Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 14 "Mentes de duas maneiras diferentes"


Playlist no spotify no link externo e na bio. Obrigada por todos os comentários, adoro  as vossas reações e teorias!!


O Harry está sentado no sofá e levanta-se a sorrir. Eu já o vi muitas vezes a sorrir e sei que neste momento ele está só a fingir. O meu irmão aperta-me com mais força as costelas e afasto-me dele. O Harry veio à minha frente este tempo todo?

-Parabéns.- Murmuro e chego-me para trás. A minha irmã e Jam estão a falar e a minha mãe está encostada ao meu pai.

-Olá Julieta.- O Harry beija-me a bochecha e eu penso "é agora, agora é quando eu cometo uma loucura e deixo que esta voz lhes diga que não está tudo bem". Mas em vez disso, sendo a idiota durona que sou sorrio-lhe e esfrego-lhe o braço.

-Olá Harry.

O meu irmão puxa uma cadeira e senta-se. A minha casa sempre foi muito mediterrânea, muita madeira clara e confortável. Sento-me de encontro à mesa.

-Querida vou acabar o jantar, queres ajudar-me?

A minha mãe olha para mim e sorrio-lhe.

-Claro que sim.

Assim que os meus pés pisam a cozinha e ela fecha a porta viro-me para ele.

-O que é isto? - Sussurro e aponto para a porta.

-Tu disseste que estava tudo bem e sabes como o Gabriel adora o Harry, eles nunca pararam de falar.

O meu irmão adora o Harry! Oh meu Deus a minha família é louca, louca até ao osso. Será que eles acham que estão nalgum romance setecentista? É isso? Eu sou a Julieta maluca e o Harry é o meu Romeu por encomenda? É isto?

-Eu dizer que está tudo bem não significa que o queira ver em minha casa!

A minha mãe mexe em alguma coisa e depois aponta para o frigorifico. O meu pai entra na cozinha e fecha a porta.

-Papà questa è una follia! (pai isto é uma loucura!) - Vou até ele e vejo finalmente alguém que concorda comigo.

-Eu acho isto indigno, e a tua mãe recusa-se a ver isso.

Ambos cruzamos os braços e olhamos para a minha mãe, demasiado ocupada a tirar um pato do forno.

-Vocês precisam de meter uma cara simpática pelo Gabriel.

-Mãe!

-Tu foste sair com ele não foste? Podes fazer isto agora também.

O meu pai olha para mim e tento evitar que ele perceba aquilo que tento esconder, no entanto sempre foi difícil, ele sabe melhor que ninguém quando alguém mente.

-Foste sair com ele?

-Ele trabalha comigo...

-Donne...(mulheres)

Sai e deixa-me sozinha com a minha mãe. Viro-me e quando vou a sair ela diz-me:

-Só te enganas a ti mesmo.

Rio-me e mordo o lábio com força para impedir a imagem da Megan sentada no colo dele de me perseguir.

-Tu sabes que aquilo que te contei, tu sabes aquilo que vistes, mas não sabes o que eu senti, e sinto, por isso não me digas que me estou a enganar.

-Mentes a ti mesma, e a ele, mentes de duas maneiras diferentes, mas de qualquer maneira é só a ti que prejudicas.

-Não vou ter esta conversa.

Abro a porta e vejo o Harry a falar com Jam. Estou tão zangada, estou furiosa, o meu nariz arde e sei que tenho vontade de chorar. A minha irmã e o meu irmão estão a meter os copos na mesa e o meu pai está a ler o jornal e a ignorar toda a gente. Sento-me perto dele e começo a mexer no telemóvel. A portinhola da frente abre-se o mundo todo fica cinzento, Tyler mia muito alto e corre até ás minhas pernas. Agarro na bolinha branca e preta e esfrego-o contra a minha cara.

-Oh meu Deus!

Sinto água nos olhos e o meu pai mete-me a mão nas costas. O ronronar de Tyler faz com que me sinta fraca, de volta a um sitio onde só ele me consolava.

-Ele sente muito a tua falta.

-Esse gato detesta-me.- Elena diz e olho para ela. O meu irmão faz-lhe umas festas na cabeça e depois senta-se ao meu lado.

-Devias levá-lo.- Ele sugere, e o seu tom de voz é tão doce que se torna quase enjoativo. Está a testar água.

-Não posso...ás vezes tomo conta do porquinho da índia da minha vizinha, e passo demasiado tempo fora de casa.

Tyler continua a roçar-se contra o meu estomago e peito e a minha mão continua a traçar-lhe o pelo lustroso.

-A Julieta trabalha bastante, o chefe dela é um pouco abusivo.

A voz do Harry causa-me arrepios e levanto o olhar para ele. Estamos a medir forças, e neste momento eu estou em vantagens, estou em minha casa! O meu pai olhar para mim e bebe um gole de vinho antes de inclinar a cabeça.

-O teu chefe é abusivo como?

Recosto-me contra o sofá e tento tranquilizar o meu pai.

-Ele é só exigente, o Harry está a exagerar, como sempre.

-Não sejas tão boa Julieta, ele obrigou-te a ficar até tarde.

Coço a orelha e depois abano a cabeça.

-Foi só um contratempo, eu precisava de terminar algumas coisas.

-Eu não lhe chamaria um contratempo.

-Eu não estou a gostar do teu tom por isso cala-te.

Toda a gente arregala os olhos e a minha mãe mete uma travessa na mesa.

-Julieta...- Ela avisa, mas não quero saber. Estou chateada que ela não me disse nada, especialmente sendo minha mãe e mulher.

Vamos para a mesa e deixo que Tyler durma em cima das minhas pernas debaixo da mesa. Como calada e oiço quando o Gabriel conta aos meus pais como estão a planear ir até Itália no verão, ele e os amigos dele.

-E nós devíamos ir a Nova York, ou a Paris. - Jam diz e eu e Elena que estivemos caladas olhamos para ela.

-Claro, porque não?

-Talvez porque não tens férias. - O Harry tenta fazer uma piada e todos se riem, menos eu e a minha mãe. Oh está do meu lado finalmente?

-Podes ir buscar o bolo Julieta?- O meu pai pede-me gentilmente e sei que é para me tirar daqui, o que faço de bom grado.

Quando estou na cozinha com Tyler ao lado sento-me numa cadeira. A minha cara enterra-se nas minhas mãos geladas e tento trazer-me para o agora. Este peso está a matar-me! Quero dizê-lo, quero que todos ali se lembrem do que aconteceu e que não finjam que algum dia tudo pode ficar bem!

-Precisas de ajuda?- Vejo os seus pés moverem-se até ao frigorifico e levanto-me, prestes a sair. A sua mão agarra-me o pulso e viro-me abruptamente para ele. Os nossos olhos são fogo e gelo e não sei se alguma vez já me sentir tão traída na minha vida.

-Tinhas mesmo que vir? Não havia nada mais interessante para fazeres numa sexta feira à noite?

-O teu irmão é meu amigo!

-E eu sou eu! Não tens respeito por mim? Ou pela minha família?

Ele passa os dedos pelo cabelo encaracolado e sinto o meu estomago contorcer-se. Estou muito nervosa, apetece-me vomitar e tenho a certeza de que vou sentir-me mal em breve se ele não se afastar de mim.

-Por ter respeito à tua família é que vim.

Fecho os olhos e encosto-me ao balcão.

-És um mentiroso.

A única resposta que obtenho é o som da porta do frigorifico a bater, e ele sai da cozinha. Viro-me para o lava-loiças e passo a cara por água. Este tem de ser o momento mais desconfortável e desajeitado da minha vida. Eu nunca tive este nível de sentimentos dentro de mim, sinto-me zangada, traída, triste e frágil, tudo ao mesmo tempo. Abro a porta e estão à minha espera para cantarmos os parabéns. A voz do Harry faz-se ouvir por cima das outras e acabo por olhar para ele, não sei se repara ou não, mas a verdade é que não olha para mim uma única vez. Comemos o bolo e a minha irmã começa a falar comigo.

-A faculdade é mais divertida do que pensei.- Ela começa a contar-me todas as coisas que faz em moda e eu rio-me quando me conta do vestido aos quadrados com mangas que fez até ao chão.

-Podias vestir umas coisas minhas amanhã e deixar-me tirar umas fotos?- Ela inclina a cabeça e faz beicinho.

-Não sou uma boa modelo.

Ela arregala os olhos e depois faz-se de indignada.

-Tu não percebes! És a minha europeia de nós os três, os teus olhos são de morrer e és tão italiana que dói! Eu pareço só inglesa.

-Hey!- A minha mãe ralha e ela encolhe os ombros.

-O tema é sobre a Grécia e temos que fazer um vestido com um lençol. Vou usar um dos lençóis coloridos do Ikea e tentar fazer alguma coisa e queria mesmo que o vestisses, por favor!

-Diz que sim Julls!- O meu irmão diz e acabo por sorrir. Por muito zangada que esteja ainda tenho saudades deles, e vou ficar cá por dois dias por isso talvez seja melhor ceder em alguma coisa, nem que seja o meu humor.

-Tudo bem.

-Yeah!- Ela abraça-me e aprecio o toque gentil da rapariga que me viu de coração partido duas vezes.

