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Capítulo 12 "Debaixo dos lençóis da minha cama"

Playlist no link externo, ou na minha bio. Boa leitura, este capitulo está lindo, especialmente o flashback.



Quando acabo de comer olho para o prato. Mexo num bocado de molho e fecho os olhos. No que é que me estou a meter? Isto está tudo errado, tudo errado! Bato à porta de Pella e os olhos dele são enormes para mim.

-O que é que faço ao prato?- Fecho os olhos por dois segundos.

-Estava bom?

-Fantástico. O que é que faço ao prato?

Ele levanta-se anda até mim, as suas pernas são enormes e quando chega à minha frente para, como se a ponderar o que vai fazer a seguir.

-Não me odeie.

Riu-me.

-Eu não o odeio, só estou mesmo lixada.

-Não fique lixada.

-Tarde de mais. O que faço ao prato? - Ele olha para mim e sinto-me a ser escrutinada pelos olhos que tanto acho bonitos.

-Não sei o que faz ao raio do prato.

Fecho a porta e vou até à minha secretária, agarro no prato e nos talheres e quando abro a porta das escadas ele fecha a sua porta depressa demais.

-Porque é que vai pelas escadas?

-Porque é que vem atras de mim?

-Faz sempre tantas perguntas?

Paro nas escadas e viro-me para ele zangada.

-Eu não sei se reparou, mas está a parecer um pouco...

-Maluco?

Afasto-me, mas a presença corporal dele domina a minha. Maldita atração física, isto devia ser proibido, o cérebro e o corpo quererem coisas diferentes o tempo todo.

-Sim, foi o senhor que disse.

Deixo-o ali e deixo o prato dentro do lava-loiças do segundo andar, pode ser que alguém saiba o que fazer com isto. Quando subo, o meu joelho está fraco e preciso de me sentar, no entanto estes corredores tornaram-se perigosos para mim. Sento-me no meu lugar e Samuel entra logo a seguir a mim.

-Aquela Megan é uma peste...- Ele sussurra e eu acabo por me rir.

-Conta-me mais sobre isso?- Giro na cadeira e olho para o teto em espelho que temos por cima de nós.

-Não acredito que aquele pedaço de céu anda com ela...só consigo pensar em todo o desperdício de juventude e beleza...

Homens, homens estranhos que me beijam o pescoço, que me dão sinais estranhos e que querem o mesmo homem que eu. Quer merda? Eu não quero o mesmo homem que ele! Fecho os olhos e penso na sensação dos lábios dele na minha pele. Se me conseguir alimentar do toque dele na minha cabeça talvez consiga escapar a este labirinto de homens em que me estou a meter. Mr.Pella está a começar a enfiar-se debaixo da minha mente, e se eu não o expulsar rapidamente vou meter-me em sarilhos.

No entanto se Pella já se enfiou debaixo da minha mente o Harry já se enfiou debaixo da minha pele, e isso pode ser ainda mais perigoso. Passaram-se anos, fiquei anos sem querer o toque de ninguém, mesmo que fosse do Harry, e de repente agora ele puxa as minhas pernas para o seu colo e tenho 19 anos outra vez.

-Estás muito pensativa.

Olho para ele e finjo baixar os óculos que não tenho.

-Olha para mim e diz-me o que achas que é?

Ele sorri, um sorriso conhecer e aproxima-se de mim.

-Acho que estás a tentar chegar às estrelas, mas as tuas pernas são muito curtas, no sentido figurado e literal.

Olho para ele e tiro os meus óculos verdadeiros da mala. Ele parece saber alguma coisa que eu não sei, e isso deixa-me desconfortável.

-O que é que isso quer dizer?

-Quer dizer meu docinho italiano, que queres coisas que não podes ter.

Eu posso ter...acho que posso ter se quiser, mas o problema é que não quero. Fecho os olhos e luto contra mim mesma, e contra Samuel.

A porta do gabinete de Mr.Pella abre-se ele vê a secretária vazia de Sam. Olha para Samuel e este mete-se de pé.

-Quero um café.

-Sim senhor.

Samuel vira-se, mas Pella não acabou.

-E a sua amiga devia despachar-se, a hora do almoço acabou há dez minutos.

-Ela...

-Foi tirar fotocopias, as máquinas estão estragadas. - Viro a cabeça para ele, os seus olhos devoram-me as palavras e ele sabe que estou a mentir. Continuo a meter-me com o lobo, sabendo que não há maneira de sair inteira.

-Samuel pode despachar-se?

Olho para Samuel que está a olhar para nós com um ar confuso. Assim que ele sai Mr.Pella baixa-se ligeiramente para cima de mim. A sua barba parece escura contra a pele pálida e os olhos gélidos fazem-me querer provoca-lo até que ele se parta.

-Sei que não fui correto Julieta, mas não é sensato jogar contra mim à frente de nenhum dos dois.- Ele aponta para as secretárias vazias.

O meu cérebro ainda tenta parar a minha boca, mas a minha vontade por um confronto suga-me a consciência.

-O que seria sensato então?

Ele aproxima-se mais do meu espaço pessoal e sei que isto está terrivelmente errado, mas enquanto o confronto o buraco dentro de mim fica um pouco mais cheio, aliviando o que sinto.

-Trabalhar naquilo que tão gentilmente lhe cedi para fazer, se fizer o que lhe pedi bem vai ficar.

-Isso é bom, acha que me vão transferir para outro sitio?

O corpo dele é enorme, os músculos mexem-se debaixo do seu fato e só consigo imaginar como seria vê-lo em roupas casuais, ou mesmo sem roupas, fico bem com os dois.

-Duvido altamente disso, se ficar, fica aqui.

-Aqui? Não acho que aguentemos muito tempo.- Riu-me e penso que eu acabaria por dar em maluca se ele começasse a tratar-me como trata Sam e Samuel.

-Eu acho que aguentamos.

Ele acena e afasta-se. Encosta-se ao pilar perto da minha secretária e cruza os braços o que faz com que todo o seu corpo pareça ainda mais definido.

-Sabe que lhe vou continuar a perguntar porque é que não me ia dar um projeto não sabe?

Ele revira os olhos e estica uma perna.

-Eu disse-lhe, não quero aqui ninguém, este é o meu território e a Julieta e eu não cabemos aqui os dois.

-Então ia mandar-me embora.

-Mas já não vou.

-Porquê? - Apoio a bochecha na mão.

-Porque é que tem que saber tudo?

-Porque sim.

-Então a minha resposta também é porque sim, porque não a queria e agora já quero.

Os lábios dele mexem-se e não sei se ele está a falar de trabalho. Está? Sinto que me estou a mover em território frágil e que a qualquer momento o chão pode desaparecer.

-Acho que é por isso que me ia mandar embora, porque costuma ter tudo à sua maneira.

As portas do elevador abrem-se e ele endireita-se rapidamente. Chega a ser engraçado a maneira descontraída como ele estava a falar e a postura dele quando Samuel sai do elevador. Ele agarra o café e entra para dentro do gabinete.

-Ele gosta de ti.

Levanto a cabeça para ver os óculos de Samuel a refletirem-me.

-Ele? Já discuti mais vezes com ele num mês do que com a minha mãe em dois anos de adolescência turbulenta.

-É por isso, se ela não gostasse de ti já não estavas aqui, tivemos uma colega estagiária que durou três meses, ela fazia-se a ele o tempo todo e ele livrou-se dela num estalar de dedos, no entanto continuas aqui mesmo quando o encostas à parede.

Abana a cabeça com a informação e apanho o cabelo.

-Estás a delirar.

-Talvez, no final do teu estágio vemos.

A caminhada até casa é longa, hoje sai mais cedo. As minhas botas fazem-me doer os pés mas também me fazem comprida por isso não me importo de sofrer um bocadinho. Enquanto leio as minhas mensagens uma particular abre-se no meu whatsapp. É a Jam! Há meses que não oiço nada dela. Ela e o meu irmão andam os dois acho eu, pelo menos no verão estavam a sair, e no inicio foi um pouco estranho.

"Julieta amore mio! O teu irmão vai fazer anos na próxima sexta feira, estamos a pensar em fazer um jantar em casa dos teus pais, podes vir?". Respondo-lhe que sim e começo a pensar no meu carro, fechado na garagem há tanto tempo que mal deve pegar. Paro numa montra e reparo numa boina vermelha. Faço contas de cabeça e acabo por a levar, porque é que sinto que hoje é sexta feira e não segunda? O meu humor melhorou drasticamente desde que sai do trabalho e só posso atribuir isso ao facto de ter tanto em que pensar lá. Sinceramente parece que saio de casa para ter que embater com o meu passado de frente.

Quando abro a porta de casa mando o saco para cima do sofá e troco-me para umas calças velhas manchadas e uma camisola largueirona. Quando desço as escadas do prédio para a garagem que temos nas traseiras e levanto o portão suspiro ao ver o estado do meu carro. É um mini do inicio de 2000, é vermelho como um carro de brinquedos e custou-me meses de trabalho numa loja de departamento. Está todo sujo e raramente o uso aqui, é mais barato andar a pé ou de metro. Quando acabo de o limpar meto-o a trabalhar, o que graças a Deus acontece. Fecho o portão da garagem e subo novamente para casa. Rose está sentada nas escadas com Mr.Snuggles nas mãos.

-Tudo bem Rose?

-Mais ou menos...- Ela levanta-se a custo e passa-me o porquinho para as mãos. Ela está meio pálida.

-Vais a algum lado?- Ela está vestida para ir dançar, embora esteja tapada por um enorme casaco.

-Preciso de ir para uma aula.

-Pareces triste...- Abro a porta de casa e ela entra atrás de mim.

-Acho que magoei o pé a dançar, espero que esta aula não me corra mal.

-Podes dizer ao professor que estás magoada.

Ela sorri tristemente, e sei que a maioria das vezes a considero chata, mas ela é a única pessoa aqui da minha idade, e ela nunca foi nada para além de simpática comigo. Mas eu estou sempre demasiado enterrada nos meus próprios problemas.

-Eu sou a professora Julieta.- Ela senta-se numa ponta do sofá.

-Pensei que tinhas aulas.

-E tenho, mas para as pagar e à casa preciso de ganhar dinheiro. - Ela olha para o relógio. - Estou atrasada, obrigada por ficares com Mr.Suggles.

Ela sai a correr e quando fecho a porta sinto-me mal. Ela anda sempre a correr de um lado para o outro para trabalhar e estudar e eu ainda sou esquisita em ficar o seu bichinho, que é fracamente entediante, mas mesmo assim.

-Vais ficar dentro de uma caixa maior hoje.- Digo-lhe e olho para o aquário vazio onde o costumo meter.

Quando estou a jantar o meu telemóvel toca. É a minha mãe.

-Olá mamã.

-Olá querida, como estás?- A voz da minha mãe é calma e carinhosa e faz-me automaticamente sentir bem.

-Um pouco cansada, mas bem.

-Devias preocupar-te menos...

-Mas eu nem sequer disse que estava preocupada.

-Sim, mas antes de tu saberes se estavas preocupada, eu já sabia.

-Bom, então agora que tiramos isto do caminho, como estão todos?

-Bem, o teu pai está a pensar em ir a casa nas férias de primavera, gostávamos que viesses.

-Talvez possa ir tipo três dias? Sexta, sábado e voltar segunda de madrugada.

-É por isso que estás cansada, até as tuas ideias de férias são extenuantes.

Riu-me e oiço o barulho de fundo. Deve estar na oficina a fazer alguma peça de cerâmica.

-Vens para o jantar do teu irmão.

-Sim, estive a meter o carro a trabalhar.

-Oh! Adoro aquele carro.

-Eu também.

-Ainda me lembro quando chegavas a casa nele, parece que foi ontem.

-Só passaram dois meses mãe.- Reviro os olhos a sorrir.

Ela fica calada por um segundo e depois pergunta-me aquilo que preferia que não perguntasse.

-Como estão a correr as coisas no trabalho com o Harry?

-Bem, mal o vejo.

Sou uma mentirosa, sou horrível, não consigo dizer duas linhas sem lhe mentir.

-Pode ser complicado mas está tudo bem sabes? Em deixar o teu coração...

-Mãe, não há nada entre nós, continuamos a não gostar um do outro, e continuo a gostar quando me mandas coisas que que ele mete no facebook que são inúteis, gosto quando gozas com ele à minha frente para me fazeres sorrir, por isso vamos manter as coisas assim.

Engulo em seco e encolho-me no banco do balcão. Coço o coro cabeludo numa tentativa desesperada de me controlar, de controlar os meus pensamentos.

-Não tem mal nenhum querida.

-Eu sei que não tem, mas não vamos voltar a falar sobre isto está bem?

-Só quero que aprendas a viver com isso.

-Estou a viver, consigo estar com ele, saí com ele e com uns colegas de trabalho na sexta feira.

Deixo que me toque porque sou egoísta, quero as mãos dele perto das minhas, o meu corpo é mais forte que a minha cabeça e detesto-me por isso. Penso, mas não digo. A minha mãe não precisa de saber isto.

-Vejo-te na sexta.

-Vou estar aí.- Digo. Despedimo-nos e quando volto a olhar para o prato da comida percebo que perdi a fome.

Sento-me no sofá a olhar para a televisão enquanto uma estrela pop qualquer canta em cima de uns tapetes no James Corden. Na verdade não estou a prestar atenção nenhuma porque a minha cabeça está num sitio que faz feliz. As palavras do Harry sobre pensar em algo bom assombram-me.

-Gosto do som da tua voz.- Digo-lhe enquanto passeamos pela baixa. É verão e estranhamente quente, mesmo para um dia charmoso como este.

-Ainda bem, é reconfortante ouvir isso vindo de ti.

Chuto no ar meto os lábios no meu snow cone. Ele torce o nariz quando olhar para a "porcaria" colorida que estou a comer.

-Porquê?

-Porque isso significa que não te vais cansar de me ouvir falar.

-Eu canso-me, quando te calas fico até preocupada.

Ele olha para algo no seu telemóvel e depois guarda-o no bolso. Ele está vestido com umas calças de ganga apertadas e uma t-shirt branca, tens um converse iguais aos meus e os óculos de sol tapam-lhe os olhos bonitos. As aulas acabaram há uma semana, mas ambos continuamos a prolongar a nossa estadia aqui. Se formos para casa acabou-se durante dois meses.

-Vais sentir a minha falta?- Pergunto e enquanto giro o anel no dedo.

Ele ri-se, uma gargalhada rouca que me faz sorri.

-Claro que vou dolcezza, quem é que vou chatear quando for para casa?

-Não estás chateado por termos discutido tanto?- Os turistas param para tirar fotos às casas rusticas e eu baixo-me para não ficar numa.

-Estás a falar de quando quase arrancamos a cabeça um ao outro depois da apresentação do nosso trabalho.

-Na qual tivemos uma excelente nota!

-Oh e quando tiraste duas décimas a mais num exame?

-Isso foi giro, e tu ficaste muito, muito chateado.

Ele para de andar e o sol fica a bater-me nos olhos. Meto a mão para cima, e ele agarra-a e baixa-a. A sua mão é quente na minha e não faço nenhum movimento para o afastar. Discutimos muito, muito e muitas das vezes, ficámos tão furiosos que não conseguíamos olhar um para outro durante dias. O nosso espirito competitivo e a nossa atração estão sempre à nossa volta. Ele continua a andar sem soltar a minha mão e eu não me oponho.

Vou sentir a falta dele, mais do que ele possa imaginar. A única coisa mais agradável do que dar cabo dele na única disciplina que temos em comum é estar com ele quando não estou a fazer isso.

Meto a outra mão no bolso do vestido e ele puxa-me mais para ele.

-Esse vestido é lindo.

Sinto as minhas bochechas ficarem vermelhas e ele ri-se.

-Obrigada Harry, és um cavalheiro.- Ele diz num tom trocista.

-Obrigada Harry, mas sem o cavalheiro.

De repente ele para vira-me para ele, as suas mãos estão na minha cara e ele beija-me com força. A sua língua abre caminho para dentro da minha boca e meto-me em biscos de pés para conseguir mais perto dele. Os meus punhos amarrotam a sua camisola e ele vira-me contra um beco, as minhas costas batem no tijolo quente e oiço um gato miar ao longe. A sua mão desce do meu rabo à minha perna e ele enrola-a à volta da sua cintura. O meu estomago contorce-se em excitação e sinto o sangue começar a fervilhar debaixo da pele.

-Tens razão. - Ele suspira na minha boca.- Não sou nenhum cavalheiro.

Ele encosta os lábios ao meu pescoço e suspira.

-E não consigo cansar-me de ti.

-Isso é bom.- Sorriu contra o tecido branco da camisola dele e enpurro-o para que saía de cima de mim.

-A tua boca está doce.

Os meus olhos arregalam-se quando reparo que deixei cair o meu cone de neve.

-Oh não!

Faço beicinho e baixo-me para apanhar o copo de papel. Deito-o no lixo e volto para perto do Harry, ele estende-me a mão e saímos do beco perto do restaurante onde nos enfiamos. O seu braço passa à volta dos meus ombros e ele beija-me o cabelo.

-Queres outro cone nojento?

Aceno que sim e ele beija-me a bochecha enquanto enfio a mão no bolso das calças dele.

-O que diriam as pessoas se nos vissem assim?- Murmuro quando ele compra outro cone ao vendedor de rua e mo oferece. Volto a aninhar-me debaixo dos braços dele, ele abraça-me os ombros e passo uma mão para o seu bolso traseiro das calças.

-O que é que isso importa?

-Para a maioria da pessoa nós detestamo-nos.

-Porque és irritante para mim.

-E tu és um idiota frio e arrogante.

-Só para ti dolcezza.

Ele enfia o dedo no gelo colido e depois mete-o perto dos meus lábios. Chupo-lhe o dedo e ele ri-se de mim.

-Sim, não te vejo a tratar as outras pessoas como me tratas a mim.

Ele parece pensativo e arruma os caracóis selvagens no topo da testa.

-Tens razão, a maioria das pessoas não acaba a gritar o meu nome debaixo dos lençóis da minha cama.

As minhas faces ficam vermelhas e um casal de velhotes olham para nós com um ar reprovador.

-Podes por favor falar mais baixo?

-Baixo como tu ontem à noite?

-Esta conversa acabou.

Estou a sorrir. As borboletas no meu estômago parecem tão vivas como há anos atrás, a diferença é que agora são só fantasmas, borboletas fantasmas de um relacionamento fantasma com mágoas vivas. O meu sorriso desaparece

Desligo a televisão ao mesmo tempo que a campainha toca. Agarro em Mr.Snuggles e quando Rose sorri para mim sorriu-lhe de volta.

-Foi um prazer ficar com ele, penso que já não me detesta tanto.

As mãos dele nas minhas pernas hoje.

-Talvez tu é que não lhe tenhas dado uma oportunidade.

O dedo nele no meu pescoço.

-Sim, talvez tenha sido isso.

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