Capítulo 32 "Descobriste o meu sinal?"
A partir desta capitulo a sucessão de eventos vai tornar-se muito rápida, não porque quero apressar a história mas porque agora começa a fazer sentido os segredos serem revelados. Espero que estejam a gostar e na segunda feira HÁ CAPITULO NOVO!!! YEEY
Playlist e o link para o meu blog na minha bio, espero que gostem.
Ps- Adorei saber onde liam a história, já falaram dela a alguém?
Estou a rir-me da maneira desesperada como William me puxa pela mão. Arrasta-me praticamente pela rua e tropeço nos meus pés.
-Não consigo.- Rio-me.- Com os sapatos, preciso de andar mais de vagar.
Ele para e olho para as minhas bocas de bano.
-Esses são os meus sapatos favoritos.- Ele sussurra.
-São botas.
Will ignora-me e continua a puxar-me até eu ver o carro dele estacionado a dois quarteirões do trabalho. Aparentemente ele está a tentar desculpar-se com o seu descuido com o Harry hoje à tarde e disse-me que estacionou o carro longe para pudéssemos ir os dois, a pé.
-Eu não gosto de andar, devias ter deixado o carro na garagem.
Ele para novamente.
-És irritante, já te disseram isso?- As suas mãos embrulham-me a cintura e sou apertada contra o seu corpo alto.
-Queres o numero da minha mãe para ela te colocar no grupo de whatsapp?
Ele abana a cabeça e beija-me. As minhas mãos estão no seu cabelo e sou erguida do chão como uma facilidade assustadora. Gemo meio a rir quando sinto a porta do carro contra as minhas costas. William parece ter uma fome gigante dentro dele porque cada movimento dele é impelido contra o meu corpo. Ele larga-me e depois olha para mim como se me tentasse ver, sorrio-lhe e ele beija-me castamente antes de me abrir a porta do carro.
-Não me distraí-as.- A sua voz é suave como veludo.
-Okay bonitão.
Quando ele mete o carro a trabalhar puxo o meu telemóvel e meto Adele a explodir-lhe as colunas do carro, ele baixa o som e depois ergue as sobrancelhas em tom de aviso.
-Cuidado.
-Posso meter Taylor?
-Nem pensar, gosto da Adele.
-Não és nada divertido.
A sua mão dança no meu joelho e recosto-me no banco de pele claro. O carro cheira a novo, como tudo o que é dele, as suas canetas, os seus blocos, tudo é novo. Uma voz irritante diz-me que eu também sou nova. Não só nova em idade, mas nova no trabalho... este tipo de pensamentos não me leva a lado nenhum, mas não me consigo desligar deles a cem por cento. Por um momento eu não sou eu, sou uma rapariga qualquer, a Julieta não existe, não há uma alma aqui dentro, só um corpo. E o meu corpo está a sentir-se vazio e frio.
-Estás muito calada.
-Momento de melancolia.- Murmuro e baixo-me para tirar os sapatos.
-Gosto quando tiras os sapatos.
-Porquê?
-As pessoas tendem a livrar-se das camadas quando se sentem seguras.
Estou sozinha, no quarto do Harry, estou aqui há uma hora e sinto-me inquieta, o meu coração está ansioso e tiro os ténis. O par de vans pretos bate perto da cadeira e tiro as meias brancas. A porta abre-se e eu assusto-me dando um passo atrás.
-Julieta?- Ele fecha a porta a sorrir e depois percebe que algo está mal. Talvez a minha cara de quem está a sofrer.
-O que se passa?- Olha para os meus sapatos e abre os braços, onde eu me enrosco.
-Não sei, estou ansiosa.
-Com o quê?
Abano a cabeça no seu pescoço e agarro-me a ele como uma hera a uma parede. Respiro o seu cheiro, tive saudades dele, de sentir o corpo dele contra o meu, os músculos rijos que se movem debaixo das camadas e camadas de tecido. Está frio lá fora, ele está com um casaco amarelo meio molhado, a minha cara na sua t-shirt branca quente.
-Vou treinar, queres vir comigo?