De repente lembro-me do presente do Gabriel. Tiro-o da mala que ficou pendurada na minha cedeira e ele abre-o.

A sua cara vale cada sentimento gasto numa coisa tão foleira.

-Suspensórios? Às flores?

-Sim, por todos aqueles anos em que as tuas calças não sentiram o teu traseiro.

-Muito esperta! - O meu pai dá-me mais cinco e toda a gente se ri. Por momentos esqueço-me do homem de cabelo encaracolado a olhar para mim. O bolo dele está inteiro e sinto os olhos dele em cima de mim.

Jogamos monopólio e perco gloriosamente, não sem antes fazer batota pelo menos cinco vezes e ser apanhada apenas três, os meus dotes estão a melhorar e toda a gente se ri. O Harry recebe o telefonema e fica sem jogar vinte minutos. Pergunto-me quando é que ele se vai embora.

A minha mãe levanta-se e fico a olhar para eles da minha posição deitada de barriga para baixo com as pernas no ar, enquanto Tyler tenta caçar as minhas meias coloridas.

-Vou mostrar-te o teu quarto Harry.- A minha mãe diz e tanto eu como o meu pai olhamos para ela.

-Já falo contigo Meg!

Megan a cabra? Quero dizer simpática? Ele vai dormir na minha casa enquanto fala com a Megan? Eu sabia que ele era um otário, mas nunca pensei que conseguisse ultrapassar tudo aquilo que eu já desconfiava que ele era. Fecho os olhos e mando o peão do jogo dele para dentro da caixa. Ele e a minha mãe desaparecem e sento-me.

-Desculpa. - O meu irmão sussurra baixinho e eu, o pai, Jam e Elena olhamos uns entre os outros.- A mãe disse que tinha falado contigo e que estava tudo bem.

-A tua irmã não merecia ter que vir a casa nestas circunstancias. - O meu pai diz e Jam e Elena acenam com a cabeça.

-E nem sequer convidaram nenhum dos teus outros amigos! - Elena diz e Gabriel faz-lhe uma careta.

-Nós fizemos uma festa no apartamento, mas o Harry não pôde ir, foi por isso que a mãe o convidou!

-Vou falar com a tua mãe Julieta, mas ela está só a tentar concertar o passado.

De repente sinto-me muito vulnerável, com todos a olharem para mim, a saberem daquilo que estamos a falar. Toda a gente sabe, a dor, as lágrimas, os gritos, todos eles o viram e ouviram.

A minha irmã abraça-me e fecho os meus braços à volta dela. O cabelo castanho dela é brilhante e ela faz-me lembrar eu mais nova. Espero que ela nunca tenha um coração tão partido e despedaçado como o meu, e espero que o dela, se alguma vez partir, se torne forte de novo.

Quando estamos todos quase a fechar os olhos a minha mãe recambiamos para a cama. Fazemos uma fila na casa de banho e rio-me quando Jam passa à frente de Elena. Eu sou a ultima e quando entro fecho a porta e apanho o cabelo. Estou corada e embora ainda tenha uma sensação agridoce dentro de mim estou feliz por estar com a minha família. Lavo os dentes rapidamente e quando saio reparo que a porta do quarto da minha irmã está meio aberta.

-Será que ficou muito triste? - Elena pergunta e vejo-a deitada na cama com Jam sentada.

-Acho, acho que vai ficar triste até que a memória dela a relembre daquilo que se passou.

-Mas o Harry não é assim tão mau.

Jam sorri e puxa os cobertores da minha irmã para cima.

-A tua irmã também não é assim tão má... ás vezes as coisas são mais complicadas que isso, o que a tua mãe fez foi egoísta, mas teve um fundo bom, e nem o Harry nem a Julieta deviam ter que lidar um com o outro da maneira que o fazem.

Abano a cabeça e entro no meu quarto. A minha cama de madeira parece-me pequena em comparação com a que tenho em casa, mas deito-me. O cheiro familiar aconchega-me e deixo-me adormecer, dormente com tudo o que se passou hoje.

A primeira vez que o Harry me beijou foi uma tempestade. Foi no meio de uma discussão e eu estava no meu ponto de rutura.

-Eu não vou pôr o meu nome nisso. - Nego-me quando ele me mostra onde tenho que assinar.

-Assina. - Dá-me a caneta, um olhar raivoso nos seus olhos verdes que há dias que não se tornavam agressivos desta maneira.

-Nem morta.

Viro-me e começo a andar com o material de ténis pendurado no braço.

-Não me tentes Julieta! Assina a merda do trabalho!

Viro-me para ele no meio do campus. A minha saia esvoaça e prendo-a. Rio-me da cara dele e olho para o céu azul. Maldita primavera ventosa.

