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Boa leitura, deixem comentários pra mim também! ❤️

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Foi uma péssima conversa. Um péssimo momento. 

Jimin nunca poderia imaginar que tudo acabaria daquele jeito. E tão rápido quanto Jungkook saiu daquela sala, o loiro também saiu, tropeçando nos próprios pés enquanto caminhava sem rumo, deixando as lágrimas caírem sem controle.

Acabou se escondendo no banheiro, não estava afim de voltar a sala de aula e ser alvo de olhares, afinal, até um cego saberia que ele estava chorando. Os olhinhos estavam vermelhos, assim como o nariz, as bochechas inchadas e perdeu a conta de quantas vezes inspirou, tentando parar o choro.

Faltavam apenas duas aulas para que os alunos fossem liberados, Jimin procurou a biblioteca quando conseguiu engolir o choro, este que ficou preso em sua garganta o tempo todo. Tentou estudar determinados assuntos para a prova. Essa era a única coisa que ele estava fazendo durante dias. Definitivamente a única. Sequer estava dormindo corretamente, suas olheiras deixavam isso claro.

Seu coração estava desolado e desorientado, como se tivessem retirado sua base que o mantinha seguro e estável.

Parou quando os olhos pesaram, e percebeu que estava na hora de largar aqueles livros quando não conseguia entender uma vírgula de tudo aquilo. Ele lia sem parar, mas não entendia nada do que estava escrito. O sono somado à tristeza venceram e Jimin caminhou para o ponto de ônibus, indo para casa. Chegando lá, não fez muita coisa além de chorar novamente até pegar no sono.

Seu coração doía a cada batida, a cada pensamento que tinha a respeito de Jungkook. A lembrança do beijo dele e de suas palavras dolorosas quando lhe disse que agora estava liberto para seguir seu sonho. Isso doeu mais que qualquer coisa, pois Jimin agora tinha consciência que não poderia ter os dois. Jungkook não parecia estar disposto a procurar uma solução ao seu lado, ele achou muito mais fácil terminar de uma vez. 

Talvez estivesse mesmo errado sobre ele, talvez não gostasse tanto de si como dizia.

Talvez esse tenha sido o jeito mais fácil de terminar de uma vez, não é? De se livrar de mim antes que tudo piorasse.

Era o que o loiro pensava. Em contrapartida, seu coração gritava o oposto, dizendo-lhe que Jungkook havia feito isso para o seu bem, que podia ver a dor em suas palavras com a possibilidade de lhe perder, de ser afastado de si, que terminar não era o que ele queria,

E não era mesmo.

Jungkook parou na primeira loja de conveniência que achou pelo caminho de volta para casa. Comprou mais garrafas de soju do que era aconselhado para uma pessoa só Também não era aconselhado a beber dirigindo, mas foi o que ele fez. Não quis deixar as lágrimas caírem por que não existia motivo para chorar, Jeon não tinha o direito de chorar e nem de se sentir triste.

Tudo aquilo havia sido culpa sua. Nada mais.

Parecia que o carma havia chegado cedo demais, graças a sua brincadeira idiota, teve seu coração roubado e agora Jimin iria leva-lo para longe, o deixando sem nada.

Ele iria embora em breve. 

Esse era seu castigo? Ser deixado pela pessoa que ama? 

Não parecia justo para si, foi por isso que sentiu a raiva inflando no fundo de seu ser.

Porque sabia. Tinha certeza. Jimin iria embora. 

Pouco importava se ele ainda não havia feito a prova, Jungkook sabia que ele tinha capacidade o suficiente para passar, mesmo que estivesse estudando em cima da hora, como estava acontecendo. Bastou ligar os pontos para descobrir porque ele andava tão cansado nos últimos dias, a aparência abatida assim como Hoseok e Namjoon. Não conseguia acreditar que havia sido idiota ao ponto de não passar pela sua cabeça que o loiro gostaria de entrar numa universidade prestigiada, ele tinha chances muito altas.

O que o faria ficar em uma faculdade comum em Busan? Jungkook? 

Jungkook e seu amor eram suficientes para o fazer ficar? 

O próprio achava que não, pois não poderia ser egoísta com Jimin e impedi-lo de ir seguir seu sonho. Não podia, e não iria.

Jimin era tão melhor que ele, Jungkook não merecia sequer uma lágrima vinda do menino, não merecia o coração bondoso posto em suas mãos, e isso doía mais que qualquer coisa.

Terminar o que tinham doeu no fundo de seu coração, porém, doeria bem mais quando o loiro finalmente descobrisse que ele não valia todo esse esforço e já fosse tarde demais. Jungkook não podia arriscar. 

Foi o melhor a se fazer.

Tentava se convencer, repetindo a mesma frase diversas vezes em sua mente enquanto virava o gargalo da garrafa de bebida e segurava as lágrimas em seus olhos. Ia ser melhor para Jimin que eles não fossem mais afundo naquele relacionamento. Poderia doer nele agora, mas passaria, como tudo nessa vida. O garoto poderia esquecê-lo depois de um tempo, conhecer outra pessoa e ser feliz. 

Dificilmente isso aconteceria se Jungkook fosse seu primeiro. 

Ainda mais com sentimentos tão fortes de formando, laços criando raízes e foda-se a história de tempo novamente. Jungkook o amava, duvidava de que chegaria a sentir isso outra vez, ou na mesma proporção por outra pessoa. 

Existia a possibilidade de tentarem a distância, mas parecia uma ideia estúpida demais, comparado a quanto ele e Jimin gostavam de estar juntos na maior parte do tempo.

Não se orgulhou de estar bêbado em plenas três da tarde, mas conseguiu estacionar em casa e subir até seu quarto sem levantar muitas suspeitas, algumas garrafas foram escondidas em sua roupa e bebeu por lá mesmo, sem fazer barulho. Em determinado momento, desceu a cozinha como um gato afiado, procurando sabe-se lá o que, quando abriu o freezer da cozinha, lá estava ela, a bendita garrafa cor de rosa, a tal bebida que ele queria oferecer a Jimin em sua festa de aniversário, Jeon não pensou duas vezes antes de virar aquilo garganta abaixo. Apesar de gelada, ela desceu por sua garganta como brasa quente, era doce e borbulhante. 

