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Só pra não deixar ninguém confuso, o Jimin tem 16 anos agora, quase 17. Jungkook fez 18, eles tem um ano e quase um mês de diferença entre as idades e ambos estão no último ano do ensino médio. Tiveram o primeiro contato no primeiro ano, quando Jeon chegou a escola.
É isso, votem e comentem!
Boa leitura! ❤️
[JEON JUNGKOOK]
Quando acordei na manhã seguinte, demorei a entender o porque do peso a mais no meu ombro esquerdo, até me virar preguiçosamente e observar a cabeleira loira que repousava sobre mim, respirando tranquilamente. Meus olhos ainda estavam pesados de sono e meio embaçados, mas ainda sim, foi o suficiente para o meu cérebro processar que é Jimin, e que ele é lindo até mesmo dormindo.
Fechei os olhos novamente, queria aproveitar mais aquele momento.
Jimin me fazia sentir coisas estranhas demais, a começar pela satisfação em tê-lo dormindo comigo, eu nunca havia feito isso com ninguém por achar ser íntimo demais, mas com ele, eu surpreendentemente gosto. Gosto de tudo nele, gosto dos seus beijos, da sua voz, sua boca, seus cabelos e até as respostas certeiras provando sempre que é mais inteligente que eu.
Não era para ser assim, não deveria gostar desses detalhes nele, muito menos reparar nisso. A aposta que fiz envolvendo ele, consistia em transar e depois o pedir em namoro, só para provar poder, mas não sabia se tinha mais controle para fazer isso com ele dessa maneira. Conheço-me, se não tivesse hesitado sobre como agir isso já teria sido consumado ontem a noite quando nos beijamos, a maneira como estávamos entregues era de outro planeta e isso era uma coisa que eu não estava acreditando.
De todas as pessoas que já fiquei na vida, muitas delas me deixaram mais que satisfeito. Mas nunca com a química gigantesca que eu percebi ter com Jimin, com apenas beijos eu conseguia sentir o quanto nossos corpos pareciam ter sido feitos um para o outro, o quão louco de desejo me deixava com apenas aqueles olhos azuis assustados ou transmitindo uma inocência que não parece ser real às vezes. Seu cheiro fez minha cabeça formigar, me fazendo pensar que vou morrer sufocado se parar de senti-lo, ou então, o gosto doce de sua boca que me fazia sempre querer mais.
Foi tudo muito louco, mas não poderia ser melhor.
Eu o queria para mim, de todos os jeitos possíveis. Senti que se pudesse me fundir ao corpo dele, quando nos beijamos, eu faria, tanto no quarto quanto na cozinha, às duas situações botaram meu auto controle à prova porque nunca senti tamanha vontade de arrancar as roupas de alguém, de fazê-lo gritar de prazer por mim ou implorar para ser meu. E minha imaginação conseguia desenhar cenas de nós dois juntos de maneira tão realista que me assustava.
Mas nada daquilo ainda era possível, Jimin ainda é virgem, e mesmo sabendo que ele sente tudo tão intensamente quanto eu, não poderia forçá-lo ou instiga-lo a fazer sexo comigo, sabendo que não está pronto. O que me restava, era tentar controlar minha vontade insana de me enfiar no meio de suas pernas e ouvir os seus gemidos ao pé do meu ouvido, ou observar seu lindo rosto de anjo enquanto goza eroticamente para mim.
Devo parar de pensar nessas coisas! Imediatamente!
Vai acontecer em algum momento, vai ser natural e não poderia estar mais empolgado para isso. Seguindo o que Namjoon me disse, eu não só descolaria uma transa, como talvez a melhor transa da minha vida com esse garoto.
Minha linha de pensamentos desfez-se quando o loiro se remexeu em cima de mim, ponto a mão antes estirada em minha barriga sobre o meu peito. E veja bem, não é do meu feitio fazer isso, mas foi impossível conter meu pequeno surto de fofura que foi reduzido a apenas uma careta estranha por medo de fazer barulho e o acordar.
Jimin tinha a bochecha esmagada em meu peito e seus lábios formavam um bico extremamente fofo, enquanto seus dedinhos pequenos estavam espalhados em cima de mim. Eu podia ver tudo, e quase acreditei que fosse morrer naquele momento, pois olhando agora nem mesmo parecia o garoto que ocupava minha cabeça com pensamentos nada santos.
Sem conseguir me conter levei uma das mãos até o seu cabelo, começando um carinho suave com a ponta dos dedos e ele pareceu gostar, já que soltou um suspiro longo enquanto dormia.
Eu também dormiria de novo, se não fosse pelo som do despertador que havia programado ontem tocando.
