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Capítulo 10 "Não consigo chorar"

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Tenho quase a certeza de que, quando acordo a mensagem do Harry foi tudo aquilo que sonhei. Estou cansada e tenho o pressentimento de que não dormi nada. Levanto-me e vejo o sol lá fora. Está a ser um ano tipicamente bom aqui e o sol parece disposto a colaborar em combater o meu humor negro. Há meses que não me sentia assim, o nó no meu estômago impede-me de respirar como devia e as memórias estão a fazer o seu caminho para a superfície.

Viro-me bruscamente e ligo a música tão alto quanto posso tendo em conta as horas. Levanto-me e caminho até à sala ignorando o meu computador e o netflix. Bebo uma chávena de chá preto que tinha feito ontem de manhã e respiro fundo. Não devia beber cafeina, mas não posso ficar em casa, então o melhor é ter energia para sair.

Tenho umas calças de fato de treino polares e o meu velho casaco mais quente, coloco um gorro, umas luvas e os fones nos ouvidos. Desço pelas escadas abaixo e deixo o correi aberto. Assim que o ar me atinge a cara e a Dua Lipa me estoira os tímpanos estou pronto para começar a correr. Os pensamentos passam-me ao lado e foco-me no próximo banco de jardim. "É isso mesmo dolcezza, no final ficam dois e não me tenciono ir embora". Estamos a competir, eu a Megan, o Harry e mais quatro pessoas que não conheço. É por isso que ele continua a procurar-me, ele percebeu que Pella não gosta daquilo que faz e continua a tentar atrair-me até ele. O rio está próximo e corro mais depressa. Os meus pulmões gritam em desespero, mas se parar vou pensar. Alguma coisa se enrola ás minhas pernas e tropeço para a frente, as minhas mãos raspam num banco de jardim e o meu joelho bate com força.

-Au.- A falta de ar nos meus pulmões e a dor agonizante paralisam-me.

Uma língua quente esfrega-se na minha bochecha e gemo. É um cão.

Um par de mãos ergue-me do chão e não experimento meter o pé no chão. Um riso claro demais faz-me olhar para o possível salvador e destruidor da minha corrida.

-Julieta! Que surpresa.

William Pella está à minha frente e o seu cão a cheirar as minhas pernas. Os braços dele aquecem-me e tento conectar a minha boca com o meu cérebro.

-Mr.Pella...- Sussurro e depois tento clarear a voz.

-Peço imensas desculpa o Ryan não costuma fazer este tipo de coisas.

Ryan está agora com a língua de fora a olhar para nós e eu abano a cabeça. Forço-me a sentar no banco e ele não me larga, acabando por se sentar ao meu lado.

-Tudo bem, acho que foi só um susto.- Digo ansiosa para que me largue e ao mesmo tempo para parar de me sentir tão vulnerável. O meu joelho dói-me.

-Então porque é que não larga o joelho?

Os olhos azuis dele estão cheios de preocupação e olho para ele, com olhos de ver. Está de fato de treino, como eu e têm uma barba rala que lhe cobre o queixo definido. Meu Senhor em anos de existência só vi um homem assim tão bonito uma vez.

-Dói-me.- Murmuro e depois trago-o até o peito.

-Devíamos ir ao hospital, foi uma queda feia.

-Só preciso de descansar.

-E não aparecer segunda feira no escritório? Claro que não!

Acabo por me rir. Este homem, cujo o cão me derrubou está preocupado com o meu horário laboral? Provavelmente ia ter dificuldade em explicar porque é que eu não fui trabalhar. Imagino-o a preencher a papelada, a dizer que o seu cão atacou a mulher que começou a estagiar há um mês.

-Pelo menos não perdeu o sentido de humor.- Ele ri-se e sorriu-lhe.

-Mas acho que perdi o joelho.

-Vamos.

Não sei o que ele pensa que vai fazer, mas eu não me vou aproveitar das costas ou colo deste homem. Levanto-me antes dele e ele faz o mesmo com um sorriso trocista. Apoio-me nele e caminhamos devagar até ver o carro dele. Ryan corre e fica do lado de fora no lado do passageiro.

-Desculpa amigo, a tua vitima vai aí.

Ele abre-me a porta e dou impulso com a outra perna. As suas mãos serpenteiam-me a cintura e subo facilmente. Tento não pensar nisso e deixo que me feche a porta. Ryan entra e cheira-me o pescoço.

Quando Pella mete o carro a trabalhar sinto-me estranha aqui dentro.

-Lamento muito, ele não costuma exaltar-se daquela forma.

O calor do carro faz-me mole e começo a lembrar-me de como fico sincera dentro de carros.

-Ele parece simpático, e nada seu.

Mr.Pella ri-se.

-Nada meu?

-Não parece o tipo de homem que tem um cão.

Ele encolhe os ombros e esfrega a bochecha.

-A vida pode ser solitária Julieta.

-Porque é que me chama Julieta?

-É o seu nome, não é?

-É.

-Quer chamar-me William?- Ele olha para mim e sinto cair em paraquedas.

-Não sei...

Os seus olhos não deixam a estrada e ele conduz através da estrada livre.

-É a minha maneira de a compensar pelo que o Ryan fez, faço questão.

Aceno com a cabeça.

-Costuma ir correr todos os sábados como uma desvairada?

-Não, só quando tenho a cabeça cheia de pensamentos.

-Oh estou a ver, a Julieta é do tipo que gosta de controlar até o que pensa.

-Identifica-se?

Ele sorri de lado e curva a cabeça.

-Desculpe, não é assim que eu falo consigo.- Digo lembrando-me do que ele me disse ontem.

O riso dele que vem a seguir quase me faz esquecer a faca de dor que sinto no joelho.

-Pode falar assim comigo agora.

-Obrigada.

O silencio permanece até que ele estaciona dentro do parque coberto do hospital que a empresa usa. Quando entramos nas urgências ele explica o que se passou e eu dou a minha identificação à rececionista.

-Podem sentar-se.

A senhor de meia idade cujos os brincos de perola são enormes diz. Sentamo-nos e daqui consigo ver algumas crianças a brincar, estão doentes, mas a felicidade não lhes abandona o corpo.

-O que é que a preocupa?- A voz dele demora alguma tempo a ganhar forma na minha cabeça.

-No geral? Ou no particular?

-Ambos?

Penso um pouco sobre isso.

-Preocupa-me que de sete estagiário só dois é que fiquem, não importando o sitio em que trabalhem.

Ele acena com o semblante grave. Depois os seus olhos viram-se na minha direção e ele tem um olhar sério que lhe pesa as safiras brilhantes.

-Quem é que lhe disse isso? – Antes de eu abrir a boca ele recosta-se na sua cadeira.- Claro, Mr.Styles...Eu escolhi não lhe dizer porque acho que se trabalha com mais naturalidade, a ultima estagiária ficou paranoica e como lhe disse não tenho paciência.

Olho para as minhas unhas e depois tento não falar de forma arrogante.

-Então se não tem paciência estou a trabalhar sem propósito?

-Eu não lhe disse isso, pois não?

Olho para ele e a insolência que tento controlar é cuspida pela boca.

-Disse que me ia dificultar a vida!

-Estava a provocar-me e sabe disso Julieta.

O seu braço passa por detrás da minha cadeira e sinto-o nas costas, ele parece nem sequer reparar.

-Porque é que assume que faço tudo para o contrariar?

-Eu não o assumo, você insiste em responder de volta, não pretende que vire as costas, pois não?

-Não sei...- Encolho os ombros.- Mr.Pella foi injusto com a Sam...

Os olhos dele brilham em compreensão e depois sorri.

-É isso? A sua colega?

-Não é isso, mas toda a gente tem medo de si.

-E deviam ter, só a Julieta é que luta de volta.

O meu nome é chamado e levantamo-nos os dois ao mesmo tempo, ele acompanha-me até á porta e quando fazemos menção de entrar os dois a enfermeira para-nos.

-São casados ou têm alguma relação de parentesco?

Eu juro que se houvesse um buraco no chão eu ia voluntariamente atirar-me lá para dentro, isto deve ser a coisa mais constrangedora que me aconteceu...ok talvez não a mais constrangedora, mas está na lista.

-Não.- Digo mais rápido que ele.

-Então entra sozinha, se for preciso alguma coisa chamo o senhor.

A enfermeira ajuda-me a entrar e quando viro a cabeça para trás ele ainda lá está, a sorrir para mim. Eu odeio médicos, detesto o cheiro do hospital e sinto o coração a bater tão depressa que o suor frio que me cobre as costas intensifica a sensação de medo.

-Pode dizer-me o que se passou com o seu joelho?- A enfermeira pergunta-me depois de abrir a porta e revelar um médico.

Uma hora mais tarde estou cá fora com os olhos um pouco inchados. William levanta-se rapidamente e vem até mim. Os seus passos são longos tal como as suas pernas.

-O que se passou?

-Nada.- Encolho os ombros já completamente restabelecida.- Preciso de uma pomada qualquer e de não fazer esforços durante um mês ou coisa que o valha.

-Mas esteve a chorar?

Levanto os olhos do papel para ele, parece genuinamente preocupado.

-Fizeram-me uma radiografia, não sei se lhe disse mas tenho pavor de médicos, quando me levam para fazer exames choro sempre, não se preocupe estou como nova.- Sorriu e bato-lhe levemente no braço.

Ele abana a cabeça a sorrir e vai pagar o estacionamento enquanto eu coxeio para fora do edifico. Pella junta-se a mim e cruza os braços.

-Achei que lhe iam amputar a perna ou assim.- Ele ri-se, a sua voz é sempre sério e até a maneira como ri é séria, no entanto encontro-me abismada com a facilidade com que o faço rir-se.

-Talvez assim conseguisse ficar o emprego!

-Ou então não.

-Não seja tão rezingão, vai ficar velho muito depressa.

Ele abre-me a porta do carro e desta vez salto lá para dentro antes que ele me toque. Ryan acorda da sua sesta e eu mostro-lhe a receita do creme e dos comprimidos.

-Vês? Estou metida numa bela embrulhada.

William entra e senta-se ao meu lado, olha entre mim e o cão e depois ri-se.

-Vamos à farmácia e depois deixá-la em casa.

-Oh não se preocupe eu posso ir à farmácia.

Ele não me responde, o carro tremelica ligeiramente, como só os carros novos fazem e ele avança no meio do transito. O meu estomago faz barulho e arregalo os olhos, ele não diz anda por isso rezo para que cheguemos rápido onde quer que ele tencione ir. Ele sai do carro de repente e agarra no papel que tenho entre mãos. Quando volta entrega-me um saco de papel.

-Comprou as minhas vitaminas de goma de ursinho?- Pergunto revirando os olhos e ele olha para mim de olhos arregalados. As mãos dele estão na porta e eu agarro-lhe o braço. - Estou a brincar!

Ambos olhamos um para o outro e depois reparo que ele puxou a manga da camisola para cima, a minha mão gelada não lhe dá a volta ao braço e sinto-me tentada a apertar o musculo rijo que ele tem ali. Os olhos dele baixam-se para o sitio onde lhe toco e tiro rapidamente a mão.

-Eu não tomo isso.- Digo-lhe meio a mentir. São umas vitaminas de criança, mas são muito boas.

-Toma sim.- Ele mete o carro a trabalhar e o meu estomago volta a fazer barulho.

O silencio toma conta de carro, no entanto o meu estomago está a ficar mais e mais zangado. Paramos num semáforo e ele coloca a testa no volante.

-Diga-me que não cometeu a estupidez de ir correr que nem uma louca de estomago vazio?- A voz dele é baixa e sinto o focinho de Ryan na minha bochecha.

-Não, claro que não!

Ele endireita-se e olha para mim.

-Então?

Não respondo e acaricio o cão que continua esticado para a frente.

-Chá, bebi chá, não estava de estomago vazio.

Ele revira os olhos e depois arranca com tanta força que me assusto.

-Ah claro, um copo de água.

-Isso é altamente discutível.

-Vamos comer.

-Não, não vamos, e quero saber quanto custou isto.- Abano o saco de papel.

-Por amor de Deus o meu cão mandou-a ao chão.