Igualmente ao sabor de Jimin.

Alguns momentos passaram por sua mente. Como no dia em que fizeram o trabalho juntos, a primeira vez que se beijaram, e os incontáveis sorrisos que Jimin lhe deu ali.

Foi assim que a primeira lágrima caiu. Pesando o ar em pura melancolia. Igualmente a Jimin, Jungkook chorou até dormir, quietinho em seu quarto, escondendo-se do mundo como um covarde que se considerava ser. 

Os dias foram passando. Ambos se afastando.

Jungkook frequentava as aulas por mais que não tivesse vontade, precisava de pontos e precisava da matéria dada para estudar, prometeu que tentaria. Diferentemente do loiro que foi poucas vezes e parecia nem estar presente, a cabeça em outro lugar.

Os meninos ficaram sabendo no dia seguinte o que acontecera, assim como Miranda que até tentou consolar Jimin, falhando ao ver que ele não estava afim de conversar com ninguém. 

Todos notaram que havia algo de errado. Os pais de Jungkook estranharam quando questionaram sobre Jimin ao filho e não tiveram uma resposta. Park Jina não se intrometeu e não forçou menino a falar, apesar de curiosa, ficou mal pela tristeza do filho, ele parecia ainda mais recluso do que antes.

E a escola gerou boatos maldosos, todos especularam que Jungkook havia conseguido o que queria e chutado Jimin como fez com todos os outros. Sooyoung voltou a ser um assunto quando questionaram se ela havia voltado com Jungkook. 

Isso foi totalmente ignorado por ela, que com o decorrer do tempo, se afastou ainda mais das pessoas a quem chamava de amigas, ignorou ao Jeon e o resto das pessoas como se fossem insignificantes para ela, e ninguém poderia julgá-la por isso, tinha sua própria dor para lidar e problemas para resolver. 

Jimin e Jungkook se repeliam, sempre buscando não ficar no mesmo ambiente, o que era difícil já que o círculo de amigos havia se tornando próximo. E não confiavam em si mesmos para ficarem sozinhos, eles sabiam o que aconteceria.

— Você tá um caco. — Namjoon comentou ao lado de Jungkook, ambos na aula de inglês.

— Obrigado por dizer, não tenho espelho em casa. — respondeu Jungkook um tanto irônico e raivoso.

— Eu em, se humor tá uma merda também, o Jimin pelo visto influenciava em tudo.

O coração do moreno doeu ao ouvir o nome dele. 

— Pode não falar dele, por favor? — olhou para o amigo, Namjoon lhe lançou um olhar compadecido.

— Sabe que precisa por pra fora em algum momento, né?

— Sei. — suspirou. 

— Acho que estamos em uma boa hora pra isso. — o de cabelos azuis não gostava de ver nenhum de seus amigos tristes por qualquer coisa que fosse, depois de Hoseok, Jungkook sem dúvida era o mais sentimental dos quatro, mas nunca diria isso em voz alta.

O moreno deixou a cabeça cair sobre a mesa, escondendo o rosto entre os braços, estava cansado.

— Sinto falta dele. — a voz saiu abafada. Para Jungkook era tão estranho compartilhar assuntos do coração com outra pessoa que não fosse o loiro.

Namjoon soltou um suspiro.

— Aposto que ele também sente sua falta. — tentou amenizar, olhando o amigo de lado. — Nós mal o vimos durante esses dias... vocês não trocaram sequer uma mensagem?

— Não. 

Jungkook sentiu-se mal inevitavelmente, não só pelo término de uma hora para outra, e sim por ter deixado Jimin sozinho durante os últimos dias antes da tão temida prova. Hoseok e Namjoon estavam se apoiando, pois era desgastante, e depois que Jeon por pura curiosidade pesquisou o andamento da prova, chegou a conclusão que Jimin deveria estar passando por um sufoco. Estudar tudo aquilo em cima da hora, sozinho.

E ele não estava lá para ajudar. Mas queria estar.

— Não tá sendo fácil pra ninguém Jungkook, a culpa é totalmente do mau planejamento da faculdade. — como se lesse seus pensamentos, o de cabelos azuis que já estavam desbotados a um tempo, pronunciou com a voz baixa, estava exausto. — Acho que minhas chances diminuíram cerca de 75% de entrar. — comentou desanimado.

— Para de falar merda. — Jeon levantou a cabeça, o encarando. — Você e Hobi vão passar, eu tenho certeza. 

— São só trinta vagas e você já tem certeza que três delas já tem dono? 

Três delas...

— Sim, alguma vez estive errado? — levantou uma sobrancelha.

— Deixa eu pensar, só milhares de vezes. — soltou uma risada que foi correspondida pelo moreno. Ambos ficaram em silêncio por alguns segundos, Jeon achou que o assunto havia acabado, mas se virou quando ouviu novamente a voz do amigo. — Olha cara, tenho que te falar uma coisa. 

Jungkook franziu o cenho.

— Pode falar.

— Eu nunca botei muita fé no seu namoro com o Jimin. — começou, procurando as palavras certas para se expressar. — Não sei, começou com a aposta e depois... vocês ficaram cada vez mais próximos, mas eu sinceramente achei que não ia dar em nada. 

— Também pensei isso, por bastante tempo. — desviou os olhos do amigo para o caderno aberto na mesa, rasgando a pontinha de uma folha com os dedos. — Depois disso tentei me convencer que era só vontade foder com ele, e era, mas não só isso. Meus pensamentos mudaram de forma tão rápida a respeito dele.

— Eu sei, eu vi. — sorriu pequeno. — Mas ainda sim, pensei que depois de cumprir a aposta, mudaria de ideia. Acho que você pensou o mesmo, estávamos errados. 

— E como. Acabou que eu me apaixonei perdidamente por aquele garoto. — passou a mão pela testa. — Tudo culpa sua, Namjoon!

Esperava que o de cabelos azuis risse, mas isso não aconteceu.

— Sei disso. — concordou. — Era o que eu tinha pra falar. — olhou para Jungkook. — Perdão cara, por insistir nessa idiotice, se não fosse por mim, talvez vocês não precisassem passar por isso agora.

— Irmão, o que aconteceu não tem nada a ver com a aposta, por incrível que pareça. — suspirou. — De qualquer forma, nós não daríamos certo com ele em Seul e eu aqui. Não servimos pra isso. — pausa. — E olha, se não fosse por você, eu realmente não estaria nessa situação. — riu de leve. — Porém, eu nunca teria reparado nele se não fosse você com a sua ideia estúpida, obrigado.

Namjoon estava de olhos bem abertos enquanto ouvia, mas deixou um sorriso escapar assim que ele terminou de falar. Levou a palma até o ombro de Jungkook, dando dois tapinhas amigáveis ali. 

Assumiu uma face mais séria para a pergunta seguinte.

— Vai mesmo desistir dele, Jungkook? — perguntou com a voz mansa, querendo realmente saber. 

Os olhos de Jungkook vacilaram com a pergunta, seus lábios tremelicaram e ele respirou fundo, sentindo o coração doendo de saudade.

— Não posso prender ele a mim Namjoon. — deu a mesma justificativa que estava pensando a dias.

— E não acha que isso deveria ser uma escolha dele? Se quer ficar preso a você ou não? Pelo que me disse, você não deu muita opção na última conversa...

— Seria injusto, mais cedo ou mais tarde ele veria que fez errado em me escolher.

— Isso também deve ser decisão dele, Jeon. — murmurou baixo. — Deveriam conversar mais uma vez, falo sério, desde o seu aniversário que vocês não se desgrudam, não podem se afastar um do outro assim, como se nada tivesse acontecido...

Jungkook simplesmente parou de ouvir assim que a palavra "Aniversário" saiu pelos lábios de Namjoon.

Seus olhos se arregalaram, sua respiração parou e subitamente ficou muito assustado. Namjoon ainda tagarelava conselhos amorosos, sem nunca ter namorado ninguém.

— Namjoon. — chamou, fazendo o outro parar de falar. — Que dia é hoje? 

O mais alto franziu o cenho, ficando confuso ao ver o moreno olhar fixamente para frente, puxou o celular da bolsa rapidamente.

— Onze de Outubro, por quê?

Jungkook voltou a respirar.

Jimin. Outubro. Treze de outubro. 

— O aniversário do Jimin é depois de amanhã… — comentou, mais para si mesmo do que para o Kim, que arregalou os olhos rapidamente.

— Mas a prova já é amanhã! — disse alarmado, colocando as mãos na boca.

— Puta que pariu! — Jeon vociferou, enfiando as mãos na raiz do cabelo. — Como caralhos eu pude me esquecer? Como!?

— Vai fazer alguma coisa?

— Eu preciso fazer alguma coisa. — puxou o celular da mochila rapidamente. — Preciso falar com Miranda! 

— Ela tá com ódio da sua cara, sabe disso não é? — disse e então o sinal soou por toda a sala, sinalizando o fim da aula. Namjoon começou a organizar suas coisas na mesma velocidade que Jungkook.

— Foda-se! você e Yoongi vão me ajudar, anda. — jogou a mochila nas costas, segurando no braço de Namjoon e puxando-o para fora da sala. 

— Mas eu tenho que estudar! — o mais alto falou enquanto era levado pelos corredores.

— Ninguém estuda um dia antes da prova! — replicou Jungkook. — Só preciso de uma ideia, me ajuda vai...

O Kim soltou um suspiro cansado.

— Tá, eu ajudo. — revirou os olhos. — E nunca mais faça essa cara de cachorro abandonado, eu não te criei assim. 

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Namjoon estava certo em dizer que Miranda estava com ódio de Jungkook, ela estava mesmo. Muito mais que isso, se pudesse, pularia na casa do moreno para desfigurar com as próprias unhas aquilo que ele chamava de rosto.

Isso quase aconteceu. 

E quase, quer dizer que Yoongi fez um pequeno esforço de mantê-la no lugar, não queria ser testemunha de um assassinato em plena manhã.

Duvidava que chegasse a esse ponto, mas era preferível não arriscar.

— Não vou ajudar em nada não! Não sei porque você veio com essa ideia do nada agora, não foi você que terminou com ele?

Foi o que ela disse quando Jeon lhe explicou a situação, ficando um tanto quanto raivosa, em sua cabeça não fazia o mínimo sentido o jogador querer organizar algo para Jimin, já que eles não estavam mais juntos e o término havia sido a menos de quinze dias, estava recente demais, Jungkook queria ver seu amigo sofrer, era isso?

— Você sabe do motivo de eu ter feito isso.

— Sei e ainda assim, não entendo. — cruzou os braços sobre o busto. — Você nem sabe o que vai acontecer e decidiu sozinho uma coisa que diz respeito aos dois, na boa cara, isso foi muito infantil.

Jungkook sentiu uma irritação recorrente.

— Por acaso tem alguma dúvida de que ele vai passar? — questionou sério, quase perfurando Miranda com os olhos pretos. — Acredito que assim como eu, você o conhece bem e é bem previsível o que vai acontecer. 

— Conheço, e é por isso que eu te digo que foi uma atitude idiota, você é tão egoísta que o deixou sozinho e o que ele mais precisava agora era seu apoio, que estivesse do lado dele. — ditou brava, afinal, não seria Jungkook a lhe intimidar. — Ele estava lá pra te ajudar quando você precisava estudar e não sabia como, também esteve do seu lado durante os jogos, e é assim que você retribui? Deixando ele sozinho quando está prestes a fazer uma das provas mais difíceis do mundo?

As palavras de Miranda acertaram o moreno como um maldito tapa, ele esperava ter que ouvir certas coisas, mas aquela garota já tinha um discurso pronto, e funcionou, por que apenas respirou fundo e virou o rosto para o lado, sem ter como refutar nada, porque era tudo verdade.

Foi quando se lembrou de Sooyoung, e em como havia feito a mesma coisa com ela. Lembrou das lágrimas que a mesma derramou por si, ele não merecia nenhuma delas, mesmo a garota não sendo a melhor pessoa do mundo, Jungkook também não podia dizer que estava acima, na verdade, estava bem abaixo, pois acabara de repetir o mesmo erro, e dessa vez com Jimin, o que tornava tudo ainda pior.

Foi quando notou que ele não mudara merda nenhuma, ainda continuava o mesmo idiota inconsequente que só pensa em si mesmo. Jimin podia tê-lo deixado mais "dócil", mas Jeon não havia mudado, ainda continuava imaturo para qualquer relacionamento.

— Você não faz ideia de como ele está, Jungkook. — ela disse com a voz triste, abaixando os olhos com a lembrança vívida de quando foi até a casa do loiro sem ser convidada, conheceu Jina e conversou com Jimin, ela nunca o vira tão abatido.

E só vendo a expressão no rosto dela, sentiu o peito doer e os lábios tremeram, as narinas dilataram à medida que os olhos ameaçavam encher. Sentiu vontade de chorar, só de imaginar como estaria o menino, e tudo por culpa sua.

Yoongi, Hoseok e Namjoon estavam ali, apenas ouvindo a alguns passos de distância a conversa entre os dois.

— Preciso da sua ajuda. — o moreno pediu novamente, e dessa vez Miranda conseguiu ver a dor nos olhos escuros, e então respirou fundo antes de falar.

— Eu ajudo. — descruzou os braços, levantando a mão direita e apontando o indicador para o rosto do maior. — Mas só porque não quero vê-lo triste daquele jeito de novo, se você estragar tudo mais uma vez, não vai ter segunda chance. Eu mesma vou cuidar pra que ele se afaste de você. 

Falou seriamente, determinada a ficar do lado de Jimin em qualquer decisão que ele tomasse a respeito da situação. Jungkook não gostou da escolha de palavras dela, mas não podia fazer nada a respeito, não queria comprar mais uma briga com a garota e acima de tudo, sabia que ela estava coberta de razão em querer Jimin longe de si, ainda mais depois do que houve.

— Certo, tudo bem. — deu-se por vencido, suspirando.

— Ok, já terminaram a discussão? — Hoseok intrometeu-se no meio dos dois, interessado no planejamento do que fariam. — Por onde começamos? — entrelaçou os dedos das mãos, olhando curiosa para ele.

— Ainda não consegui pensar em nada. — passou as mãos pelos cabelos, nervoso. 

— Beleza, vamos começar com o básico. — buscou um caderninho de anotações e uma caneta de dentro da bolsa, abrindo e posicionando para escrever. — Do que ele gosta? 

— Livros. 

Miranda e Jungkook responderam ao mesmo tempo, e em seguida se olharam.

Hoseok olhou para os dois com uma cara de tédio e em seguida revirou os olhos com força.

— Por favor, né. — balançou a caneta perto da cabeça, indicando para pensarem mais. — Não dá pra fazer uma festa de aniversário numa biblioteca. 

— Festa? Vamos organizar uma festa assim? De uma hora pra outra? — Namjoon se aproximou também. 

— Claro que vamos, nós organizamos a do Jungkook e deu tudo certo. 

— Sim, com duas semanas de antecedência. — o próprio respondeu, um tanto desacreditado. — Fora que eu nunca perguntei se ele queria uma festa.

— Ele me disse uma vez que provavelmente não teria uma. — Miranda comentou enquanto pensava. — Mas não disse que não queria uma. 

— Então não tem problema em organizar uma surpresa. — Jung anotou algo no caderno pequeno. — Ok, podemos combinar com a mãe dele, você fala com ela, Jungkook?

— Duvido muito que ela queria olhar na minha cara. — suspirou desapontado. — Mas por ele, eu posso arriscar levar umas vassouradas na cabeça. — riu um pouco. 

— Você já sabe o que vai fazer? Tipo, como vai falar com ele? — Namjoon fez a pergunta que todos queriam, muito curioso.

— Pretendo começar com um pedido de desculpas. — piscou os olhos.

— É o mínimo. — Mirando alfinetou. Jungkook revirou os olhos.

— Depois quero conversar sobre o que acontece conosco daqui pra frente.

— Ãhn... prevejo lágrimas nessa conversa, então não aconselho que as duas coisas aconteçam no mesmo dia. — Hoseok fez um careta com a possibilidade de aquilo não terminar bem e acabar com o clima de comemoração. — Já sei! — exclamou alto. — Porque não convida ele pra algum lugar depois da prova? É o que todo mundo vai precisar depois daquilo, falo por mim mesmo. Vocês podem conversar e dependendo do que acontecer, nós seguimos com o plano. — e sorriu com a própria ideia genial. — Vai ser legal uma festinha depois de uma prova daquela.

Jeon levantou uma sobrancelha, pensativo. Não era de todo ruim, porém, tinha certas dúvidas a respeito de como Jimin reagiria com tudo aquilo.

— E onde eu o levaria? — questionou mais para si mesmo do que aos outros.

Parou para pensar, Jungkook poderia dizer que conhecia Jimin com a palma da mão, mas naquele momento, nada se passava por sua cabeça. Por um segundo, pensou no primeiro encontro deles, no cinema, pensou em todos os lugares por onde passaram, em suas lembranças ainda vividas e por fim:

— A praia...

Disse baixo, arregalando os olhos para si mesmo.

— A praia! — disse mais alto, eufórico. — Eu o pedi em namoro perto da praia! E ele me disse uma vez que gostaria de conhecer a praia de Haeundae, eu só não sei como levar ele até lá.

E pela primeira vez desde que começaram a falar, Yoongi se pronunciou, com os olhos felinos um tanto abertos.

— Meus pais têm uma casa lá!

E então em simultâneo, todos os cinco abriram pequenos sorrisos, o de Jungkook rasgava o rosto inteiro, vendo que a mesma ideia se passava na mente de seus amigos.

— Me fala que você tem a chave dessa casa, por favor! — Miranda implorou, segurando a jaqueta do moreno entre os dedos.

— Claro que tenho, nós vamos pra lá no final do ano. — riu convencido.

— Mas isso fica do outro lado da cidade. — Namjoon pontuou, um pouco incerto. — Tem como ir e voltar? A prova só acaba quase oito da noite.

— E quem disse que eles vão voltar? — Jung mostrou um sorriso discreto, o olhar brilhando em malícia.

— Ah... — murmurou o de cabelos azuis, entendendo finalmente a premissa.

— É óbvio que vocês não vão voltar. — Yoongi revirou os olhos quando Jungkook estava prestes a replicar. — Qual é? Você deve isso a ele.

— Vou tentar evitar. — olhou para os lados, fingindo indiferença.

— Claro, só tentem não destruir a casa, ok? — Yoongi bateu em seu ombro com a mão direita, rindo baixo, assim como os outros.

— Pra isso dar certo, ele precisa aceitar. — Miranda respirou fundo, tentando soar confiante. — Vai dar certo, vai dar certo.

— Tem que dar certo. — Jeon desejou com força.

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Jimin nunca esteve tão ruim em sua vida inteira. 

O pior era que de certa forma, quando parou para pensar, Jungkook estava mesmo tentando lhe ajudar terminando consigo?

Porque depois daquele dia sua concentração caiu de forma brusca e tudo o que se propunha a estudar, não conseguia entender com clareza. Ele mais atrapalhou fazendo isso do que ajudou.

Estava preocupado com sua nota, com seu futuro, com Jungkook apesar dele não merecer nem um pouco. Eram tantas coisas para assimilar ao mesmo tempo, e nada, absolutamente nada fazia sentido. Perdeu as contas de quantas vezes deixou lágrimas caírem enquanto lia um texto ou tentava resolver um cálculo. Lembrava de Jeon e de suas palavras antes dele acabar com tudo.

Sentia falta.

Falta dos abraços dele, do sorriso, dos arrepios que sentia sempre que ele beijava seu pescoço, das conversas sem sentido e das perguntas inusitadas que por algum motivo, o moreno supunha que Jimin saberia as respostas de todas elas. Chorou novamente quando percebeu estar esquecendo do cheiro dele, da textura da pele, do gosto...

Jimin se tocou enquanto lembrava dos momentos íntimos que tivera com o jogador, mas se arrependeu segundos depois quando não sentiu nada além de um vazio, não era a mesma coisa, não era ele. A abstinência corporal existia? Se sim, Jimin com certeza estava com isso. O fato de estar com saudade do corpo do outro lhe atrapalhou mais do que gostaria, e a consequência disso, foi que se sentia completamente despreparado para a prova. 

Seus dedos tremiam enquanto segurava a bolsa entre eles, não havia nada de mais ali, apenas algumas canetas, uma garrafa de água, um sanduíche natural embrulhado em papel filme e uma maçã. Estava levando suprimentos por insistência de sua mãe, pois a dias que não sentia vontade de comer absolutamente nada, sabia que estava errado, mas sua tristeza não dava lugar para fome. 

Os olhos estavam pesados em cansaço e os lábios em uma cor rosa bem fraca, quem o visse poderia o achar anêmico. Enquanto o ônibus sacolejava de um lado para o outro, Jimin se mantinha quieto, olhando para a janela e imaginando o que Jungkook estaria fazendo naquele momento, ou Miranda, que havia falado consigo pela manhã, perguntando em que local seria sua prova e desejando muita sorte. Agradeceu e ficou feliz pelo apoio dela, mas querendo que fosse de outra pessoa. 

Seus olhos encheram ao lembrar do quanto algumas palavras de Jungkook poderiam melhorar o seu dia, como o apoio dele lhe fez falta, e às vezes bastava um sorriso dele para se sentir confiante de novo, tudo isso foi tirado de si em uma fração de segundos. A raiva era o que impedia o choro, Jungkook havia sido tão egoísta que não conseguia aceitar no término decidido apenas por ele.

Como se Jimin não tivesse opinião, como se Jimin não fosse nada para ele. 

A cidade inteira estava parada naquele dia, todos dando completa atenção para o exame que seria feito, até aquele momento, algumas pessoas ainda eram vistas andando de carro, ônibus, bicicletas, mas em uma hora Busan pareceria uma cidade fantasma. 

Tentou acalmar o coração quando se sentou na sala que lhe foi instruída, após passar pela vistoria de segurança da escola mostrando sua identificação e deixando o celular em um saquinho junto às demais pessoas que também estavam ali. Não era a sua escola, então passou cinco minutos procurando a sala 147 pelos corredores até que finalmente encontrou. Outras pessoas já estavam sentadas, outras entraram junto consigo em um silêncio que deixava tudo pior.

O ar gélido do lugar o arrepiava e era tão iluminado que lhe doía os olhos sensíveis, parecia até um ambiente hospitalar.

Esfregou as mãos em seus braços cobertos pelo moletom preto e respirou fundo, pela próxima meia hora que se seguiu, Jimin observou o perfil de cada pessoa naquela sala, alguns adolescentes, outros mais velhos, pessoas na casa dos trinta anos, todos muito diferentes, todos muito quietos, ansiosos...

Engoliu em seco, com o olhar fixo em sua mesa branca e completamente imaculada. 

Todos olharam para frente em simultâneo quando uma mulher de estatura média abriu a porta da sala. Caminhando com duas pastas recheadas em mãos, ela as deixou na mesa grande na lateral da sala e virou-se para as pessoas.

