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Oiee!!!! Primeiramente quero agradecer pelo feedback positivo no capítulo passado. Sério vocês são demais!!! Continuem assim!
Chegamos a 4K de leituras e eu to MUITO FELIZ CARA! Muito obrigada mesmo!
Em primeiro lugar, me desculpem pelo atraso, este capítulo deveria sair no domingo à noite, porém... CULPEM O JUNGKOOK!
E A CALVIN KLEIN JUNTO!
As suspeitas da parceria começaram no domingo à tarde, na segunda de manhã foi anunciado e eu estava no trabalho, eu literalmente surtei! Vocês não tão entendendo! Meus olhos lacrimejaram e chorei quando eu vi.
E depois isso foi só ladeira abaixo, fotos e mais fotos que com certeza vocês já viram kkkkk. Sinceramente gente, que homem lindo!!!
Resumindo, eu surtei, não revisei o capítulo porque estava tentando digerir as informações que saíram uma atrás da outra! Aí me atrasei. Perdão.
Mas está aí o capítulo de hoje!
Votem e comentem! Por favorzinho...
Boa leitura!
✩。:•.───── ❁ ❁ ─────.•:。✩
[PARK JIMIN]
— Você não estava no seu normal hoje não, né? — Jungkook perguntou risonho enquanto minha cabeça repousava em seu peito, agora coberto novamente, para minha infelicidade.
— Nem me lembra disso.
— Por que não? É uma memória bonita de se ter.
Nós estamos a uma meia hora assim, ele sentado no banco do motorista comigo em seu colo, enquanto o banco ao lado permanece cheio de embalagens de comida que compramos na loja de conveniência. Quer dizer, ele comprou, eu apenas escolhi.
Após ter feito aquilo no estacionamento, eu me desesperei quando o vi completamente sujo com meu... vocês sabem. Tanto que não demorei a me cobrir e sair do carro enquanto Jungkook permanecia de olhos fechados como se estivesse dormindo, como eu quando senti sua boca pela primeira vez. A velocidade com que entrei na loja e comprei uma caixa de lenços umedecidos foi impressionante, que eu parecia ter tomado energético puro, e não tido um orgasmo a poucos minutos.
Após me limpar e pagar, voltei para o carro e encontrei Jungkook de olhos abertos encarando a própria mão com o líquido já um pouco seco e grosso, meu rosto esquentou mortalmente quando lhe entreguei os lenços de maneira tímida. Ele aceitou e eu tentei não lhe olhar muito enquanto retirava aquilo de suas mãos e barriga.
O que foi uma hipocrisia e tanto da minha parte, por que havia engolido seu pau por completo não fazia nem dez minutos. E só o pensamento me faz encolher de vergonha.
O segui quando deixou o carro, entrando na loja quase que totalmente fazia. Ele pegou uma cesta e olhou para mim, não precisei de muito esforço para saber o que deveria fazer. E então em completo silêncio, passei a recolher o que pensei que seria suficiente para nós dois, o moreno me seguia, buscando poucas coisas com as próprias mãos.
No pagamento, a atendente me olhou estranho quando o viu do meu lado, ela moveu o olhar seguidas vezes de mim para Jungkook e vice-versa, não demorando a abri-los minimamente com surpresa, mas não disse nada quando o moreno ao meu lado jogou um pacote de doces no caixa e lhe devolveu o olhar, incisivo.
Pacote esse que estávamos dividindo nesse exato momento, após ter feito uma refeição não muito nutritiva, mas gostosa. Continuamos em silêncio até a hora de comer, quando ele me dirigiu a primeira palavra primeiro, como se nada tivesse acontecido. Eu não tive coragem de falar muita coisa nesse meio tempo.
O carro foi levado até uma pequena elevação de terra, não muito longe da loja e perto da praia, o vento frio me fez encolher, mas meus olhos brilharam quando pude observar o pôr do sol e o mar de longe. Eu perguntei o que estávamos fazendo ali, e ele me disse: relaxar.
Eu tremi quando o observei afastar o banco para trás e me puxar ligeiramente para seu colo, mas realmente relaxei quando sua mão deitou minha cabeça em seu peito, e ali eu fiquei, bem quietinho aproveitando o carinho em meu cabelo.
— Claro que é. — concordei irônico com sua fala. Mas tinha que admitir, realmente era.
