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Capítulo 20 "Esquerda ou direita?"

A playlist do spotify está no link externo e na minha bio, Pergunta de hoje: Quem é que vai ceder primeiro, Juleita, Harry ou Pella? Eu tenho respondido a todos os vossos comentários, por isso continuem!





São quase sete e um quarto quando acabo de preencher uns relatórios sobre os números que vieram lá de baixo. Encosto-me na cadeira e respiro fundo. O dia de hoje foi intenso, mas o pensamento de não ter que voltar a sair daqui para nenhum outro sitio a não ser a minha casa deixa-me imensamente contente. Bebo um gole do meu chá e torço as pernas debaixo de mim, os meus sapatos estão perdidos no tapete debaixo da secretária e estou pronta para adormecer em cima dos papeis. Acordei às sete da manhã e agora aqui estou eu a contar os minutos para me enfiar na cama.

O elevador abre-se e Mr.Pella entra, o seu casaco há muito que o deixou, uma coisa que aprendi hoje é que provavelmente ele sente-se apertado naqueles casacos e não aguenta muito tempo. Ele está a falar ao telemóvel e para a meio caminho para se voltar para a janela perto da secretária de Samuel.

-Sim, sexta parece-me excelente...vou sozinho. - Ele ri-se.- Um homem também pode andar sozinho, até eu.

Reviro os olhos e depois volto a concentrar-me na porcaria dos números a balançar à minha frente, pela primeira vez durante o dia de hoje penso no Harry e no talento natural dele para organizar números.

A minha aula de literatura acabou uma meia hora mais cedo e sem muito o que fazer começo a magicar um plano para ver o Harry, desde aquele dia em que ele partiu um nariz e ganhou um corte no lábio eu encontro-me constantemente a tentar perder apostas para o ver. Okay segundo o que ele me disse cálculo deve ser o que ele está a ter agora por isso quando me vejo sentada ao fundo da sala a olhar para o cabelo encaracolado dele lá à frente percebo que estou numa onda demasiado grande e que só tenho duas opções, ou vou até ao fim, ou magoou-me. Os números nos quadros são quase chineses para mim embora ainda consiga apanhar alguma coisa. A professora parece nova e é engraçado ver o respeito que ele tem por ela, a voz dela é suave e parece meiga, nada como o professor de cultura inglesa.

-Algum dos pares conseguiu resolver os exercícios que mandei?

O Harry falou-me disto, dela mandar exercícios quase impossíveis de resolver para depois se deliciar com eles a definharem. Para minha surpresa o par do Harry mete a mão no ar e eles acabam por pegar na caneca. São quase dez minutos deles os dois a escrevinhar coisas no quadro gigante e quando acho que já está o Harry volta atrás e altera alguma coisa. O rapaz não é só lindo de tirar a respiração, é inteligente até dizer chegar...acho eu, não faço ideia se aquilo está correto.

Eles viram-se para a frente para olharem para a professora que ocupou um lugar sentada em cima de uma mesa. Quando ela começa a falar o Harry começa a saltar os olhos pelas filas de cadeiras até chegar a mim. Aceno-lhe com os dedos e ele ri-se abanando a cabeça.

-Dois pontos extra, o inicio está correto, mas perderam-se no meio.

O colega do Harry tenta regatear, mas ela apenas se ri e manda-os sentar, no entanto eu e o Harry estamos ocupados a fazer olhinhos um ao outro, ele inclina a cabeça e tiro-lhe a língua de fora. A cabeça da professora vira-se para trás e paro imediatamente o que estava a fazer. Ela levanta-se e vai até ao Harry, diz-lhe alguma coisa e ele ri-se antes de se sentar novamente.

Ela olha novamente antes de continuar a aula. Parece uma eternidade dos poucos minutos que o Harry espera para olhar para mim e de cada vez que o faz eu encontro-me mais e mais sedenta pela sua atenção, sinto-me sobre feitiçaria negra e a fome que tenho dele só aumenta em proporção à atenção que ele me dá.

No fim da aula saio da sala e fico à espera de o ver subir as escadas. Toda a gente sai até que vejo o cabelo encaracolado fazer a sua aparição e ele abre espaço para mim, vou até ele e cruzo os braços à volta do seu pescoço, ele abraça-me a cintura e beijo-lhe o queixo, e depois o maxilar e depois os lábios.