— Sou Lee Chae Yeon, supervisora desta sala. — começou, Jimin reparou em suas roupas formais e os sapatos altos, o andar elegante. — Creio que já sabem a regras, mas temos um protocolo a seguir. — cruzou os braços e continuou a andar. — Todos os celulares estão enfileirados no armário do lado de fora da sala, serão entregues assim que o horário expirar. Espero que tenham trazido água e comida, para o bom funcionamento das sete horas que vão se passar aqui. — Fez uma pausa, encarando todos ao mesmo tempo. — Cada um terá o direito de ir ao banheiro três vezes, caso queiram, basta solicitar que chamarei um policial para acompanhá-los. Não fiquem assustados, é apenas uma medida de segurança. Está proibido conversas e manuseio de outros objetos que não seja a caneta preta que trouxeram para o preenchimento do gabarito.

— São sete horas de prova, usem com sabedoria. Prestem atenção nas questões e leiam com cuidado. As folhas de rascunho para cálculos e redação estão na parte de trás da prova, cuidado com rasuras quando passarem a limpo, sejam pacientes. O prazo mínimo para validação é de cinco horas, se saírem antes disso, estão automaticamente eliminados, a prova pode ser levada com vocês quando o prazo de sete horas acabar. Se violarem as regras de segurança, também serão eliminados, e senhores... — parou no centro da sala, respirando fundo e abrindo um sorriso mínimo. — Boa sorte, façam o melhor que puderem. 

Depois disso, a mulher não demorou a abrir as pastas e chamar o nome de cada um para identificação e levar a prova até a pessoa. Quando chegou sua vez, Jimin mordeu os lábios pelo peso de todas as folhas juntas, mas não mexeu até que fosse ordenado para tal feito.

— Todos prontos? Podem começar. 

E então um véu foi posto sobre a mente do menino, uma última respirada funda foi feita e então os olhos estavam afiados, determinados, apesar do cansaço. Ignorou todos os seus pensamentos a respeito da vida externa e lançou para longe tudo o que fazia-o pensar que não conseguiria. Jimin era um gênio, inteligente ao extremo e possuía capacidades cognitivas que já o destacavam de muitas pessoas ali.

Então, leu com calma a primeira parte da prova, e uma a uma, foi respondendo com tranquilidade, das mais fáceis para as mais difíceis. Fez o mesmo a respeito das matérias de exatas, e apesar da facilidade que tinha, foi o que mais prendeu seu tempo. Em seguida a de inglês, que surpreendentemente não demoram nem meia hora para serem respondidas por si. 

Fez uma pausa, sentiu fome, comeu o lanche que lhe foi colocado na bolsa e agradeceu internamente a mãe por isso. Tirou cerca de dez minutos para acalmar o cérebro. O restante das matérias lhe roubou tempo demais, não teve muito tempo para estudar a fundo sobre cada uma delas, educação vocacional o fez pirar sentado naquela cadeira, mas fez o possível para manter a calma.

— Que Deus me ajude. — murmurou para si mesmo, passando os dedos entre os cabelos.

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Jina se controlava para não roer as unhas bonitas, o que estava sendo uma tarefa difícil, devido a seu estado de nervosismo. 

Jimin havia feito questão de ir sozinho, e ela respeitou a decisão, mesmo lutando para ir com ele, chegar até o portão e lhe desejar um com desempenho. Seu filho estava tão focado nos estudos ultimamente que tinha medo de algo dar errado no meio do caminho que o impedisse de fazer a prova, mas acreditava na responsabilidade dele. 

Durante os últimos dias, o ajudou como pode, Jina é inteligente, mas já faziam anos que não pisava em uma escola ou sentava para repassar conteúdos antigos. Ela ajudou de outro jeito, levando comida, o liberando de algumas funções domésticas na casa, o distraindo e dando carinho quando ele não estava preso entre os livros e aulas, deixou que ele faltasse à escola para dormir mais no dia seguinte, isso acontecia quando o garoto virava a noite em claro.

Fez o que pode, e fez mais ainda pelo fato de que não viu Jungkook durante os dias que se passaram, não sabia se ficava enraivecida ou preocupada. Jimin também não mencionou o jogador nenhuma vez e, mesmo curiosa, decidiu não perguntar nada. Mas seu coração dizia que seu filho estava recluso e introspectivo novamente por algum motivo que teria ligação com o rapaz. E estava certa, soube no dia que o ouviu chorar através da porta, murmurando o nome do jogador.

Sentiu raiva dele, e sentiu raiva de si mesma por estar certa a respeito dele.

Por isso, o que menos esperava era ter o garoto batendo em sua porta às duas da tarde, quando a cidade inteira estava parada. 

— O que diabos você faz aqui moleque? — se projetou para frente, passando pela porta de maneira rápida e Jungkook desceu os três degraus da varanda de maneira desajeitada, quase caindo.

— Senhora Park, bom dia! Eu... — começou a falar, demonstrando passividade com um sorriso quebrado.

— Nada de bom dia! Fala logo o que você fez com meu filho, ou eu juro que quebro um cabo de vassoura na sua cabeça em dois tempos. — ameaçou, afoita e com os olhos afiados na direção dele, igualzinha a Jimin.

O moreno engoliu em seco, nunca odiou estar tão certo a respeito de sair de lá a vassouradas.

— Eu explico tudo, mas não quebra nada na minha cabeça não, por favor... — pós as mãos à frente, como se estivesse se protegendo de golpes inexistentes.

Não sabia o que era mais humilhante, Jungkook já havia entrado em conflito com várias pessoas na vida, até mais velhas, se meteu em várias brigas insignificantes ao longo da adolescência rebelde, mas agora estava ali, querendo não ser agredido por uma mulher de quase dezoito centímetros a menos.

— Têm um minuto.

— Nós terminamos. — se apressou, a mulher arregalou os olhos. — Quer dizer, eu... fui eu que... — coçou a nuca, olhando para os lados, sem saber o que dizer.

— Você o quê!? Desembucha de uma vez! — mandou, também nervosa.

— Fui eu quem terminei com ele. — murmurou baixo, chateado consigo mesmo. — Eu disse a ele que deveríamos ficar separados, para não atrapalhar a vida dele.

— Atrapalhar a vida dele? Do que você tá falando? — franziu o cenho para o garoto, tentando entender o que havia acontecido entre os dois antes de matar aquele em sua frente. Ele fez seu bebê chorar...

— A faculdade... — Jeon murmurou baixo, erguendo os olhos para ela. 

Foi aquela palavra, somada ao olhar dele, que desarmou Jina por completo. Ela abaixou os ombros, fechou os olhos e suspirou cansada, perdendo por um instante a pose de durona que sempre carregava consigo, parando para pensar. 

— Você não sabia, não é? — dessa vez a voz dela estava calma, até um pouco melancólica. O rapaz negou lentamente. — Vamos entrar. — apontou com a cabeça para a casa, virando-se de costas e começando a andar.

E assim foram. Jina ofereceu um copo de água para o moreno que aceitou assim que passaram da sala para a cozinha pequena, sentando na mesa de jantar, um de frente para o outro. Era estranho para a mulher ter outro garoto sentado no lugar onde seu próprio filho já esteve várias vezes, onde já tiveram tantas conversas, até a respeito do moreno que estava ali.

— Vamos ser sinceros aqui, ok? — decidida a ter uma conversa séria, ela começou. Jeon assentiu novamente. — O que você sente pelo meu filho?

O rapaz nem precisou pensar enquanto abria um sorrindo pequeno.

— Eu amo o Jimin. — confessou abertamente, já estava na hora. — Eu... descobri isso a algumas semanas atrás, mais precisamente no dia em que brigou comigo por agarrar ele na frente da sua casa. — lembrou e inesperadamente, Jina riu um pouco, cortando o clima tenso.

— Belo jeito de demonstrar. — o encarou. — Disse isso a ele? 

— Não tive a chance, depois dos jogos ele começou a ficar distante, agora eu sei que foi porque as datas das provas foram alteradas, meus amigos também estão concorrendo com ele. — suspirou, apertando um pouco o copo de vidro entre os dedos. — Eu também não queria ficar tão perto, do jeito que estávamos, parecia que uma coisa mais intensa poderia acontecer a qualquer instante, e eu não queria isso. 

Abaixou os olhos enquanto dizia a última parte, usando palavras cuidadosas com a mulher.

— Coisas intensas, você quis dizer sexo? — mas Jina não tinha papas na língua para falar daquele assunto.

— Sim, basicamente. — a olhou novamente. — Sinto que se fizesse isso, estaria ligando-o a mim definitivamente e, depois que fiquei sabendo da faculdade de Seul, pareceu ainda mais inapropriado.

— É um pouco contraditório, logo você, pensar dessa maneira. A sua fama deixa um pouco a desejar no quesito: relacionamentos. — arrancou um riso sem graça do outro e espalmou as mãos na mesa. — Ele te contou sobre a faculdade?

— Eu pressionei um pouco, estávamos discutindo e ele acabou falando. — tomou mais um gole de água. — A primeiro momento, fiquei com raiva por ele não ter me contado nada desde o começo, eu teria ajudado. Mas depois pensei por um instante e a universidade de Seul significa que não ficaríamos juntos pelo tempo que planejei. — puxou o ar pelo nariz. — Decidi no calor do momento que era melhor acabar com tudo de uma vez, doeria mais no futuro se continuássemos. — levantou a cabeça para encarar firme os olhos castanhos de Jina. — Senhora Park, eu juro que não pediria ao Jimin que desistisse do futuro dele por mim, não seria justo e ele provavelmente se arrependeria depois, foi por isso que terminei.

Jina entendeu, no fundo do coração ela entendeu o que o rapaz havia feito, ele quis prevenir o seu filho de cometer um possível erro drástico, que poderia custar muito, colocou como prioridade o futuro dele do que o próprio coração. Foi quando soube que Jungkook não se parecia com o pai de Jimin, nem um pouco, ele era melhor, talvez um pouco maluco, fora da curva e inconsequente, mas o seu ex marido nunca tomaria esse tipo de decisão visando o seu bem na época que estavam juntos, pelo contrário.

E viu nos olhos do jogador que não havia sido fácil, que ele havia chorando também e estava sofrendo sem o menino. Adolescentes sentem tudo com mais intensidade, é por isso que às vezes confundem certos sentimentos, mas aquele garoto à sua frente não, ele estava certo do que falava, estava certo do que sentia, uma pena que nem tudo estava somente ao seu alcance.

— Jungkook, eu avisei a Jimin que seria melhor te contar de uma vez, antes mesmo de vocês começarem a namorar, ele achou que teria tempo, mas nem tudo sai como planejamos. — apoiou o rosto no punho. — Sinto muito que ele não tenha te contado, mas... você cometeu um erro ao deixá-lo sozinho nisso. Eu vejo como ama o meu filho, e tenho uma forte impressão de que é recíproco, terminar tudo o que tinham só o fez pensar que você não se importa com ele. 

— Mas eu me importo, me importo muito...

— Eu sei, mas ele não. — tombou a cabeça, soando tranquila. — No geral, pareceu que só se importou com você mesmo, pela raiva de pensar que muito em breve pode vê-lo indo para longe, e sei que pensou isso. Sei que ficou agoniado com a ideia de que nunca mais vai estar perto dele. — a mulher respirou fundo, cruzando os braços, ela também já havia sentido isso ao saber que teria de ficar longe do filho. — Não vou mentir e dizer que estaria tranquila de ver meu menino partir, por isso se ele passar, e quiser ir, eu vou com ele. Mas isso só vai acontecer se ele decidir que quer ir. Entendeu?

