― Pronto! Você está em segurança agora. _digo abraçando ela na frente da sala de aula_ não faça muita bagunça mocinha.

Eu e a Renata temos uma ligação muito profunda.

Assim que deixei a Renata em sua sala, vejo um grupo de garotas cochichando no corredor e assim que passo por perto, fui puxada por uma delas.

Cx: Diga-me se não é a verdade S/N. _diz colocando uma das mãos no meu ombro_ Que qualquer garoto que usa o nosso uniforme não fica um gato?

Xx: Valéria do céu.. o Bryan fica um gatinho com aquele uniforme.

Cx: O que você acha S/n? _perguntou me encarando.

Essa doida aí é a Valéria Reynolds, minha melhor amiga. Ela é rica e muito inteligente, e a única que não se importa em ser amiga de uma garota do orfanato.

Xx: Por que a opinião da S/n tem importância pra você prima?

Valéria: É porque ela é minha melhor amiga. _diz sorrindo pra mim.

Xv: Tchau para vocês.. o meu bet boy tá me chamando. _diz saindo.

Xx: É melhor eu ir embora também para não me ajuntar com essa daí.. _diz revirando os olhos_ A gente se vê prima.

― Ela não vai com a minha cara. _digo disfarçando o incômodo.

Valéria: Já disse um milhão de vezes para você não ligar para opinião daquela.. minha prima chata. _diz sorrindo.

Valéria é diferente das outras garotas do colégio.

Valéria: Por que está com essa cara, aconteceu alguma coisa? Sabe que pode confiar em mim.. é sobre o orfanato? _balancei a cabeça em forma de positivo.

― Tive um pesadelo. _digo baixinho_ Esse é diferente, era tão real e maluco ao mesmo tempo.

Valéria: Vamos para um lugar melhor para a gente conversar direito.

Sempre que eu tenho pesadelos, a Valéria faz questão de me escutar e fazer vários comentários desnecessários e engraçados.

Encontramos um banco vazio ao lado, tinha pouca movimentação e isso me ajudou a concentrar nos meus pensamentos.

Valéria: Você sonhou com a mulher grávida outra vez? _balancei a cabeça em forma de negativa_ Ou foi com as crianças?

― Não, sonhei que eu tinha fugido do orfanato. _ela soltou um sorriso_ Um homem tentou me atacar e então eu entrei em uma casa.. as pessoas era tão reais.

Valéria: E o que aconteceu mais? _perguntou.

― Tinha um senhor e ele tinha alguns filhos.. ele me chamou para o café da manhã, Valéria é comida era de verdade.. ele me apresentou a cada um dos filhos.

Valéria: Tinha algum bonito? _não me contive e sorri.

― Todos já eram adultos mas tinha um marrento e chato, ele era bonitinho..

Valéria: Humm.. que pena que não era verdade não é mesmo? _perguntou me interrompendo.

― Você pode me achar louca ou algo do tipo mas olha para o meu braço. _digo mostrando o curativo_ Eu me lembrei o que aconteceu.. eu caí em frente a mansão e me machuquei, e a mulher do meu sonho que fez o curativo.

Valéria: O que você quer dizer com isso S/N? _diz com um sorriso sem graça.

― Acho que não foi um pesadelo. _digo olhando por curativo_ Pode ser outra dimensão? Valéria cada um dos filhos do senhor tinha um poder diferente, e lá eu consegui conversar com um dos filhos dele que estava morto.

Valéria: Você está bem S/N? Ah não me diga que eles te deixaram sozinha no quarto escuro sem comida outra vez?

― Eu estou bem. _digo desconfiada_ Você acha que foi um sonho?

Valéria: Um sonho não. _diz me encarando_ Mais um pesadelo sim.

― Parecia tão real. _digo sorrindo_ Talvez eu esteja ficando doida.

Valéria: Vai ficar tudo bem.. _diz justamente quando sinal tocou_ Preparada para as aulas de hoje?

― Não. _digo sorrindo_ Eu nunca vou estar preparada para uma aula de matemática.

É difícil explicar essa sensação que eu tenho agora.. que tudo o que aconteceu não foi um sonho e sim, real, tão real quanto o sol e a lua.

Sempre tive alguns pesadelos estranhos e um em particular que sempre vem se realizando do mesmo jeito.. como uma mulher dando à luz a duas crianças diferentes, uma some e a outra morre do nada, a mulher fica chorando desesperada chamando pelos filhos.. ainda não sei o significado.

Passei dois dias seguidos procurando por um jeito de sonhar com aquele família de novo, mas eu não consegui alcançar o meu objetivo. Fiquei chamando pelo Ben na esperança de vê-lo outra vez, mas ele não apareceu e acho que estou ficando maluca!

Tentei fugir mais uma vez do orfanato e fui apanhada. Todos tinham razão, foi apenas um sonho! e a imaginação da família perfeita que eu sempre quis fazer parte algum dia.

G: Seja bem-vinda a comissão! Essa será a sua nova família.