Não tenho nada melhor para fazer. Na verdade. Que porcaria, estou a sentir-me uma porcaria.
-Pode ser.
Ele beija-me a testa e vejo-o andar à volta do quarto. Baixa-se e tira os sapatos, são iguais aos meus e acho isso a coisa mais pirosa do mundo. As meias são a seguir. Ele agarra o cinto e desaperta as calças, quero parar de olhar mas estou enfeitiçada.
-Não preferes que eu...- Tento não parecer uma puritana, mas no fundo quando ele não me está a tocar a fazer-me o contrário de uma puritana, é isso que sou.
-Não, claro que não.- O sorriso torto dele rende-lhe um revirar de olhos simpático e ele continua a despir-se.
A sua t-shirt de manga comprida e a seguir vira-se para a comoda, vejo os polegares dele nas cuecas enquanto ele as puxa para baixo. O seu rabo aparece e não quero olhar, mas uma parte de mim não consegue evitar, ele tem um sinal querido e eu rio-me.
-Descobriste o meu sinal?- Ele pergunta-me enquanto escolhe outro par de boxer e calções.
-Parece que sim. Não te sentes constrangido por eu estar a olhar diretamente para ele?- Pergunto-lhe enquanto seguro as pernas e me encosto a um dos pilares da sua cama. Cama do Ikea de certeza.
Ele vira-se de repente. Todo nu. Não há muito que eu possa fazer quando ele caminha até mim, a minha respiração trava e ele engancha o seu polegar no meu queixo. Beija-me e depois sorri.
-Não tenho medo de ti, por isso é que não me importo que me vejas nu.
Ele puxa os boxers e a seguir os calções pelas pernas compridas e os meus olhos nunca deixam os dele.
-Agora despacha-te, não quero chegar atrasado.
Suspiro com força e puxo-me do pequeno flashback. Ele sempre me fez sentir confortável comigo mesma, um nível de conforto que por vezes era inacreditável, como se tivéssemos sido feitos juntos, eu nunca acreditei em nada dessas tretas de almas gémeas, mas naquela altura tudo aquilo que eu pensava era "wow este rapaz conhece-me melhor do que eu me conheço a mim, ele adivinha-me".
-Sentes-te segura comigo?- A voz dele baixou umas notas e o brilho azul dos olhos dele é fascinante.
-Sinto.
Acho que não estaria aqui senão me sentisse segura. Por isso é que tenho medo ao mesmo tempo, eu não o conheço, não faço ideia de como ele é.
-Vamos jantar fora pode ser?- Forço-me a tocar-lhe para o sentir e assinto com a cabeça.
-Claro, o meu sofá vai ficar dececionado.
-Temos jantado sempre no teu sofá.
As luzes da cidade tornam-se mais e mais brilhantes, londres no seu esplendor. Apanho o cabelo e ele esfrega círculos nas minhas pernas, não sei se para me acalmar. Paramos à frente do Four Seasons e arregalo os olhos.
-Nem penses.- Murmuro.- Ouvi dizer que tomar chá aqui são cinquenta libras, eu não ganho isso por dia.
-É por minha conta.
William sai do carro e abre-me a porta, atira as chaves ao arrumador e do outro lado da rua vejo os turistas a olhar para a fachada do hotel. Subitamente sinto que estou a trair alguém. Nunca na vida meti os pés dentro de um Four Seasons, fiquei numa pensão barata com os meus amigos no ultimo ano do secundário.
-Consigo ver-te a pensar em tudo o que está mal, podes por favor parar?
-William juro por Deus que vou comer que nem um animal para pagares uma conta astronómica.
Ele inclina a cabeça e estende-me a mão.
-É um desafio?
-Não, aqui come-se pouco e paga-se muito, já ganhei.
O bar e restaurante do hotel são num tom vermelho escuro, parece vinho e sinto uma aura de luxo que me faz sentir completamente deslocada. Por amor de Deus o homem que me segura a mão usa coisas de marcas que nem sequer sei pronunciar.
Um senhor de meia idade sorri-nos e indica-nos uma mesa. Dá-nos um menu com nomes francamente estranho e eu salto para as palavras em italiano, oiço o riso dele e ergo os olhos por cima do meu menu.
-Cavalheiro?- Pergunto num tom coquete.
-Madame, estou apenas curioso com o brilho nos seus olhos.
-Oh cavalheiro eu sou uma Capuleto.- A pior parte do meu nome ser Julieta é que dizer que realmente gosto de Romeu e Julieta deixa as pessoas com um sorriso previsível no rosto.
-Sabes alguma frase de cor da peça?
Aproximo-me dele e beijo-lhe a ponta do nariz.
-Talvez, no fim da noite verás.
Ele sorri e chama o mesmo homem que no sentou.
Pedi uma Goat's Curd Salad e estou a deliciar-me por dentro quando reparo que ele está parado a olhar para mim. Ele tem um peixe muito branco no prato com aquilo que me parecem curgetes bebés, aponto para o prato dele com o garfo.
-O que é?
Ele coloca um pouco no garfo e dá-me a provar o que faço com vontade. Fecho os olhos com o sabor do mar.
-Incrivel!- Murmuro.
-Nunca comes peixe.- Diz-me.
-Tive um peixe quando era miúda, morreu, fiquei traumatizada.
William arregala os olhos.
-Lamento, não sabia.
A minha cara séria transforma-se num sorriso.
-Estou a brincar, nunca tive nenhum peixe, a não ser aqueles que o meu pai pescava nas ribeiras.
Ele revira os olhos e bate-me levemente na testa.
-Na verdade não como muito peixe porque é muito mais caro que a carne.
Só quando as palavras me saem da boca e ele não responde é que provavelmente pareci uma idiota a dizer isto. Quem é que sai com um homem destes, vem jantar ao four seasons e depois se queixa do preço do peixe?
-Desculpa, este foi um comentário terrível, estava só a falar por falar...
-Porque é que assumes que foi um comentário terrível?
Encolho os ombros e levo mais um pouco de queijo à boca.
-Ninguém fala das finanças no primeiro encontro, pois não? Não é muito normal.
-Contigo nada é muito normal. - Ele encolhe os ombros.- Eu gosto.
Aceno com a cabeça e sinto-me contente por ele deixar o assunto morrer ali. Desde que começamos a sair em nenhum momento o facto de ele ser quem é me intimidou, mas agora, aqui sentada neste restaurante chique e espampanante começo a sentir a ponta da linha.
-Tiveste muitos primeiros encontros? - A sua voz é normal, e ele continua a comer, não fosse o seu pequeno espetáculo de hoje eu diria que ele estava pouco interessado.
-Não, dois ou três no máximo, odeio primeiros encontros.- Encolho os ombros.
-Este está a ser bom.- William defende.
-Não é um primeiro encontro, talvez o nosso primeiro encontro tenha sido quando o Ryan atacou o meu joelho.
-Achas?
-Não, na verdade acho que podemos considerar este o nosso primeiro encontro.
-Vais escrever no teu diário sobre ele?
Sorrio-lhe e coloco a mão com a palma virada para cima a meio da mesa, ele coloca a dele por cima da minha e aperta-a.
-Só escrevo coisas horríveis no meu diário, coisas mesmo más. Isto está muito longe de ser mau.
Ele não acredita em mim, acha que estou a gozar, quem me dera, mas não estou. O livro de capa azul que está escondido no meu quarto guarda o pior de mim lá dentro, talvez isto fosse muito clichê não fosse o conteúdo tão desagradável.
Continuamos a comer apenas com uma mão o que nos faz rir, enquanto isso ele aquece-me ternamente a outra com pequenos apertos suaves. É este sentimento que me faz feliz quando estou com ele, o cuidado que ele tem comigo mesmo quando me deixa louca e fora de mim, há uma promessa suave de carinho e proteção que acho nunca ter sentido. Estou a pensar na minha sobremesa quando ele acena a alguém atrás de mim, viro-me e vejo um homem barrigudo, mas com um porte distinto.
-Conheces muita gente aqui?
Ele parece embaraçado ao tentar falar sobre isso.
-Quando os teus pais são pessoas influentes é difícil não conhecer outras pessoas influentes.- Will morde o lábio e uma maneira encantadora.
-Eu também conhecia pessoas influentes, o padeiro da nossa vila era o presidente do concelho de moradores e eu trabalhei para ele quando tinha quinze anos.
William ri-se muito alto e aperta-me a mão.
-Aposto que isso foi o ponto alto dos teus quinze anos.
-Podes crer, eu era uma traficante de influencias e cupões de "leve dois bolos pelo preço de um".
A minha mão é deixada sozinha e ele encosta-se para trás.
-É por isso que gosto de ti, não dizes coisas previsíveis, e não planeias o que vais dizer, é refrescante até dizer chega.
-Obrigada, adoro que te divirtas com a minha experiencia de vida.
Quando acabamos a sobremesa e eu ofereço um copo ao William se ele lamber o prato onde vinha a sobremesa chique dele, estamos prontos para ir embora. Não sei se ele pagou a conta ou não, mas bebi um pouco da taça de vinho dele e estou a sentir-me a flutuar.
-És muito pouco tolerante ao álcool.
-Foram só dois goles.
-Não foram, estavas constantemente a bebê-lo.
-Foi só uma vez.
-Não faz mal, gosto do sorriso descontraído na tua cara.
-Pensava que gostavas da minha cara.
Fecho os olhos quando ele empurra o casaco pelos meus braços acima.
-Adoro a tua cara.- Ele passa um braço pela minha cintura.- As chaves por favor.
Ele está a falar com o rapaz dos carros, nunca percebi porque é que existem arrumadores de carros nestes hotéis finos, se tens um bom carro não devias gostar de o conduzir e estacionar?
William abre-me a porta do carro e eu salto lá para dentro. Encosto a cara ao cabedal frio e espero que ele feche a porta do lado dele. O carro é suave a deslizar pelas ruas molhadas da chuva e eu respiro fundo.
A música é faz-me os membros pesados e olho para William que passa os dedos compridos pelo cabelo escuro, está concentrado como no trabalho. Miss you de Adele começa a encher as colunas e arregalo os olhos.
-Eu adoro esta música.
-Muito escura não é?
-É? Acho que é sensual, e escura se quiseres.
-Tens razão, é sensual.- A sua mão aperta-me a coxa com força e sinto-o no meio das minhas pernas. A sua mão sobe pelo meu braço e ele abranda devagar num semáforo, o polegar dele traça-me o lábio inferior e sorrio mordendo-o devagarinho. Will sorri e debruça-se sobre mim para me beijar, é muito rápido porque alguém decide que dar beijos no transito de londres a meio da noite não é simpático.
Quando chegamos à minha rua ele vira-se para mim.
-O que é que me ias dizer no final da noite?
Agora que estou aqui, e ele me está a dizer que este é o final da noite não estou tão certa de querer ir para o meu apartamento silencioso e frio. Engulo em seco e olho para ele, os lábios dele parecem vermelhos e sedentos de o corpo enorme dele parece comunicar com o meu, sinto esta necessidade...a minha pele sente a necessidade de ser tocada, parece que o puxa. Os seus olhos estão de um azul escuro profundo e eu fecho os olhos a tentar lembrar-me do que lhe queria dizer.
-Se me beijares digo-te.- Sussurro e começo a ver que ele se aproxima devagar. O peso dentro de mim aumenta quando ele roça os lábios nos meus, o seu polegar inclina a minha face para o outro lado e a sua boca cola-se à minha. É pesado, duro e molhado e sinto-me ficar cada vez mais próxima dele. Gosto da maneira como ele me beija, como se fosse a ultima vez que o está a fazer, como se me quisesse toda.
Quando me afasto estou a arfar, e ele beija-me o canto da boca.
-Partir é uma dor tão doce que eu ficarei dizendo boa noite até amanhã.
As palavras saem-me um sussurro esforçado e ele segura-me a cara com as duas mãos.
-Então fica, e diz-me boa noite até amanhã...Julieta.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro