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Capítulo 30 "És muito mandão"




Hoje é o meu ultimo dia de férias e estou tão triste de já não poder escrever todos os dias :( decidi que vou postar às sextas feiras e talvez um bónus domingo, estive a ver uns videos de dicas no wattpad (sabiam que estes videos existiam?) e eles aconselham a postar uma vez por semana para as pessoas não serem sobrecarregadas com capítulos. Para além disso vou deixar-vos o link do meu posto sobre a universidade no link externo e no link da minha bio, é bastante pessoal mas pareceu ajudar muita gente. Queria por ultimo agradecer por todas as músicas que me recomendaram, especialmente a quem me recomendou Rhys, a musica Be your men foi uma das músicas que me inspirou em novembro com a ideia da história, mas como estava no spotify do telemóvel perdi-a, passei dias à procura dela e quando me recomendaram e percebi que música era senti-me a pessoa mais completa do mundo, obrigada mesmo a todas! Uma ultima coisa: Obrigada por me terem acompanhado este mês, fizeram tudo mais bonito!








O sorriso dele alarga-se e quando dou por mim estou de mão dada com ele a subir as escadas. Abro a porta e convido-o para entrar, ele não parece intimidado pelo espaço o que não é de estranhar, a minha casa parece uma explosão de aguarelas.

-Lamento não tenho nada para jantar.- Encolho os ombros e ele imita-me.

-Tudo bem.- As suas mãos esticam-se e ele puxa-me para ele, as minhas mãos tocam-lhe o peito e sinto-me envolvida numa aura de sedução que nunca tinha experimentado antes, não desta maneira, não com outro homem.

-Então não queres comer.

-Quero, não necessariamente agora, mas tenho fome.

A minha mão move-se para trás do seu pescoço e puxo-o o para mim, os nossos lábios parecem desesperados e eu sinto-me arquejante quando ele me iça e me coloca no balcão da cozinha.

Enrolo as pernas à volta dele e ele beija-me o pescoço, tira-me o casaco e depois salta entre a pele pálida do meu peito e os meus olhos, sorri e aproxima os lábios no meu externo. A minha respiração é descompassada e sinto-me arquejante, estou a morrer para que me toque e ele sabe isso.

A sua língua toca-me enquanto o dedo puxa o decote da minha camisola larga para baixo e um dos meus seios fica nu.

-Oh merda.- Ele murmura quando vê que estou sem soutien.- Acho que nunca estive tão duro na minha vida.

-Podes falar menos?- Pergunto-lhe e ele ri-se contra a minha pele, abre a boca por cima do meu seio e chupa-me com força o suficiente para eu amarrotar a t-shirt dele por baixo do casaco.

-É isto que queres?- Pergunta-me de forma provocadora. Afasta-se o suficiente de mim e eu aceno com a cabeça.- E não te vais passar depois?

Nego com a cabeça e ele volta a pegar em mim ao colo, senta-se no sofá e fico em cima dele, a minha camisola é puxada e estou nua em frente a ele, é no mínimo estranho mas uma parte de mim está em hipnose, eu quero que ele me toque em cada centímetro de pele, que me faça esquecer o mundo. Os olhos azuis dele queimam-me a pele e a sua boca está entre aberta o meu dá vontade o beijar outra vez. Sinto o seu comprimento contra a minha coxa e gemo quando a língua dele invade a minha boca. Os meus dedos passeiam pelo meu cabelo sinto as suas mãos rijas subirem-me pela barriga até aos seios, esfrego-me contra ele e oiço o rir. De repente ele vira-nos no sofá e estica-me as mãos para cima prendendo-as com uma das suas. É uma tortura quando me beija debaixo da orelha, depois na clavícula e eu mesmo tentando não gemer acabo por soltar o gemido mais necessitado da história. Ele traça os meus mamilos com as pontas dos dedos e eu tento obter alguma fricção que ele insiste em negar.

-És linda.- Murmura e quando tento soltar os braços e aperta-me.- Não.

Merda não sei se alguma vez tive tanta vontade de tocar em alguém...ele toca-me entre as pernas por cima do tecido das calças e eu esqueço-me do que ia a pensar.

-William.- Chamo e ele não me ouve, continua e dedilhar o tecido que agora começa a ficar húmido e deliciar-se com o meu desespero.

