Capítulo 15 "Tanta má sorte não pode ser verdade"
Playlist no link externo, ou na minha bio. Pergunta: Se pudessem decidir o que o Pella faria quando a Julieta voltasse, o que decidiam? Vou começar a colocar-vos pequenas questões, espero que respondam!
A pergunta dele abala-me mais do que devia.
Abano a cabeça e sorrio-lhe, um sorriso sem sentimento nenhum, porque neste momento sinto-me dormente. Ele aproxima-se de mim e o meu corpo afasta-se à medida que ele se aproxima.
-Eu quero falar sobre isto.- Ele sussurra, os olhos dele choram verdade, no entanto eu choro tragédia.
-Eu não.- Levanto-me devagar e ele imita-me.
O silencio que nos envolve é gritante, e sinto-me tentar explodir-me os tímpanos. Nós temos sérios problemas de comunicação, no então quando penso melhor nisso percebo que não tenho nada a resolver com ele. Porque ele está a brincar comigo como se brinca com o pequeno gato e um novelo de lã.
-Tu sempre adoraste levar-me ao limite. - Ele sussurra e ergo a cabeça. Viro-me para ele e cruzo os braços. Ele quer falar, mas agora sou eu que não quero falar, para além disso fazem apenas algumas horas desde que estava a beijar e Megan! Nem raivosa em relação a isso me consigo sentir, é esta a profundidade do meu corte.
-E tu estás a tentar dar-me a volta.
Ela dá um passo na minha direção e as suas mãos percorrem-me os braços. Os olhos dele são punhais de ferro que me magoam, no entanto a minha pele parece gritar por ele.
-Resultou uma vez.
Fecho os olhos deixo que as palavras dele me comecem a inflamar, no entanto quanto mais ele fala, mais fraca me sinto.
-Se não me queres magoar bem parece, continuas a agir como se eu fosse parte da tua vida Harry, mas não sou! Não sabes como lidar comigo por isso fazes o que sempre fizeste.
As suas mãos caiem ao lado do seu tronco e o seu rosto é carregado quando se afasta.
-Não sei lidar contigo? Tu não sabes lidar comigo! - O tom dele é uma acusação e de alguma maneira isso ainda me apanha desprevenida.
-Não falámos durante meses! Nada! E agora encontras-me a trabalhar no mesmo sitio que tu e estás a confundir os teus sentimentos por mim...
Ele ri-se sem um pingo de verdade na cara e aproxima-se de mim, um dedo espetado no ar, pronto para me acusar de alguma coisa.
-Eu não estou a confundir sentimentos nenhuns.
-Estás a brincar comigo? Ou a tentar brincar comigo outra vez? Eu estou a dizer-te Harry, eu não sou um ratinho...
-Mas que merda é que queres dizer com isso?
Respiro fundo e passo as mãos pelo cabelo.
-O que quero dizer é que não voltas a encostar um dedo em mim enquanto tiveres esta relação ou seja o que for com a Megan, o que quero dizer é que não me podes ignorar por uma semana, parecer chateado por te interromper a beijar aquela mulher e depois aparecer em minha como se fossemos companheiros de guerra!
O meu tom de voz sobe e ficamos os dois em silencio.
-Nós somos companheiros de guerra porra! - Ele está em cima de mim e oiço o barulho do vento lá fora.
-A universidade não foi a guerra. - Viro-me e começo a subir as escadas, quando me viro vejo-o sentado no sofá a olhar para rua.
O sol bate com força na minha cara e abro os olhos, embora esteja ensonada sinto-me bastante melhor do que ontem há noite quando encontrei o Harry. Ele disse-me que ele e a Megan não eram namorados, mas estavam a beijar-se, pela segunda vez. Posso dizer mil vezes a mim mesma que não me importo, mas importo muito. Queria não sentir isto desta forma, mas parece quase impossível. Viro-me de lado e agarro uma almofada. Posso fechar os olhos e senti-lo, posso sentir os dedos dele na minha pele de cada vez que ele descobriu um lugar novo no meu corpo. Posso sentir as noites de verão suadas e os corpos que se moviam quase em total liberdade. Posso sentir tudo aquilo que fomos antes de nos partirmos em pedaços no chão.
A minha porta abre-se de repente e a minha irmã aparece com um lençol pelo chão.
-Levanta-te, e espero mesmo que não tenhas pelos nos sovacos.
A minha boca abre-se de repente e ela destapa-me. Levanta-me as calças do pijama e suspira de alivio.
-Graças a Deus estás depilada, isto ia ser muito embaraçoso senão estivesses.
-Mais respeito minha menina. - Levanto-me e lembro da manhã antes de ir para o trabalho. Parece que adivinhei no que me ia meter.
Dez minutos depois estou na sala. Os homens foram caminhar, a minha mãe foi ás compras e a minha irmã meteu-me em cima da mesinha de centro. Estou a segurar o peito com as mãos, nua. Isto só não se torna embaraço porque Jam está a dormir.
-Porque é que não posso vestir uma camisola?
-Não me lembro de as Gregas usarem camisolas, só preciso de dar um nó ai em cima.
Ela afasta-se e olha para mim e pisca-me o olho.
-Preciso de uma tesoura, vou á garagem.
-Vais deixar-me aqui meio nua?
-Vou.
Ela desaparece e as minhas mãos testam a carne dos meus seios. Continuam pequenos em comparação com o resto das mulheres da minha idade, mas pelo menos não estão assim tão maus.
Puxo um pouco do lençol para cima apenas no caso de alguém passar e a minha irmã volta para cortar um bocado de lençol dos meus pés.
-Fala-me da tua faculdade. - Peço para me esquecer da minha nudez.
-Hum okay... bom tenho saído com o pessoal, mas não tenho namorado se é isso que me estás a perguntar.
Assinto com a cabeça para a incentivar a continuar.
-Tenho uma amiga que está a pensar em desistir e dois rapazes que se detestam e andam sempre a competir pela atenção dos professore... é bastante normal, nada explosivo ainda.
Engulo em seco, talvez ela tivesse medo de ir para a faculdade por minha causa, eu sempre fui a rainha do drama e talvez tenha alimentado algo na Elena que não era verdade.
-A faculdade não é sempre explosiva.
-A tua foi!
-O Harry foi explosivo. - Jam diz quando chega com cara de sono ao pé de nós. - A tua irmã é era doida por ele e nunca nos contou nada!
-Podemos não falar disto?
Tento sentar-me, mas um alfinete espeta-se na minha cintura.
-Okay, mas a tua irmã não é parva, ninguém nesta casa é parvo, vocês fazem os garfos e as colheres levitarem no vosso campo magnético!
-O meu irmão faz-te mal à cabeça. - Digo-lhe e ela cala-se, felizmente.
O Harry foi explosivo.
Tão explosivo que ficámos queimados. Dois meses antes das férias do verão algo começou a acontecer, foi mesmo depois do grande beijo contra os cacifos.
-Se tiras alguma coisa da minha secretária vais ter que procurar outra companheira de quarto.
A minha colega de quarto diz-me e ignoro-a. O meu trabalho desapareceu! Tiro os papeis das estantes e não há vestígios de nada. Sento-me no computador à procura do ficheiro e nada! Como é que um trabalho se evapora do dia para a noite? Lembro-me de fazer uma limpeza ao computador onde há noite, mas não ia mandar o trabalho para o lixo.
Lilian a minha companheira de quarto está tranquilamente sentada na cama e começa a dar-me nervos...ou pelo menos mais nervos, por isso saio do quarto e fecho a porta com força. O barulho e vento devem ter feito o globo de neve da secretária dela cair sinto-me feliz por isso. Desço as escadas sem casaco e arrependo-me imediatamente. Está frio. Começo a andar sem destino aparente quando dou por mim no pavilhão desportivo. Passo pelos malditos cacifos. O meu corpo todo treme e quando subo as bancadas e me sento vejo-o, lá em baixo a correr atrás de uma bola, todo suado, tem uma fita a prender-lhe o cabelo e está a gritar qualquer coisa a um colega. Provavelmente estou a parecer uma miúda apaixonada, à espera que o rapaz repare nela, mas neste momento sinto-me tão stressada por causa do trabalho que talvez ele me anime.
Apoio o queixo na mão e fico a vê-lo a correr em direção à baliza. Os ingleses gostam de futebol e ele não é diferente, pelo menos não no sentido de o detestar e não o jogar com os amigos. Ele disse-me que todas as sextas ele e os amigos se juntavam aqui.
De repente os olhos dele viram-se na minha direção e um sorriso espalha-se pelas feições dele. Parece tão bonito assim como quando se despede de toda a gente na sala. É provavelmente o primeiro rapaz que considero muito atraente e o facto de ele achar o mesmo de mim parece um milagre relembrando todos aqueles anos estranhos em que os rapazes só olhavam para as miúdas que já tinham um rabo bonito.
Passam-se mais dez minutos e de repente todos eles começam a dispersar, exceto o Harry, que vem até à bancada onde estou sentada.
-Vens assinar o trabalho?- Ele grita a rir-se.
A verdade é que depois disso ele voltou a meter aquilo que escrevi na conclusão, por isso decidi que ele se move a beijos. Provavelmente se eu o beijar muito ele faz tudo o que eu quiser...o pensamento dá-me vontade rir, porque ele nunca faria isso.
-Não! Venho ver se cheiras tão mal como jogas.
Ele ri-se e pula por cima das grades, fica a meio caminha e aponta para o espaço entre os seus pés. Levanto-me e vou até ele. Os nossos corpos ficam tão perto que sinto o calor transpirado dele.
-E então? - A voz dele é baixa e sedutora.
Os meus braços envolvem o pescoço dele e beijo-lhe o maxilar.
-O meu trabalho desapareceu. - Murmuro. - Estou bastante stressada.
As suas mãos gigantes contornam a minha cintura e ele beija-me o pescoço devagar até atingir o meu pescoço.
-Estou a ver...
Os lábios dele colam-se aos meus e ele puxa-me para o seu colo, fico com as pernas enroladas à sua cintura e ele senta-se numa das cadeiras desconfortáveis comigo ao colo, os seus dedos apertam-me as coxas e sinto-me ficar com arrepios na pele. Os meus dedos predem-lhe o cabelo e as suas mãos deslizam para o meu rabo. Nunca me senti assim com nenhum rapaz, o meu corpo parece saber o que fazer, e o meu cérebro desliga, mantendo apenas os circuitos importantes ligados. A sua língua trabalha contra a minha, e ele afasta-se de vez em quando, provocando-me, mostrando-me que preciso dele, preciso muito dele. O Harry geme na minha boca e de repente sinto o membro rijo contra a parte interna das minhas coxas. Tento mexer-me outra vez, mas a mão dele aperta-me o rabo com força.
-Não. - Ele sussurra meio zangado.
Beijo-lhe o pescoço e depois sopre ligeiramente.
-Porquê?
Ele ri-se.
-Porque não estás disposta a terminar o que estás a começar. Não hoje pelo menos. - Ele mantém o meu corpo muito perto do dele e as suas mãos frias entram por dentro da minha camisola. Abro a boca quando as pontas dos dedos dele me tocam a pele. Ficamos os dois abraçados assim durante algum tempo, a minha cabeça no seu ombro enquanto ele passeia as mãos pelas minhas costas e ocasionalmente pelo meu rabo.
-Estás melhor? - Ele sussurra e ergo a cabeça.
-Estás a perguntar-me se estou melhor enquanto me estás a apalpar?
-Yap.- Ele acena e rio-me, porque é só isso que posso fazer.
-Estou, mas não entendo o que se passou com o trabalho, estava lá e hoje de manhã não o encontrava, nem no computador nem aquele que tinha imprimido...
O silencio que se forma é desconfortável.
-Não o enviaste por email a ninguém?
A pergunta dele faz sentido e penso... mandei o trabalho a alguém? De repente faz-se luz.
-Sim! Mandei-o para o email da biblioteca par ao imprimir, ainda deve lá estar!
Endireito-me no colo dele e depois sorrio tanto que ele me aperta as bochechas.
-És um génio.
Beijo-o rápido e saio de cima dele. Caramba! Tenho até ás sete para o entregar, já estava a pensar em que tipo de desculpa inventar. Ele agarra-me o pulso e quando olho para ele, os lábios quentes beija-me o interior do pulso, as veias azuis saltitam e ele sorri.
-Eu sou mesmo um génio, e ainda sou atraente!
Ele fala como se recitasse poesia e preciso de me rir.
-O teu ego é maior que as joias da coroa!
Quando já vou a meio do pavilhão ele grita:
-No entanto voltas sempre para mais!
Fecho a porta a rir-me e o frio atinge-me. Estou a ficar apanhada até ao osso. Devo estar a ficar doente se em vez de me preocupar com a perda do trabalho vim aqui de propósito para o beijar.
-Ai!- O alfinete pica-me de novo e movo-me para baixo.
-Desculpa, estou a tentar. - A minha irmão volta colocar o alfinete, desta vez no lugar certo.- Este lençol é branco, a seguir vou precisar de um colorido.
-Não vou fazer mais isto!- Digo-lhe e afasto-me.
Ela revira os olhos.
-Tudo bem, vou buscar a máquina.
Ela afasta-se e sobe as escadas. Jam está a mastigar uma goma, e pergunto-me se ela não ficará maldisposta a comer açúcar em vez de alguma coisa um pouco mais saudável logo pela manhã.
-Estavas com cara de depravada. - Ela acusa-me.
-Jam! Ajuda-me a tirar a máquina de cima dos livros do Gabriel!
-Já volto.
Antes não voltasse se é para me chatear!
Desço da mesa de centro e passo o cabelo para trás dos ombros. De alguma maneira isso desencaixa um alfinete e o lençol que me cobre o peito cai. Baixo os olhos e quando os volto a subir vejo um par de botas cheias de neve. Se for o meu irmão ou o meu pai isto vai ser... Os olhos do Harry estão presos nos meus seios e tapo-os muito depressa o que o faz olhar para a minha cara. Viro-me de costas e tento fazer o nó outra vez á volta do pescoço. Sinto os dedos frios dele a tentarem refazer o laço e tento afastar-me, no entanto os dedos dele seguram-me a cintura obrigando-me a ficar parada, quando paro quieta ele volta a tentar refazer o nó do lençol.
-Isto está a ir contra o que eu disse a noite passada. - Sussurro.
Oiço a voz dele no meu ouvido.
-Felizmente sou bom a ignorar-te quando estás meio nua.
O ar entre nós torna-se tão denso que mal consigo respirar, os dedos dele pairam na minha pele e fecho os olhos, a tentar lembrar a mim mesma que este é o mesmo rapaz que ontem estava a beijar outra mulher.
-Harry...
Ele afasta-se e depois percebo que estou segura outra vez.
-Entendido. Não te vou tocar. Vou buscar as minhas coisas e vou-me embora.
Aceno com a cabeça e tento não parecer louca quando uma parte de mim quer dizer para ele ficar.
-Ok, boa viagem.- Digo-lhe e ele volta a baixar os olhos para o meu peito
-Harry!- O meu irmão chama e ele vira-se muito rápido, como se tivesse sido apanhado a comer alguma coisa muito doce antes do almoço.
-Estou a despedir-me.
Gabriel fica na ombreira da porta a olhar para nós. Sorri para mim e aproxima-se.
-É um vestido de quê?- Ele toca numa ponta do tecido.
-Hum acho que sou uma noiva sem um marido rico que roubou um lençol para se casar!
-Isso é mesmo típico de ti.- Ele diz-me e o Harry ri-se.
-Vou buscar as minhas coisas.- Repete
Ele sobe as escadas ao mesmo tempo que Elena e Jam as descem.
Depois de ficar cega com os flashes a minha irmã deixa-me tirar a obra de arte que criou em meia hora. Tenho a pele irritada por causa das alfinetadas. Entro do duche e deixo que a água quente me lave. Tomo o meu tempo lá dentro, e quando saio do duche vou até à minha comoda, quando tiro um par de cuecas reparo que o carro que o Harry trouxe é o mesmo onde costumávamos andar. O pai dele deve ter-lhe dado o carro que neste momento têm a cabeça do meu pai dentro do motor. Merda... era o que me faltava. O meu irmão olha para cima e vê-me, encolhe os ombros e depois vira-se de novo para passar uma ferramenta ao meu pai. Os dois homens estão de olhos no carro quando o Harry, de braços cruzados olha para cima. Olho para ele e faço-lhe uma careta e ele ri-se...porque estou de toalha à janela. Viro-me e fecho as cortinas.
Se eu tiver que dar boleia ao Harry juro que vou a uma igreja benzer-me, porque tanta má sorte não pode ser verdade!
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