Tomei um leve susto já que o quarto estava em completo silêncio, mas meus dedos foram rápidos em alcançar o celular e deslizar a tela para que parasse com o barulho.
06:30.
Aquele não era realmente o horário que eu pretendia acordar em um domingo pós festa. Mas havia prometido que o deixaria em casa antes de sua mãe se dar conta que ele não dormiu lá.
Jimin não pareceu escutar o alarme, pois a primeiro momento não se mexeu e continuou na mesma posição. Pensei que fosse continuar a dormir, mas me surpreendi quando ele começou a piscar os olhinhos inchados de sono, logo despertando.
Visualizou o lugar de maneira preguiçosa, e pelo visto não demorou a se dar conta de que não reconhecia bem o meu quarto. Jimin moveu o rosto do meu peito enquanto esfregava um dos olhos com o punho a fim de aliviar o sono. Fofo demais.
— Bom dia! — eu disse, e devo tê-lo assustado um pouco pela minha voz ter saído bem mais grossa do que de costume.
O loiro virou o rosto para mim, parecia não ter percebido estar em cima de mim ainda, mas piscou algumas vezes antes de abrir um pouco mais os olhos assustado e se afastar totalmente, e pude sentir que o espaço que seu corpo se encontrava antes quente.
— Oi, Bom dia. — murmurou já sentado na cama e cobriu a boca com a mão antes de bocejar. — Que... que horas são? — ele perguntou.
— Seis e alguma coisa. — respondi tranquilo e admirei por alguns segundos a face inchada pelo sono do loiro, que olhava para o nada como se ainda estivesse reiniciando a fonte. Foi engraçado. — Você dormiu bem?
Jimin levou exatos cinco segundos para processar a pergunta em sua cabeça. Foi o que eu contei.
— Sim, eu... — bocejou e pôs a mão sobre a boca. — Dormi bem, sim. — e fechou os olhos novamente me fazendo sorrir, era como se ele estivesse dormindo sentado.
Me admirava muito ter conseguido acordar bem mesmo após ter bebido ontem, não saberia explicar se teria um motivo aparentemente, eu poderia chutar que seria o compromisso de deixar Jimin em casa para não vê-lo em maus lençóis com a mãe, pois havia vindo até aqui somente para entregar o presente que eu sem dúvida gostei pra caralho, não tinha como deixá-lo na mão agora.
Mas de uma coisa tinha certeza, talvez mais um fato que acabei de descobrir sobre ele. Se eu funcionava mal pela manhã depois de não dormir o suficiente, Jimin funcionava bem pior. Pois, ele não havia ingerido nada de álcool ontem a noite – eu saberia se tivesse. –, apenas dormiu tarde junto a mim e acabou acordando cedo demais. Era até compreensível.
Nem sequer consegui fazer com experimentasse aquela bebida que Namjoon me encheu tanto o saco para comprar, teria de deixar para outra ocasião. Certeza que haveria algum.
— Vem aqui, vem. — como ainda me encontrava deitado confortavelmente, foi necessário apenas puxá-lo de leve para perto de mim como estava antes.
Jimin se deitou sem relutância alguma, se encaixou novamente com a cabeça em meu peito enquanto uma das mãos atravessava meu abdômen, não demorei a abraçá-lo pela cintura, aconchegando-o mais em meu corpo.
Sem perceber e não planejando minhas próximas ações, deixei-lhe um beijo carinhoso em seus cabelos, logo ficando rígido ao me dar conta do que acabara de fazer.
Aquele gesto, não é o tipo de coisa que eu faço normalmente. E não pensem ser uma atitude que não iria ser feita por mim apenas com as pessoas que fiquei, não, eu não faria aquilo com ninguém. Não me imaginava fazendo isso nem se começasse a namorar de verdade, caso chegasse a me apaixonar, esse tipo de demonstração de carinho não parecia fazer sentido para mim.
Mas com Jimin eu supostamente gostava até de tê-lo perto, e é tão fofo que às vezes impossibilitava resistir a tentação de apertá-lo como um bichinho de pelúcia. Todas as malditas características dele faziam meu cérebro interpretá-lo como nada menos que perfeito e só. Sua altura em comparação a minha quando estávamos perto me remetia ao instinto de proteção, porque tenho certeza que o baixinho não sabe brigar, pelo menos não o suficiente para se defender sozinho, dá para ver em seus olhos que o mesmo não machucaria uma mosca.