— Por que ficou vergonha depois que fizemos? — me perguntou curioso. Eu podia sentir o grave de sua voz por estar em seu peito e a respiração em meus cabelos. Abri a boca obediente quando um marshmallow rosado de morango foi posto em minha frente pelas mãos dele, e logo foi posto em minha língua. Era macio e tinha um recheio doce, semelhante à calda de sorvete por dentro.
Estávamos sentados de um jeito que a janela do motorista estava virada para o pôr do sol, meu rosto está rente ao seu pescoço e virado para o mesmo lugar. Enquanto conversamos, sinto-me hipnotizado por essa visão, tanto que não desvio o olhar nenhuma vez. Acho que Jungkook faz o mesmo.
— Eu não sei... — o que mais eu poderia responder? Era a verdade.
Apesar de já ter esclarecido tudo em relação ao que sinto por ele, essa parte ainda era uma incógnita para mim. Porque sentia vontade, sentia desejo por Jungkook assim como ele demonstrava sentir por mim, mas nunca me parecia a hora certa. Garotos da minha idade já tem suas práticas sexuais a tempos, o moreno é um exemplo claro disso, mas eu simplesmente não conseguia me sentir pronto. Como uma barreira que impedia um contato mais profundo.
Mas tudo mudava de figura em relação a Jungkook, ele me fazia sentir seguro o suficiente para tentar, como estávamos fazendo, enquanto me deixava temeroso de não gostar e tudo acabar sendo ruim para os dois.
Principalmente para ele, que já tem experiências para comparar.
É confuso? Eu sei que sim. Nem eu mesmo consigo compreender o que acontece com meu corpo. Coisas desse tipo nunca foram um questionamento até esse ser humano chegar.
— Não deve, eu não gosto de te ver tímido desse jeito. Parece até que... fiz algo errado. — quase sussurrou as últimas palavras, em um tom que parecia chateado, e eu finalmente levantei o rosto para olhá-lo. — Eu fiz algo errado?
— Você não fez nada errado, você só... — levei uma das mãos até seu rosto e o olhei profundamente. A luz quente do sol batendo na lateral do rosto magnifico de tão perfeito, deixava ainda mais evidente os olhos completamente pretos, nada de castanho escuro, eram pretos mesmo, tão negros como a noite. — Você só é você, e eu não sei o que pensar, a respeito da gente junto.
— Seja mais específico, anjo.
Eu me derreto por dentro sempre que ele me chama de anjo. É inevitável.
Suspirei.
— Eu... detesto sentir como se nunca fosse o suficiente. Porquê... olha pra nós. — fiz uma pausa, concentrado no que diria, me sentindo nervoso. — Você é popular, é bonito, é rico e é o melhor jogador de basquete que a escola já teve, e olha pra mim Jungkook, eu sou só... — ele me corta.
— Lindo, perfeito, a pessoa mais inteligente e doce que já conheci na vida. — abro um sorriso com as palavras, ouvir elogios não era o meu forte, mas amava quando vinham dele. — Estou tentando entender, está dizendo que fica com vergonha do que fazemos quando estamos sozinhos porque não se sente o suficiente pra mim, é isso?
É isso.
Eu nunca expressei minhas inseguranças e tinha medo do que Jungkook pensaria se eu deixasse transparecer demais o quanto tinha receio do que estava acontecendo entre nós. Ele veio como um comboio, me despertou coisas absurdamente boas e outras nem tanto. A comparação constante e a insegurança foram as mais fortes, principalmente porque eu sabia de seu histórico, melhor do que ninguém.
— Eu... tenho me sentido assim a um tempo, principalmente depois que você me viu... sem roupas, na verdade.— senti minhas bochechas esquentando fortemente ao lembrar, enquanto via Jungkook esquadrilhar meu rosto e apertou meu quadril levemente. — As pessoas olham de um jeito estranho quando nos veem juntos, você já teve relações com pessoas muito mais interessantes e eu... senti vergonha de falar, é besteira minha. — neguei com a cabeça e desviei o olhar para a janela.
— Lindo, me escuta, ok!? — suas mãos seguraram as laterais do meu rosto, me fazendo olhá-lo novamente, ficando parado no lugar e me olhando intensamente. — Não tem motivo pra ficar inseguro comigo, entendeu bem? Esquece essa merda de que não é o suficiente pra mim. Eu gosto de você assim, desse jeito, sem mudar nada. Não liga se as pessoas vão falar da gente de algum modo, ok? Foda-se elas e o resto junto, se for pelo meu passado, eu não posso mudar isso, mas você realmente não precisa se importar as merdas que eu já fiz, elas não têm nada a ver com você, anjo.