-Estavas assim com tantas saudades? - A voz dele faz-me sorrir contra a sua bochecha.

-Não sei o que é me estás a fazer. - Encolho os ombros e ele beija-me a bochecha.

-Eu acho que sabes muito bem o que é que te ando a fazer.

Harry limpa a garganta e sinto-me corar, estendo-lhe a mão e ele agarra-a enquanto andamos pelo corredor vazio. Nenhuma de nós diz nada mas eu só consigo pensar no facto de ainda não o ter beijado de forma adequada hoje.

-Falei com o Matt hoje, ele pediu desculpa.

Reviro os olhos.

-Também lhe pediste desculpa?

-Yap, se bem que não sei se ele aceitou.

Encolho os ombros.

-Podemos não falar sobre isso? Estava ocupada a pensar em beijar-te como deve ser.

Ele coloca a mão à volta dos meus ombros e beija-me o cabelo.

-Queres ir a algum lado? - Ele ri-se e sei que está a fazer de propósito não me respondendo ao que eu disse sobre beijá-lo.

Meto uma mão no bolso de trás das suas calças e abano a cabeça. Não me parece que queira andar por aí ao frio com ele, quando podia estar mais confortável noutro sitio qualquer com ele. Para além disso também preciso de um livro da biblioteca que tinha planeado ir buscar senão fosse assistir à aula dele.

-Porque é que continuamos a andar se ainda não decidiste para onde queres ir? - Ele pergunta a rir-se e encosto-me a ele.

-Porque não sei se quero ir à biblioteca buscar um livro ou ir para...

Merda eu ia dizer que queria ir para o quarto dele não ia? É só que a minha colega de quarto e eu não nos damos bem e ele têm um quarto só para ele, é fantástico! Ele parece aperceber-se dos meus pensamentos.

-Para?

Fecho os olhos durante uns segundos e depois gemo e choramingo fazendo com que ele se ria alto.

-Podemos ver um filme?- Peço-lhe meio envergonhada.

-Um filme? Onde? No cinema?

Ele é um idiota convencido.

-Não, não no cinema.

-No teu quarto?

-Noup.

-No meu quarto?

Tiro a mão do bolso dele e bato palmas.

-Muito bem, o senhor leva o prémio máximo para casa.

-É bom que seja um prémio agradável e simpático senão...

-Também podes ver um filme com as tuas calculadoras.

-Oh com a Dora e a Kim? Parece-me bem, até amanhã.

Ele começa a afastar-se e eu tenho o queixo no chão, ele acabou de me dispensar? Ele dá nomes às calculadoras?

-Tipo Dora a exploradora?- Pergunto e corro para junto dele. Ele ri-se alto e depois volta a passar o braço à minha volta.

-Tipo isso sim.

-Porque é que estamos a falar disto? Posso ir ver o filme ao teu quarto de luxo ou não?

Ele olha para mim durante uns segundos quando saímos da área em que estão os edifícios das aulas. São pelo menos quinze minutos até ao meu edifício e talvez vinte até ao dele.

-Podes, a minha tarde ia ser uma seca de qualquer forma.

Levo a mão ao peito e finjo-me ofendida.

-A tua tarde já não vai ser uma seca.

Ele encolhe os ombros.

-Vamos ver.

Ele abre a porta do quarto dele e as minhas mãos emolduram-lhe a cara, deixo cair o casaco pesado e os meus lábios estão presos aos dele e a sua língua escapa para dentro da minha boca. Ele fecha a porta e atira as chaves para algum sitio. As suas mãos descem pelas minhas costas até me chegarem ao rabo, ele aperta-me com força e eu cruzo a perna na sua cintura. Desço os meus lábios pelo pescoço dele e ele vira-me contra a porta pressionando-se contra mim, ergue a minha outra perna e quando investe contra mim por cima das calças de ganga mordo-lhe a pele do pescoço.

-Merda, o que estás a fazer?- Pergunta quando volta a esfregar-se contra mim.

-Não sei, desculpa.- Murmuro e beijo por cima do magoado. Ele geme e depois oiço um riso rouco.

-Oh não, aqui não há desculpas, só troco.

Ele livra-se de mim e dos meus beijos e coloca-me mais alta contra ele, morde o lábio enquanto puxa o laço da minha camisola e ela se solta, eu não tinha ideia que esta camisola ia ser algo que ele fosse achar assim tanta piada, mas ele parece um gato a brincar com um novelo de lã.

