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Capítulo 13-01


Outubro, 2018

Uma chuva de primavera caía na cidade de São Paulo deixando a cidade mais cinzenta do que já era. No colégio, os alunos se abrigavam abaixo da cobertura metálica do pátio coberto, ecoando seus dizerem em alto e bom som. Um pouco distante dali, Rebeca estava concentrada no corredor do Pavilhão Dois com um balde verde de cola ao lado, auxiliando-a conforme ela avançava colando seus cartazes rosa com sua feição estampada, tudo fazendo parte de sua campanha para Rainha do baile.

Sua melhor amiga a avistou da entrada do pavilhão e veio caminhando até estacionar ao lado da menina de cabelo avermelhado e com os braços já cansados.

— Bom dia, amiga. O que está fazendo? — indagou Daniele, vendo o cartaz.

— Estou fazendo minha campanha para Rainha do baile. E cadê os seus?

— Ah, eu já os colei tudo ontem.

— Ah é? E onde foi que colou, pois já andei quase o colégio inteiro e não vi nenhum.

— Eu não sou tonta, Rebeca — entoou Dani, confiante. — Eu os colei em um lugar onde circula mais gente.

— No pavilhão abandonado? Porque as pessoas vão lá para dar uns amassos e comer lanche escondido dos amigos. Sabe, quando não querem dividir.

— Eu fiz isso só uma vez! — esbravejou a menina, revirando os olhos. — E não os colei aqui no colégio. Colei no shopping. Eu sei! Às vezes, eu ponho minha mente para funcionar — gabou-se ela, quase fazendo uma dancinha com os ombros.

Mas a feição da amiga não parecia de admiração e, sim, uma expressão de coitadismo, hesitando se falava a verdade para a menina que estava tão empolgada por ter tido uma ideia que julgava ser a melhor de todas.

— Bom, você sabe que a votação é interna né? — indagou Rebeca, cautelosa, deixando de lado por alguns segundos o seu cartaz. — Tipo, só os alunos deste colégio é que vão poder votar.

— Sério? Eu pensei que fosse a cidade inteira, igual quando se vota para prefeito. Droga! Vou ter que cancelar minha campanha no cemitério também — confessou Daniele, arcando os ombros desapontada.

— Hei! Não fique assim. Eu te ajudo com os seus cartazes depois. Tá bem?

Esse gesto fez Daniele se preencher de esperança, vendo que sua campanha para Rainha do baile ainda não estava perdida. De volta ao trabalho, Rebeca andou mais alguns passos colando mais um cartaz, agora com a ajuda de sua melhor amiga que segurava o balde no peito olhando aquele líquido gosmento.

— Olá, meninas — disse Marcelo, quando as abordou. — Ual! Você já está fazendo sua campanha? — reagiu o menino ao ver os cartazes de sua namorada.

— Nossa campanha. Você também vai fazer, até porque se eu for Rainha, o que óbvio vai acontecer já que sou bonita, elegante e comprei votos! — respondeu Rebeca. — E você vai ser o meu Rei. Apesar de parecer com o menino do estábulo que cuida dos cavalos. Mas fazer o quê, nem todos tem um boa genética. — Rebeca arcou os lábios em um sorriso gracioso, que fez seu namorado nem ligar para o insulto.

— Eu sei, Rebeca. Eu sou meio rústico — murmurou o menino, aos risos e dando um singelo beijo em sua namorada.

Não demorou muito para mais um integrante da Turma 201 aparecer ao corredor, motivado pela aversão do falatório que instalara no pátio coberto devido a aglomeração de adolescentes empolgados às 7:00 horas da manhã.

— Nossa, Rebeca, seu cartaz ficou muito bom! — disse Matheus, parando e analisando o papel retangular brilhoso com a foto da menina, toda sorridente e, um pouco, estrábica.

— Obrigada! Como já disse uma vez, já ganhei concursos de beleza quando pequena.

— Só quando pequena — reagiu Daniele, não percebendo o que acabara de falar, mas entendeu que foi algo ruim quando a amiga retirou o balde de cola de sua mão, brutalmente. — Matheus, já começou sua campanha? — falou Daniele tentando desconversar.

— Não e nem vou. Consegui convencer a Anna Luíza de me deixar fora. Sou muito tímido para essas coisas.

— E feio! Não ia ganhar — reagiu Daniele, rápida. — Ah, desculpe. Hoje estou um pouco sincera.

— E como você fez para escapar dessa? — indagou Marcelo, com um interesse repentino, como se quisesse fazer o mesmo.

— Ah, dei um lanche para ela e quando ela encheu a boca com pão, presunto e queijo, disse a minha decisão. Como ela estava com a boca cheia não conseguiu reagir de imediato, o que me deu tempo para explicar todos os meus motivos — respondeu o garoto, relembrando o momento. — É, mas depois que ela engoliu, ficou gritando comigo durante duas horas e um milho voou de sua boca e atingiu meu olho.

— Você mereceu — garantiu Rebeca, tornando-se a ele. — Quem manda não apoiar a namorada. Tem que ser igual o meu, que está ao meu lado para o melhor e o pior.

— Entenda-se como pior a Rebeca passando mal do estômago e soltando uma bufa a cada cinco segundos — disparou sua melhor amiga.

— Daniele! — gritou Rebeca cerrando os dentes.

— Desculpe! Tô muito sincera hoje.

Com exceção de Rebeca, os outros presentes riram. Até Marcelo que recebeu um cutucão da namorada e teve que disfarçar o riso frouxo.

Os amigos, Fábio e Amanda, abordaram o pequeno grupo que encaravam Rebeca colando mais um cartaz sem nem ajudá-la, por mais que ela tenha pedido ajuda logo depois que se sentiu constrangida pela revelação de sua melhor amiga. Assim que Amanda viu o cartaz, ela soltou um longo riso de deboche.

— Está rindo do quê? — vociferou Rebeca, cruzando os braços.

— Do menino lá no pátio que disse que tem uma candidata à Rainha do baile que usou uma foto de presidiária para a campanha. E vendo seu cartaz, com certeza ele estava falando de você — murmurou Amanda.

— Essa foto foi tirada por um fotógrafo profissional — reagiu Rebeca, gabando-se.

— O primo dela que é "youtuber" — disse Daniele.

— Ah, Daniele! Como você está chata hoje.

— Eita, que o clima já está quente — murmurou Tiago, puxando sua namorada para beijá-la. — Adorei o photoshop, Rebeca.

— Não usei photoshop algum! Eu nasci assim, bonita, fotogênica, perfeita.

— E sem espelho em casa — completou Tiago, que a viu bufar de raiva.

— Sério? Por que vocês gostam de tirar sarro só de mim? — esbravejou a menina deixando de lado seus utensílios de campanha.

— Porque você fica brava — murmurou Marcelo, pegando-a pela mão. — Se você ignorasse, tudo isso perderia a graça e o Tiago pararia de ser um idiota.

— Nunca — garantiu seu melhor amigo.

O sinal soou e os adolescentes começaram a adentrar o pavilhão. Alguns retorcendo os narizes vendo os cartazes da Rebeca, enquanto outros apontavam e entoavam "essa é a presidiária". A menina, irritadíssima, pegou seu balde de cola e precipitou-se para o Pavilhão Três indo direto à sala da Turma 201 e sendo seguida por seus amigos.

Enquanto a aula começava, na casa de Anna Luíza, ela terminava de se arrumar quando sua avó adentrou o quarto preocupada e olhando para o relógio no pulso.

— Minha filha, você está atrasada — entoou a senhorinha quando pisou no quarto, sendo recebida com um beijo da porca.

— Eu sei, vó, mas eu perdi a hora.

— Foi dormir tarde porque ficou no celular né — murmurou Dona Carla, afagando o animal e seguindo até a beira da cama da neta.

— Sim, estava planejando meu ataque — respondeu a menina, colocando a mochila nas costas e vendo o olhar preocupado de sua avó. — Hei, você me deu carta branca e é o que estou fazendo. Tá bem?

— Eu gostaria que você me contasse o que está aprontando.

— Vó, quanto menos você souber, melhor. Você será o campo neutro aqui — disse Anna com um tom enigmático que usara sempre que tal assunto surgia.

Até o momento, Anna Luíza não contou nada a mais para sua avó, só pediu para aguentar as pontas e fingir na frente de Vivian que tudo estava bem, mesmo depois de a avó ter ouvido barbaridades vindo da boca da futura esposa de Marcos.

A neta deu um beijo na bochecha enrugada de sua avó e disparou pelo corredor, descendo as escadas e passando à frente da sala de jantar, de onde pôde ouvir seu pai e sua madrasta conversando, ambos empolgados.

— Temos que ver tudo isso — dizia Marcos encarando seu tablet.

— Sim! — Vivian soltou um riso nervoso. — Eu nem acredito que daqui um mês, nós vamos nos casar — entoou ela melosamente, como se fosse o que ela mais queria na vida. Passar o restos de seus dias ao lado de Marcos.

Isso fez com Anna Luíza hesitasse em entrar na sala de jantar. Primeiro, não queria ficar no mesmo cômodo que sua futura madrasta. Segundo, achava insuportável a ideia de participar de tal conversa.

Após o anúncio do noivado, Anna Luíza não imaginou que a data do casamento ira ser muito em breve, mas Vivian manipulou tão bem Marcos, fazendo-o pensar que era melhor os dois se casarem antes de Anna partir para Inglaterra, já que lá a menina corria o rico de encontrar algum inglês galanteador e nunca mais querer voltar ao Brasil. Na mente de Anna Luíza, ela não iria querer voltar mesmo, mas não por estar apaixonada por um londrino, e sim para não ter que ver sua madrasta nunca mais.

A menina deu passo à frente para sair de casa, mas um comentário de seu pai a deteve.

— Acho que minha filha te aceitou de vez.

— Por que pensa isso?

— Desde o noivado ela não apronta nada. Nem brigar comigo ela brigou quando soube do casamento. Eu conheço minha filha e sei quando ela está começando a ceder.

— Que bom — comemorou a mulher loira, falsamente. — Eu espero mesmo que ela me aceite e que nós sejamos grandes amigas.

— Isso vai acontecer — murmurou o pai confiante, sem saber que a filha franzia a testa imitando a feição que precede um vômito.

Sem mais paciência para tanta falsidade, Anna Luíza se lançou no hall e partiu rumo ao colégio, mas não sem antes tirar uma foto dos dois com o flash desligado.

Quando chegou ao local, teve que ir diretor falar com o senhor Diretor que estava com os olhos esbugalhados, como se não tivesse dormido uma semana inteira. Também na sala, Leci estava pendurada no celular discutindo sobre valores, pedindo descontos sobre alguma coisa.

— Com licença, senhor Diretor — disse a menina rebelde adentrando a sala sem ser anunciada, como sempre fazia.

— Qual o problema agora? — indagou o senhor bocejando, completamente exausto.

— É que acabei de chegar e preciso de autorização — respondeu Anna com seu semblante angelical.

— E por que disso? Estava aprontando alguma coisa?

— Não, só tive problemas com o meu despertador.

— Ah, eu também já tive isso — intrometeu-se Leci. — Tinha que acordar às 7:00 horas e eu coloquei para despertar às 19:00 horas. Confundi os horários. Sério! As pessoas precisam parar de dizer sete horas para os dois horários. Por causa disso perdi o evento que mais aguardei o ano inteiro e estava ansiosa para ir.

— Meu aniversário! — respondeu o Diretor, encarando sua funcionária de esguelha. — Até hoje não acreditei nessa desculpinha.

— Mas quem marca o aniversário às 7 horas da manhã? — perguntou Anna, incrédula.

— Era um café colonial que ganhei de presente da Igreja que frequento.

— Não foi presente, foi rifa — confessou Leci.

O Diretor fuzilou sua funcionária com o olhar, fazendo-a voltar a sua ligação, ao mesmo tempo que a professora Linda adentrava a sala carregando em mãos uma urna de madeira envernizada selada com cadeado, contendo apenas uma abertura fina e comprida em sua face superior.

— Senhor Diretor, a urna acabou de chegar — disse a professora, toda animada.

— Ah, claro, deixe-a aí no canto — pediu a autoridade máxima do colégio.

— Bom dia, professora — murmurou Anna, com um sorriso no rosto.

A menina gostava muito da professora e, claro, que ficava muito contente sempre que a encontrava, mas nesse cumprimento algo a mais passava na cabeça de Anna Luíza que sempre estava em pleno vapor.

— Bom- dia, Anna. Já por aqui?

— Oh, não aprontei nada. Só cheguei atrasada.

— Bom, Anna Luíza, siga seu caminho — falou o Diretor lhe entregando um pedaço de papel que a autorizava a entrar na sala de aula.

— Obrigada, querido Diretor.

— Sem exageros, por favor — pediu o senhor, vendo-a partir. — Agora, vamos voltar para o que interessa e está me tirando o sono há dias. Como está a negociação com o buffet, Leci? Conseguiu o desconto?

O Diretor e a professora Linda encararam a vice-diretora que engasgou ao responder.

— Ah, era para eu estar falando com eles?

— Claro. Não é o que está fazendo? Ouvi você negociando valores.

— Ah, era para a hidratação no meu cabelo.

— Eu fico com essa tarefa, senhor. Por garantia — disse Linda, pegando o telefone da mão de Leci, que não gostou nada.

— Você quer roubar o meu brilho neste colégio! — falou a vice-diretora, que foi ignorada com sucesso tanto pelo Diretor, quanto pela professora.

Anna Luíza seguiu diretamente para a sala de aula, onde a professora autoritária de biologia enchia os alunos de conteúdo. A professora deixou Anna adentrar a sala sem protestar como sempre fazia, isso porquê Anna já foi lhe mostrando que tinha autorização para tal atitude.

No caminho de seu assento, Anna piscou o olhar para seu namorado que retribuiu, voltando-se sua atenção para Marcelo que cochichava com os meninos que o cercavam.

— Sério, não quero me candidatar a Rei do baile. Estou fazendo forçado pela Rebeca — confessou o menino, se enterrando na carteira.

— Então fala para ela, é tão simples — murmurou Tiago.

— Nada é simples com relação a Rebeca. Ela é sensível demais quando não fazem suas vontades.

— Isso não é sensível, é egoísmo — respondeu Matheus. — Faça como eu, diga a ela que isso não é o seu perfil, mas que você respeita o lado dela, mas não quer fazer parte desse circo.

— Ela vai ficar furiosa — disse Fábio, virando as costas para o quadro e encarando o amigo.

— Mas não tem o que fazer. Ou é ela quem fica magoada ou é você. — Tiago pegou uma caneta emprestada de dentro do estojo do Marcelo. — Essa caneta não é minha?

— Não, e me devolva depois de usar — respondeu o amigo.

— Tenho a sensação de que já vi essa caneta antes. Eu tinha uma igual. — Tiago continuou analisando a caneta, enquanto Matheus escondeu uma idêntica que estava usando para copiar o conteúdo do quadro que a professora Silva passara.

As aulas seguintes de biologia passaram, liberando-os para o curtir o primeiro intervalo. A chuva dera trégua, mas o céu continuava cinzento e anunciando que uma tempestade estava prestes a cair. No entanto, isso não afligia Anna Luiza e sua melhor amiga que observavam céu através das janelas do Primeiro Pavilhão enquanto elas colavam os cartazes da campanha de Rainha do baile de Anna Luíza. Claro, que a menina rebelde não colava os cartazes em qualquer lugar, muito pelo contrário, Anna Luíza estava colando-os em cima dos cartazes de Rebeca.

— Ela vai ficar furiosa quando ver isso — disse Amanda, segurando a ponta de um cartaz enquanto Anna passava a fita adesiva.

— Problema é dela! E eu estou fazendo um favor ao esconder essa cara feia — murmurou Anna, após cortar a fita adesiva com o dente. — E isso, na verdade, é o meu álibi para o que estou planejando para noite do evento.

— Ah, não! — lamentou Amanda, se arrependendo de estar ao lado de sua melhor amiga neste exato momento. — Não me diga nada. Não quero saber.

— Vou sabotar a eleição — disparou Anna, sem ouvir o protesto da amiga.

— Por quê? Está com medo de perder para a Rebeca?

— Óbvio que não! Mas eu encontrei mais uma chance de dar um empurrão no destino — murmurou Anna encarando a amiga que estava com a feição confusa. — Não se preocupe, na hora certa você vai saber. Aliás, você vai ser minha cúmplice.

— Por que eu?

— Você é a minha melhor amiga, Amanda!

— E tenho outra opção? Porque, nesta noite, eu só queria ficar dançando com o Tiago e comendo, e não me envolver em alguma confusão.

— Tem sim. A morte!

— Okay! Quero morrer — disse Amanda rápido.

— Ha. Ha. Ha. Não! — Anna Luíza não deu escolha para sua melhor amiga, na verdade, ela nunca dava.

Na ponta do corredor, uma menina baixa, com o cabelo castanho-avermelhado jogado nos ombros emitiu um grito estridente que fez até os pássaros da Praça da Sé saírem voando rumo ao céu chuvoso.

— O que você está fazendo? — Rebeca apertou o passo com suas pernas curtas chegando defronte a Anna, que começou a agir como se não estivesse fazendo nada de mais.

— Estou colando meus cartazes — respondeu a menina, calmamente.

— Em cima dos meus?! — vociferou Rebeca, deixando a veia da garganta aumentar devido à pressão que exercia em suas cordas vocais.

— São seus? Pensei que fosse uma propaganda do desenho "A caverna do Dragão" — disse Anna, arrancando uma gargalhada de Amanda.

— Corra, Anna Luíza! Porque eu vou te matar — gritou sua inimiga já partindo para cima da menina rebelde.

Anna se pôs a correr pelo corredor, desviando de alguns alunos que por ali andavam calmamente. Rebeca estava logo atrás dela, aos gritos, por ter achado uma afronta Anna Luíza tapar seus cartazes, um trabalho que a fez chegar às 6:00 horas da manhã no colégio.

As duas meninas passaram como um raio na frente da sala do Diretor, que ouviu a gritaria, saindo em disparado, seguindo-as, ajeitando seus óculos de leitura.

Anna e Rebeca desaguaram no pátio coberto, fazendo os alunos ali abrirem passagem para as duas cruzarem rumo ao pátio descoberto, que estava completamente encharcado pela chuva, com várias poças acumulando água devido à falta de declividade do piso cimentado.

Observando tal fato, Anna Luíza se virou para sua inimiga chutando uma poça fazendo voar água suja em Rebeca, que não percebeu o que a menina fizera e acabou recebendo água no rosto e uniforme.

— Sua louca! — gritou ela, fitando o uniforme.

Anna Luíza não se intimidou pelo grito, dando mais um chute na poça, molhando sua inimiga ainda mais, sem se importar se tal fato encharcava seu sapato.

Rebeca tentou revidar, mas acabou chutando o chão, o que a fez gritar de dor devido ao encontro de seu dedão com o piso.

— Já chega! — gritou o senhor de cavanhaque. — As duas para a minha sala agora!

Anna Luíza não protestou, apenas se desviou de Rebeca que tentara acertá-la com um soco. E as duas meninas saíram rumo à diretoria, com Rebeca mancando.

Quando adentraram a sala do Diretor, ele já foi logo proferindo enquanto voltava à sua cadeira giratória.

— Novamente tenho aqui na minha sala a dupla dinâmica. Fogo e gasolina.

— Eu sou o fogo, combina mais comigo — falou Anna rápido.

— Às vezes, quando estou em casa sem nada para fazer, além de alimentar meu papagaio, fico pensando como o colégio seria se vocês duas fossem amigas — confessou o senhor Diretor, encarando as meninas com o cabelo desgrenhado devido a garoa que levaram à cabeça. — Seria mais tranquilo ou pior? Acabariam os problemas ou me trariam mais? Perguntas que a humanidade precisa me responder algum dia.

— Senhor Diretor, será que podemos ir direto ao assunto. Tipo, preciso voltar a fazer minha campanha de rainha do baile e comer — murmurou Anna Luíza.

— A culpa é da Anna Luíza! — disparou Rebeca ereta na cadeira.

— Lá vem a mesma ladainha — retrucou a outra menina.

— Ela estava colando os cartazes dela em cima dos meus, pois está na cara que ela está morrendo de medo de perder a cora de rainha para mim! — Rebeca se virou para sua inimiga com um olhar desafiador, como se realmente acreditasse em tais palavras.

— Você fez isso senhorita? — indagou o Diretor, colocando chá em sua xícara do Batman.

— Ah... Colei um ou trinta e três! Mas ela colou os cartazes pelo colégio inteiro. Não me sobrou nem um metro quadrado para pôr os meus — defendeu-se Anna.

— Sobrou sim. Três metros quadrados — replicou Rebeca.

— Na cantina, onde é proibida a entrada de alunos — murmurou Anna incrédula.

— Azar o seu!

— Bom — entoou o Diretor, após respirar fundo e dar um gole no chá fervente. — De ante de suas argumentações e sabendo que este colégio é democrático, só não com relações às opiniões de alunos e professores, terei que tomar uma providência. Ou vocês dividem os espaços ou não haverá cartaz algum pelo colégio.

— Isso não é justo! — protestou Rebeca, pondo-se de pé.

— Eu acho justíssimo — concordou Anna sorridente.

— Então vá, Rebeca, tire seus cartazes dos pavilhões Um e Dois. Você ficará com os Pavilhões Três e Quatro.

— Na verdade, senhor Diretor — começou Anna encabulada —, eu que os terei que tirar de lá. — Rebeca encarou Anna espantada. — O quê? Eu tenho amigos que me auxiliam e um namorado que me ajudou a colar por lá, já que desistiu de ser meu rei e essa é a punição por isso.

— Saiam, meninas. Meu chá está esfriando com essa falatório aqui. E, Rebeca, seu uniforme reserva está em boas condições?

— Sim! Está no meu armário.

— Troque-se então — ordenou ele indicando a saída da sala.

As duas meninas fizeram o que o senhor pediu, caindo no corredor do Pavilhão Um, onde Rebeca não deixou de provocar sua inimiga.

— Eu sei que está com medo de perder para mim.

— O máximo que você ganharia agora, seria o concurso da garota molhada.

— Besta!

— Aliás, seu eu fosse você não contava com um uniforme te esperando dentro de seu armário — proferiu Anna com um sorriso de escárnio nos lábios. — Mandei mensagem para Amanda pedindo para tirar seu uniforme de lá.

— Ela não tem a chave do meu armário — disse Rebeca confiante.

— A Amanda é fazendeira. Já a vi arrombar o cadeado de um celeiro para buscar feno e o colocar na cama para aquecer. Ela abre aquilo fácil.

Os olhos de Rebeca se arregalaram de tal forma que aumentaram três centímetros, devido ao medo de ficar o resto do dia no colégio com o uniforme sujo.

Em menos de um segundo, Rebeca disparou do corredor aos gritos, correndo o mais rápido que podia para se certificar que Amanda não teria tempo de fazer tal pedido.

Anna Luíza fitou toda a cena aos risos, não se aguentado devido ao desespero exagerado de sua inimiga, sendo só interrompida quando a professora Linda a abordou, toda curiosa para saber o porquê Anna Luíza estava rindo sozinha no corredor.

— Espero que o colégio na Inglaterra tenha psicóloga — disparou a professora.

— Ah, professora, a Rebeca acredita em cada mentira que conto a ela — respondeu a garota ainda aos risos.

Anna Luíza parou para encarar sua professora, de cima a baixo, notando a saia quadriculada verde e o caso de crochê rosa. A menina sabia que teria que fazer alguma coisa para mudar isso, do contrário seu plano não daria certo.

— Professora, a senhorita poderia me passar o telefone de sua mãe. Sabe, quando eu a conheci, ela ficou de me passar uma receita de pão caseiro e eu quero levar tal receita para a Inglaterra, já que minhas fontes dizem que lá eles só comem salsicha.

— Tá bem — disse a professora, pegando seu celular e passando o número para Anna. — O pão caseiro dela é o máximo.

— Espero conseguir fazê-lo de um jeito que fique bom.

— Se não ficar, coloque salsicha que melhora — murmurou a professora. — Tenho que ir, Anna. Até — despediu-se Linda, afastando-se da menina.

Não demorou um minuto até Anna Luíza sair marchando pelo corredor com o celular pendurado na orelha e já proferindo:

— Alô, Isaura. Aqui é Anna Luíza, a menina que se juntou com você para arranjar um encontro com meu pai. Lembra? — A senhora respondeu positivamente. — Ótimo. Ligue por que preciso da receita do pão... não. É outra coisa. Preciso da sua ajuda em algo.

E logo depois, Anna Luíza contou todo o seu plano, vendo a mãe de Linda reagir positivamente e bem excitada com o plano.

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