-Não vou fazer nada contigo hoje. - Murmura e enfia a mão por dentro das minhas cuecas, e quando sinto os seus dedos frios contra a pele húmida arqueio as costas com tanta dimensão que ele redobra a força com que me segura.- Apenas para garantir que te lembras de mim e do meu toque quando tentares entrar em pânico.

-Juro que te mato se não me fizeres...- a minha frase é deixada a meio quando ele insere um dedo, e depois outro e sinto a palma da sua mão pressionar-me o centro do mundo neste momento, ele chupa o meu mamilo ao mesmo tempo e venho-me num orgasmo meio louco, ele empurra-me para baixo com a pélvis enquanto me continua a segurar. Quando volto à terra ele está por baixo de mim e eu estou com a cabeça no seu peito, sinto-me pesada de uma forma lânguida e por muito que tente raciocinar estou fora do meu corpo, ou talvez a minha mente esteja fora do meu corpo e eu estou só aqui a existir.

-Hum.- As mãos dele correm para cima e para baixo nas minhas costas nuas. – Acho que vou adormecer.- Digo-lhe baixinho e fecho os olhos.

Ele beija-me o cabelo e depois puxa uma mantar para cima das minhas costas nuas.

-Tudo bem, vou deixar-te dormir um bocado.- Ele liga a televisão e eu apago.

Uma das minhas memórias mais felizes é eu sentada na relva à beira do rio. Toda a gente está muito ocupada na parte menos fundo, mas eu ando os duzentos metros para baixo cheios de vegetação, coloco o meu casaco no chão e deito-me entre a relva alta que me esconde a ouvir a água a passar. Estou ali a passar o verão dos meus dezoito anos, o meu namorado está em Espanha com os pais e saber que ele está relativamente perto deixa-me excitada e desconcertada. Tenho saudades do Harry. Numa das minhas falsas memórias estou deitada e ele chega de surpresa, deita-se ao meu lado e tira-me o livro da mão. Cantarola alguma coisa enquanto eu fecho os olhos e deixo que o sol me bata na cara, o meu sorriso é de pedra e nunca desaparecer. Quando volto a abrir os olhos ele não está lá, está a nevar, a erva está morta e eu continuo no meu vestido amarelo, cedo e os meus joelhos batem na neve fria.

-Hey.- Alguém me abana e sento-me rápido, nem sequer consigo entrar em choque ao ver William à minha frente. Seguro a manta contra os seios e tento recuperar a respiração, ele não faz menção de me tocar eu levanto-me.

-Vou ao quarto.

Ele acena e vejo-lhe o olhar preocupado no rosto. Fecho a porta azul e vasculho dentro da comoda por uma camisola quente. Acabo por vestir duas porque me sinto gelada, calço umas pantufas e prendo o cabelo num rabo de cavalo. Acabei de ter um orgasmo com este homem endeusado e depois tive um pesadelo recorrente. Ótimo, excelente sinal Julieta. Sento-me na ponta da cama.

-E se eu estiver avariada? - Sussurro a mim mesma.

E se estiver mesmo? E se nunca mais conseguir passar desta? E se nunca mais conseguir seguir em frente sem me lembrar dele? A minha mente começa a atazanar-me com o discurso machista de "como é que pudeste fazer isto ao fim de dois meses de conhecimento com este cretino que é o teu chefe?", onde é que acho que vou chegar se continuar assim? Oh meu Deus! Estou a começar a detestar-me! Abano a cabeça e lembro de Jam, "Se um rapaz dorme com a chefe ou a professora ou até a mulher mais velha é um galã se uma mulher faz isso é só uma puta", a Jam usa o vocabulário mais cru que conheço, mas de alguma maneira acalma-me. Eu tenho 22 anos, não cometi nenhum crime... talvez ate tenha cometido, mas não foi um crime legal.

Uma batida na porta faz-me erguer a cabeça e abro-lhe a porta.

-Tudo bem?- Os olhos azuis parecem cheios de medo.

-Sim, desculpa, costumo entrar em pânico depois de fazer estas coisas.

Ele sorri.

-Estas coisas?

Passo por ele e tento sorrir. Acabo por não lhe responder e depois vejo que ele dobrou a minha manta de retalhos preferida. Fico estática a olhar para a manta.

