Capítulo 29 "Queres subir?"
Já sabem aquilo da playlist não é?Tá no link externo e na minha bio, não preciso de repetir ahaha. Hoje não há pergunta, só eu que quero sugestões de musicas por favor. E vou agora responder aos comentarios do capitulo de ontem. As minhas férias acabam esta quinta feira, e estou a pensar publicar algumas vezes por semana, sugestões?
Ele está a morrer por saber, e honestamente eu não sei se a minha vontade de falar com ele sobre isso está propriamente muito popular neste momento. Ryan volta e desta vez deixo que ele atire o pau para longe, o cão molha-se numa onda e acabo por me rir.
-Não há outra pergunta que me queiras fazer?- Viro-me para ele.
-Isto não são perguntas, disseste para falarmos de nós.
-Não, disse para falares de ti.
-E depois disseste que também me ias contar alguma coisa.
-Não queres saber a minha média de final de curso.
-Não, para além disso fui obrigado a ler o teu relatório, isso são noticias velhas para mim.
O cabelo dele esvoaça com o vento e ele tenta controlá-lo, aposto que pareço terrível com a cara vermelha da maresia e do vento, no entanto ele só parece bonito.
-Eu e o Harry fomos colegas na faculdade, assim como aquela rapariga que conheceste.
Ele ri-se.
-És mesmo evasiva de cada vez que tentas fugir à minha pergunta só me deixas com mais curiosidade.
Esfrego as mãos uma na noutra e estalo a língua no céu da boca.
-Fomos colegas, uma coisa estranha entre amigos e causadores de distúrbios nas aulas, depois tivemos um relacionamento, terminámos o relacionamento, continuamos a ter que olhar um para o outro e agora, quando era suposto ver-me livre dele... bom ele apareceu outra vez.
William acena.
-Então eu tinha razão. - Não sei está a falar comigo ou a pensar alto, de qualquer das maneiras vira-se para mim.- Claramente não estão muito bem resolvidos. Porque é que terminaram?
Sorrio e meto-lhe a mão no braço.
-Agora William, isso é que é ultrapassar limites.
Ele risse e não me pergunta mais nada o que uma parte de mim agradece profundamente. Reparo com interesse que estamos quase às escuras e a única luz que nos envolve é a de um restaurante perto da baía.
-Estás mesmo a planear fazer-me algum mal e atirar-me de uma falésia, não é?
-Sim, estou a arriscar a minha reputação, o teu estágio e a honra da politica de não confraternização para te matar, como é que percebeste tão rápido?
-Não pareces muito preocupado em arriscar a tua reputação.
Merda, eu preciso mesmo, mesmo de me calar. Ele para de andar e mete-se à minha frente, é alto, imponente e o seu corpo parece ainda maior com a luz que lhe bate por trás.
-O que é que queres dizer com isso?- Eu pensei que ele sabia que...bom, eu sabia...
-Nada.- Contorno-o e começo a andar em direção às escadas, acho que já chega de passeios.
Ele vem atrás de mim e Ryan passa a correr com a cauda a abanar, aposto que adora divertir-se aqui, quando o seu dono não está distraído com uma mulher, talvez sinta que lhe roubei a atenção. Estou a pensar no cão para não pensar na pata que meti na poça. William destranca o carro e abro a porta a Ryan, e a seguir eu mesmo entro.
Quando William bate a porta tento não parecer tão esquisita como me sinto. O carro avança lentamente para a estrada e o silencio é constrangedor, não sei como explicar isto, ou mesmo o quer que seja.
-Vais esclarecer-me?- Ele pergunta e olho para o mar lá fora.
-O queres que diga? O que ela me disse foi que por minha causa o seu bom rapaz já não queria nada com ela.
William acena com a cabeça mas parece zangado.
-Constaste a alguém?
Abano ligeiramente a cabeça e depois olho para ele.
-Eu não descobri sozinha, talvez tivesse depois de ela me ter dito aquilo, mas o Samuel e a Sam sabiam e disseram-me.
-Estou a ver, então provavelmente toda a gente sabe.
-Não, se ainda tens emprego...
-Esse foi um golpe baixo.
-Não estou a tentar ser má só estou a dizer que ela tem um cargo alto, tu és o filho do diretor e eu sou mandada para a rua se me apanham...bom se vissem agora.
-Ninguém te vai mandar para a rua.
-Bom, claro que tu não vais.
Silencio. Outra vez, não sei porque é que estou a tentar fazer isto, porque é que me estou a sujeitar, ele não parece minimamente preocupado com a minha situação, e claro que não, ele teria mais do que se preocupar, eu sou só uma distração à qual ele não consegue resistir.
-Isto foi estupido. - Acabo por dizer. - Tudo isto foi uma grande estupidez, eu sabia que era uma ideia terrível.
Ele vira bruscamente e para o carro perto de uma inclinação sobre a água.
