de verdade.
Ele abre apenas um dos olhos para mim, logo voltando a fechá-lo.
— Ah, é mesmo. — e confirma.
Que diabos ele tem?
— O que você tem? — suavemente me aproximo, ajoelhando ao lado do sofá onde ele está deitado, retirando com cuidado o copo de sua testa.
— Não sei, me sinto cansado. — responde, abrindo os olhos e erguendo um dos braços para tocar meu corpo. — Acho que estou doente.
Isso rapidamente me põe em total alerta.
Doente? Assim? Da noite pro dia? Ele estava tão bem ontem...
Levo uma das mãos até o vão entre seu pescoço e ombro, o sentindo quente.
— Amor, você tá com febre. — o digo, ele não parece surpreso. — O que mais está sentindo?
Ele torce os lábios bonitos, formando um biquinho e pisca os olhos cansados duas vezes.
— Dor de cabeça, tontura e enjoo. — ele muda a posição, ficando de frente para mim em posição fetal. — Também sinto fome, mas não tenho vontade de comer.
Ok.
Não sou idiota.
Ele não pode estar grávido porque é um garoto.
Mas e se...?
— Amor, você tem certeza que não tem nenhuma mutação genética que faria magicamente você ter um útero?
Jimin ergue os olhos pra mim, e eu não sei dizer se ele está surpreso, irritado ou tedioso diante da minha pergunta. E o que me assusta, é o quão inusitado seria se isso realmente acontecesse, mas não o fato de ter um filho com ele.
— Acho que o restante dos seus parafusos estão com defeito, Jungkook. E olha que você não tem muitos. — ele diz e revira os olhos, enquanto eu continuo olhando-o seriamente, antes de dar uma risada.
— Qual é? Seria legal. — eu me levanto, puxando-o pelos braços o corpo que mais parece maria mole, querendo levá-lo para a cozinha, em busca de remédios. — Imagine só, você todo barrigudinho do nosso bebê, ficando ainda mais manhoso do que já é e sua mãe querendo me matar, mas ia me fazer casar com você antes.
Ele solta uma risada que parece exigir força para sair. Quando ficou de pé ao meu lado, o puxei para meu colo com delicadeza. Jimin se agarra a mim como um urso, e através das roupas finas, como a calça de moletom e a blusa de mangas curtas, consigo sentir seu corpo febril em contato com minha pele, o corpinho mole e morno.
— Você está ficando maluco. Isso é cientificamente impossível, acho que essa ideia de filhos e família te deixou balançado. — ele diz quando o coloco sentado na mesa da cozinha, e caminho até um dos armários que sei ser onde ficam os remédios.
Tive uma pequena aula de primeiros socorros com minha sogra no domingo passado, ela achou pertinente me ensinar certas coisas para caso acontecesse algo enquanto estivesse com Jimin. Eu não rejeitei a aula grátis, ainda mais quando ela ofereceu isso pensando no bem-estar de nós dois, para que possamos cuidar um do outro.
Eu aprendi sobre remédios, a fazer um curativo e detectar uma fratura interna. Todas essas coisas, Jimin já tinha conhecimento.
Também aprendi que ele tem alergia a dipirona. O analgésico mais comum a ser utilizado.
Mas não uma alergia qualquer. É como alguém que tem alergia a amendoins, por exemplo. Ele pode ter falta de ar, inchaço na garganta e se demorar muito, um choque anafilático que pode ser fatal. Tudo isso devido à porra de um remédio!
Quando minha sogra explicou esse fato, fiquei paranoico. Não entendia absolutamente nada de remédio e sua composição, até ela me ensinar. Garantindo isso, nesta situação em que estamos agora, me sinto tranquilo porque não tem nada que envolva dipirona na casa de Jimin. Mas se fosse em outro lugar, eu provavelmente estaria tentando controlar um surto.
— Talvez, um pouquinho. — puxo a pequena caixa já aberta com os comprimidos vermelhos, destacando um.
Paracetamol à base de cafeína.
O único do qual ele se adequou, tendo efeito rápido.
— Que pena que você tá doente, eu tinha programado um passeio para nós dois. — Já com um copo de água meio cheio, voltei a atenção para ele, o entregando.
— Para onde? — questiona, antes de abrir a boca minimamente para eu colocar o comprimido ali, ele fecha e leva o copo aos lábios, engolindo com ajuda da água.
— É surpresa, amor. — sorrio, beijando sua bochecha fofa. Sei que ele detesta ficar curioso. — Vamos, você tem que comer algo e se deitar.
— Você vai ficar?
— Claro que vou.
No final, Jimin estava com início de resfriado, por isso a febre e dores pelo corpo, assim como a falta de apetite. Eu o forcei a comer e beber algo quente pouco tempo depois, quando notei o suor descendo pela têmpora, soube estar dando certo, a febre estava baixando.
Nós nos esprememos no sofá, assistindo qualquer besteira na TV da sala, queria que o loiro melhorasse até dar o horário de sairmos, estava esperando por esse momento já a algum tempo, mas claro que se ele acabasse piorando, poderia deixar para outro dia, sem problema.
Para minha surpresa, às seis da tarde, ele reclamou de calor e fome, indo para o banheiro.
— Acho que tudo bem irmos. — ele disse quando retornou, comigo esperando bem quietinho em sua cama.
Meus olhos bateram diretamente em sua barriga com poucos músculos, a pele molhada e lisa, já perfeitamente livre de minhas marcas. Teria que dar um jeito nisso depois.
O corpo dele era algo que eu nunca me cansaria de ver. Me deixa louco, totalmente. Está pra nascer algo mais lindo que Jimin.
Ele tira a toalha e vira de costas. Minha mão coçando com a vontade de estapear aqueles dois montes de carne que podem me fazer gozar em poucos segundos se ele quiser.
Nós comprovamos isso quando dei a ideia de deixá-lo por cima de mim, comando praticamente tudo durante o sexo. Foi uma péssima e deliciosa ideia, realmente, porque eu não aguentei muito tempo com aquela sentada intensa e forte que ele nem sabia ter.
— Vista roupas grossas, vamos pegar muito vento e não quero que piore.
Ele faz o eu digo, vestindo-se com uma calça Jeans grossa e tênis com meias. A camisa de manga longa cobria toda a pele e eu lhe dou a jaqueta que vim usando no caminho. O loiro a coloca sem questionamentos.
Já no carro, ligo o motor e conduzo até minha casa. O rádio toca músicas animadas que fazem meu garoto se remexer e cantar junto, o que me faz rir contido de seu jeito extrovertido.
Há muito tempo que ele deixou de ser tímido como antes, Jimin praticamente distribui sorrisos por aí, o que às vezes me deixa um pouco enciumado, mas passa assim que lembro que sua personalidade sempre foi assim, contudo muito reprimido. É o que faz dele um ser encantador.
Meu garoto é gentil, inteligente, lindo e tem um coração de ouro. Qualidades difíceis de achar em uma mesma pessoa atualmente e eu tive sorte. Apaixonei-me pouco a pouco por seu jeito de ser, desde o mais tímido até o mais irritadiço. Sempre fico duro quando ele me desafia com palavras ou me contradiz, em simultâneo, fico orgulhoso com o quanto ele evoluiu ao expressar suas opiniões sem medo.
Era como ver uma flor finalmente desabrochar após anos.
Sinto-me orgulhoso e apaixonado.
Ao chegarmos, digo a Jimin para me esperar do lado de fora enquanto me direciono até a garagem para guardar o carro, já lá dentro, vesti outra jaqueta e uma mochila, colocando apenas o necessário dentro.
Pego minhas chaves novas, e sem muito alarde, vou com a minha mais nova filha até onde Jimin está, pelo caminho lateral da casa.
— Onde diabos arranjou essa moto!? — nem preciso olhá-lo para saber que está de olhos arregalados e muito surpreso.
Eu fiquei do mesmo jeito quando ela chegou dois atrás, à tarde.
Uma Yamaha xtz 250 lander.
Depois do treino, recebi uma mensagem do meu pai dizendo para ir até à garagem, onde a bela moto estava à minha espera, gloriosa como um diamante. Meu rosto chegou a ficar quente com tamanha surpresa e ansiedade. Estava querendo uma dessas há tempos, aprendi a dirigir com alguns amigos distintos no começo desse ano, e apesar de ainda não ter a carteira de motorista totalmente, ninguém me pararia por aí, não dirijo mal, portanto, sem suspeitas.
Claro que estreei no mesmo dia, querendo logo me acostumar com o tamanho e peso, o que não demorou muito. A moto é fácil de manobrar e é muito veloz, sem dúvida, é uma das melhores sensações ao correr por ali livremente, sentindo o vento no peito e os lugares passando como sombras à nossa volta.
Queria que Jimin sentisse isso também, por isso o chamei.
— Anda, sobe aí. — sorrio para ele, colocando o capacete decorado de vermelho e preto em minha cabeça, estendendo o outro para ele.
— Você só pode ter perdido os poucos neurônios que te restam ao cogitar a ideia de que vou andar com você nisso aí! — ralha, cruzando os braços sob o peito, querendo parecer irritado. — Jungkook dessa daí, você não sabe dirigir!
— Quem te disse que não? — pisco para ele, divertido. Jimin bufa e revira os olhos. — Qual é amor, você namora o melhor piloto da cidade! É totalmente seguro, olha... — balanço a moto de um lado para o outro, mantendo o equilíbrio com um dos pés no chão.
— Seguro? Seguro!? Você nem carteira de motorista tem! — seus punhos agora estavam fechados ao lado do corpo, ainda no mesmo lugar em que o deixei, o rosto em uma mistura de preocupação e descrença.
Eu aponto um dedo para ele, acusatório.
— Você não lembra desse detalhe quando anda comigo de carro!
— Claro, porque pelo menos o carro tem airbag, se você fizer merda no trânsito, meu pescoço está a salvo. Nessa moto eu posso acabar morto e sem uma das pernas!
É minha vez de bufar alto, revirando os olhos para suas preocupações exacerbadas. Ele se parece muito com a mãe até mesmo nisso.
— Você é mais corajoso que isso, anjo. A gente transou na praia, esqueceu? Quer algo mais perigoso que isso? — minha comparação o faz arregalar os olhos novamente, as bochechinhas corando e eu abro um sorriso.
A passos apressados, Jimin vem até mim, olhando para os lados, certificando-se de que nenhum dos empregados ouviu o que acabei de dizer.
— Porque você tem que ser tão boca aberta em? Não pode guardar essa informação pra si mesmo? — reclama, já pegando o capacete de minhas mãos e tentando encaixá-lo na cabeça, conformado.
— Todos que acompanham a gente já sabem, nossa vida sexual é um livro aberto. — o ajudo a travar a proteção abaixo do queixo, para ficar totalmente seguro e firme.
— Uhum, graças a você. — murmura sem ânimo, e já com o capacete preso, ele dá um passo para trás, olhando para o espaço no banco da moto atrás de mim. — Como eu subo nisso?
Não é de se estranhar que ele nunca tenha andado em um moto, na cidade em que estamos não é realmente comum.
— Segura no meu ombro e joga a perna direita por cima, o resto é fácil. — Jimin olha para o banco e o chão por mais cinco segundos, como se estivesse calculando o que fazer, ou em que ângulo seria o melhor para subir. Ele o faz com um pouco de dificuldade, colocando mais força do que o apropriado no meu ombro, em busca de equilíbrio. Eu espero que se ajuste, o que não demora a acontecer. — Segura firme aí!
Eu digo alto com um sorriso, ouvindo-o dar um pequeno grito assustado quando coloco o veículo de duas rodas em movimento subitamente, ele se agarra em mim, passando os braços por meu abdômen e segurando com força, as pernas travando em minhas coxas.
Posso senti-lo grudado em mim, quase como se fossemos um e agradeço, porque gosto até demais desse toque. Sua bochecha gruda em minhas costas, a cabeça apoiada ali.
A primeiro momento, deixei que a velocidade baixa o suficiente para que ele não se assustasse, dirigindo pelas ruas do meu bairro de classe alta, tranquilo e livre de pessoas, esperava que Jimin se acostumasse antes de chegarmos a avenida movimentada da cidade, onde querendo ou não, eu teria de fazer cortes rápidos entre os carros.
— Amor, eu preciso respirar! — disse alto para ele, rindo pelo aperto em minhas costelas.
— Você me colocou nessa, aguente! — ele respondeu, bravo.
Enquanto o sol começava a se abaixar no horizonte, eu admirei em silêncio quando alcançamos uma velocidade boa, tocando na perna de Jimin com a mão para que ele também olhasse. O céu estava pintado com tons quentes de laranja e rosa, anunciando o encerramento de mais um dia.
Sentindo a vibração familiar sob mim, e comecei a percorrer estradas sinuosas que se estendiam à minha frente. O vento fresco beijava meu rosto, misturando-se ao som do motor e criando uma sinfonia única de liberdade. A cada curva que eu fazia, a paisagem se transformava, alguns prédios altos e baixos, muitas luzes em outdoors espalhados, o tráfego até que estava razoável, o que deixava aquilo ainda mais bonito.
A brisa do mar se misturava ao aroma salgado, indicando a proximidade do oceano. À medida que avançava, pude avistar as águas cintilantes do porto, onde barcos coloridos balançavam suavemente na marina. Nós nem andamos por muito tempo, meu bairro é próximo da costa.
Nossa primeira parada foi na famosa Ponte Gwangan, que se estendia sobre as águas reluzentes. A ponte estava iluminada por uma série de luzes vibrantes, criando um espetáculo de cores refletidas na superfície do mar. O reflexo da ponte nas águas escuras era hipnotizante, tornando-se um cenário perfeito para uma breve pausa.
— Está lindo. — Jimin disse com a voz suave, baixa como um sussurro, suas mãos tremiam um pouco quando parei a moto na lateral da ponte, sem precisar descer.
Estava lindo mesmo, poucas vezes fora de épocas festivas a ponte ficava extremamente colorida como agora, era um dos motivos que escolhi hoje para virmos. E obviamente, haviam outros casais admirando por ali, imersos no próprio mundo.
Nós obviamente tiramos um punhado de fotos ali.
Continuando o passeio, chegamos ao Parque Tae Jongdae. As estradas sinuosas me guiaram até os penhascos impressionantes que ofereciam uma vista panorâmica da cidade e do oceano. O farfalhar das árvores e o som suave das ondas quebrando nas rochas criavam uma melodia serena enquanto exploramos juntos os mirantes deslumbrantes. Jimin suspirava e ria a cada minuto, cada vez mais acostumado à velocidade.
Nós passamos pelo mercado de peixes de Jagalchi, onde as atividades noturnas estavam começando a ganhar vida. As luzes penduradas nas barracas de frutos-do-mar criavam um ambiente animado e acolhedor. Passamos por pescadores locais exibindo suas capturas e turistas saboreando iguarias frescas.
Nós paramos em uma dessas barracas, Jimin estava com fome desde que saímos de casa. Ele acabou pedindo um prato de camarões acompanhado de arroz, e uma porção de carne e caldo de caranguejo. Sinceramente, nunca vi alguém gostar tanto de caranguejo quanto ele.
— Hum... — ele solta um suspiro extremamente alto de satisfação quando põem o primeiro pedaço da carne na boca. Fechando os olhos e mastigando.
A dona da barraca ri enquanto olha para ele, semelhante a mim.
— Seu namorado estava mesmo com fome. — ela diz com um sorriso fraco, as rugas aparecendo ao redor dos olhos. Jimin para de mastigar e olha para mim, parece apreensivo, assim como eu. — Porque essas caras?
— Como... como sabe? — o loiro pergunta, uma das bochechas ainda cheia de comida.
A senhora por sua vez, ri novamente, organizando sua bancada, parece relaxada até demais.
— Não é difícil adivinhar, vocês se olham como se fosse o maior tesouro do mundo um para o outro. — com um pequeno pote em mãos, ela separa alguns bolinhos de peixe empanados, vindo em nossa direção e os colocando em nossa mesa enquanto diz: — E meus filhos são gays desde que os conheço por gente, o mais novo é um namorador nato, então ficou fácil identificar olhares apaixonados.
Ela ri no final, como se tivesse boas lembranças a respeito.
Jimin relaxa ao meu lado, sorrindo para ela, voltando a mastigar. Eu faço o mesmo, agora um pouco mais confortável quando sei que ela não vai nos julgar como fizeram em nosso primeiro encontro, e olha que não éramos nada concreto ainda.
— Como se chama o seu filho? — eu questiono, curioso a respeito do tal "namorador nato". Todos sabemos o quanto é difícil ser aceito no lugar em que estamos.
— O mais velho se chama Seokjin, está em Seul, estudando medicina. — sua voz tem uma ponte orgulho intensa quando fala dele, sorrindo. — Taehyung é o mais novo, um romântico incurável, perdi as contas de genros tive nesse último ano.
Nós três rimos com sua última fala, engatando em assuntos que eu não fazia ideia de como se desenrolaram. Mas ela era legal, diferente das pessoas de idade, não era preconceituosa e muito mente aberta, amava os filhos, pouco importando a preferência sexual.
Jimin foi o mais animado, ele gargalhava das histórias que ela contava sobre os dois filhos. Eu suspeitava que a carne de caranguejo tinha algo haver com essa felicidade toda, ela tinha um efeito nele parecido com chocolate ou bebida alcoólica, o loiro sempre ficava mais elétrico quando a comia.
Conforme a noite se aproximava, nós nos despedimos da senhora e fiz o caminho de volta para casa, já passava das dez quando retornamos. Enquanto desligava a moto, olhei para o céu estrelado acima de Busan, agradeci pelos momentos que tive hoje. Cada rua, cada ponto de vista e cada vislumbre da cidade haviam se combinado para criar uma experiência que eu guardaria para sempre em minhas lembranças.
Cada uma delas ao lado de Jimin, cada uma delas se tornando mais especial por causa dele.
Nós dormimos juntos em sua casa naquele dia, só dormimos, agarrados um no outro. Minha sogra não se opôs, claro, após eu explicar diversas vezes que seu filho não corria perigo algum andando de moto comigo. Ele a convenceu também, e no meio da noite, enrolados nos lençóis enquanto conversávamos baixinho, o mesmo confessou ter adorado o passeio.
Eu sorri, sentindo meu coração em paz.
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E então, a final.
O coração de Jungkook batia eletricamente no peito, assim como a maioria das pessoas ali, inclusive seus amigos, mas ele estava pior. A ansiedade corria por suas veias como fogo e às vezes um mal-estar vinha na boca do estômago, que o deixava nauseado. Ele tentou um exercício de respiração três vezes no vestiário, não deu muito certo. E agora sentado no banco, ele ouvia por alto as palavras que os garotos soltavam, não se concentrando de verdade.
Suas mãos apertavam os dedos uma na outra, seus joelhos tremiam muito.
Yoongi, Namjoon e Hoseok estavam preocupados. Aquele comportamento não era típico de Jungkook em uma final de campeonato. Ele não ficou assim na final do ano passado, e nem nos jogos do primeiro ano quando não passavam de moleques ainda aprendendo. Então, certamente, havia algo errado, mas o moreno não queria falar a respeito.
Todos perceberam, inclusive Jimin. O loiro tinha preocupação e ansiedade esvaindo pelos poros da pele enquanto olhava preocupado para o namorado no banco, parecendo à beira de um ataque de nervos. Ele desejou poder fazer algo, qualquer coisa.
Mas o jogo estava apenas a uns dez minutos de iniciar.
Jimin levaria bem menos tempo para fazer certas coisas. Puxou o celular do bolso, rapidamente digitando uma mensagem.
Jungkook permanecia de cabeça baixa, mordendo os lábios e vez ou outra engolindo saliva. Seu coração batendo rápido, ele temia que quando começasse a correr em quadra, infartasse.
Sua cabeça girava em torno de várias coisas em simultâneo, quando deveria apenas se concentrar no jogo. Durante a noite passava, ficou remoendo em seu coração tudo o que havia feito até aqui. Sobre as pessoas que tiveram o coração partido por sua causa. Sobre o incómodo que ele causava por ser um idiota na maior parte do tempo. Sobre Sooyoung, a qual ele nunca mais havia visto, sequer na escola. Sobre a aposta que fez...
Jimin jamais o perdoaria por isso, ele sabia, era claro como água.
Até tentou se convencer de que talvez o amor deles pudesse superar isso, mas nem todas as rachaduras se consertam com amor e cuidado, às vezes leva tanto tempo que parecem impossíveis de se fechar. Ele sabia que a verdade faria em Jimin uma rachadura feia.
Jungkook não queria, de modo algum, machucá-lo. Mas à medida que pensava, o peso da mentira começou a ruir seus sentidos, exatamente como estava fazendo agora. Ele não pregou os olhos, se afogando nas lembranças dos dois juntos como se fosse um filme falso, onde tudo foi construído acima de uma mentira.
Sentiu vontade de contar toda a verdade antes que Jimin descobrisse por si mesmo.
Mas apenas a ideia de fazer isso, a bile lhe subia à garganta.
Não podia. Não conseguiria. Não com ele olhando em seus olhos e sorrindo alegremente, não podia acabar com aquilo, foram tão longe...
— Ei, Jimin quer falar com você no vestiário. — o moreno se assustou quando Yoongi bateu em seu ombro com os dois dedos, falando por cima dos torcedores barulhentos.
— Agora? — ele disse em voz baixa, franzindo as sobrancelhas.
— Ele disse pra você ir rápido. — o outro lhe mostrou a tela do celular, para que pudesse ler as mensagens.
Jungkook virou o rosto para a arquibancada quando Min abaixou o aparelho. Procurou pelo loiro, encontrando apenas Miranda sorrindo animada ao lado de outras meninas, a bochecha pintada em listras vermelhas e brancas.
Ele se levantou, saindo de fininho em direção ao vestiário pela saída lateral.
Quando entrou, logo soube estar vazio e foi andando até os bancos, mas uma mão o puxou levemente pela camisa, guiando-o para uma das cabines.
Jimin esmagou seus lábios juntos em um beijo bruto, Jungkook nem precisava olhar para saber ser ele, o cheiro doce já denunciava.
No começo, ele se perguntou porque aquela urgência toda, mas bastou três segundos para ele mesmo suspirar aliviado, o aperto no peito se esvaiu, o deixando leve e sem tremor pelo corpo, relaxando os músculos à medida que sentia o gosto do menino em sua boca.
Esse era o efeito Park Jimin.
Como um calmante potente, Jungkook pode sentir seu pulso desacelerando gradativamente, até finalmente se adequar ao ritmo perfeito, combinando com as batidas do coração de Jimin.
O jogador o agarrou pela cintura, prendendo-o como se o loiro pudesse fugir, engolindo os lábios dele, como se pudesse beber mais e mais daquele sabor. Enfiando a língua de maneira tão afoita que tornou o beijo erótico, ele mal percebeu quando seu membro elevou-se, muito animado, encostando na parte baixa da barriga de Jimin, que sorriu entre o beijo ao senti-lo.
O loiro sentiu uma pontada de satisfação com aquilo, mordeu o lábio inferior do moreno de maneira lenta que arrepiou Jungkook até o último fio de cabelo, chupou a língua dele, prendendo-a entre seus lábios com uma sucção gostosa e experiente. Jungkook não conseguia imaginar que aquele era o mesmo garoto que nunca havia sido beijado a uns meses atrás.
A boca do garoto deslizou por seu pescoço, lambendo abaixo da orelha e o jogador segurou um gemido na garganta, fechando os olhos quando se sentiu fraco e precisou apoiar as costas na parede da cabine de banho.
Nunca se sentiu acuado em sua vida, mas naquele momento, podia sentir que Jimin estava tentando fazer isso com ele. O pior é que acabou gostando. Era bom não estar no controle de tudo, sua função seria apenas aproveitar. Principalmente antes de um momento decisivo de sua vida como esse.
Jimin queria agradá-lo, relaxá-lo e impressioná-lo ao mesmo tempo. Assim, deixando uma mordida fraca no pescoço deste, ele desceu a boca e os joelhos até estar a frente do membro duro que tantas vezes o fez gozar. Ele puxou a bermuda de esporte, o tecido era tão leve e folgado que marcava muito a ereção do moreno.
Jungkook não disse uma palavra, sua mão procurou apoio na parede lateral, enquanto a outra segurou o cós da bermuda, permitindo assim que Jimin segurasse seu pau com as duas mãos, começando uma masturbação lenta, apenas para testar. Jungkook se arrepiou quando sentiu um beijo em sua glande, e gemeu quando a língua macia o lambeu ali. Vazou pré-gozo sem perceber, a respiração trêmula com o acúmulo de sensações.
Estava sensível demais, e nem sabia porque, já havia recebido outros boquetes do menino e nenhum deles o deixou tão tonto assim.
— Ah, Deus... — Jungkook arrastou um gemido quando Jimin passou a língua de sua base até a ponto, logo o engolindo até a metade.
Seu pau tremeu, assim como o corpo. A sucção começou a ganhar vida conforme a cabeça do loiro ia para frente e para trás, arrastando a língua macia em sua carne sensível. Jungkook não queria olhar para baixo, era capaz de gozar no mesmo instante se o fizesse. Mas sua mente era traiçoeira, queria olhar...
Ele ofegou quando abaixou a cabeça, encontrando metade de seu pau entre os lábios cheios do outro, indo e vindo...
E o rosto dele, Jimin estava tão lindo...
Ele não havia pintado o rosto como Miranda, mas usava a camisa de torcida do time que ficará de um tamanho ideal. Os cabelos loiros, que sempre formavam uma franja sobre a testa, estavam penteados em um topete bagunçado, que formava uma onde bonita acima da cabeça, a testa livre, dando ao rosto um formato mais quadrado, mais másculo.
Seria mentira dizer que Jimin não estava passando por pequenas mudanças em sua fisionomia e visual. O maxilar estava mais marcado, deixando de lado o ar infantil que fez Jungkook se apaixonar, dando lugar a face de um homem, atraente e excitante, que agora fazia o moreno ficar duro apenas com um olhar.
O olhar dele também mudou, a inocência passava longe dos olhos azuis. Agora tinha um olhar atento e lascivo, talvez irônico e debochado, por vezes safado e brincalhão, como agora. O preferido de Jungkook era quando ele os apertava minimamente, afiando-os sob os cílios, combinado com o sorriso de lado, luxurioso e zombeteiro, que aprendeu a usar.
Sem dúvida, nada do mundo conseguia ser mais quente que Park Jimin.
Jeon engasgou quando a garganta do loiro o apertou, a pressão deixando-o com uma vontade insana de foder aquela boquinha tão bonita. Enquanto tinha o pênis alheio mergulhado em sua garganta, Jimin ousou encará-lo, seu pau inteiro mergulhado naquela cavidade quente e molhada. O loiro soltou em uma respiração funda.
O membro brilhava em saliva, com a mão direita, Jimin o punhetou com rapidez e precisão, sua boca se ocupou em beijar e acariciar as bolas tensas. Jungkook sentia-se próximo do orgasmo, tanto que fechava os olhos e se concentrava para não vir tão rápido. Uma pena que negar um orgasmo só faz com que a vontade aumente.
Jimin o engoliu de novo, chupando com ainda mais força do que antes, em uma velocidade constante e precisa. Jeon mordeu a própria mão, querendo agarrar-se a qualquer coisa pela tensão se formando em seu saco.
O loiro reconheceu que ele iria gozar, o membro tremia em sua língua e Jungkook começará a gemer audivelmente, mal se dando conta de que qualquer um poderia escutá-los de entrassem ali.
Ele sugou até os primeiros jatos começarem a sair, então o retirou da boca, ouvindo um grunhido do jogador. Posicionou a língua na ponta da glande, onde o líquido branco vazava, bombeando o restante do corpo para que tudo caísse diretamente em sua boca.
Jungkook tinha a cabeça jogada na parede, respirando com dificuldade, os olhos meio pesados, não necessariamente de sono. Ele olhou para baixo, encontrando uma visão tão erótica que o faria gozar novamente, se tivesse forças.
Jimin tinha metade da língua para fora, o esperma de Jungkook dançando nela e nos lábios, ele rodou a língua neles antes de engolir aquilo com gosto, mordendo a própria boca como se tivesse acabado de experimentar a iguaria mais gostosa do mundo.
Jungkook sabia que não era, mas ele fez parecer que era. E fez isso encarando seus olhos.
O olhando como prostituto após ter feito um bom trabalho.
Uma última sugada foi dada em sua glande, não deixando nenhum vestígio de sêmen. Jungkook ofegou, fechando os olhos para se recompor. Jimin sorriu, se sentindo satisfeito, e ajudou o moreno a organizar as roupas novamente.
— Você tem que ir. — foi o que ele disse ao se levantar, a voz rouca, arrumando a própria calça e camisa de torcedor. Jungkook mal prestou atenção. — Jungkook, você tem que ir, o jogo já vai começar!
— O quê...? — Jimin ouviu a voz sair melosa, quase desinteressada. E sorriu ao ver a face do moreno relaxada. Como planejava.
Talvez ele tenha relaxado um pouco demais.
— Jungkook, cacete! Onde diabos você se meteu!? O treinador tá chamando, caralho! — ambos se assustaram quando a voz de Namjoon ecoou pelo vestiário inteiro, e um segundo depois, ele escancarou a porta da cabine onde estavam com uma só batida, revirando os olhos fortemente ao ver os dois ali dentro. — Pelo santo Cristo, vocês podem se comer depois, anda, vamos!
Namjoon puxou Jungkook pela camisa do uniforme, pouco se importando se o moreno quase escorregou ao sair da cabine arrastado.
Jimin riu, mas pouco tempo, até ouvir a voz dos de cabelos azuis novamente, ele ainda segurava a camisa de Jungkook entre os dedos, virando-se para Jimin, tentando controlar o riso.
— Loiro, tá sujinho aqui ó... — apontou com o indicador para o canto do próprio queixo, sinalizando para Jimin.
O loiro fechou o sorriso e arregalou os olhos, levando a mão até a própria boca, limpando o líquido grudento que escorria da lateral.
Namjoon caiu na gargalhada. Jungkook apenas soltou um sorriso antes de soprar um beijo para Jimin, eles se olharam por um momento.
— Boa sorte! — o loiro disse antes que saíssem pela porta.
— Vocês dois em! Será que não podiam esperar a gente ganhar e transarem depois? — Kim disse ofegante, ambos correndo pelos corredores em direção a quadra.
— Não transamos, e não foi ideia minha! — Jeon respondeu da mesma maneira, estava um tanto mais sorridente, mal conseguindo manter os dentes dentro da boca.
— Ok, tanto faz. Precisamos de você inteiro nesse jogo Jungkook, sabe disso! — falou sério. Ambos já chegaram à quadra.
— Sei sim, não se preocupe. — estava decidido.
Jimin havia o ajudado da sua maneira, ele poderia ter feito isso com palavras doces e um discurso apaixonado. Funcionaria do mesmo jeito. Algumas pessoas poderiam pensar que eles só funcionam a base de sexo, porém, exista certa sintonia entre os dois que dispensava palavras. Eles sempre sabiam do que o outro estava precisando.
No ginásio, a atmosfera estava eletrizante, com os torcedores lotando as arquibancadas e vibrando. Era a final do campeonato entre duas equipes igualmente talentosas e determinadas a levar para casa o troféu cobiçado. As expectativas eram altas, e desde o início do jogo, ficou claro que seria uma batalha épica, e não só isso, um acerto de contas
Por todos os lados, era possível ver os ex-alunos pintados e vestidos com a camisa temática que representava o time para quem estariam torcendo, alguns arriscando pintar as bochechas com as listras da cor vermelha e branca, tal como Miranda.
O barulho das vozes era extremamente alto, todos estavam entusiasmados.
Não era só uma final de campeonato estudantil. Aquele dia ficaria marcado como o último jogo do melhor time de basquete que a escola de Busan teve em anos. E isso era por si só, uma ocasião extremamente especial, para todos da escola. Isso incluía professores, supervisores, a equipe pedagógica e até o diretor da escola, todos estavam lá.
Os ex-alunos, é claro, eram responsáveis pela maior parte da bagunça, mas no dia de hoje, isso pouco importava. Alguns pais também haviam tirado tempo para ir e prestigiar os filhos jogando em quadra.
Isso incluía os pais de Jungkook.
Quando o moreno entrou em quadra, ele os viu na segunda fileira da arquibancada, os dois conversavam entre si, provavelmente pontuando detalhes da decoração do enorme ginásio, que ainda ficou apertado para a quantidade de pessoas. Eles acenaram animados em sua direção quando notaram sua presença.
Jina havia dito que tentaria ir, mas até o momento, nada de sua presença.
Faltava pouco tempo para começar, finalmente.
O treinador chamou os dois garotos com a mão assim que os viu entrando. Reunindo os cinco do time principal junto de si, prestes a dizer suas últimas palavras como treinador daquele que foi seu melhor time em anos.
— Ok, garotos. Não quero tornar isso maior do que o necessário. — ele disse, a voz soando melancólica. — Vocês são o melhor time que já treinei, vocês sabem disso melhor do que ninguém. Façam esse último jogo valer a pena. Todos dizem que a vida não é só perder ou ganhar, mas nós sabemos que ninguém quer ser lembrado como perdedor. — pausa. — Vocês já conhecem o outro time, sabem que são capazes e eu confio em cada um de vocês para trazer aquele troféu para casa. — ele sorriu grande, retribuído pelos garotos. — Aquele time não sabe o significado de jogar com honra. Nós sabemos, eu ensinei isso a cada um de vocês. — apontou com o indicador para eles. — Então é isso que eu quero que façam hoje. Briguem pelo que é de vocês por direito. Joguem com garra, e com amor, foi isso que os trouxe até aqui. — ele moveu os olhos para Yoongi e Jungkook. — Não se esqueçam que hoje não é só uma despedida para alguns, pode ser o começo de uma vida para outros, temos pessoas especiais na arquibancada. — ele respirou fundo. — Vocês são os Lions, esse nome não veio por acaso!
Os garotos gritaram, concordando.
Todos eles, sem exceção, sentiram seus corações doerem ao saber que depois de hoje, não seriam mais um time.
Eles sempre seriam o Busan Angry Lions, mas com cada um rumando seu próprio caminho, afinal, é isso que significa "crescer".
E nenhum deles queria lembrar da final do campeonato em seu último ano escolar com uma derrota, não mesmo!
Do outro lado da quadra, o time rival se mantinha firme e frio, mal se falavam, estavam apenas aguardando o momento. O capitão deles, Jongsoo, se mantinha encarando firmemente Jungkook.
Assim que o treinador deu as costas, os garotos iniciaram a própria conversa.
— Não importa o que aconteça hoje. Jogar com vocês nos últimos três anos foi a melhor coisa que me aconteceu nesta escola. — Hwang foi o primeiro a expressar seus sentimentos, falando abertamente sobre como se sentia pela primeira vez.
— Se perdermos, podemos fingir que esse dia nunca aconteceu! — Hoseok disse com um sorriso nervoso. — Mas Hwang tem razão, foi a melhor etapa de nossas vidas!
— Não esperem que eu comece a ser sentimental agora! — Yoongi reclamou, revirando os olhos e rindo. — Somos um time porra! Nós podemos fazer qualquer coisa, vamos vencer essa também! Caso contrário, corto a cabeça de cada um!
Namjoon bufou e revirou os olhos.
— Pare de fazer ameaças de morte uma vez na vida! Sinto que meu coração vai sair pela boca! — respirou fundo. — Esse... esse jogo sem dúvida, vai entrar para história deste colégio, é como o treinador disse, nós fizemos isso! — ele estava se controlando para não deixar a voz embargada pelas lágrimas. — Vocês são os melhores que já conheci!
— Seremos sempre um time, não importa o que aconteça. — Jeon, como capitão, tomou a voz por último. — Cada um sempre teve seu papel importante neste time, e sempre deu certo, é só fazermos o mesmo hoje. — agressivo, ele continuou. — Jongsoo e sua laia podem ir pra casa do caralho! Não somos melhores que nós nem aqui, nem no raio que o parta! Quero que deem seu melhor hoje, pelo nome do time, e por nós. — ele fez uma pausa, respirando fundo. — Tentem não se machucar, nós sabemos que não vai ser fácil. Caras... jogar com vocês tem sido por bastante tempo, a felicidade da minha vida, embora hoje ela pertença a outra pessoa, isso nunca vai mudar. Esse jogo pode ser a decisão de nossas vidas. Sem pressão. — eles riram levemente. — Vamos mandar aqueles filhos da puta do lugar de onde vieram! Quem nós somos!!?
— Lions!
E foi isso, com a confiança restaurada em todos os cantos do corpo, que os meninos seguiram, cada um em sua posição em quadra, quando o árbitro sinalizou. Os gritos da arquibancada aumentaram, eufóricos.
Olhando para cima, Jeon viu Jimin já em seu lugar, em pé, batendo palmas como o resto da torcida, sorrindo atoa.
— Espero que você e seu time estejam prontos para voltar pra casa com o rabinho entre as pernas. — Jungkook riu provocativo enquanto se aproximava do centro da quadra, olhando diretamente para Jongsoo. — Sejam bons perdedores e tentem não surtar, ok?
Do lado oposto, Jongsoo esboçou apenas a ponta de um sorriso. Jeon achou estranho, ele normalmente era mais provocativo.
— Seu namoradinho está ali em cima assistindo, não é? — ele apontou com a cabeça para a arquibancada. — Que ótimo. Quero que ele veja você perder, lindamente. — se aproximou mais, ficando cara a cara com Jungkook, que até então, estava lidando com isso apenas como provocação. Mas o que Jongsoo disse a seguir o fez desmanchar o sorriso subitamente. — E se eu perder, você perde ele.
O moreno olhou nos olhos do outro e soube que ele não estava blefando. Aquilo era o quê? Um tipo de ameaça contra a vida de Jimin ou sua integridade?
Jongsoo se afastou com um sorriso satisfeito por deixar o moreno naquele estado.
Eles se posicionaram, o árbitro jogou a bola para cima e o apito que indicava o começo do jogo soou ao mesmo tempo. A multidão gritou, mas Jungkook só conseguia se concentrar na bola acima de sua cabeça, foi quando saltou, usando seu magnífico talento para jogá-la do seu lado da quadra, tomando a primeira posse de bola.
A batalha começou.
As arquibancadas vibravam com os cânticos das torcidas, enquanto a tensão no ar era quase palpável. Era uma noite de emoções intensas e uma rivalidade nada saudável.
O primeiro quarto foi marcado por provocações baixas e cestas ensaiadas, nada que fosse uma novidade, até o momento, eles estavam apenas aquecendo.
Enquanto o jogo se desenrolava, o placar permanecia equilibrado, alternando entre as duas equipes. Os jogadores se moviam pela quadra com agilidade impressionante, trocando passes rápidos e executando arremessos precisos. A atmosfera no ginásio era eletrizante, com os torcedores grudados em seus assentos, aplaudindo e torcendo a cada cesta convertida.
Cada cesta era comemorada como uma conquista vital, e a defesa de ambas as equipes estava empenhada em não dar espaço para arremessos fáceis. Os jogadores se esforçaram ao máximo, mergulhando no chão para recuperar bolas soltas, bloqueando arremessos e competindo cada centímetro da quadra.
A torcida alternava entre aplausos ensurdecedores e tensas expectativas.
Cada posse de bola era crucial e cada erro podia ser fatal. A pressão era palpável, mas os jogadores pareciam alimentar-se dela. O ginásio inteiro estava em êxtase, com torcedores segurando uma treinada a cada jogada.
No entanto, em um momento crucial do jogo, já perto do fim do terceiro quarto, Jungkook colidiu com Jongsoo, que se aproveitou da distração do moreno para dar uma pisada certeira no calcanhar direito, e foi o suficiente para Jungkook sentir uma dor absurda, caindo no chão.
— Olha por onde anda, capitãozinho.— ele disse com escárnio, sorrindo maldoso para o jogador, caminhando tranquilo, como se nada tivesse acontecido.
Jungkook não respondeu, apenas ficou no chão tentando controlar a dor, seu cenho franzido enquanto a respiração se descontrolava.
Sua mãe se levantou rapidamente, gritando seu nome quando assistiu o filho cair e expressar a dor.
O ginásio caiu em um silêncio momentâneo, enquanto todos os olhares se voltaram para o jogador caído no chão. Os médicos da equipe correram para prestar assistência, e a preocupação era visível nos rostos dos jogadores e dos torcedores.
— Qual é!? Isso não foi falta!? Não vai marcar a porra da falta!? — Yoongi disse alto, chegando próximo ao árbitro para confrontá-lo. Ele estava vermelho de raiva.
— Foi uma jogada limpa, garoto.
— Tu tava olhando pra onde? Fala sério, cara!?
— Vá reclamar a direção da sua escola. — com um discreto sorriso debochado, ele se afastou de Yoongi.
O mais velho bufou em pura raiva, quase explodindo, assim como o resto do time que tentavam saber a situação de Jungkook.
Após alguns minutos de avaliação, Jungkook foi ajudado a se levantar, apoiado por membros da equipe médica. Ele mancava visivelmente, mas agora estava com sangue nos olhos.
— Você acabou de quase torcer o tornozelo, rapaz! Não está em condições de continuar, tem que sair! — alguém da equipe de socorro lhe disse, mas sequer virou para olhar quem foi.
— Não deixei aquele desgraçado tirar minha glória, só saio daqui morto! — rosnou, mais para si do que para eles.
Com uma expressão de dor e determinação, ele voltou para a quadra, recebendo aplausos calorosos tanto de sua torcida quanto da torcida rival. Seu tornozelo gritava, mas isso no momento era o de menos.
Os garotos vieram rapidamente, preocupados com ele.
Jimin quis com toda sua força, jogar uma das cadeiras da arquibancada na cabeça de Jongsoo. Ele não tinha o direito de fazer aquilo com Jungkook, mas de onde estava, não poderia fazer muita coisa por ele. Por isso, gritava em incentivo. Aplaudindo e apoiando seu namorado.
O jogo recomeçou, e Jungkook continuou a lutar com garra e coragem, superando a dor para ajudar sua equipe. Cada movimento era um testemunho de sua dedicação e amor pelo esporte. Enquanto ele persistia, os companheiros de equipe encontraram inspiração em sua bravura, redobrando seus esforços para apoiá-lo também, afinal, eram um time.
Já não estavam tão bem quanto antes, mas persistiram mesmo assim.
Os minutos finais da partida foram intensos, com cada ponto se tornando ainda mais crucial. O Only estava determinado a tirar vantagem da situação, enquanto os Lions estavam focados em não desistir. Sendo inspirados por Jungkook que continuou a jogar com valentia, alimentando a motivação de sua equipe, apesar da clara limitação física.
Faltando poucos segundos para o fim, Jungkook olhou para Yoongi, deixando algo claro, o outro assentiu rapidamente, fazendo um sinal com a mão para Hoseok, Hwang e Namjoon, estes que se posicionaram rapidamente para fazer uma de suas melhores jogadas ainda não estreadas.
Hwang tomou a posse de bola, já no meio da quadra, dando dois toques no chão antes de lançar para Jungkook, em um ponto próximo de Yoongi, que estava a poucos metros da cesta, este então lançou para frente, alcançando Hoseok, o que deixou o Fine confuso. Eles estavam esperando que Yoongi recebesse a bola, e isso realmente aconteceu quando Jung, após fazer um ziguezague ao redor do jogador que o marcava, lançou alto para Min.
O moreno recebeu a bola num salto, muito próximo à cesta adversária, na posição perfeita para fazer uma cesta de dois pontos.
Uma pena que ninguém do fine Crew prestou atenção em Jungkook correndo até o fim da quadra. Com dificuldade pelo pé machucado.
Yoongi sorriu ao vê-lo na posição certa, em questão de segundos, eles trocaram mais um olhar, e assim o moreno saltou novamente, lançando a bola para longe da cesta. A torcida acompanhou tudo com os olhos atentos e mãos nas testas, desacreditando que o ala havia acabado de deixar passar a cesta que poderia levá-los à vitória.
Jeon recebeu a bola com maestria, posicionando os pés e mãos, calculando a longitude de si até a cesta rival, a qual estava a vários e vários metros de distância, seria preciso uma mira muito boa, além de força e concentração.
— Vai, Jungkook!
Ouviu a voz dele o encorajando. Já havia treinando aquela cesta centenas de vezes.
E então lançou.
Em um salto magnífico, a bola voou em direção a tabela, tão alta que os torcedores levantaram o pescoço para assistir o percurso, de olhos arregalados, não acreditando no que aquele garoto havia acabado de fazer. Tudo pareceu ficar em câmera lenta.
Faltavam 2 segundos.
Uma batida na tabela.
E então a bola rodou pelo aro, até cair na cesta, no último segundo.
A buzina apitou, sinalizando fim de jogo.
Os torcedores do Lions explodiram em alegria, celebrando a vitória emocionante. Os garotos correram para se abraçarem no centro da quadra, reconhecendo a luta árdua e o espírito inabalável de seu companheiro ferido, cujo sacrifício havia sido uma fonte de inspiração para todos.
Jungkook se juntou a eles com dificuldade, mancando pela quadra, mas com um sorriso gigantesco nos lábios.
Uma explosão de gritos soou alta. Alunos jogando pipocas para cima, assim como outras coisas, tamanha felicidade.
Haviam ganhado.
Jogou-se entre Namjoon e Hoseok em um abraço apertado, melado de suor e repleto de amizade.
Os corações deles pareciam sair pela boca.
Enquanto os jogadores celebravam, as jogadas maravilhosas ficaram gravadas na memória de todos os presentes. A combinação de habilidade, trabalho em equipe e pura emoção havia levado o Time Lions à vitória, deixando uma lembrança duradoura de um momento esportivo incrível.
— Nós conseguimos porra! A gente ganhou! — Hoseok berrou a plenos pulmões. — Eu sempre acreditei!
E então riram, se juntando para começar a dar tapas amigáveis na cabeça e costas.
A final entre os Lions e o Only não apenas destacou a rivalidade intensa entre as equipes, mas também exemplificou o espírito competitivo, a coragem e a dedicação que definem o esporte.
Jungkook estava rindo e comemorando alto, se divertindo até que olhou para cima, vendo Jimin olhando-o com algumas lágrimas nos olhos azuis, batendo palmas animadamente, seu coração encheu, e com um sinal de mão, o chamou para descer.
Jimin rapidamente entendeu quando o moreno começou a se desvencilhar dos meninos, começando a correr até a entrada fechada da quadra, ele também apressou-se para sair do lugar, descendo as escadas da arquibancada com rapidez.
A cena por inteiro, foi linda.
Todo mundo pode reparar naqueles dois, correndo na direção um do outro, quase caindo. Jungkook saiu da quadra, dando a volta para encontrar o loiro que também fazia o mesmo. E então os corpos se chocaram, Jeon envolveu a cintura do menino com os braços, o tirando do chão e rodando duas vezes enquanto Jimin passava os braços ao redor do pescoço dele, gargalhando feliz, sem se importar com o acúmulo de suor daquela região, assim como o corpo inteiro.
As bocas procuraram uma a outra rapidamente, selando aquela felicidade e cumplicidade genuína entre ambos, e mais um coro de alegria soou atrás deles, se separaram, rindo, mirando bem no fundo dos olhos um do outro,
— Eu te amo!
Foi o que saiu dos dois ao mesmo tempo.
Aquele momento jamais seria esquecido por ambos, pelo resto de suas vidas.
Jungkook recebeu parabéns de seu pai e beijos de dia mãe, ela o apertou enquanto podia, ainda preocupada com o pé do filho, mas estava orgulhosa dele.
Deixando as comemorações de lado por um instante, o time foi em direção ao vestiário para limparem o suor do corpo, porém, em meio ao falatório dos garotos e a quadra ainda lotada de pessoas, uma pessoa chamou Yoongi e Jungkook para o corredor da escola, eles não precisaram pensar muito para perceber de quem se tratava.
Jungkook apoiado no ombro de Yoongi, ainda sentindo um desconforto no pé, mas não pior que antes. Por um momento, durante o jogo, ambos pensaram que tudo estava perdido por causa daquilo, inclusive as chances dos olheiros odiarem pelo desempenho mal sucedido.
— Jeon Jungkook e Min Yoongi, correto? — o homem bem vestido perguntou com um sorriso tranquilo. — Gostaria de parabenizá-los pelo jogo de hoje, foi surpreendente. Sou Do Sungjin, técnico do time de Basquete da Pusan National University, muito prazer.
O homem ergueu a mão para cumprimentar ambos os garotos, que ainda respiravam de maneira tensa e ofegante, mas os olhos de Jungkook brilharam ao ouvir a confirmação de quem ele era, assim como Yoongi, que nem mesmo escondeu o sorriso grande ao apertar a mão dele em cumprimento, seguindo por Jungkook.
— Nossa, muito prazer. — o mais novo falou, meio suspirando em êxtase.
— Já pensaram em jogar basquete profissional? — a pergunta em si, foi feita de maneira séria, mas os garotos soltaram pequenas risadas.
— Sim, eu... — Yoongi coçou a cabeça. — Acho que desde sempre. — Jeon concordou, fazendo Sungjin sorrir.
— Isso é ótimo! — Manejou a cabeça. — Creio que sabem que nossa faculdade tem uma excelente reputação na escolha de jogadores draftados. E vejo um talento a ser moldado em vocês. Principalmente como uma dupla em quadra. Quem é o capitão?
— Sou eu. — Jeon respondeu, astuto. — Mas ele me ensinou tudo o que eu sei. — e então riu, fazendo Min revirar os olhos, soltando um riso nasalado.
— Bom, estamos oferecendo uma bolsa de estudos a um jogador neste ano, qualquer um dos dois times que chamasse atenção poderia ser escolhido, ganhando ou perdendo este campeonato. Vocês demonstraram ter caráter e força de vontade ali, é algo que eu admiro, os dois tem coragem, na mesma medida. — seu rosto ficou sério. — Mas há apenas uma bolsa.
Isso fez Yoongi e Jungkook se olharem rapidamente, a animação sendo substituída pela incerteza. Eles não queriam jogar em times diferentes e muito menos correrem o risco de se enfrentarem em quadra estando de lados opostos. Era como Sungjin disse, eles funcionam como uma dupla, serem separados era como...
— Mas... acho que temos uma saída... — os garotos olharam para ele novamente. — Pesquisei e vi que os dois não são exatamente de famílias humildes, correto? — eles deram de ombros, era verdade. — Poderíamos falar com os reitores da universidade e cada um ficaria com 50% da bolsa custeada por ela, e os outros 50% por conta de vocês. Os dois poderiam jogar no mesmo time, que eu acredito ser o desejo de vocês, claro, ainda vamos revisar o contrato passo a passo. Eu lamento garotos, mas é o máximo que posso fazer, não estava contando com talentos tão bons esse ano. — ele expressou um sorriso, tentando amaciar o clima. — O que me dizem?
Jungkook e Yoongi não levaram mais do que um segundo para responder.
— Aceitamos!
O homem pareceu atordoado por um momento, ele esperava repliques antes de uma confirmação.
— Oh, isso é... — perdeu as palavras. — Excelente, a PNU vai receber vocês muito bem, não vão se arrepender. — levantou a mão novamente para apertar a dos garotos. — Fizeram uma ótima escolha, rapazes.
Após pegar o contato dos garotos, Sungjin lhes disse mais algumas palavras e precisou sair, deixando os jogadores ali no corredor.
— Me belisca, eu acho que estou sonhando e o dia de hoje não aconteceu! — Jungkook disse enquanto observava as costas do técnico sumirem ao virar para a direita.
O que recebeu foi um tapa na nuca, dado por Yoongi.
— Vira essa boca pra lá. — ele sorriu, segurando os ombros de Jungkook. — É real! Estamos dentro, porra! Conseguimos, Jungkook! — o abraçou.
É, eles conseguiram mesmo.
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Não esqueçam do votinho!
Até o próximo!
E preparem os lencinhos!
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