-Posso encomendar uma pizza?- Sugere.

-Podes.- Sento-me no balcão e vejo-o andar para trás e para a frente enquanto fala com o pessoal da pizaria.

-Eu quero só molho de tomate e queijo.- Sussurro-lhe e ele afasta o telemóvel da boca.

-És tão básica.

-Tenho consciência disso.

Enquanto ele termina o pedido eu texto a sensação que tenho entre as pernas. Esta foi a segunda vez que deixei um homem tocar-me e soa diferente. Foi diferente...

-Estás a corar.- Ele tira-me do meu transe.

-Estou?

-Yap.- Ele sorri.- Queres partilhar?

Nego com a cabeça e ele senta-se no sofá e depois bate no espaço ao lado dele que ocupo rapidamente. Ele tenta pegar na manta de retalho mas sou mais rápida e puxo outra. Tapo as nossas pernas e ele passa o braço à minha volta. Estamos a ver uma série que já vi vezes demais quando me dou conta de algo.

-Espera aí, tu não...

Afasto para olhar para ele, William volta a puxar-me para o seu lado.

-Vou ter montes de tempo para me vir quando estiveres na minha cama.

Reviro os olhos.

-Talvez esta fosse a tua única oportunidade, talvez eu esteja noiva e no fim deste estágio volte para o meu noivo.

Sinto que ele se tenciona ao meu lado.

-Eu li a tua ficha, não tens companheiro.

-Posso ter mentido.

-Não mentiste, ficas até tarde no escritório, as únicas pessoas com quem sais são o Samuel e a Samantha.

-Perspicaz.

-Bastante.

Olho um pouco mais para televisão mas volto a virar-me para ele, que se sorri como se soubesse que eu não iria ficar sossegada por muito tempo.

-Agarraste-me, és muito mandão.

-É tudo um jogo.- Encolho os ombros.- Para além disso excitou-te, quanto mais te debatias mais a tua expetativa crescia.

Pisco os olhos algumas vezes antes de tombar a cabeça para o lado.

-Isso é presunçoso.

-Não é, acredita em mim.- Ele sorri de uma forma provocadora e reviro os olhos. Ele abana os dedos no ar eu baixo-lhe a mão lentamente.

-Não te armes em bom por amor de Deus, qualquer pessoa fazia isso.

-Não, não fazia, aliás a maiorias das mulheres...

-Vou ver isto, cala-te.

William beija-me o cabelo outra vez e encosta-se a mim a ver o primeiro episodio de Good Doctor, já vi a primeira temporada tantas vezes, mas agora perece diferente, não tinha companhia há anos. Tocam à campainha e ele olha para mim e antes que ele consiga pagar pela pizza eu salto, no entanto ele apanha-me e abre a porta antes de mim. Fico a vê-lo pagar por tudo e depois deposita tudo na minha mesinha de centro que para contrastar com o resto é só de madeira.

-Pagas a próxima.

-Ok, passa-me a pizza.

Quando já estou novamente aninhada ao lado dele a comer sinto-o inquietar-se, estico a cabeça para olhar para ele.

-O que foi?- Pergunto.

-Nada, gostava que me falasses mais sobre ti.

Respiro fundo. Dou uma grande trinca na pizza para me manter a boca cheia e depois decido desistir.

-Bom queres saber o que?

-Tudo o que me puderes contar.

Bebo um pouco de coca cola.

-Nasci em Itália, o meu nome nem sequer é Julieta, ou seja é, mas tenho um nome diferente em Italiano, os meus pais zangaram-se quando nasci e depois voltaram a juntar-se, o meu pai é Italiano e apaixonou-se por uma inglesa que foi passar as férias de verão ao sitio onde depois nasci, acabou por ceder e vir para cá. Tive uma infância muito feliz, os meus irmãos apareceram, eramos muitos e adorávamos ir a Itália ver os nossos avós, os meus avós daqui sempre foram mais rígidos, grandes expetativas para nós, ficaram zangados com a minha mãe por ter acabo com um Italiano da província, mas adoram-nos, o meu irmão acabou por seguir as pisadas do meu avô Cross, é médico e a minha irmã está a estudar moda.

Os olhos dele arregalam-se.

-O teu avô é Médico? Chama-se Keith Cross?

-Sim.

-Um médico muito aclamado.

-Sim, quando era miúda gostava de o ver na televisão quando ia explicar alguma coisa às noticias.

-Não admira que os teus avós se tenham passado com a tua mãe.

-Ainda bem que a minha mãe não deu uma merda para isso.

Ele sorri.

-Tens razão, então o teu nome não é Julieta?

-Aqui sou a Julieta Cross, mas o meu nome quando fui registado antes da minha mãe voltar é Giulietta Cattaneo.

Nunca contei isto a ninguém a não ser ao Harry e tenho um sentimento de traição tão grande na boca e que me apetece parar de comer. Luto contra a minha tendência isoladora e continuo a falar.

-Isso é impressionante, e sexy.

-Toda a gente acha as Italianas sexys.- Rio-me.

-Podes crer que és, quando o meu pai me disse que ia ter outra estagiária quis atirar-me pela janela, depois tropeçaste em mim lá em baixo e fique a pensar "quem é ela?" a minha mente de homem ficou em alerta e depois apareceste dentro do meu escritório e quase que fiz xixi nas cuecas, estava quase a mandar-te embora.

-Bom para que conste também não eras nada mau. Talvez me devesses ter mandado embora.- Murmuro.

-Tentei, mas ideia deixou-me maluco. Mesmo quando era um idiota sabia que estava a ser um idiota para te manter ali.

Abano a cabeça.

-És muito respondona, achas que tens sempre razão e a tua caligrafia é péssima, para além disso não sabes o que são parágrafos.

-Vou tomar nota chefe, já agora acho que os seus emails são demasiado formais e que é estupido assinar sempre o seu nome completo, nós sabemos quem é antes de lermos o fim da página.

-Mais alguma coisa?- Ele ri-se.

-Sim, comece a ir buscar o seu próprio café como toda a gente.

-Não. Absolutamente fora de questão.

Estamos os dois a olhar um para o outro ele sorri enquanto abana a cabeça e se aproxima de mim para me beijar, paro-o no entanto.

-Lamento, mas a tua pizza estava cheia de cebola.

Ele encosta a testa à minha.

-Estás a gozar não estás?

Toco-lhe no pescoço e faço-o olhar para mim.

-Achas que estou a gozar?

E de repente ele faz a ultima coisa que achei que fizesse. Abre a boca e sopra para cima de mim.

-Que nojo!- Grito e afasto-me.- Vou denunciar-te!

-Vais denunciar o quê? Antes ou depois de eu te fazer vir que nem uma louca.

-Acho que estou a chorar por causa desse hálito de cebolinho.- Coço os olhos. Sou alérgica à cebola.

Ele ri-se e beija-me a bochecha enquanto se vira para ver a ultima parte do episodio de good doctor. Coça os olhos e observo-o por alguns segundos.

Quando são quase onze ele levanta-se.

-Devia ir andando.

-Também acho...- Arregalo os olhos e ele sorri.- Quero dizer, se achas que sim.

William agarra nas chaves do carro e depois dá-se conta de que deixou o telemóvel no carro.

-O Ryan deve estar passado comigo.- Ele comenta.- Deixei-lhe lá uma guloseima mas sei que ele detesta ficar no carro, espero que não destrua.

Rio e abro-lhe a porta. Ele vira-se para mim e parece tímido por um momento.

-Amanhã vou até à praia outra vez, não deve estar nada de jeito para surfar mas pelo menos tento.

Oh e posso vê-lo exibir-se e cair à frente das miúdas?

-Não, manda-me uma mensagem e depois vejo se me apetece.

-Ok.

Aponto-lhe o dedo.

-Aha! Eu sabia, tu não tens o meu numero.

Ele beija-me rapidamente os lábios a rir-se por causa da cebola e depois coloca-me uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-Eu sei tudo sobre ti, até quantas fotos do teu gato tens nas tuas redes sociais.

Reviro os olhos e vejo-o descer as escadas que rangem com o seu peso. Fecho a porta e depois vou até à janela, o seu carro enorme vira e deixo de o ver. Encosto a testa ao vidro frio. Se esta é a minha segunda oportunidade, porque é que me parece tão difícil como a primeira?

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