-Não vou assinar a merda do trabalho porque mexeste na minha conclusão.

Ele passa as mãos pelo cabelo e viro-me continuando a andar. Abro a porta do pavilhão desportivo e fecho-a com força. Oiço o barulho dele atrás de mim mas não me atrevo a olhar para trás.

-Vou dar-te mais uma oportunidade.

A voz rouca percorre o caminho e com a mão no dispenso-o, no segundo a seguir o material no meu ombro é puxado e atirado ao chão e o meu corpo é pressionado contra os cacifos. A minha saia sobe ligeiramente e sinto cada centimentro do corpo dele. Os meus olhos tremem ligeiramente quando olho para ele. Nenhum de nós se tocou desde que há três semanas ele me beijou o pescoço. Primeiro porque no outro dia ele tentou falar sobre isso e o despachei e segundo porque ele arranjou maneira de me chatear. No entanto agora estou extremamente chateada com a maneira como ele me está a subjugar...chateada e talvez um pouco excitada.

-Assina.

Inclino a cabeça para poder olhar para ele e digo algo que talvez nunca tenha dito a ninguém.

-Vai à merda, alteraste a minha parte não vou assinar nada.

Vejo a veia na testa dele ficar proeminente e no momento seguinte a caneta e o trabalho estão no chão. Ele respira como um animal selvagem e no segundo a seguir os lábios dele estão nos meus. É uma explosão dentro de mim que me faz fechar os olhos e perder a força nas pernas. As mãos dele passam-me pelas costas e ele tenta-me para abrir a boca, sinto a língua dele deslizar contra a minha, e embora seja uma sensação nova com ele, o fundo do meu estomago sabe bem o que quer. Os meus dedos entrelaçam-se no seu cabelo a parte de trás da minha coxa é agarra e trazida à sua cintura.

-Merda.- Ele sussurra entre beijos. Ele enrola o meu rabo de cavalo no seu pulso e a sensação de não conseguir escapar do seu beijo deixa-me mais elétrica do que era suposto. Sinto-me profundamente tentada a puxar-lhe o cabelo, mas paro-me a mim mesma quando oiço a porta abrir-se outra vez. Empurro-o e ficamos a olhar um para o outro. Ajeito a saia, e a minha treinadora passa por nós sem olhar.

-Não quero discussões no pavilhão, matem-se à frente do outro professor qualquer.

Os olhos verdes dele estão pretos selvagens e a minha respiração é desregular.

-Era capaz de te matar.- Sussurra-me e apanha a caneta e o papel.

-E eu não vou assinar isso.

Viro-lhe as costas e entro no balneário. Os meus lábios estão inchados e as mãos dele desmancharam o meu cabelo. A minha saia está amassada da pressão contra a parede e fecho os olhos. Merda estou muito excitada!

Acordo toda suada e com a sensação de que fui tão brutalmente beijada como naquele dia. Sento-me e apoio a cabeça nos joelhos. Senão consigo parar de pensar nele como é que suposto seguir em frente com a minha vida? Como é que posso deixar o Harry no passado se todos os meus pensamentos são sobre a forma viva como ele me fazia sentir. Reviro os olhos a mim mesma. Como é que me tornei uma pessoa que se deixou sentir viva por outra? Mas a verdade é que estar com ele era como estar constantemente em pontas dos pés. Era adrenalina de saber que não eramos iguais...

Saio da cama e desço as escadas, olho pela janela e na luz lá fora reparo que está a nevar. Meto um tronco na lareira e tento acalmar o meu coração do sonho demasiado vivido que tive. Sento-me na cadeira perto da janela e olho lá para a neve a cair suavemente no parapeito. A neve cai de forma calma, e isso ajuda-me a concentrar de novo. Tenho sono, mas também tenho medo de sonhar com tudo aquilo que fui um dia. O meu corpo sente a presença dele antes de ele se anunciar.

-O que é que estás mesmo aqui a fazer? – Viro a cabeça para ele.

Ele tem uma camisola branca vestida. Umas calças cinza de pijama caídas e senta-se no sofá.

-Quis vir, quis ver toda a gente.

-Decidimos que isso tinha acabado.

Ele encolhe os ombros.

-Podes achar que para mim não é difícil, mas eu gosto da tua família.

Reviro os olhos.

-Também gosto dos teus pais Harry, mas tínhamos um acordo.

Ele olha para os pés descalços e depois abana a cabeça.

-Não, tu tinhas um acordo, fizeste um acordo dentro de ti mesma.

-Vais parar de me atirar isso à cara.

Ele fecha os olhos.

-Como é que consegues ser tão insensível?


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro