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Capítulo 41 "Tenho vinte e cinco anos. Consigo lidar com isto."

             Cheira-me a qualquer coisa... será a final? Como gostariam que a história terminasse?
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Branco. Há uns desenhos esquisitos feitos pela massa pintada de branco no teto do meu quarto. A música nos meus ouvidos está tão alta que o mundo podia estar a acabar lá fora que eu nem sequer ia notar. Viro a cara e os pósteres com as bandas das quais eu era fã olham para mim. Eu olho para eles. Estão parados, eternizados numa fotografia, naquele momento eram tão felizes como os seus fodidos sorrisos podiam ser. Tenho toneladas de fotos a sorrir, o meu avô tinha um hobbie, era fotografo e adorava revelar as fotos, acho que tirei isso dele. Fotografias brilhantes com um sol doido a bater-me na cara. Há pormenores na foto. Viro-me ainda com os fones nos ouvidos e puxo a gaveta da mesa de cabeceira com demasiada força. Ao fundo debaixo de uns livros e umas agendas está uma foto. A minha mãe adora-a. Sou só eu, a sorrir, deitado na relva verde. A minha mãe vê-me porque me ama. Eu vejo a ponta do pé da Julieta e o vestido amarelo dela a esvoaçar sobre a minha t-shirt branca. Ela estava sentada no meu estomago a tirar-me a fotografia, falava alto, tão alto que qualquer inglês sóbrio olhava para ela de forma estranha. Eu ria-me, ria-me com lágrimas nos olhos. Estava a começar a perceber que o que sentia por ela era tão inebriante que se tornava vertiginoso.

Poiso a fotografia e noto que é meio dia, o almoço deve estar quase pronto. Tiro os fones e tento pentear o cabelo. Não sei o que a maioria dos homens da minha idade fazem quando tem uma desilusão, ou estão tão tristes que mal conseguem aguentar o próprio reflexo, mas eu venho para casa dos meus pais e espero que a normalidade me cure.

-Olá mãe.- Digo-lhe enquanto afago as costas do meu pai que está a cortar pão.

-Olá querido, fiz frango.

-Parece ótimo.

Sentamo-nos à mesa e  eu como, não me sabe a nada e tenho a boca seca.

-Tiraste a segunda feira querido?

A minha mãe chama-me tantas vezes querido que acho que para ela já não me chamo Harry.

-Não, recebi um email a dizer que adiantaram as nossas entrevistas para daqui a duas semanas.

Isso. Duas semanas. O que é que podia correr pior agora? Ou vou embora, ou ela vai embora, ou vamos os dois emboras. Sinto tanto a falta dela que até me custa pensar no amanhã.

-Vais conseguir amor.

-Claro que vai!. - O meu pai sorri e bebe um gole de vinho.

Se não conseguir estou tramado, na verdade estou tramado consiga ou não. Continuamos a comer e quando estou a descascar uma banana a minha mãe passa por mim com uma revista debaixo do braço, o meu pai está na cozinha a lavar os pratos e assobiar.

-Viste as minhas cassetes (fitas)? - Desapareceram da estante do meu quarto.

Ela para de andar e vira-se para mim com um ar constrangido.

-Tens tudo no teu computador.- Diz-me.

-Eu sei, mas tive imenso trabalho a pôr tudo em cassetes (fitas). - Fotografias reveladas e vídeos em cassetes (fitas), é a minha cena.

-Olha Harry eu sei que não me pediste conselhos, mas a maioria daqueles cacetes estão recheadas com a Julieta, eu sei que não estás bem, sei que estás magoado e ver aquilo talvez...

-Não pedi conselhos, e a Julieta está lá, mas os meus amigos também.

-Estão na cave.- Senta-se no sofá a olhar para mim.

A caixa de madeira onde colocou as cassetes (fitas) é pesada e passo para o meu quarto com ela. Tiro uma e insiro-a. É numa praia, era demasiado longe para um passeio de carro mas fomos na mesmo, ela está de calças de ganga e com uma camisola velha, os all star dela estão com a cor desbotada e o cabelo voa-lhe por todo o lado. Está sentada num banco de pedra e olha para as ondas a baterem com força nas rochas.

-Para com isso Harry.- Diz no vídeo sem olhar para mim.

-Quem me dera conseguir parar.- Digo baixinho ao mesmo tempo que o meu eu mais novo o diz.

Ela vira a cara para mim, cheia de sinais por todo o lado, sem sardas, só sinais escuros e tira a língua de fora.

-Devíamos voltar?- Sussurra no vídeo.

Tiro a cassete (fita) e esfrego os olhos. Deito-me e leio o que escrevi noutra. "Jogo", ela gravou este quando fui jogar para angariar dinheiro para os estragos que uma tempestade tinha feito na faculdade. Puxo as pernas para cima e abro os olhos.

Estraguei tudo outra vez, achei que fazer-lhe ciúmes resultaria, foi a pior coisa que fiz devia saber que ela nunca ia querer ser responsável por uma traição, mesmo que a alguém de quem não gosta muito. No carro dela, quando voltámos da casa dos pais dela eu senti que tinha tudo de novo, os nossos joguinhos de provocações estavam de volta. Foi refrescante quando no segundo dia desci as escadas atrás dela e lhe disse que o seu gato era feio. Senti que tinha recuperado o controlo daquilo que tínhamos. Estava tudo nos eixos menos a Megan e eu sabia que estava a ser um filho da mãe, mas depois a Julieta afastou-se, ficou fria, parecia que estava com pena, que lhe custava olhar para mim. E custava, a mente dela, o corpo dela tudo estava a girar em torno desde misterioso homem eu acreditei ser uma mentira. Não era. A Julieta é a mulher mais incrível que conheço, e o chefe dela... eu sabia que havia algo no momento em que vi como ele olhava para ela. Ele desejava-a e ela não era minha, nunca foi.

Fecho os olhos e suspiro, até que o ar entre e saía estou bem.

Durante a tarde deito-me na cama de rede lá fora e vejo a minha mãe a cortar os arbustos. Ela adora plantas, é o passatempo dela. Não sei se tenho um passatempo para além de números, sempre fui bom nisso. Passei a vida a ouvir como era fantástico com números, fazia contas sem pensar, era uma coisa automática que foi crescendo comigo.

-Se não conseguires o trabalho vais ficar em Londres?- O meu pai senta-se na rede ao meu lado e bocejo.

-Não estou mesmo em Londres.

-Sabes o que quero dizer.

-Não sei, não faço ideia do que vou fazer senão ficar com o emprego, vou ter que tentar de novo, mas é um bom estágio para se ter no currículo.

-Claro que sim...podias vir para mais perto de casa, temos saudades tuas.

Os olhos verdes dele são brilhantes e vejo-me daqui a trinta anos, igual a ele.

-Pai...

-A empresa precisa de alguém como tu Harry, é injusto eu ter pago pela tua educação e não quereres compensar-me.

Sei que ele está a brincar. Um dos concorrentes dele tentou recrutar-me no fim da faculdade e foi hilário vê-lo a dizer "só por cima do meu cadáver". Claro que não faria isso, mas talvez fingisse apenas para o chatear.

-Então a tua mãe disse-me que tens andando um bocado...

Ele não sabe fazer esta conversa.

-Pai não precisamos de falar sobre isto.

-Não? Mas eu quero.

Viro-me de lado.

-Tenho vinte e cinco anos. Consigo lidar com isto.

A sua mão bate no meu ombro.

-Um homem de vinte e cinco anos não tem um passado como o teu, não perdeu um filho.

A minha família continua a dizer que eu perdi um filho e houve uma altura em que isso me revoltava. Na verdade, eu estava tão ligado à Julieta que pensar que alguém podia ter pena de mim em vez de pensar nela me deixava maluco. Ela perdeu uma criança...ela acha que o corpo dela matou a criança. Há uns anos percebi que perdi tanto como ela, portei-me como um idiota, mas nem sequer sabia o que pensar. Lembro-me da mãe dela me ligar aflita, zangada, exausta a dizer que estavam no hospital. Quando cheguei o irmão dela disse-me que ela tinha tido um aborto. Um aborto. É só isso que se tem no momento, a palavra, não há significado associado até que se abre a porta e percebe que alguém morreu, que um bebé que era meu e dela morreu.

-Pensei que não falavam há meses. - O meu pai diz-me e olho para ele.

-Não falávamos quase há um ano. - Digo com sinceridade. Ela não estar lá tornou-se um la estar com que eu podia viver. Sabia que faltava sempre alguma coisa.

-Foi uma coincidência terem ido parar ao mesmo estágio.

Não foi nada. Tivemos uma discussão feia no gabinete do nosso orientador, passei-me e vi algo no meio da confusão que fiz.

Tenho uma reunião ao meio dia com o orientador, no entanto o James está a falar-me do jogo de sexta feira. Despacho-o a rir-me e ele levanta-me um dedo do meio. Esfrego o cabelo e respondo à mensagem da Sarah a minha colega de cálculo, estou a escrever quando bato à porta do gabinete. O professor nunca responde por isso entre enquanto escrevo, um dossiê bate-me e o meu telemóvel cai, um véu de cabelos castanhos apanha o telemóvel e quase paro de respirar. Julieta. O maldito vestido amarelo com as flores, um casaco azul e a mesma constelação de sinais no lado direito da cara. Não a via há meses.

-Harry.- Diz de forma condescendente e baixa os olhos para o telemóvel. Merda. Entrega-o e agarra melhor o que tem ao peito.

-Julieta.- O meu coração está tão acelerado que juro que a minha voz sai aos soluços.

Ela parece desconfortável com a nossa proximidade e afasta-se para dentro do gabinete, fecho a porta de modo inconsciente e aproximo-me dela.

-O Dr.Jullian saiu há minutos, a minha reunião demorou mais, desculpa.

-Não te via há meses. - A minha voz sai zangada. Não sabia que estava zangado.

-Tenho tido aulas espalhadas por todo o horário. - Estou a intimida-la.

-Ou então viste onde eu tinha aulas, com quem e a que horas. - Estou a ser um idiota, mas não estou com vontade de parar.

O meu comentário atiça-a. É bom ver alguma vida nos seus lindos olhos.

-Não teria tanto trabalho por tua causa. É o destino a salvar-me.

A ultima parte escapa-lhe sem querer.

-Achas?

-Yap.- Ela diz olhando para o lado em jeito de ironia.

-Pensei que podíamos manter a cortesia um com o outro.

-Estamos a manter, caso contrário teria pisado o teu telemóvel e saído daqui sem perceber quem eras.

Oh a sério minha linda? Que engraçado não eras tão boa a manter-te longe de mim há dois anos.

-Mentes terrivelmente mal.

Ela sorri e aponta inclina a cabeça.

-O que é que vais fazer sexta há noite?

Mas que raio?

-Ver um jogo de futebol.- Sei que ainda estou apanhado por ela quando tento não me entusiasmar com a pergunta, com ela nem tudo é o que parece.

-Disseste à Sarah que ias estar a fazer o vosso trabalho, isso é quão mal mentes, portanto.

Ela tenta passar para a porta mas meto-me à frente dela. Quero tocar-lhe. Só uma vez.

-Isso são ciúmes?

-Sabes que idade tenho? Vinte, não acho que a tua parceira de cálculo, ou alguém me cause ciúmes.

Mentirosa, as tuas bochechas estão vermelhas.

-Então viste aqui falar dos teus estágios?

-Harry porque é que haveria de falar sobre isso contigo? Vou-me embora, esta conversa é inútil.

Deixo-a passar, mas o desespero para obter algo dela percorre-me a espinha com demasiada velocidade. Vou descontrolar-nos.

-Parece-me que estás a fugir. Não queres falar comigo?

-Ora aí está uma resposta dupla, não e não.

-Parece-me que estás com medo de alguma coisa.

Vou foder-me tanto com isto.

Julieta engole em seco e vira-se para mim.

-Detesto estes joguinhos, queres alguma coisa diz!

Quero-te a ti, não paro de pensar em ti, quero que me desculpes, quero que abanes e que me digas alguma coisa que não seja "tudo bem". A ultima mensagem que tenho dela tem oito meses e diz essa merda.

-Quero que pares de fugir de mim e me enfrentes.

Ela respira e poisa os livros.

-Quem fugiu primeiro foste tu, e quem não me quis enfrentar também foste tu.

-Não fugi...

-A sério? Que estranho mudares de lado no passeio e depois acenares-me parece uma maneira manhosa de fugires da tua ex-namorada.

Sou o maior cabrão da história, parabéns a mim. Sento-me numa cadeira e abro os braços.

-Deita tudo cá para fora amor.- Estou a pedir um pontapé no meio das pernas.

Na verdade, sei que só a quero pôr a falar, foi tão cordial desde que acabámos que só me conseguiu irritar. Na altura estava demasiado zangado com a situação para a pressionar a falar, mas não sei...vamos separar-nos para sempre depois deste mês. Mesmo sem a ver estes meses sabia onde ela estava, agora é o fim.

-Não quero falar sobre...

-Sobre o aborto? Sobre a minha atitude de merda? Ou sobre me teres mentido acerca da gravidez?

O gatilho está puxado e ela fica furiosa. Posso vê-lo nos seus olhos.

-Eu não te menti.- Abana a cabeça.- Disse-te que não sabia e se voltei com a minha palavra atrás...eu disse-te que estava a mentir.

-Tu disseste-me a verdade, mentiste-me para eu te deixar em paz e depois retiraste a tua mentira porque te pressionei. Porque é que querias que eu ficasse zangado?

Porquê merda?

-Não quero falar sobre isto, e por favor evita dizer essas coisas em voz alta.

Ela tenta apanhar as coisas dela mas tiro-as do seu alcance.

-Responde-me Julieta.

Ela fica calada a olhar para mim, engole em seco e revira os olhos como se a tentar combater os sentimentos que tem dentro dela.

-Diz porra!

Levanto-me com tanta força que a cadeira quase caí.

-Diz porque é que me quiseste fazer acreditar que sabias que estavas grávida?

-Porque era mais fácil aceitar o teu ódio do que a tua compaixão.- Grita e afasta-se de mim. O seu cabelo está por todo o lado e ela tenta tirá-lo dos olhos.- Não quero a tua compaixão para nada, não precisava dela.

-O pior é que precisavas, precisavas tanto como precisas agora, não aguento este jogo da invisibilidade que tentamos fazer.

Estou furioso com ela. Comigo. Com todas as pessoas que possivelmente possa culpar por esta confusão. Como é que podemos evitar falar um com o outro por meses e nunca sequer ter dito "okay precisamos de terminar esta relação." Nem sequer isso fomos capazes de fazer, foi uma coisa desajeitada do género "vamos ver no que dá". Quando disse isto nunca pensei mesmo que ela fosse ver no que dava, mas depois deixei de a ver, trocou de aulas e passou a fazer caminhos ridículos para a biblioteca e para o dormitório dela. Percebi a mensagem... ou pelo menos tentei aceitá-la.

-Começámos a jogar este jogo por tua causa.- Sussurra e tenta novamente chegar às suas coisas.

As palavras dela fazem a minha visão ficar turva e atiro o dossiê ao chão. O barulho assusta-a e ela salta. É a primeira vez que me aproveito da minha força para a assustar e o olhar na cara dela vai de confuso a raivoso.

-Mas que merda há errada contigo?!- Baixa-se para apanhar as folhas que voaram.

-E contigo? Que merda há errada contigo?

-Não há nada errado comigo! - Grita e oiço-lhe a voz tremer.

-Tenho a certeza que há! Caso contrário tinhas tentado falar comigo.

Ela levanta-se com metade dos papeis da mão.

-E tu? Quantas vezes tentaste falar comigo? Meu Deus, para com isto Harry, não quero falar contigo.

-Saíste das aulas que tínhamos em comum, mudaste de dormitório, de numero de telemóvel, bloqueaste o meu email e as minhas redes sociais, agiste como se eu tivesse morrido!

Apagou-me.

-E morreste, e eu também morri. Acabou!

O barulho que vem a seguir é de loucos e vejo quando um pesa papeis rebenta ao lado dos meus pés. É um globo de neve e os vidros saem por todo o lado como o eco do grito dela. Ela está a chorar, os olhos fixos no chão onde o liquido com a neve se espalha ao lado dos meus ténis.

Não consigo falar. Saio do gabinete e encosto-me à parede. Vejo o orientador no corredor e tento meter-me à frente dele.

-Harry! Pareces preocupado.

-Desculpe Dr.Jullian, parti o seu globo de neve quando entrei, a Julieta estava lá dentro e...

-Oh tudo bem.- Ele bate-me no ombro.- Quando for ao Peru traga-me outro.

A porta abre-se e Julieta fica assustada ao ver o Dr.Jullian. a mão dela tem um corte e pego-lhe na mão, ela afasta-se tão depressa como abriu a porta.

-Tentei apanhar os cacos, desculpe.

Sai disparada de junto de nós e vejo-a desaparecer contra a luz.

Duas semanas mais tarde encontrei-a, estava prestes a ir-me embora e ela também, olhamos um para o outro no estacionamento, sorriu-me como se eu fosse um estranho e ligou o carro. Mas eu não era um estranho e continuava apaixonado por ela, estava zangado sim, e ela também, mas alguma coisa me disse que aquela não seria a ultima vez.

Quando estava a preencher os papeis para enviar para estágios lembrei-me de uma empresa que estava numa das folhas que saltou do seu dossiê. Probabilidades pequenas de resultar. Mas resultou. A ultima vez que falámos ou discutimos foi em maio, começamos os estágios em Outubro e ela parecia esquecida de mim. Falava comigo como antes de namorarmos e mesmo assim eu lixei tudo, outra vez.

-Não acerto uma.- Murmuro baixinho.

-Então para de tentar. - O meu pai diz quando entra em casa.

Parar de tentar.

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