E foi como se uma venda estivesse sendo tirada de seus olhos, Jungkook respirou fundo e olhou para os lados, preso na burrice que havia feito semanas atrás. Entendeu finalmente que não poderia decidir o futuro de outra pessoa por mais que quisesse e soubesse ser o melhor. Se até Park Jina, que era a mãe dele, não estava o pressionando a partir para uma faculdade renomada, por que queria que fosse escolha de Jimin, porque Jungkook estava tomando esse papel e apressando as coisas?

— Escute. — a mulher chamou sua atenção novamente. — Vocês juntos é algo que eu nunca pensei, mas passei a gostar. — o moreno abriu um sorriso mínimo. — Não se empolgue muito, ainda não vou com a sua cara. — levantou a sobrancelha e apontou o indicador para ele. — Mas você é a escolha do meu filho, não posso fazer nada, o único que pode mudar a preferência dele por você é você mesmo. Então se o ama como diz, o faça feliz pelo tempo que der, se ele quiser ir embora do mesmo jeito, ele vai sabendo que você o ama o bastante pra decidir ficar e tentar o quanto pode, em vez de simplesmente desistir na primeira oportunidade. Não seja egoísta, tente um pouco mais, sim? 

Jimin ainda não havia ido embora. Jimin ainda estava ali. Poderia em breve não estar. Mas ainda estava ali, vivo, com saúde, pronto pra Jungkook.

Pronto para tentar. 

— Obrigado, Senhora Park. — agradeceu baixinho, os olhos começaram a brilhar enquanto ouvia as palavras sábias da mulher a sua frente. — Acha que ele pode me perdoar por isso? 

Ela deu de ombros.

— Nunca vai saber se não tentar. — levantou-se da mesa, abrindo os armários. — E pare de me chamar de senhora Park, eu não sou casada e muito menos velha! 

Jungkook riu, jogando a cabeça para trás rapidamente. Era a primeira vez que ambos tinham uma conversa tão longa, cheia de significado, sentia-se confortável perto da mulher, mesmo que ela demonstrasse uma aversão a si, que mais parecia uma implicância boba. 

Mas ainda faltava algo...

— Amanhã é o aniversário dele... — começou, e esperava alguma reação vinda dela, e estranhou quando não veio nada.

Jina olhou para o rapaz ainda sentado, com um ponto de interrogação no meio da testa.

— Por acaso acha que eu esqueci o dia em que passei quinze horas em trabalho de parto pra colocar aquele menino no mundo? — esboçou um sorriso convencido, Jeon piscou, a expressão descrente.

— Quinze horas!?

— Quinze horas. — confirmou. — Sorte sua que o Jimin não pode engravidar, e minha também, sou muito nova para ter netos. 

Jungkook balançou a cabeça um tanto perdido. Filhos? Ele nunca pensou a respeito se gostaria de ser pai ou não, havia feito dezoito a pouco tempo, talvez fosse um pouco cedo para isso.

Deixou o assunto de lado, se concentrando no que deveria dizer.

— Eu gostaria de pedir permissão para levá-lo à praia de Haeundae. — se levantou também, querendo parecer confiante. — Ele me disse que gostaria de conhecer um dia e bom... pensei nisso como primeiro presente, seria bom para distraí-lo depois da prova de hoje.

— Ah, é verdade, Jimin sempre gostou de ver fotos dessa tal praia. — ela pensou por um minuto. — Por mim tudo bem, desde que tome cuidado dirigindo, não vejo problema, mas essa praia não fica um pouco distante daqui? Como vão voltar?

Era com essa parte que estava preocupado.

— Bom... nós não voltaríamos hoje, exatamente. — explicou. — Meu amigo tem uma casa lá.

Jina parou de mexer nos armários, esquecendo completamente do que estava procurando, piscando algumas vezes para ver se entendeu direito.

— Vão passar a noite juntos lá? Os dois? Sozinhos? — encarou Jungkook enquanto se virava lentamente. 

O mais novo mordeu o lábio, nervoso.

— Se ele aceitar, meio que sim. 

— Ah, meu Deus! — exclamou, colocando as mãos no rosto, depois respirou fundo de olhos fechados, tentando se acalmar. — Vocês vão... quer dizer, você e o Jimin...

— Não tenho essa intenção. — a cortou rapidamente. — Só quero que ele se sinta bem, que converse comigo pra resolver as coisas, posso trazer ele manhã bem cedo se algo der errado, mas é que... meus amigos estão organizando uma pequena comemoração para ele, eu também queria perguntar se podia ser aqui, mas precisam de tempo pra organizar as coisas então pensei...

— Tá bom, já chega! É coisa demais para minha cabeça. — massageou as têmporas, encostando-se no balcão. — Eles podem planejar algo aqui, tá bem? Vou passar o dia em casa, posso ajudá-los. Você pode levar o Jimin, distraia ele por lá, e pelo amor de Deus Jungkook, usem proteção, ok? Você tem um histórico de relações bem longo, não que eu achei que você tem alguma doença, não é nada disso, mas... você sabe.

Jeon soltou um riso anasalado.

— Sei sim, não se preocupe. Obrigado pela confiança, e obrigado pela conversa, me fez entender muitas coisas. — sorriu agradecido. — Vou trazer ele inteiro, prometo.

— Eu espero.

— Tenho que ir agora, vou organizar algumas coisas pra levar no carro. — assim que disse isso, ambos caminharam até a porta da sala novamente, a mulher abrindo para que rapaz pudesse sair. — Obrigado, de novo. 

Ela revirou os olhos, rindo levemente.

— Não há de que, agora vaza logo, tenho coisas pra fazer. — na verdade não tinha, mas ele não precisava saber.

— Estou indo, até mais! — se despediu, dando as costas e caminhando novamente até seu carro.

— Jeon! — ele parou, virando-se novamente. — Espero que dê tudo certo. — sorriu docemente, o que era um fato muito raro em Jina para outras pessoas.

— Eu também.

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Acham que o plano vai dar certo??
Eu não sei é de nada...
Espero que tenham gostado e até o próximo!
Bjj! ❤️

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