-Não tens soutien?- A voz dele é grave e todo o meu corpo se arrepia quando ele traça com os dedos o vale dos meus seios.

-Não achei que alguém fosse olhar para elas hoje.

Ele ergue o olhar para mim e depois sorri e como castigo preciso de o ver abrir a boca e faze-la pairar sobre a pele descoberta do meu peito. Aperto-o com as minhas pernas e ele acaba por não fazer nada.

-Esquerda ou direita?- Ele pergunta-me e abano a cabeça.

-Não estás mesmo a pergunta isso, pois não?

Ele sorri, só um lado dos seus lábios sobre e depois inclina-se sobre o lado esquerdo.

-Estava a brincar, direita.

Os seus lábios voam demasiado rápido e só sinto a boca molhada dele sobre a minha pele. Aperto-o contra mim e os meus dedos agarram-lhe o cabelo, ele mordisca a pele devagar sem me magoar e gemo baixinho. Podia mesmo habituar-me a isto.

-Julieta?

Um par de dedos estala-se à minha frente e ergo o olhar. Eu sou a melhor pessoa a ficar distraída em momentos nada oportunos.

-Sexta à tarde há alguma coisa na minha agenda? Pode ver aí na agenda da Sam?

Aceno que sim sem dizer nada e vejo que está limpa, ao contrário da manhã que parece mais cheia que uma pinhata.

-Livre.- Sussurro e ele continua a falar.

É como se o meu imaginário soubesse exatamente quais são os piores momentos para me trazer presentes envenenados do passado. Volto a concentrar-me nos números que tenho á frente até que a pernas de Pella se encosta à minha mesa.

-Está muito vermelha.

-Está muito calor aqui dentro.

Ele vira o pescoço e olha para a temperatura.

-Foi você que ajustou a temperatura.

-Parece que me enganei.- Levanto-me e vou até ao controlo da temperatura. Quando me viro piso-lhe o sapato, ele veio meter-se mesmo atrás de mim.

-Desculpe.- Digo-lhe.

-Não tudo bem, seria pior se estivesse calçada.- Ri-se tão alto, parece que acabou de fazer uma piada.

-Lamento, mas passei o dia em cima daqueles sapatos a correr atrás de si.

Ele desvia-se ainda a rir e senta-se na cadeira de Samuel, parece descontraído quando dá uma volta na cadeira e vem até mim.

-Eu sei, estava lá.

-Está muito divertido. - Sento-me e ele espirra.

-Foi a primeira vez que vi uma rapariga descalça no trabalho, desculpe.

Ele apoia o cotovelo na minha secretária e o queixo na palma da mão. Reparo que ele também já estou todo desgrenhado, os dois primeiros botões da camisa estão desfeitos e o cabelo está voltado para todo o lado.

-Mostre-me o que tem. - Olho para ele em confusão e ele aponta para o computador.

-Depois posso ir para casa?

Tento não bocejar, mas falho miseravelmente. O olhar dele torna-se mais mole e assente. Começo a mostrar-lhe o que tenho escrito e ele vai assentido com a cabeça enquanto escreve algumas coisas nas margens de uma folha que lhe passei. Ele não é assim tão mau para se trabalhar quando desiste da postura de chefe mauzão e dá-me boas ideias, vira o computador para ele e depois mostra-me algo que posso fazer quando chegar à parte artística das capas. Assinto com a cabeça e volto a tentar esconder o bocejo.

-Acho que lhe suguei a energia toda.

Apoio a cabeça nas mãos e depois abro espaço entre dois dedos para olhar para ele.

-Acho que sim.- Rio-me e fungo.

-Calçar. Está na hora de ir embora, são quase oito.

Mexo-me devagar, ele vai até ao escritório dele e calço-me sem pressa, visto o casaco e meto a mala ao ombro. Espreito pela janela e vejo que parou de chover. Bom o metro não parece assim tão cheio quando para de chover. Quando estou a puxar a porta ele chama-me.

-Espere por mim.

Ele não diz num tom amigável, é mais uma espécie de aviso que como boa pessoa que sou decido não ouvir e abro a porta para passar para o outro lado. Agarro a porta do lado de fora e ele puxa-a com pressa só para me encontrar a segura-la. Rio-me ele abana a cabeça a tentar esconder a diversão.

-Já não está cansada?- Pergunta-me quando solto a porta.

-Estou, mas nunca cansada o suficiente para não fazer o que me diz para fazer.

Descemos as escadas.

-Então eu tinha razão, fá-lo de propósito.

-Uma má característica.- Encolho os ombros.

-Só acho que seja má quando a despeja em cima de mim.- Ele sorri.

-Sabe aqueles elásticos que quando somos pequenos sabemos que magoam, mas continuamos a esticar?

-Os castanhos?

-Esses mesmo. - Estico a mão e mostro-lhe o dedo anelar. - Eu era obcecada para ver até onde é que conseguia estica-los, um dia bateu-me com tanta força que me cortou. Parece que faço o mesmo com as pessoas.

Chegamos ao térreo e ele abre a porta para a entrada principal.

-Acho que todos nós fazíamos isso.- Ele diz-me e aponta para a garagem.- Posso dar-lhe boleia?

Por um momento ele parece quase tímido, e eu, quase timidamente aceito. No entanto as palavras duras do Harry sopram-se no meu pensamento e acabo por negar com a cabeça.

-Não obrigada, preciso de ir a um sitio antes de ir para casa. Até amanhã.

-Até amanhã Julieta. - Ele fica parado a olhar para mim.

-Até amanhã Mr.Pella.

O segurança é outro, mas digo boa noite à mesma, coloco os fones e o meu spotify começa a bombar-me uma musica em espanhol aos ouvidos. Entendo algumas palavras, mas percebo o ritmo sexy que me faz sorrir. Adoro estas músicas, só não sei dança-las, mas sei ouvi-las. O meu fone é agarrado e viro-me assustada. O Harry está de gorro e o casaco quase lhe tapa a cara. O meu coração precisa de uns segundos para se recompor do susto.

-Que merda Harry, achei...

Ele parece perceber que esta não foi uma boa entrada e inclina a cabeça para olhar para mim.

-Desculpa, não te queria assustar.

Sinto que ele tem o resto da frase guardada no bolso, mas fico contente que não me diga.

-O que é que queres?

Meto as mãos geladas nos bolsos. Ele abana a cabeça e sorri. Estou a talvez quinze metro da empresa.

-Nada, vi-te a passar e pensei em dizer olá.

Pisco em incredulidade e reviro os olhos.

-És louco, preciso de me ir embora.

Tento passar mas ele corta-me a passagem com o seu enorme corpo.

-Que sou louco já sabemos, agora que és uma assistente não sabíamos.

Oh claro! Reviro os olhos e depois as minhas mãos agarram a gola do seu casaco. Giro-nos num momento em que ele parece perdido com os meus movimentos.

-Harry, para bem desta coisa que temos os dois, e para que não se volte a repetir o que aconteceu no gabinete do nosso orientador, matem-te longe do meu trabalho, é a ultima vez que te aviso.

Viro-me e continuo a andar, reparo com interesse que o carro de Mr.Pella está parado perto do semáforo e que ele estava a olhar para nós. Ignoro ambos, tanto Harry como William e quando vejo a entrada para o metro isolo-me na minha própria bolha.

Quando chego a casa e me livro dos saltos altos deixo-me cair em cima de um dos cadeirões. Desfaço o nó do vestido e quando levanto ele cai-me aos pés. Abro a porta da casa de banho e puxo as cuecas pelas pernas, atiro-as para o cesto da roupa suja e salto quando acerto à primeira. Ligo o aquecedor e abro a água. Solto o cabelo do rabo de cavalo e abano a cabeça, arrepio-me com a sensação e percebo que votei a não usar soutien hoje...bom ainda bem que o Harry conseguiu manter as suas mãos para ele mesmo. Entro debaixo da cascata de água e deixo que o quente a ferves me faça suster a respiração. Antes de acabar de tomar banho meto a água nos vinte graus e grito antes de sair lá para fora. Este pequeno ritual pode parecer insignificante, mas faz com que liberte muito do stress do dia. Enrolo-me no robe e vou até á sala, há salmão no frigorifico e começo a saltear uns legumes, tenho o meu iPod e tocar uma música qualquer que me faz saltar e tento livrar-me destes últimos três dias rodeada de stress acumulado.

Quando acabo de comer sento-me no sofá e acabo de beber o sumo de laranja, está a dar uma repetição de The Office e fico mais do que feliz em repetir as falas com os personagens.

O meu despertador toca e viro-me para descobrir que adormeci no sofá...isto nunca acontece! As minhas costas doem-me e o meu joelho que sofreu uma radical melhora sente-se indignado porque devo ter dormido com o peso em cima dele. Levanto-me e coço os olhos. Está sol! Vou até ao quarto e visto-me, uns jeans pretos, botas e uma camisa branca, visto um casaco tão quente que me sinto automaticamente confortável. Como um dos bolos que comprei no supermercado e bebo uma chávena de café com leite, franzo o nariz com o sabor, mas digo a mim mesma que está tudo bem.

No metro á saída alguém me toca no ombro, viro-me e vejo Megan a olhar para mim como se o meu cão tivesse morrido.

-Estás melhor?- Ela pergunta.

-Bom dia, sim, não me lembro de ter estado mal...

-Oh tu sabes... quando ficaste.- Ela faz uma volta com o dedo perto da cabeça e assobia como se a indicar que a minha sanidade mental tivesse sido posta em causa.

-Fiquei bêbeda, não maluca. - Digo-lhe e continuo a caminhar, na esperança que ela, ou até mesmo eu tropece e faça esta conversa terminar.

-O Harry foi um querido em ter-te apanhado. - Ela fala num tom apaixonado que metade mim quer reconforta-la pelo namorado de merda que acha que tem e a outra quer bater-lhe por o namorado de merda dela ser o meu...

Inclino a cabeça.

-Ele não me apanhou em lado nenhum. - Eu preciso mesmo de me calar, mas juro que ela faz de propósito.

-Ele disse que sim.

-Estou quase cem por cento certa que aquele era o meu carro...diz-me Megan onde é que achas que o Harry esteve este fim de semana? - Entramos dentro da empresa e digo bom dia ao segurança.

Ela para de andar e a boa educação que a minha mãe me deu faz-me fazer o mesmo.

-Na casa da mãe. - Ela sorri-me, parece que me está a testar para que eu lhe diga o contrário. Não querias provocar-me, eu sou terrível a manter-me para mim mesma.

-Ele esteve em casa da mãe, mas não foi da dele, foi da minha.

O sorriso que parece permanentemente colado à cara dela desaparece e vejo um vislumbre da rapariga que me interrompia nas aulas de propósito para que eu parecesse uma cabra rancorosa e egocêntrica.

-Julieta, vai subir? – Mr.Pella vem do lado das garagens e olha entre mim e Megan. Ela sorri e depois estende a mão.

-Mr.Pella não é? Sou a Megan, uma das estagiárias.

Ele acena muito pouco interessado mas aperta-lhe a mão.

-Boa sorte então.

-Claro, tenciono ficar cá, talvez depois possa ser transferida, o meu namorado também está cá a estagiar, vamos trabalhar os dois no mesmo sitio, é uma sorte.

E lá está ela, a verdade, a única Megan, a irrepetível nunca conheci ninguém com tanto jeito para trocar de cara. Pode parecer subtil ou mesmo impercetível mas o que ela está a fazer é a plantar uma semente, na esperança de que floresça na cabeça dele. A dizer-lhe que ela e o Harry vão ficar, os dois.

-Lamento estragar-lhe os planos mas se ficar com alguém depois das apresentações vai ser com a Julieta, não tenho paciência para transferências.

Ele revira os olhos e depois olha para mim.

-Vamos?- Ele aponta para o elevador e sinto-me explodir por dentro. Aceno que sim e caminho ao seu lado, quando entro no elevador e me viro vejo que ela está a olhar para nós. As portas fecham-se e prenso os lábios.

-Têm muita confiança a rapariga.

Suspiro alto e encosto a cabeça no metal frio do elevador.

-Obrigada.- Murmuro.

Ele vira-se para mim.

-Não percebo porque é que não lhe disse nada.

Encolho os ombros.

-Não sei... ela foi minha colega na faculdade.

-É tão rápida a responder a qualquer um e, no entanto, deixa que ela lhe diga uma coisa daquelas? Ela estava...

-Eu sei, sei o que ela estava a fazer porque lidei com isso. – Fecho os olhos. - É muito cedo para isto, podemos esquecer e começar de novo quando sairmos do elevador?

Ele acena e as portas abrem-se. Sam e Samuel estão os dois nas suas secretárias e levantam as cabeças para olhar, não sei se esperavam ver apenas Pella, ou eu, mas as caras deles não são nada amigáveis.

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