-O seu cão é um querido!

Nenhum de nós diz nada e quando ele chegar à estrada principal digo-lhe novamente que me leve a casa. Ele revira os olhos, mas não objeta contra a minha ordem. A chuva começa a cair, gotas grossas de água que me fazem querer fechar os olhos. Lembro-me de algumas conversas que tive com Anne, ela dizia-me que eu precisava de me permitir ficar triste, de sentir as coisas, e ontem o Harry disse algo parecido, sobre eu prender as coisas dentro de mim.

Estou na cozinha a cortar legumes, sou péssima nisto, mas preciso de fazer sopa, não quero comer da dos outros. Alguém abre a porta e diz "olá", abano a cabeça e continua concentrada nas batas que preciso de descascar. A pessoa sai. Os meus olhos continuam pregados no legume e olho para as cenouras que não se vão descascar sozinha. A faculdade é difícil, a sopa é difícil, o meu trabalho de literatura é difícil! Alguém entra outra vez e quando me viro para gritar e dizer que parem de entrar como cães que estão a correr á chuva, o Harry sorri. Claro tinha que ser.

-Venho fazer chá.

Reviro os olhos e esfrego os olhos.

-Este nem sequer é o edifício onde devias estar a fazer chá Harry.

-Eu sei.- O sorriso torto na cara dele faz-me sentir mais descontraída, e enquanto ele mexe ao meu lado para fazer o seu chá o stress começa a abandonar-me.

-Queres chá?

A rouquidão na voz dele parece mais profunda e poderia dizer que está meio adoentado. Viro a cara para o que ele está a fazer.

-Pode ser, estás doente? - Quando faço a pergunta a faca escorrega e corto o polegar. Olho rapidamente para corte que se começou a encher de sangue e largo a faca. A minha garganta dói-me com o choro preso, e arregalo os olhos paralisada.

-Merda.- O Harry larga o que está a fazer e abre a água, o meu dedo arde quando ele o puxa para debaixo da cascata gelada.

O meu olhar não deixa o sangue que misturado com a água parece menos, mas sei que assim que tirar o dedo, o sangue vai voltar.

-Estás a ficar roxa, não queres respirar?- O corpo dele aproxima-se de mim e o seu peito fica nas minhas costas, ele abraça-me por trás enquanto continua a limpar-me a ferida debaixo de água.

-Se não estivesse a respirar estaria morta.- Murmuro.

-Acho que queres chorar.

-Não consigo chorar.

Na verdade a minha garganta dói-me porque quero chorar e não consigo.

-Não ahn?- A sua voz é um sussurro no meu ouvido

A próxima coisa que sei é que ele faz pressão no meu dedo e a dor percorre-me o corpo, grito e ele aperta-me mais nos braços. As lágrimas brotam ácidas e debato-me contra ele, empurro com os cotovelos e limpo os olhos.

-És louco?

Ele abana a cabeça e tenta aproximar-se.

-Precisas de chorar quando estás magoada, mal conseguias respirar!

As lágrimas lavam-me a cara, não me lembro da ultima vez que chorei, mas enquanto ele anda até ao estojo de primeiros socorros a olhar para mim como se eu fosse fugir sento-me numa cadeira. Continuo a fungar e ele ajoelha-se à minha frente para me meter um penso e desinfetar a ferida.

Fungo e ele parece perceber que não devia ter feito aquilo.

-Meti o pé na poça?

-No mar, meteste o pé no mar.- Limpo o nariz com a parte de trás da mão. A verdade é que toda a ansiedade do dia parece estar a sair de mim pelas lágrimas forçadas. Enquanto ele me embrulha o dedo percebo que talvez fosse mesmo de chorar que precisava.

Eu não choro... muito, a minha garganta dói e se não me magoar a sério não consigo, claro que também choro quando vou ao médico mas faço isso desde que tenho dois anos. Mr.Pella para o carro e agarra nos medicamente.

-Vou leva-la lá acima e nem se atreva a contrariar-me.

Ficamos ambos a olhar um para o outro e por um segundo a ideia de ele entrar no meu apartamento fica no meu cérebro, a processar hipóteses. 

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