Capítulo 34 "Espero que te lembres disso, disso e da noite passada"
Yeeyyy novo capitulo, com mais na segunda feira, eu tenho tantas ideias que estes capitulo tem ficado com oito páginas em word, é incrível!! Pergunta de hoje: Quais as principais diferenças entre a Julieta e a Sophia? Ps- Não me digam que são iguais que me magoam ahaha
Ahh e podem seguir-me no meu insta se quiserem @saraccc_ , uhhh a playlist está na minha bio!!
Quando acordo estou espalhada numa enorme cama que não é a minha. Os meus membros estão pesados, esfrego os pés no lençol e dou-me conta de que tenho o pescoço dormente. Viro-me e abro um olho para descobrir que estou a dormir em cima do braço de William, e por muito romântica que a ideia seja acho que a dormência que sinto ultrapassa isso. Ergo-me um pouco e torço a cabeça para um lado. Ele mexe-se na cama e eu arregalo os olhos. Quando ele acordar digo o quê? O meu estomago contorce-se em pânico e viro-me rapidamente para o outro lado, o sol está a subir e pela primeira numa semana não acordo com chuva.
Um bocejo alto faz-me paralisar.
-Estás a entrar em pânico Julieta?- A sua grande mão toca-me o braço forçando-me a virar e puxo o lençol mais para mim.
-É capaz.- Digo meio perdida com o azul claro dos olhos dele. O sol bate-lhes e fico vidrada na cor bonita. Levo os dedos à sua cara e traço-lhe a sobrancelha.- Tens uns olhos bonitos. – Sussurro.
Ele sorri e aproxima-se de mim, os nossos narizes estão a tocar-se e não sei como reagir a esta intimidade. Uma das suas pernas passa por cima de mim e puxa-me o que dá origem a uma risadinha.
-Vais ficar para o pequeno almoço?- Sussurra e eu tenho que sorrir.
-Depende, vais cozinhar?
-Depende.- Ele encolhe os ombros.
-Depende do quê?
Ele beija-me a bochecha e gira por cima de mim fazendo-me rir quando me agarra as pernas e arranja espaço entre elas.
-Depende se me vais deixar repetir a dose.
-Isso não é romântico.
-Não sou muito romântico.
Aceno e passo-lhe os braços à volta do pescoço.
-Já tinha percebido. Nada de flores portanto.- Brinco.
-As flores são para totós.
Não são.
William está lá em baixo à espera que me vista. Olho para o interior do meu roupeiro. Como é que deveria ir vestida hoje? Caçadora de fortunas? Bibliotecária arrependida? Hoje está sol e é sexta por isso visto umas calças de ganga apertadas e uma camisola de lã pelos ombros. Vou ter frio, mas para isso é que servem os casacos quentes e feios. Calço umas botas e agarro na mala. Abro a porta do mercedes elegante e William está ao telemóvel.
-Eu vou estar aí em vinte minutos Samuel, diga que estou no trânsito.
Merda. Samuel... o pânico evacuado esta manhã volta e penso em como raio vou olhar para os meus colegas sabendo a borrada em que me estou a meter, literalmente. Respira fundo idiota, é só um homem, toda a gente faz estas coisas, só tiveste azar em que este fosse teu chefe.
-Estou atrasado, isto não acontece há anos. - Ele diz e depois olha para mim quando eu tiro o casaco.- Merda, não tinhas outra coisa para vestir.
Os dedos dele tocam a pele exposta do meu ombro e arrepio-me, ele sabe, vê a minha pele modificar com o seu toque. Os meus olhos balançam do sitio onde ele tem os dedos para os seus olhos.
Baixo a cabeça e beijo-lhe os dedos, sorrio e ele recosta-se no banco.
-Já estou excitado outra vez, precisas mesmo de começar a andar com sacos de papel em vez de roupa.
-Isso não seria melhor para ti?
Ele sorri e mete o carro a trabalhar.
-Essa é a ideia amor.
Quando chegamos eu digo-lhe que vá à minha frente. William não é favor da ideia e agarra-me as mãos arrastando-me até ao elevador, tenho medo que alguém nos veja, mas a estas horas toda a gente que importa já entrou.
-Para.- Rio-me e ele puxa-me para ele, atrás de um dos pilares da garagem.
-Como é que vou sobreviver a olhar para ti o dia todo e não te tocar?
-Como sobreviveste até agora. - Digo-lhe e piso a mão na sua barba por fazer.- Devias ter feito a barba, agora toda a gente vai saber que estavas muito ocupado esta manhã para a fazer.
Ele abre a boca numa expressão de choque.
-E estava! Estava ocupado em cima de ti, debaixo de ti, ao teu lado, a perseguir-te pela cozinha, estás a deixar-me maluco.
A sua boca choca com a minha e sinto as minhas costas na parede de betão. As suas mãos são duras no meu corpo e os meus dedos traçam-lhe o cabelo que agarro com força. Ele ergue-me e eu guincho na sua boca, a sua língua é incisiva na minha boca e gemo.
-Precisamos de ir trabalhar.- Sussurro.
-Estou a trabalhar, shhh.
Quando finalmente o meto no elevador e as portas se fecham encosto-me à parede. Vou apanhar o próximo. Apanho o cabelo num puxo alto e vejo o telemóvel vibrar dentro da mala. Harry. O meu coração perde uma batida e o meu sorriso desaparece. Harry. Harry. Harry. O elevador abre e eu entro, sozinha. O telemóvel continua a vibrar mas a única coisa a que presto atenção é o meu reflexo. Estou brilhante, os meus lábios estão vermelhos, os meus olhos parecem mais vivos do que já estiveram em anos...Harry... Quando toco no botão para atender as portas do elevador abrem-se e vejo Samuel a correr de um lado para o outro com caixas de cartão na mão. De repente lembro-me da arquiteta, Sophia acho eu...vamos a algum lado?
-Bom dia.
Ele larga a caixa e agarra-me pelos ombros.
-Graças a Deus estás aqui. Mr.Pella ia perdendo uma reunião, e nós temos que ir buscar antigas capas de revistas aos armazéns lá abaixo.
Deixo a mala em cima da mesa e o telemóvel.
-Porquê?
-Vamos fazer um moral com as capas de livros, revistas tudo o que a editora já fez, as outras filiais vão enviar-nos alguns arquivos, mas como somos a sede vamos ser nós a exibir a obra prima. Oh!! Vais poder ver todas as capas de que já fui parte.
Aceno com a cabeça e sigo-o pelas escadas abaixo. O armazém onde temos os arquivos é minúsculo, sento-me no degrau da escada a ler rótulos de livros mais antigos que eu.
-Como é que fizeste parte destas capas, isto tem a idade dos meus pais.
-Comecei a estagiar aqui antes da universidade, deve haver alguma coisa aqui que eu tenha feito.
-Não devia estar tudo nos arquivos online?
-Eles não arquivaram tudo por alguma razão, agora para de fazer perguntas e trabalhar.
-Okay.
Sem sequer notar começo a cantarolar alguma coisa, isso faz com que Samuel desça as escadas do lado oposto às minhas se baixe ao meu nível para me olhar.
-Oh céus.- Os seus olhos estão esbugalhados.- Estás toda amassada.
Ergo o olhar para ele.
-Toda amassada?
-Levaste uma sova ontem à noite, cavalgaste a noite inteira no teu ponney, olha só para essas bochechas coradas e esse cantarolar. - A minha respiração para, ele aproxima-se e ergue-me o queixo. - Isto são marcas de barba por fazer.
Merda ele sabe. Não sabe nada idiota, podia ser qualquer um.
-Ahn não sei cavalgar num ponney é a expressão mais adequada...
-Foste para a cama com alguém.
-Vou todos os dias para a cama.
-Estás a fugir do assunto.
-Pois estou.- Rio e levanto-me das escadas.
-Quem é ele? Cedeste à tentação? Harry?
Abano a cabeça e entrego-lhe uma capa que tem um papel pequeno atras com o nome dele.
-Eu nunca faria isso.
-Não me vais contar?- Samuel faz beicinho.
-Não.- Rio-me e ele atira-me uma caixa cheia de capas.
-Leva isso lá para cima.
-Sim chefe.
Subo as escadas com a caixa nas mãos e quando chego ao meu piso empurro a porta com a anca. Sam está no corredor a ver alguma coisa num dossiê e William está encostado à minha secretária a olhar para o meu telemóvel que não para de tocar. Tem a camisa aberta até ao segundo botão e as mangas dobradas até aos cotovelos. Parece tão lindo com roupa como sem.
Os seus olhos erguem-se e sou fisgada pelo azul escuro que me faz ficar quieta no lugar. O que se passa?
-Julieta, o seu telemóvel não tem parado de tocar, podia ao menos tirar o som.
As palavras dele são frias e profissionais e tenho de me lembrar que aqui sou só outra pessoa qualquer.
-Lamento Mr.Pella.- Poiso a caixa na secretária e vejo que tenho 5 chamadas não atendidas do Harry.
William olha para trás e faço o mesmo. Sam está sentada vira de costas a ler qualquer coisa em voz baixa. A mão de William poisa no meu braço e suspiro, os seus lábios estão na minha orelha.
-Isto é o tipo de coisa que me deixa fora de mim.- Sussurra.- Espero que te lembres disso, disso e da noite passada.
O descarado está zangado, mas apalpa-me o rabo antes de sair. Ele entra na sua sala e o meu telemóvel começa a tocar novamente, uma sobrancelha é erguida e um revirar de olhos dado quando agarro no telemóvel e saio para as escadas.
Atendo o telemóvel e seguro a respiração.
-Julieta?
Basta uma palavra, qualquer coisa para o peso da noite passada se tornar demasiado para mim. O meu corpo está a sentir-se bem, mas o meu coração sente que está a trair o Harry.
-Sim?- A culpa é cuspida na única palavra que pronuncio.
-Podes vir ter comigo à hora de almoço?
-Harry não sei se isso é uma boa ideia.
-Preciso de falar contigo... por favor dolcezza.
A voz dele é rouca e ele tem que aclarar a voz para se fazer perceber. As cordas do meu coração são puxadas, metade na mão dele e a outra metade na mão de William, mas eu sei quem tem mais força.
-Onde?
-Há um restaurante aqui perto... qualquer sitio na verdade.
Há um silencio que dura tanto quanto uma vida e eu estou a litar contra mim mesma quando lhe pergunto e cedo.
-Pensei que não me querias ver...nunca mais.
Ele ri-se e de alguma maneira isso faz-me rir também.
-Ambos sabemos que somos cármicos Julieta, andamos em direções opostas e no fim encontramo-nos sempre.
Sento-me num degrau.
-Quando saíste de minha casa odiavas-me.- Murmuro.
-Quero falar. Pessoalmente.
-Tudo bem, ao meio dia e meio?- Pergunto.
-Certo, espero por ti lá em baixo.
Harry desliga antes de eu dizer o quer que seja e sinto-me momentaneamente perdida. Reviro os olhos e estalo a língua no céu da boca. Claro que no dia em que dou um passo em frente com o William o Harry tenta dar três passas também. Só eu.
Quando volto para as caixas empoeiradas em cima da minha mesa a porta de William fecha-se, Sam continua sentada no chão e olha para mim com um sorriso nos lábios.
-O Samuel deve estar aí a vir.- Digo-lhe enquanto olho para os arquivos velhos.
Pelo meio dia já devolvi os arquivos e estou a girar na minha cadeira num tique nervoso, o meu estomago contrai-se em antecipação e o relógio antigo na mesa de Samuel não se mexe rápido o suficiente. Vou sair, encontra-lo, ouvi-lo, tentar não me sentir uma cabra quando ele me disser que sou horrível e voltar para dentro com o rabo entre as pernas.
Sam passa por mim com o casaco cor de rosa choque e mala ao ombro. Que estranho...
-Até amanhã. - Diz e eu e Samuel olhamos para ela.
-Até amanhã? - Samuel pergunta-lhe com um ar desconfiado.
-Sim, preciso de ir tratar de uns assuntos e Mr.Pella foi gentil em deixar-me sair mais cedo.
-Mais cedo? - Samuel ri-se.- Gentil? Estamos a falar da mesma pessoa?
Eu olho para ele e concordo, volto o meu olhar para Sam. O homem gentil de que falas deve estar doente, nunca na vida ele ia dar metade de um dia de folga a não ser que estivesses a morrer...e mesmo assim.
-Estás só com inveja, até logo.
Ela sai e eu devo ter a boca no chão, quase tão aberta como a de Samuel.
-Vou tentar a minha sorte. - Ele encolhe os ombros, levanta-se, mas depois senta-se imediatamente.
Oiço passos atrás de mim. Olho uma ultima vez para o relógio. Cinco minutos.
-Tenho uma reunião há hora de almoço.
Sei que ele está mesmo atrás de mim, o meu corpo tem um íman e inclino a cabeça, se Samuel não estivesse aqui gostaria que ele me passasse os dedos no cabelo. Controla-te porra.
-Eu vou.- Samuel sorri-me. Ele levanta-se e começa a arrumar o iPad.
-Na verdade achei que a Julieta deveria ir.
Quê? Viro-me para ele e tanto eu como Samuel devemos ter semblantes muito parecidos.
-Eu não posso.- Merda, merda, merda, quantos merdas infinitos posso dizer na minha cabeça? Mais um? Merda.
A sua mão está nas costas da minha cadeira e sinto os nós dos dedos dele nas minhas costas. Samuel não parece nada contente.
-Acho que a Julieta não precisa de ir, na verdade qualquer que seja o assunto da reunião eu estou muito mais por dentro que ela.- Dá-lhe Samuel!
-Se bem me lembro eu é que decido quem é que está por dentro dos assuntos ou não, e a Julieta só irá beneficiar se vier, vai correr melhor agora.
Oh não tu não fizeste isso! Viro-me para ele.
-Correu mal da outra vez?- Os seus olhos azuis são facas afiadas na minha direção. De repente tudo é muito claro. Ele ouviu-me a falar com o Harry, está a tentar impedir-me de ir.
-Não, mas também não foi propriamente bom, por isso acho que devia ser a menina a vir.
-Não posso como já lhe disse.
Ele não me vai controlar desta maneira, nem pensar!
-Isto não é uma questão de poder, estou a dizer-lhe que vem comigo.
Não sei o que lhe dizer, se lhe minto sabendo ele a verdade só vou fazer de mim parva e o Samuel pode desconfiar se nos vir a discutir sobre o quer que seja. A dinâmica entre mim e o William mudou e qualquer idiota vê isso. Fitamo-nos pelo que parece uma eternidade.
-Eu lamento Mr.Pella mas eu acho que devia ir. A Julieta já me tinha falado deste almoço, se cedeu o dia a Sam podia ser gentil com a Julieta também.
William demora a afastar os olhos da minha cara, mas eu sinto a sua raiva. Ele olha para Samuel e tenho dele, está prestes a levar uma tareia verbal.
-Mr. Johnson eu é que decido se dou almoços ou tardes livres, abstenha-se desse tipo de comentários fica-lhe mal e não contribui para as suas avaliações.
Os olhos de Pella são gelados e vejo pelo canto do olho que preciso de sair. Levanto-me e agarro na mala.
-Faço duas horas extra, qualquer coisa, preciso mesmo de sair.
Afago o ombro de Samuel e saio pela porta não antes sem ver a cara furiosa de William na minha direção. Desço as escadas em dois e quando abro a porta que dá para a área comum vejo Harry sentado num dos sofás, aproximo-me e vejo quando os olhos dele sobem pelas minhas pernas acima e para nos meus ombros descobertos. Estou a meio do processo de vestir o meu casaco feio, mas quente.
Harry está a sorrir e provavelmente a pensar no mesmo que eu.
Adormeci no quarto do Harry novamente, a cama dele está quente e estico a perna à procura do seu corpo. Estamos em exames e os dias tem sido uma correria, vejo-o tão pouco que ao fim do dia, tudo o que quero e enfiar-me em algum sitio onde posso pelo menos saber que ele está. Ontem ele teve treinos, adormeci antes de saber que horas eram e se ia parecer demasiado carente. Ele beija-me a bochecha e rio-me, o seu tronco está nu e viro-me para o abraçar.
-Bom dia dolcezza.
-Bom dia.
Ele deita-se ao meu lado e eu abro os olhos. Quando me deitei ontem à noite tinha calças, mas agora a única coisa no meu corpo são umas cuecas e uma t-shirt que vesti por debaixo da minha camisola da universidade.
-Desculpa ter adormecido, não consigo manter-me acordada depois da dez, esta semana foi horrível.
-Oh foi incrível chegar ao quarto e reparar que estavas a dormir, tinha um fio de baba a escorrer na minha almofada.
-Não duvido disso.
-Não duvides, tirei uma fotografia. - Os olhos dele estão brilhantes e ele parece extremamente repousado.
-Estou tão cansada que tenho argumentos para discutir contigo.
-Isso é bom, quando terminam os teus exames?- O nariz dele raspa na minha orelha e bocejo.
-Ontem, ontem foi o ultimo, hoje às nove tenho que ir entregar um trabalho.
Ele não me responde, em vez disso vira-se para o lado e depois para mim de novo. Com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso que me preocupa nos lábios.
-O que foi?
-São nove e cinco...
-Estás a gozar?
Ergo-me e a minha t-shirt enorme pende para um lado deixando um dos meus seios descobertos. Estou tão atrasada...a mão do Harry toca-me o seio exposto e arfo.
-Não é altura para isso.
Tento esquivar-me, mas ele puxa-me para cima dele.
-Nunca é altura. - Ele faz beicinho e paro de me debater.
-Estou mesmo atrasada.
-Eu sei.- Ele sussurra.- Mas não te meti os olhos em cima durante três dias, deixa-me só...
Ele não acaba o que diz, em vez disso abraça-me com força. Respiro e tento relaxar, nem que sejam cinco minutos, já estou atrasada de qualquer maneira...
Quando acabo de me vestir ele está sentado na cama, envolto em lençóis brancos, parece tão tentador que quase que perco o juízo e desisto de entregar o trabalho. Puxo o meu velho casaco azul que ele classifica como "horrendo" e debruço-me para ele. Beijo-o e os seus dedos traçam-me a bochechas.
-Devíamos ir a algum lado este fim de semana.
Se o sorriso na minha cara não é um "sim" gigante então não sei o que poderia ser. Afasto-me e fecho o casaco, antes de sair ele ainda diz:
-Esse casaco é horrível, a coisa boa é que tu és linda.
Reviro os olhos com um sorriso pateta na cara e fecho a porta do quarto dele.
Harry levanta-se e depois toca num dos cordéis do meu casaco.
-Continua tão feito quanto me lembrava dele.
-As coisas feias são sempre feias. - Encolho os ombros e sorrio-lhe. Não sei o que estou a fazer, só sei que não quero que ele me odeie, mas sim que me perceba...e também devia percebe-lo a ele, e parte de mim entende o que ele quer, mas outra não é capaz de deixar ir.
-Eu sei que é feio, e que não vai mudar, mas mesmo assim gosto dele.
Não se está a falar do casaco ou de nós. Quando saímos para o frio nenhum de nós diz nada, uma parte do meu corpo espera o toque familiar que vem com a sua presença e preciso de me lembrar constantemente que não é assim que funciona. Cruzo os braços para impedir que algum toque acidental, mas mal interpretado possa acontecer. Harry aponta para um pequeno restaurante intimista e abre-me a porta, tiro o casaco e somos levados a uma pequena mesa perto da janela, o rapaz que nos dá as ementas parece tão entediado como eu estaria no lugar dele e desaparece tão rápido como aparece.
Olhamos para as letras que descrevem os pratos mas a verdade é que nenhum de nós está a ler nada. Eu estou a morrer de curiosidade para saber sobre o que ele quer falar e provavelmente ele também só consegue pensar nisso.
Ambos sabemos que somos cármicos Julieta...
-Acabei com a Megan.
As palavras repetem-se na minha cabeça, uma felicidade inunda-me o peito, depois oiço gritos, discussões e um pesa papeis a voar. De cada vez que o Harry me diz algo bom a minha cabeça dispara vinte imagens negativas.
Desta vez não é diferente.
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