Senti meus olhos encherem um pouco, ainda o olhando enquanto meu coração batia rápido, aliviado após ter falado tudo o que sentia, e ter ouvido suas palavras lindas mais uma vez.
Eu respirei fundo, sentindo demais.
— Não é besteira sua, por favor me conta sempre que pensar assim, promete pra mim? — me encarou mais firme, mas com a voz tão suave que eu me senti balançado pelo cuidado e funguei, não conseguindo controlar.
Tudo estava à flor da pele para mim, senti tudo de uma vez. A tristeza por pensar daquele modo sobre mim mesmo, a alegria por escutá-lo dizer o contrário, o alívio e a surpresa, todos eles misturadas ao medo que era me envolver daquela maneira, tão profundamente que meu coração se sentia preso e livre em simultâneo.
Por que ele é de Jungkook, somente dele.
Como se finalmente aprendesse a voar, mas ainda com o medo de cair.
— Meu bem, o que foi? — e mais uma vez, o tom de voz ameno e carregado de preocupação me pegou desprevenido e eu abaixei a cabeça enquanto as lágrimas escorreram pelas minhas bochechas. — Meu amor não chora, por favor.
Meu amor...
E chorei mais quando escutei do que me chamou, não sabendo pôr em palavras tudo aquilo que se passava dentro de mim. Os braços grandes me acolheram e me aconcheguei neles, querendo parar de chorar, mas nunca conseguindo. Sentia seus dedos em meus cabelos novamente e passando de cima para baixo em minhas costas, querendo me acalmar, e funcionou, depois de alguns minutos, eu consegui dizer:
— Me desculpa, isso foi ridículo. — eu pedi, me afastando para limpar as lágrimas de meus olhos e bochechas, mas parei quando senti a mão quente em meu queixo, o segurando enquanto gruda os lábios nos meus, delicadamente, apenas um selar inocente que me acalmou.
Quando abri os olhos novamente, o olhar de Jungkook brilhava em algo que eu não entendia bem, mas parecia um misto de ansiedade e expectativa. Tão intenso como quando me olhava nos momentos íntimos, se não mais. Estranhei a mim mesmo não ficar assustado com o que disse em seguida, num sussurro ardente e incrivelmente intenso rente ao meu rosto.
— Namora comigo?
Diferente da primeira vez, não expressei surpresa alguma. Por que sabia que era agora muito mais sério, se eu dissesse não, não haveria outro pedido, nunca mais.
Percebi isso pela maneira como me olhava, como aguardava alguma reação minha, pelo modo como disse e se manteve firme ao olhar para mim com tanta intensidade sem desviar. Jungkook não estava brincando, não era pedido feito na hora da emoção, a julgar pela situação a qual nos envolvia. Era verdade, não existia nenhuma outra desculpa no planeta que me fizesse pensar o contrário, então eu sorri, e não tinha nenhuma outra resposta para dizer além daquela que eu já tinha certeza e a que ele esperava.
— Sim!
E então eu vi o sorriso de coelho mais lindo do mundo, verdadeiramente o mais belo e que jamais esquecerei.
Tudo é lindo quando se trata de Jungkook.
Mas o sorriso…
Os lábios dele cobriram os meus de maneira quase desesperada, eu demorei a abrir os lábios, e senti uma mordida em meu lábio inferior que me fez arfar e abrir a boca para recebê-lo. A língua de Jungkook adentrou minha boca e dançou ali por vários segundos, até eu sugá-la com força e ouvir um gemido como resposta. Sabia o que isso causava nele, porque eu sentia o mesmo.
E nos afastamos minimamente, meu sorriso com certeza estaria batendo nas orelhas se isso fosse possível, e sentia a respiração de um Jungkook tão sorridente quanto eu, ainda de olhos fechados e respirando fundo.
— Não foi desse jeito que eu planejei... — riu sem graça, abrindo os olhos e me encarando. — Na primeira vez também não, mas... porra Jimin, você não me deu tempo nem de comprar as alianças de namoro.
Meu coração quase saiu pela boca nesse instante, tanto que soltei um chiado pelos lábios e comecei a rir desajeitado logo em seguida, me afastando o suficiente para deixar nossos rostos a palmos de distância.
— Você pretendia me dar uma aliança? — questionei, me controlando para não deixar um sorriso imenso rasgar meu rosto, de felicidade claro.
— Óbvio que sim, é assim que funciona não é? — arqueou uma das sobrancelhas, questionando-me sério.
— Eu não sei, nunca namorei. — respondi divertido, e mordeu os lábios quando os dedos passaram pelas minhas costas, alisando.
— Eu também não. — desceu o olhar para o meu colo, e os dedos afastaram a camisa, deixando minha clavícula exposta. Aproximou a boca gradativamente até deixar um beijo que me fez suspirar. — Espera.
Moveu o braço para frente, passando reto por mim e alcançando o porta luva, onde abriu e tirou de lá uma caixinha preta, pondo a frente dos meus olhos. Eu congelei.
— Aqui. — abriu e puxou de lá uma corrente com a ponta dos dedos, logo deixando-a pendurada a minha frente. — Eu ganhei da minha avó antes dela... ir. — fez uma pausa, olhando para a corrente. — Não tive coragem de usar por medo de perder, então levo dentro no carro, mesmo não sendo o lugar mais seguro do mundo. — riu levemente. — Quero que fique contigo.
Eu pisquei. Aquilo não era significativo demais para ela dar a alguém?
— Jungkook, eu não posso aceitar isso... é seu. — neguei com a cabeça enquanto o olhava. — Foi um presente da sua avó, não deveria ficar com você?
— Você vai cuidar disso bem melhor do que eu, tenho certeza. — abriu as pontas da corrente com os dedos e eu me vi sem alternativas de negar quando as prendeu em volta do meu pescoço. — Minha avó era a melhor mulher do mundo. Ela ia amar você, sabia? — sorriu carinhoso ao lembrar, e eu correspondi meio fraco. — Cuida disso pra mim, por favor.
Eu pensei em negar mais uma vez, era uma responsabilidade e tanto, eu nem tive a oportunidade de conhecer a mulher que foi dona deste objeto, mas se Jeon confiava em mim, eu confiava em mim também.
— Tudo bem. — concordei, pegando o pingente entre os dedos e trazendo-o para perto do meu rosto, observando os detalhes.
A corrente era grande, do tipo masculino e, ao mesmo tempo delicado, o ouro rosê incrivelmente brilhante, o pingente caía perfeitamente no centro do meu peito, e ele foi o que mais me chamou atenção. É óbvio que era personalizado, aquele colar era muito incomum para ser uma joia revendida para várias pessoas. Os detalhes em rosé no pequeno bastão branco deixava-o ainda mais lindo se é que isso é possível, e eu quase chorei novamente ao ver algo tão lindo em meu pescoço, e tinha outro detalhe bem peculiar que me fez rir.
— Tem suas iniciais aqui. — comentei olhando para ele, admirado.
— Tem sim. — concordou. — Minha avó mandou fazer quando eu ainda tinha uns dois meses de vida. — riu. — Nunca usei, não combina eu carregar algo assim. Mas você... parece que foi feito com a intenção de ser você a usar. — sua mão acariciou minha bochecha e fechei os olhos, aproveitando.
— Gostava muito da sua avó? — perguntei assim que me aconcheguei em seu peito novamente.
— Muito, ela era... a pessoa mais legal e bondosa que já conheci. Cuidava de mim quando meus pais não podiam, por ainda estarem construindo o império que tem hoje. — suspirou. — Infelizmente ela se foi cedo demais.
— Sinto muito, kookie…
— Tá tudo bem. — beijou meus cabelos. — As coisas são como são.
Passou-me pela cabeça perguntar se talvez seja por isso que ele não acreditava em Deus, mas me mantive quieto, apenas o confortando da maneira que podia. E ficamos quietos por alguns minutos, até uma dúvida se implantar em minha mente.
— Jungkook? — chamei depois de um tempo.
— Hum?
— Como é, sabe... a sensação, de fazer sexo? — estava curioso a respeito do que esperar, e nada melhor do que conversar diretamente com ele.
Jungkook ficou quieto por alguns segundos, talvez pensando.
— A primeira vez é como morder um sorvete.
Franzi o cenho, estranhando aquela analogia.
— Quê?
— Na maioria das vezes em que se morde um sorvete, os dentes doem e depois a cabeça se você for com muita pressa, mas depois consegue aproveitar normalmente o sabor. O sexo pra quem é... penetrado, é parecido já que primeiro vem uma certa dor e depois, prazer. Dependendo do cara com que você fizer. Não tenho boas lembranças. — riu dando de ombros e eu levantei o rosto novamente.
— Você já... ?