Percebi também que gostava de vê-lo dormir, enquanto o dava mais alguns minutos de sono comecei a observar atentamente, possível até mesmo premeditar quando seu peito enchia mais de oxigênio quando respirava profundamente e logo soltava. Eu nunca fui do tipo molenga, mas porra, não consegui não sorrir vendo-o ali, vivo, saudável e tão perto. Seu rosto era livre de marcas, apenas as normais como as minhas e provavelmente em todos os adolescentes.
Jimin não era gordo embora tivesse uma bunda que chamasse atenção por onde passava, apesar dele não notar, eu notei. Percebi os olhares de alguns colegas meus em cima do mesmo quando o trouxe para a mesa, eu conhecia aquele olhar, pois era o mesmo que o meu para ele. Nada de diferente. Ao contrário do que ele mesmo deveria pensar, não passava despercebido, apenas ignorado, já que não fazia questão de se mostrar, mas tenho a certeza de que depois de hoje, não serão poucas as pessoas que irão se aproximar de si.
O incidente na cozinha com Jongsoo não foi premeditado, mas se tratando de Jimin as coisas mudaram um pouco de figura, eu não o queria perto daquele idiota de maneira alguma, nem em sonhos. Assim como também não o queria próximo dos garotos do time.
O queria próximo de mim, apenas.
A mãe dele acharia ruim se o deixasse aqui comigo durante o dia? Fiz uma nota mental para perguntar mais tarde.
Meia hora mais tarde, julguei que já seria a hora certa para o acordar novamente, para não arriscar nos atrasarmos.
— Ei, loirinho acorda! — remexi seus cabelos na esperança que isso o fizesse acordar, mas ao invés disso, acabou se aconchegando mais em mim como se estivesse deitado no melhor travesseiro do mundo.
Ele não está errado, é óbvio.
— Jimin, levanta. — tentei novamente, mais firme.
Percebi que o chamar não daria certo, ele conseguia ter o sono mais pesado que o meu.
Tive uma ideia quando pus meus olhos em sua mão estendida sobre minha barriga, com as digitais encostadas em minhas costelas. Levei minhas mãos até a sua blusa – que, na verdade é minha. – e levantei a barra para dar mais acesso ao local, posicionei a ponta de meus dedos nos ossos tocáveis de suas costelas e fiz pressão enquanto os movimentava, simulando cosquinhas doloridas.
Não demorou mais que cinco segundos para que ele tirasse minhas mãos dali com as suas próprias e abrisse os olhos, deu um sorriso largo e me encarou.
— Podia ter chamado, sabia? — ainda sorrindo, ele disse-me com os olhos preguiçosos.
— Acredite, eu chamei. — retribui divertido.
O loiro deixou o sorriso sumir de lábios quando abriu a boca para bocejar contido e se afastou para sentar na cama. Desta vez ele parecia bem mais disposto a levantar, e realmente não demorou a fazer isso quando começou a andar pelo quarto enquanto arrumava os cabelos que nem estavam tão bagunçados assim.
— Suas roupas ainda estão sujas de bebida, pode ir com essa, mesmo. — eu disse me levantando e esclarecendo logo, antes que ele começasse a procurar e insistir em se trocar para ir embora.
Queria que pelo menos o mesmo ainda tivesse algo meu próximo quando estivesse em casa.
— Eu prometo que te devolvo na escola amanhã, ok? — nem fazia muita questão, mas não iria discutir.
Procurei pelo quarto alguma camisa limpa e assim que achei pus no corpo, logo seguindo para o meu banheiro enquanto Jimin me observava calado, como se esperasse algum comando.
— Vem, vamos escovar os dentes. — chamei, e vi ele olhar para os dois lados sem jeito antes de me acompanhar.
Era um tanto estranho compartilhar o banheiro com outra pessoa, mesmo sendo Jimin. Ele entrou um tanto acanhado enquanto eu procurava em um dos armários da pia uma escova de dentes reserva, achei e entreguei-lhe sem delongas.
Quando começamos a escovar, percebi parecermos um casal que morava junto a anos, essa constatação me fez ter um sobressalto de uma hora para outra e o loiro acabou se assustando, me olhando estranho enquanto tinha a escova de dentes na boca e os lábios cobertos por uma fina camada de espuma branca. Tratei de disfarçar um pouco e quando terminamos a higienização bucal – viram como eu tô chique? É influência dele! – ele foi o primeiro a se limpar e quase sorri quando vi suas bochechas cheias de água balançando de um lado para o outro para depois cuspir na pia, em seguido fiz o mesmo.
Nós não somos um casal, nem mesmo quando eu o pedisse em namoro seria completamente verdade, faz parte da aposta e é só isso que Jimin significa para mim. Apenas isso.
Já fora do banheiro enquanto Jimin colocava seus tênis e eu os meus, não falamos muita coisa, o mesmo pegou suas roupas de ontem e me acompanhou quando abri a porta do quarto, já com a chave do carro em mãos.
Quando abrimos a porta, não me impressiona nem um pouco ao ver a casa revirada e vários copos de bebida espalhados pelo chão, apesar de ser no terceiro andar; se essa bagunça chegou até aqui em cima, eu não queria nem ver como estaria o primeiro. O loiro olhava para todos os cantos um tanto curiosos, talvez não esperasse ver aquilo tão cedo.
Quando passamos pelas escadas para o andar de baixo ele disse:
— Você vai ter um belo trabalho para limpar tudo isso. — concluiu por si mesmo e eu neguei sem olhá-lo.
— Eu sabia que ficaria assim ou até pior, contratei uma equipe de limpeza exatamente por isso, talvez venham na parte da tarde.
Na verdade, Hoseok contratou, mas o deixaria pensando que fui eu. Me fazia parecer mais responsável para ele.
E realmente o primeiro andar estava tenebroso, haviam copos, pratos, decorações que deveriam estar nas paredes agora estavam espalhadas pelo chão, consegui ver uma ou duas pessoas dormindo no chão da sala de estar, completamente bêbados, com certeza teriam mais espalhados pela casa. Jimin e eu paramos bem no meio daquela bagunça, o loiro passando os olhos por tudo enquanto eu olhava diretamente para ele, sem motivo algum aparente.
— Você se divertiu? — perguntou de repente, e me toquei rapidamente que ele se referia ao meu aniversário.
— Sim, os garotos fizeram um bom trabalho, foi memorável. — o respondi dando de ombros. Talvez ele estivesse se referindo ao fato de que passei mais tempo dormindo com ele do que aproveitando o aniversário, mas isso era o que menos me importava.
— Que bom. — pausa. — Se sente mais velho? — piscou os olhos de maneira simpática para mim e dei uma risada pela sua pergunta.
— Quantos anos têm, Jimin? — retruquei.
— Dezesseis.
Bem novinho.
— E o que é se sentir mais velho na sua concepção? — quis saber, afinal eu não sentia nada de muito diferente de quando ainda tinha dezessete, talvez devesse.
Ele pensou um pouco enquanto caminhamos até a área da piscina na parte de trás, onde os carros estavam guardados. Minha casa é grande o suficiente para que a festa rolasse ali sem ter nenhum espertinho fuçando a garagem, já que a deixei trancada por esse motivo.
— Não sei, talvez mais maduro. — pontuou, e talvez não estivesse errado de fato, mais no meu caso, não sei dizer.
— Vamos. — o chamei, tentando fugir do assunto.
Chegamos ao carro e logo tratei de destravar com a chave de mão, abrimos as portas ao mesmo tempo, entramos e não demorei a ligar o motor para manobrar o veículo para fora da casa.
Eu não gostava de tocar no assunto de maturidade, é uma coisa que vem com o tempo, não é? Geralmente, eu pensava ser maduro em muitas situações da minha vida, como o basquete, a relação com meus pais, meus amigos, contas da casa apesar desse dinheiro não vir de mim, enfim, eu tinha controle absoluto de tudo isso e lidava até muito bem, mas em relação a minha vida sentimental, não, minhas ações nunca eram maduras.
A prova disso era Sooyoung, eu não faço ideia de como ela deve estar se sentindo agora pois, depois da confusão da bebida de ontem, em que todos me viram sair com Jimin de lá, não julgo que esteja com raiva de mim e com razão, fora a briga que tive com Jongsoo por conta do loiro, a essa altura todos devem estar sabendo, inclusive ela.
Eu a deixei passar por ridícula na frente de todos porque, tecnicamente, ainda estamos juntos.
Apesar de dar razão a sua raiva, de compreender a situação e a posição de merda a qual a coloquei, não consigo me importar menos.
Não consigo me importar com ela quando tenho Jimin ao meu lado agora, depois de termos nos beijado ontem, tudo pareceu tomar uma proporção maior, não só pela aposta ser real e eu cumprir como disse que faria, como também foi preciso somente um beijo para determinar que o quero comigo. Estava confuso sobre tudo agora, ele mexia comigo, mexia com meu corpo e isso é inegável e eu até gosto, mas não sei até que ponto devo deixar isso estender-se.
Eu não quero me apaixonar, não é o momento certo para isso acontecer pela primeira vez e ainda mais com Jimin, com ele não. O pior é que não é difícil se encantar por ele, eu sei que é fácil após o conhecer, foi para mim, e vai ser para outras pessoas. Isso me deixa mais pulo da vida se possível, pois sabia que se não fosse eu a ficar com Jimin, outra pessoa ficaria, talvez alguém bom, que pudesse dar futuro aos sentimentos dele, lhe amasse e construísse um relacionamento sólido.
Eu não enxergava o Jeon Jungkook de agora fazendo isso, não mesmo, eu não posso oferecer isso a ele. Mas, em contrapartida, não quero que ninguém lhe ofereça também.
Que pensamento de merda!
É um pensamento de merda, egoísta pra caralho e sem o menor fundamento, pois eu e Jimin não temos sequer um combinado como aquelas amizades coloridas que algumas pessoas fazem por aí, nem sequer isso, e eu já estou surtando por dentro com o que essa porra vem fazendo com minha cabeça, e confuso sobre o que quero ou não.
Sei que maior parte do tempo venho agindo como um idiota, com todo mundo, eu tenho consciência de que não sou uma boa pessoa, nem para Jimin e até mesmo para Sooyoung. Assim como tenho consciência de que sou narcisista demais para pensar em qualquer outro bem-estar além do meu. Mas agora Park parece despertar isso, e eu não gosto.
Poderia desistir da aposta? Poderia. Mas como explicar pros meus amigos quando decidisse continuar com o loiro mesmo após isso? Fora ter que aguentar as provocações por dizer que retrocedi.
— Jungkook, presta atenção! — me assustei quando a mão do loiro puxou rapidamente o volante da minha mão para o seu lado, desviando de um carro vermelho que passou rente ao meu. Estávamos indo em direção a ele enquanto eu praticamente fritava meus neurônios olhando para o nada.
Que inferno! Onde diabos eu to com a cabeça!?
— Porra, me desculpa Jimin!
Foi a única coisa a qual pensei em falar, o que mais eu diria? Quase provoquei um acidente com ele ao meu lado, arrisquei sua vida porque não consigo me concentrar, até mesmo o perdão não parecia suficiente agora.
O olhei enquanto ele respirava fundo, ainda com os olhos arregalados.
— Tá t-tudo bem, só tome cuidado, por favor. — sua voz saiu como uma súplica, me odiei imediatamente por fazê-lo passar por isso.
— Você tá bem? — perguntei realmente preocupado, apesar de não ter batido ele pode ter se machucado de algum modo. Agora eu sequer desviava meus olhos da estrada.
— Estou bem. — soltou um suspiro cansado.
Mesmo preocupado com a estrada, levei uma das mãos até sua nuca, ele não relutou e me deixou tocá-lo como queria, fiz pequenos movimentos circulares com o dedão e o indicador, do mesmo jeito que eu e os garotos do time fazemos uns nos outros para aliviar a tensão antes de cada jogo. Jimin pareceu gostar, pois, fechou levemente os olhos no processo.
Depois do susto, o caminho até sua casa foi silencioso, eu dirigindo o mais rápido e cuidadoso que consegui. Quando chegamos, não passava das sete e meia da manhã. O loiro se virou para mim, nem eu sabia ao certo como me despedir depois dessa.
— Tá tudo bem Jungkook, é sério. — tentou me tranquilizar passando as mãos pelo meu ombro, como forma de conforto.
— Sabe que a gente poderia ter morrido pela minha idiotice, não sabe? — o encarei sério, nem eu mesmo conseguia ver alguma graça nessa situação.
Ele me surpreendeu mais uma vez quando soltou o cinto de segurança e se inclinou sobre mim, apoiando uma das mãos em minha coxa. Jimin encostou nossas bocas com uma delicadeza que eu não tinha, e apesar de estar extremamente irritado comigo mesmo, acabei cedendo muito mais rápido do que gostaria. Coloquei uma mão em seus cabelos o trazendo mais para mim, aprofundando o beijo quando comecei a mover meus lábios sobre os seus, nem eu mesmo sabia o quanto estava com vontade de fazer aquilo. Obrigado Jimin.
Nós separamos quando ele precisou respirar um pouco, e eu achei melhor também, caso contrário faria questão de entrar naquela casa com ele. E surpreendentemente aquele beijo me deixou deveras mais calmo.
— Acho melhor você ir. — me lembrei de sua mãe, e ele prontamente concordou voltando a posição anterior.
Pegou as roupas nos braços e antes que pudesse abrir a porta, eu não resisti e virei seu rosto para mim novamente, lhe dando um selinho prolongado.
— Te vejo amanhã? — questionei baixinho perto de seus lábios, olhando em seus olhos.
— Sim. — respondeu no mesmo tom suave, e enfim saiu do carro.
Observei ele caminhar pelo pequeno jardim até alcançar escada de três degraus, abrir a porta com sua chave, virar-me novamente e dar um sorriso enquanto acenava, logo depois entrando na casa e fechando a porta.
Eu joguei a cabeça no estofado do banco, respirando fundo e de olhos fechados, o que tá acontecendo comigo?
Maldita hora que resolvi aceitar essa merda!
Com raiva, eu dirigi de volta para casa e quando cheguei, não foi difícil achar Yoongi e Hoseok dormindo em uma boia de piscina em formato de colchão atrás das mesas que ontem estavam ocupadas. Realmente não tinha como sequer achá-los à primeira vista quando passei com Jimin antes, parecia que alguém tinha os escondido atrás daquelas mesas todas e a bagunça. Ou que eles beberam demais e pararam ali por engano, eu fico com a segunda opção.
Minha reação não foi nada além de balançar a cabeça em negação, não me atreveria a abordá-los a essa hora da manhã, ambos me matariam se pudessem, principalmente Yoongi.
Fui em direção a cozinha a procura de água, estava com sede depois do susto com o carro. Fiquei um pouco surpreso ao ver Namjoon já acordado, mas logo percebi o porque quando o vi acompanhado, da provável garota de quem ele tanto falava. Ela tomava um copo de água enquanto meu amigo apenas observava de braços cruzados e com os olhos inchados.
Atentei-me aos detalhes da menina que ainda não tinha me notado chegar, ela usava um vestido preto e um par de meias arrastão que cobriam suas pernas inteiras, um par tênis branco nos pés e seus cabelos lisos estavam soltos, meio bagunçados. Ela é baixa, muito baixa mesmo. O que me fez questionar mesmo sem querer como diabos aquilo rolou entre os dois.
Veja bem, Namjoon é alto, mais alto que eu, e aquela garota conseguia ser bem mais baixa que Jimin. Mas é aquilo, se Deus fez é porque cabe, certo?
Decidi entrar de uma vez e me dirigi até a geladeira, abrindo e bebendo direto da garrafa mesmo.
— Ei, bom dia! — Kim me desejou vindo até mim e dando um aperto de mão quando terminei de beber a água.
— Bom dia. — retribui ponto a garrafa de volta na geladeira.
— E aí? Como passou a noite com seu loirinho? — pergunta em tom de zombaria, a qual eu ignorei.
— Foi legal. — dei um meio sorriso ao lembrar da sensação de ver Jimin acordando ao meu lado, e Namjoon percebeu.
— Pela sua cara parece ter sido melhor. — ele riu contido.
Nós dois apenas nos demos conta que a garota ainda estava no ambiente quando o copo que estava em sua mão fez um barulho ao ser posto no balcão. Ambos a olhamos ao mesmo tempo, e isso pareceu deixá-la intimidada, pude ver suas bochechas corarem um pouco quando percebeu meu olhar em si. Que de longe não era para ser malicioso nem nada, mas suponho que foi o que deu a entender para a mesma.
— Bom... eu já vou indo. Foi um prazer Namjoon. — começou a se despedir, a voz dela deu uma tremida de quem estava nervosa.
Meu amigo se aproximou e não demorou a envolvê-la com seus braços enormes e ela praticamente sumiu no meio deles. Foi engraçado.
Diferente de mim, Kim era carinhoso com todas as pessoas com quem mantinha envolvimento, ele dizia ser uma boa maneira de mantê-los por perto e eu não podia discordar, via como dava certo para ele.
Eles deram um pequeno selinho após se separarem e eu não pude deixar de olhar para ela, era bonita, muito bonita, parecia ser simpática também, o que era um grande potencial em falta nas garotas da nossa escola.
— E... parabéns pelos dezoito anos, Jungkook. — falou para mim, com um sorriso que eu não sabia ser inocente ou não.
— Obrigado. — respondi educado, a observando atentamente.
A garota da qual eu não sabia o nome retribuiu meu olhar e o sustentou de maneira afiada até quando não pode mais e se retirou da cozinha, finalmente indo embora, eu continuava olhando para o lugar que ela havia seguido.
Ela é bonita, mas não mais que Jimin.
Senti um soco em meu ombro. Parecia até um aviso da merda que estou pensando.
— Qual é em? Tá afim de fazer um ménage? Ela provavelmente toparia facinho. — o esverdeado disse-me rindo e não consegui controlar a gargalhada.
— Te adianto que não gosto de outro pau no sexo além do meu, então você vai só assistir se for o caso. — deixei claro minhas condições, dessa vez vasculhando os armários a procura de algo para comer.
— Deixa de ser ruim. — continuou a rir.
É claro que não passava de uma brincadeira. Acredito que nenhum dos meus amigos pensam em realmente fazer sexo com outra pessoa, juntos, apesar da ideia parecer tentadora para várias pessoas. Posso não ler mentes, mas não é difícil sacar as reais intenções quando brincam com isso.
— Me conta, ganhou um presente de aniversário especial ontem? — questionou em tom de deboche puro, como se estivesse duvidando.
Eu sabia ao que ele se referia, o presente no caso seria sexo com o loiro, confesso que seria um bom presente, mas o que tivemos ainda sim, foi bom. Apenas para o provocar, eu acabei respondendo:
— Claro.
— Sério? — esbugalhou os olhos e me olhou incrédulo, sem dúvida mais do que surpreso com a informação, talvez esperasse que eu negasse. — Puta que pariu! Não acredito que perdi essa aposta, que merda.
Eu ri quando ele começou a negar que não me daria dinheiro algum, pois o namoro ainda não acontecera.
Como se eu precisasse.
— Deixa de ser dramático. — após pegar um pequeno macarrão instantâneo no armário, adicionei água em uma pequena panela e fui em direção ao fogão.
Estou com fome e a cozinheira só volta amanhã pela manhã. Junto aos meus pais, provavelmente.
— Para você de cu doce e abre logo o bico, como foi em? — Namjoon é curioso e fofoqueiro por natureza, disso eu já sabia a muito tempo, mas ali ele parecia até aquelas meninas que buscam até os mínimos detalhes de quando a amiga transa pela primeira vez.
Não me perguntem como eu sei disso.
— Relaxa, não foi nada de mais. — fingi indiferença.
— Como assim nada de mais!? — ele falou alto e eu me virei para observar sua face. O mesmo logo abriu mais os olhos e passou a olhar atento a entrada da cozinha, como se alguém fosse passar por ela a qualquer momento. — Ele está dormindo no seu quarto? — disse sussurrando dessa vez e eu revirei os olhos levemente e comecei a rir.
Namjoon falou baixo com medo que Jimin pudesse por algum milagre ouvir, já que ele não estava mais aqui, e mesmo se estivesse o Kim parecia ter esquecido que meu quarto se encontrava no terceiro andar, a várias camadas de concreto de distância.
— Sossega mano, não rolou nada, e ele não tá aqui.
Piscou confuso.
— Mas... vocês dormiram juntos. — pontuou e eu o olhei com a sobrancelha erguida, mostrando minha melhor cara de tédio ele pareceu finalmente entender. — Então vocês só dormiram juntos, saquei. — murmurou agora com tédio também. — Meu bolso se encontra aliviado agora. — fez graça.
— Você vai me pagar de um jeito ou de outro. — deixei claro.
— Sim, quando você fizer o que disse que ia fazer. — desafiante, ele me encara.
O espírito de competição era gigantesco entre mim e meus amigos, de um jeito saudável, claro. É um dos motivos que me fez querer levar a aposta até o fim, mesmo que já não visse tanto propósito nisso.
— A gente se beijou. — falei, voltando a olhar a comida. — Na verdade, a gente se pegou freneticamente no quarto e na cozinha depois da surra que eu dei naquele filho da puta do Jongsoo. Ele dormiu comigo no quarto, e hoje mais cedo tive que deixá-lo em casa. Simples.
— Então houve um avanço, que sorte a sua em. — comentou para mim. — Eu duvidei até o último segundo. Yoongi disse que possuía uma remota hipótese de vocês estarem transando loucamente.
Revirou os olhos como se desenhasse da fala de Yoongi novamente na frente dele. Eu concordei.
— Até poderia, mas não era a hora certa, e eu já estava meio bêbado também. Provavelmente ia fazer merda. — balancei a cabeça.
Pensei nessa possibilidade durante quase o tempo todo ontem, eu podia ser um filho da puta, mas chegar ao ponto de coagir Jimin a transar comigo não estando em meu juízo perfeito já era demais. Eu sabia a diferença da primeira vez de uma garota para um garoto, sabia que doeria e precisava de um cuidado a mais, coisa que eu provavelmente não teria naquele momento, não só pela bebida no sangue como também pela vontade insana pelo sexo que impedia de me preocupar com qualquer outra coisa.
— E como foi a sua noite? — perguntei ao Kim, querendo mudar de assunto. — A garota é bonita, deve ter sido boa, certo? — sorri maliciosamente para ele, que retribuiu fechando os olhos como se pudesse desfrutar da sensação novamente.
— Foi maravilhosa. — expressou seu contentamento. — Já transou com alguém que parece que ela é seu lego? Que encaixa assim... tipo, daquelas que dá vontade de nunca mais parar? Que se pudesse, ia ao mercado assim?
E então, sem a menor preparação. Namjoon começou a andar pela cozinha simulando estocadas no ar enquanto sua mão segurava um corpo inexistente. Contudo, da maneira mais desengonçada e feia que poderia imaginar, ele parecia até um pato andando com as pernas abertas sem o menor controle de seu pescoço.
Não aguentei e explodi em uma gargalhada que me deu vergonha, saiu esganiçada e fina, devido à falta de preparo das cordas vocais, mas nem isso foi o suficiente para me fazer parar de rir.
— Qual é? Eu tô falando sério. — se aborreceu.
— Você não me passa um pingo de seriedade quando imita esse pato com dor. — disse entre risos e até ele não resistiu a minha comparação, acabando por rir também. — Mas respondendo sua pergunta, eu acredito que não.
Se estivesse falando a respeito de encontrar um beijo que encaixasse bem, eu responderia que sim, que havia encontrado ontem. A respeito de sexo, isso eu não poderia confirmar.
— Pois eu encontrei, e cara... não tem nada melhor. — se escorou no balcão, Namjoon era muito expressivo, quanto terminou a frase, fez uma cara de prazer que deixaria qualquer uma louca, mas eu só consegui expressar minha face de nojo para ele.
Oh visão do inferno, credo.
— Imagino. Estou curioso sobre como isso deu certo. — dei um sorriso a respeito do meu próprio pensamento. — O tamanho dela pro seu não é nem um pouco proporcional.
— Já ouviu falar que nos menores frascos têm as melhores essências? — titulou.
— É o que parece, né? Sua cara de felicidade deixa isso claro. — desliguei o fogão, mexendo a panela fumegante para a pia a fim de retirar o excesso de água e fui para o balcão, começando a misturar o tempero pronto.
— Aham. — concordou com um aceno. — Vou voltar a dormir, ainda tá cedo. E só pra deixar claro, não sujamos o quarto de hóspedes.
— Ainda bem! — suspirei aliviado.
Por mais que eu tivesse dado liberdade para os convidados se moverem pela casa inteira, deixei uma regra estrita a respeito dos quartos, ninguém deveria entrar sem permissão em hipótese alguma, estava com receio de que alguém bêbado entrasse no quarto dos meus pais por engano. Ai sim, eu teria problemas.
Já sozinho, observei as janelas grandes e limpas que me davam vista para a piscina. Apesar da minha conversa com Namjoon ter sido sem pé nem cabeça, conseguiu me deixar tranquilo o suficiente para que minha mente relaxasse. Após comer, foi inevitável sentir sono, ainda estava muito cedo e minhas pálpebras pediam um descanso maior por conta das poucas horas de sono de antes.
Dirigi-me em direção ao meu quarto, depois direto para o banheiro onde retirei minhas roupas e comecei a me lavar debaixo da água quente que vinha do chuveiro, não vou mentir que estando ali sozinho e pelado, me passou sim, pela cabeça fazer o mesmo que fiz no 'shopping' quando me excitei sem motivo algum apenas porque o loiro estava com a cabeça praticamente no meio das minhas pernas.
Pensar nisso ainda me dava vergonha, mesmo que ninguém soubesse.
Eu afastei a ideia tentadora para longe enquanto terminava o banho. Já vestido, com os cabelos meio úmidos e deitado em minha cama, pensei em mandar mensagem para o menino, porém temi estar sendo pegajoso demais em não lhe dar espaço, não fazia nem uma hora completa que nos despedimos.
Pensando nisso, dormi novamente, me preocupei somente em acordar na hora que os responsáveis pela faxina viessem à tarde. E caso um dos meninos acordasse, eles sabiam onde ficava cada coisa na minha casa então não precisam de mim. Assim esperava.
Tive um sonho mais do que curioso, nele, eu e Jimin estávamos na mesma praia que o levei no domingo passado. Entretanto dessa vez, o loiro mergulhava no mar mesmo estando gelado, enquanto eu o admirava sentado na areia, os dois somente com bermudas e surpreendentemente fazia bastante sol, o suficiente para esquentar minha pele.
Parecíamos um casal curtindo férias ou algo assim, e eu detestei admitir que gostei daquele sonho. Daquela ideia que meu subconsciente criou.
E acima de tudo, desejei que fosse uma lembrança real.
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Me desculpem pelos erros.
Quis trazer uma visão mais ampla do Jungkook a respeito do que anda acontecendo, afinal, Jimin não é o único que está sentindo coisas novas, certo?
Espero que tenham gostado, até o próximo. ❤️
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