-Podes calar-te por um segundo?
A seguir as suas mãos emolduram-me a cara e sinto o choque elétrico dos seus lábios nos meus. A sua língua escapa para dentro da minha boca e oiço-o desapertar o meu cinto de segurança, as suas mãos enrolam-se na minha cintura e ele puxa-me para cima dele, estou sentada em cima do seu colo e as suas mãos parecem não ter o suficiente de nenhuma parte do meu corpo. Há uma descarga de energia dentro de mim, fazem anos que ninguém me toca assim. As suas mãos estão no meu maxilar e ele inclina-me a cabeça para trás enquanto me beija o pescoço e eu estremeço.
-Oh céus.- Sussurro e ele sorri contra a minha pele. As minhas mãos sobem pelos seus braços e aperto-o, sinto-o contra a minha coxa e ele força-me para baixo, toda eu sou uma bola de sensações e não há nada em que consiga pensar para além da forma como a ponta dos dedos dele traça a pele debaixo da minha camisola. Beijo-lhe o pescoço e ele pressiona-se contra mim, os seus dedos contornam o meu estomago ele sobe até ao meu soutien apertando os meus seios com força.
-Eu acho que...
Uma buzina atrás de nós assusta-me e salto de cima dele. Penteio o cabelo com os dedos e ele abre o vidro quando alguém bate.
-Não pode estacionar aqui.
-Eu sei senhor agente, estava a ir.
O homem olha para ele e depois para mim.
-Não tem idade para isto homem.
Ele desliga a lâmpada e afasta-se, William fecha a janela e eu faço um barulho estranho que o faz olhar para mim. É um preludio antes de me começar a rir como uma louca. Levo as costas da mão à boca e atiro-me contra o banco a rir e a bater os pés no chão. Oiço-o rir e depois ligar o carro. Meto o cinto ainda meio abananada com o que acabou de acontecer e ele abana a cabeça.
-Isto foi extremamente humilhante.
-Não tem idade para isso homem.- Digo com a voz grossa.
-Ele deve achar que sou um predador. Deve pensar que te roubei a alguém.
-Hey! Estas a tentar insinuar alguma coisa?
-Estou, tens que idade? 22? Pareces muito mais nova especialmente quando te vestes dessa forma, eu tenho 30 e pareço ter 30.
-São só oito anos, e não pareço muito mais nova.
Bom talvez ainda me peçam a identificação quando vou sair mas isso é implicância, eu não pareço assim tão nova.
-Bom vais levar-me de volta para casa dos meus pais?
Ele para de sorrir e olha para mim de uma forma séria.
-Estás a divertir-te com isto não estás?
-Tenho que me deitar cedo, amanhã de manhã temos uma apresentação na escola, e não quero que ninguém saiba o que ando a fazer com um homem mais velho, é o meu segredo- Digo numa voz muito fina e provocadora.
-Merda, acho que estou a ficar excitado.
-És um tarado. - Digo já sem a voz de efeito e descalço os sapatos. - Desculpa, posso descalçar-me?
-Podes.- Ele diz a rir-se.
Ele liga a música e reviro os olhos.
-Sabes o que é James Arthur? Ed Sheeran? Taylor Swift, Beyoncé? Alguma coisa?
-Música estridente?
-És uma vergonha, é por isso que não tens o link da nossa playlist do trabalho.
-Não, é porque sou o vosso chefe.
Encosto o cotovelo perto da janela e espreito lá para fora. Hoje quando entrei chateada e ele foi o mesmo idiota do costume... será que consigo manter as coisas em sacos diferentes? Consigo lidar o Mr.Pella e a seguir com o William?
-Não penses demasiado sobre isso.- Ele coloca a mão no meu joelho e sorri-me.
-Conta-me aquela história da tua mãe trabalhar para o teu pai.
Nem sequer sei porque é que estou a pedir isto, mas sinto-me tão angustiada com isto, e não só com isto, a porta que o Harry trancou ontem com tanta força continua a ecoar nos meus ouvidos.
-Bom o meu pai recebeu esta rapariga para estagiar com a secretária dele, ela era muito nova e nem sequer tinha uma licenciatura, o que na época não era propriamente significante. Aconteceu eu acho, a minha mãe disse-me que um dia estavam os dois a trabalhar e quando a secretária dele saio ele beijou-a, ou pelo menos é essa a história que se conta lá em casa. Penso que terminaram durante um período de tempo, toda a gente descobriu e ela despediu-se, fugiu para a Escócia onde os meus avós viviam e o meu pai com o seu orgulho de ferro demorou seis meses a ir ter com ela.
-Posso ver que a história acabou bem.- Digo apontando para ele.
Ele encolhe os ombros e depois recosta-se mais no banco relaxando. Ele não se importa de falar, e de alguma maneira isso é refrescante, alguém não se importar em dar sem precisar de receber em troca.
-Bom a minha mãe detesta a minha atitude mas acho que sim, que acabou bem.
-Eu e a tua mão temos coisas em comum.- Digo num tom brincalhão.- O teu irmão também é muito diferente.
-Oh claro, simpático, engraçado e não trata as pessoas como empregados.
-O que é ótimo.
-Claro, especialmente quando as pessoas que trabalham com ele tem gastos terríveis, e rentabilizam muito pouco o salário que ganham. Ser simpático não é sinonimo de ser esperto.
-Não acho, e aposto que estás a exagerar, fazer com as pessoas se sintam bem no seu local de trabalho é muito importante.
-Onde é que te ensinaram isso? Na faculdade? Que somos todos iguais?
Ele revira os olhos e cruzo os braços.
-E somo todos iguais, acredita em mim se tu me tratasses como a Ellen me tratou a mim e à Sam podes ter a certeza que não ia ficar calada.
-Bom linda lamento, mas a quem é que te ias queixar?
-Bom lindo. - Digo de forma irónica.- A Sam esfola-se para manter tudo organizado e tu achas que é só o trabalho dela quando muitas vezes ela fica horas de almoço a fazer ajustes. Não é necessariamente incentivares as pessoas.
-A Samantha e o Samuel ganham bastante bem, só tem de manter tudo nos eixos.
Quero tirar os olhos da cara e arrancar as orelhas para não ter de o ouvir.
-O dinheiro não paga tudo.
-Ok eu sei e queres que faça o quê? Não sou exatamente o melhor chefe do mundo mas não sei se já reparaste somos o departamento com menos gastos e mais lucro, fazemos as contas finais baterem certo porque mantenho as pessoas nas pontas dos pés... bom todas menos tu.
Bato com as unhas na carne da minha coxa e encolho os ombros.
-Podias elogiar mais vezes o que eles fazem...
-Não, nem pensar. Tu não me dizes como fazer o meu trabalho e eu tento não me irritar quando não fazes as coisas à minha maneira.
Pressiono os lábios e depois sorrio.
-O que tem tanta graça?- Pergunta irritado.
-Tu, meu Deus decide-te, afinal o que é que eu faço?
Ele acaba por sorrir e depois faz pisca para sairmos da autoestrada.
-Nada, ou melhor, o que tens andado a fazer, é refrescante, embora me deixe maluco.
-Se eu tivesse tremido que nem um ratinho talvez tivesse evitado toda esta confusão.
Ele nega com a cabeça.
-Duvido seriamente disso, o meu apelo por ti é mais do que isso.
Rio-me alto e Ryan espirra o que me dá ainda mais vontade de rir.
-Tens um apelo por mim?- Pergunto achando piada à forma como ele o meteu em palavras tão formais.
-Sim, não sei o que é, mas deixas-me curioso, nunca me interessei assim por ninguém.- Depois sorri e diz de uma forma sensual.- Quero que me contes os teus segredos.
Abano a cabeça e toco-lhe no cabelo, os meus dedos entrelaçam-lhe as mechas e depois afago-lha a cara com o polegar.
-Então vais sentir esse apelo para sempre, porque o meu segredo vai morrer aqui.- Aponto para o meu coração.
-Vou arrancar-te isso à força.
-Não vais.- Começo a rir-me.
-Não deve ser assim tão terrível.
-Depende do que é terrível para ti.
-Roubaste?
-Não.
-Mataste?
-De propósito? - Pergunto a rir-me e ele arregala os olhos.- Juro que foi um acidente.
-Engraçado.
-Mentiste?
-Todos os dias, quando olho para os meus colegas.
-Magoaste alguém?
-Queres uma lista?- Digo fingindo ir tirar alguma coisa do bolso das calças.
-És ridícula.
-Pois, mas estou a entreter-te e a cima de tudo, estou a entreter-me a mim.
-O que é que fazes quando estás sozinha em casa?
-Para além de roubar, matar, mentir e magoar?- Subo o pé descalço para o banco e abraço a perta.
-Sim, para além disso.
-Pornografia.
-Estás mesmo a gozar comigo.
Encolho os ombros a rir.
-Desculpa, há imenso tempo que não me divertia tanto.
-Então o encontro correu bem?
Arregalo os olhos e ele vira para a rua da minha casa.
-Isto foi um encontro?
Ele encolhe os ombros a sorrir, os olhos dele são escuros.
-Conheceste o meu cão, se não casares comigo ele vai ficar desapontado.
Viro para Ryan.
-Desculpa amiguinho.
Viro-me novamente para a frente e olho para ele. Adoro a forma como ele me faz rir mesmo quando não era suposto. Inclino a cabeça para o lado e tento não pensar muito. Ele aproxima-se de mim e raspa o nariz no meu fazendo-me sorrir. Quando me está quase a beijar pergunto-lhe.
-Queres subir?
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