— Se já dei a bunda? Umas três vezes, talvez. — respondeu normalmente e lembrou do pacote de doces de morango que estava ao nosso lado, pegando um e pondo na boca.
Já eu continuei muito embasbacado, como Jungkook já havia ficado por baixo? Ele é facilmente confundido com um cara hétero bem seguro. Sendo bissexual assumidamente aberto, talvez fosse de se esperar, mas não imaginei que aquele Jungkook, o jogador de basquete, arisco e violento em quadra, malandro, altamente marrento, uma muralha de músculos e com o ego nas alturas, já teria deixado outro cara entrar em si de maneira tão intima.
— E-eu não estava esperando por isso... pensei que você... — murmurei meio perdido, olhando para o rosto do moreno que ainda mastigava.
— Anjo, como acha que eu descobri o que gosto ou não? — comentou risonho e eu parei para pensar, realmente fazia sentido, mas de alguma forma, minha mente não conseguia criar a imagem de Jungkook com outras pessoas, daquela maneira.
— M-mas... três vezes? — tombei a cabeça para o lado, curioso.
— Primeira vez. — levantou um dedo na altura do rosto. — A segunda pra ter certeza de que não era pra mim. — balançou a cabeça em negação e levantou outro dedo. — E na terceira eu estava bêbado, então não lembro muito. — mais um dedo e disparou uma gargalhada contida, como se estivesse lembrando. — Aquele dia foi muito louco. — sorriu nostálgico.
E, inesperadamente, eu me encontrei com ciúmes. Afinal, com quantas pessoas esse ser humano já transou?
— Você perdeu a virgindade com um cara? — levantei uma sobrancelha e cruzei os braços, lhe encarando com falso desdém.
— Não. Não sou tão maluco quanto você vai ser. — meu punho acertou seu ombro assim que ele terminou de falar, mas para aumentar minha raiva momentânea, o maldito riu mais ainda. — Nem doeu!
— Você é um idiota!
— Só um pouquinho. — me puxou pela cintura para ficar perto novamente, logo beijando meu queixo. — Eu transei aos catorze, com uma garota, e continuei assim até os quinze quando quis experimentar outra coisa, aí aconteceu. Era isso que queria saber? — sabia que se o olhasse agora, ele estaria me dando aquele olhar sugestivo e malicioso, e eu cederia facilmente.
— Não. — Virei o rosto para o pôr do sol novamente, notando já estar quase no fim, deixando a noite tomar conta de tudo.
— Relaxa, você vai fazer mais de três vezes comigo.
— Jungkook!
✩。:•.───── ❁ ❁ ─────.•:。✩
Já na segunda de manhã, levantei antes que o despertador tocasse. Um pouco ansioso e isso tinha um motivo bem plausível.
Hoje começam as provas.
E seria assim pelo resto da semana, com duas a três provas por dia, com intervalos de tempo de uma hora entre elas, o suficiente para quem quisesse revisar a matéria ou simplesmente descansar.
Particularmente não me encontrava ansioso por mim, e sim por Jungkook. Seria a primeira vez em que confiaria em si mesmo para responder uma prova, em seus conhecimentos. Eu tentei o ajudar no final de semana, passei algumas horas com ele na biblioteca da cidade para estudarmos, por estar vazia era o lugar perfeito. Acabei descobrindo que Jeon nunca tinha ido até ali, só pela maneira que ficou meia hora explorando os livros como se estivesse na biblioteca mágica de hogwarts e a qualquer momento um deles fosse sair voando.
Fiz o que pude, não deixando transparecer o quanto estava orgulhoso dele por estar melhorando rapidamente na resolução de cálculos, os quais eram sua maior dificuldade, e fiz isso justamente para não vê-lo relaxar e pensar que já era o bastante, que não precisava estudar mais do que isso. E incrivelmente deu certo, pois de 100% dos exercícios que passei, ele acertou 90% deles. Jungkook tinha um ego forte, está sempre buscando impressionar, não diferiria nos estudos, mesmo que fosse difícil.
Quando acabamos, eu o chupei atrás de uma das últimas estantes de livros, e deixei que gozasse na minha boca, como todas as outras vezes.
Meus joelhos ainda estavam doloridos na segunda de manhã.
Enquanto tomava café e o aguardava na sala, tive o breve pensamento sobre o pedido de namoro que aconteceu na sexta-feira, no carro e diante do pôr do sol. Acho que foi o momento perfeito, e não poderia descrever como me sentia flutuando o tempo todo somente com o pensamento de que agora eu oficialmente sou: O namorado de Jeon Jungkook. E eu pensava nisso o tempo todo graças ao colar com suas iniciais em meu pescoço.
Eu deveria dar um a ele? Não seria muito brega da minha parte? Realmente não sei, mas o pensamento de que Jungkook poderia desfilar por aí com um colar gravado com minhas iniciais, me agradava muito.
Ainda não havia contado para minha mãe, apesar de que nos últimos ela vem me corroendo o juízo com as brincadeiras de que eu estava namorando. Era até engraçado, eu admito. Enquanto não fosse verdade. Bem... agora é.
Assim que entrei no carro de Jungkook, o senti retirar os óculos que eu sabia que precisaria usar muito essa semana para ler,me dando um beijo que me arrancou o ar dos pulmões, literalmente. Senti somente nisso o quando ele estava nervoso, tanto que bufava a cada minuto.
Quando chegamos a escola, grudados como ele gostava que estivéssemos sempre, encontramos Miranda, Namjoon e Yoongi sentados em uma pequena roda e cada um com seus livros em mãos, foi quando notei estarem repassando a matéria de matemática, a qual seria hoje mesmo, seguida por história.
Geralmente em semanas de prova, os horários nunca são respeitados, então é comum ver alunos de diferentes salas e séries transitarem por aí, o que vira uma bagunça às vezes.
— ... Entenderam? — Namjoon bufou levemente olhando para os outros dois, que assentiram meio duvidosos.
— Chegamos no meio da explicação? Começa de novo, também estou precisando. — Jungkook disse quando estamos nos aproximando, logo sentamos no chão limpo junto a eles.
— Você tem seu professor particular. — apontou para mim. — Pede a ele, já estou matando a cabeça tentando enfiar algo na desses dois!
— Eu só te pedi uma explicação para matemática, ela quem veio de intrometida! — Yoongi revirou os olhos apontando para Miranda, que fechou rapidamente o livro grosso e bateu diretamente nas costas do moreno afiado. — Ei!
— É justamente por isso que eu nunca mais vou te beijar! — ela arregalou os olhos assim que se deu conta do que disse.
Eu também, pois para quem vivia dizendo que nunca iria acontecer, ela até se deixou levar bem rápido. Mas sou suspeito de falar, porque nem eu mesmo resisto por tanto tempo.
— Você beijou ele? — eu perguntei olhando diretamente para ela, que adquiriu uma coloração rosada nas bochechas e eu sorri com a vergonha dela.
— Eu disse que ia acontecer, estava premeditado. — Yoongi exibiu um sorriso sacana em direção a mim e a Jungkook.
— Ah garoto! — foi o que o moreno respondeu, com um tom cheio de orgulho e ergueu a palma no ar que logo foi batida pelo amigo, em uma espécie de comemoração. Eu o olhei seriamente, erguendo uma sobrancelha, igualmente a Miranda fazia com Yoongi e assim que ambos perceberam, viraram o rosto para o lado como se admirassem qualquer outra coisa.
— Estou sobrando aqui, cadê o Hoseok que não chega nunca em? — Kim reclamou, se dando conta de que era o único ali a não participar naquela conversa.
— Mina o faz atrasar sempre que pode.
— Ela é quem o traz? — eu perguntei, curioso.
— Sim, na maioria das vezes, eles são vizinhos. — Namjoon responde a minha pergunta.
Após isso, observei discretamente a maneira que Miranda ficou desconfiada e se afastou minimamente de Yoongi, mas essa marra não durou nadinha quando ela a puxou para perto novamente e deixou um beijo em sua bochecha. Nós trocamos um olhar significativo, enquanto o meu dizia: "que merda tá acontecendo?" O dela dizia: "conto tudo depois!". E eu esperava que contasse mesmo, pois me descobri um tremendo fofoqueiro nesses últimos tempos.
E retornamos a revisão de matemática, a qual Jungkook permaneceu concentrado no que eu e Namjoon explicamos. Hoseok chegou minutos depois, um sorriso simples e bem arrumado como sempre, logo se juntando a nós, não que ele precisasse muito.
O sinal da primeira prova soou e todos suspiramos juntos. Por fazermos parte da mesma turma de matemática, caminhamos juntos em direção a sala escolhida. Infelizmente não em lugares próximos.
— Você vai se dar bem, confia em mim. — tentei animar Jungkook, aproveitando os últimos minutos que tínhamos antes de eu ter que deixá-lo sozinho. Ele suspirou e tentou dar um sorriso.
— Porra, isso tá me deixando mais nervoso que jogo de semifinal. — Passou as mãos pelos cabelos negros que eu tanto gosto de puxar quando nos beijamos. E assim eu fiz, puxei seu rosto para mim e beijei seus lábios, Jeon correspondeu de forma imediata, suspirando, quase como se precisasse disso.
— Tem mais de onde veio esse se você conseguir uma boa nota, já que a promessa do namoro não vale mais. — Usei a mesma artimanha que ele no dia em que furei as orelhas, que, apesar de dolorosas, estavam bem sequinhas e é um bom sinal.
Jungkook sorriu com minhas palavras, relaxando um pouco e passando os dedos pelo meu braço, começando a me olhar de cima a baixo, meio predatório e com aquela carinha de quem pediria algo, como uma criança.
— Se eu conseguir uma boa nota, quero outra coisa sua. — falou com os olhos baixos, encarando os próprio dedos passeando por minha clavícula um pouco avermelhada pelas mordidas que ele mesmo fez, até que o senti puxar a corrente do colar, expondo o pingente para fora de minha camisa.
— E o que seria? — mordi os lábios, curioso e excitado com seu olhar em mim.
— Você vai saber loirinho, e vai gostar, eu garanto. — deu um sorriso que eu deduzi ser bem malicioso. — Promete que vai deixar?
— Prometo.
E em meio a excitação, senti uma porcentagem de medo do que deveria ser. Porque vindo de Jungkook, eu podia esperar tudo e mais um pouco.
O sinal soou em nossos ouvidos, e ele me deu um último selinho antes de se dirigir até seu lugar, duas cadeiras à frente de Yoongi. Namjoon e ele trocaram breves palavras distantes enquanto os outros alunos se acomodavam e eu fiz o mesmo com Miranda, aconselhando que ficasse calma e que tudo ia dar certo.
Mas Yoongi levantou rapidamente só para sussurrar algo em seu ouvido, foi rápido e ela assentiu brevemente.
Essa maldita vai me contar tudinho, ah se vai!
Minha atenção foi desviada deles quando a porta foi aberta, eu esperava ver a professora, mas o que acabei vendo foi uma versão extremamente diferente de Kim Sooyoung.
Tão diferente da última vez que a vi, que parando agora para pensar, foi a bastante tempo. A garota usava uma calça folgada da cor preta, o tecido é fino e balança quando a vejo a andar, uma blusa de mangas curtas no tom azul-escuro, curta o suficiente para deixar uma faixa de pele da barriga amostra, um par de tênis brancos nos pés e o cabelo longo solto, ela não parecia usar maquiagem alguma.
O rosto estava sério e o semblante fechado, tão diferente da garota de aparência frágil e até mesmo fofa, que usava saias e vestidos em tons pastéis agradáveis ao olhar, maquiagem perfeita e sorridente. Essa Sooyoung não parecia frágil em nada, pelo contrário, tinha uma postura intimidante o suficiente para ninguém ousar lhe dirigir a palavra enquanto sentava em seu lugar, em uma das últimas cadeiras da sala.
Todos estavam olhando, mas ela fingia que não, estranhando essa nova versão, igualmente a mim. Inesperadamente, a achei mais bonita daquele jeito.
O que me fez gritar internamente comigo mesmo. Nós não nos gostávamos e agora eu a elogiava em minha mente.
Sabia que ela e Jungkook não tinham mais nada desde que começamos a nos envolver, quando perguntei como ele deu um fim em tudo, me disse apenas que haviam conversado e que a garota entenderá e aceitará. Eu estranhei, mas não disse nada.
Assim que a professora entrou, com a pasta de provas em mãos, a atenção dos alunos foi desviada, inclusive a minha. E depois das explicações já conhecidas, iniciamos.
Eu sorri ao ver que os conteúdos eram os que eu fiz questão de explicar a Jungkook, e pelo menos para mim, estavam fáceis. O olhava o tempo todo, tentando adivinhar como estaria se saindo, apenas para encontrar seu cenho franzido em concentração pura enquanto rabiscava o papel.
Chegava a ser incômodo de tão sexy.
Cerca de vinte e cinco minutos depois, faltavam exatamente duas questões para serem resolvidas por mim, não foram difíceis, apenas trabalhosas, me fazia pensar em como Jungkook estaria se saindo. Até sentir uma pessoa passar por mim, sendo essa Sooyoung, que juntou suas coisas e caminhou até a mesa, deixando a prova sem nem olhar para a professora e sair da sala da mesma maneira quieta que chegou.
Eu e Miranda trocamos um olhar rápido disfarçadamente, trocando informações sobre como aquilo havia sido bizarro. E assim que a porta bateu, percebi que Jungkook olhava para o mesmo lugar, e mesmo com a pontada de ciúmes em meu peito, não poderia desconfiar dele, porque era claro que não existia mais nada ali. E não só eu, como todos perceberam.
Sooyoung não era mais um problema para nós.
No outro dia, acabamos ficando em salas diferentes, já que os professores também eram diferentes. Mas não afetou em absolutamente nada, pois continuamos nos encontrando no pátio da escola para revisar matérias, tendo como professores eu, Namjoon e Hoseok às vezes, tentando enfiar alguma coisa na cabeça de Jungkook, Yoongi e Miranda ao mesmo tempo.
Os últimos dois estavam estranhos durante quase todo o tempo. Estavam se ignorando o máximo que podiam e eu notei, Jeon também, mas ele me disse que aquele era o jeito de Yoongi, e que de alguma maneira não era da minha conta o que aconteceu entre eles.
Um cacete!
É da minha conta sim! Miranda é minha amiga, ora essa!
E somente consegui um tempo para conversarmos a sós, na quarta.
— Beleza, senta aqui. — a puxei gentilmente para sentar ao meu lado na sala de aula. — Me conta logo, por quê você e o Min andam tão estranhos em?
Ela me olhou nos olhos e suspirou, desanimada.
— Eu não sei, desde segunda ele… simplesmente não me provoca como costumava fazer. Diria que até me evita sempre que pode.
— Jungkook me disse que não é do feitio de Yoongi ser tão aberto. — comentei. — Fora que tem as provas, vocês estão tendo algumas dificuldades, pode ser isso.
— É, pode ser. — concordou desanimada, brincando com os dedos na mesa.
— Gosta dele?
— O quê? Claro que não! — negou com a cabeça repetidas vezes e eu levantei uma sobrancelha, não acreditando na resposta. — Ta! Talvez eu tenha depositado algumas expectativas nisso, mas como sempre, acabei me ferrando.
— Está colocando a carroça na frente dos bois Miranda, você ainda nem falou com ele sobre isso! — comentei, exasperado.
— Estou me poupando de levar um fora, preservando minha dignidade, obrigada. — deu de ombros, muito orgulhosa.
Revirei os olhos para ela.
— Vai perder sua dignidade se começar um diálogo? — perguntei tedioso.
— Jimin, eu mandar somente um "Oi!" por mensagem, já sinto que estou me humilhando demais.
— Então temos um problema, o Yoongi não tem cara de quem vai correr atrás de alguém, você muito menos. Dois bicudos não se beijam.
— No nosso caso se beijam, só não se falam. — fez graça.
Depois disso, somente conversamos a respeito do que aconteceu na sexta. Miranda me contou que havia jantado na casa do moreno de olhos felinos, e em como o beijo havia acontecido. Ela não entrou em grandes detalhes, mas deixou claro que foi bom, e que Yoongi tem uma pegada muito boa, fiz uma careta de nojo enquanto falava.
Aff.
Depois de colocarmos todos os detalhes em dia a respeito de nossas vidas, lhe contei sobre o pedido de namoro e até mostrei o colar que ganhei de Jungkook, ela amou.
Também comentamos sobre Sooyoung, nossas opiniões divagando a respeito do quanto ela parecia estranha, além do fato de ter faltado uma semana inteira antes das provas e de alguma maneira, ser sempre a primeira a terminar, fora os horários de provas, ninguém a via em nenhum lugar. Era como se estivesse fugindo.
E no fundo da minha mente, desejava que ela estivesse bem.
✩。:•.───── ❁ ❁ ─────.•:。✩
Curiosidade que eu quero compartilhar:
Na entrevista pra Calvin Klein, o Jungkook disse que está feliz em ser o novo embaixador da Calvin Klein Jeans e também da Calvin Klein Underwear.
Eu não sabia o que diabos era isso que fui pesquisar, resultado:
"Roupas íntimas da Calvin Klein."
Ou seja, campanha com Jeon Jungkook de cueca...
Eu nem sei o que falar, mas passei o dia de hoje remoendo isso fingindo plenitude enquanto tentava não gritar no trabalho kkkkkk.
Era so isso mesmo.
Bjjs!
Até o próximo!
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