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Capítulo 11-02

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*      *      *

Ainda no pátio, mesmo depois do sinal soar terminando o primeiro intervalo, os meninos conversavam, todos confusos com alguns acontecimentos recentes.

— Sério, foi bizarro. Anna Luíza passando de braço dado com Rebeca e, depois, Amanda de mãos dadas com a Daniele — proferia Tiago, incrédulo. — Alguma coisa estranha está acontecendo neste colégio.

— Bom, que essas meninas são doidas, nós já sabemos — murmurou Fábio. — Minha namorada está brava com a Rebeca, então, talvez elas tenham invertido os papéis.

— Eu não quero me meter — anunciou Matheus.

— Nem eu. Acho melhor nós fingirmos que nem percebemos tal mudança. Assim não sofreremos nenhum dano colateral, que acham? — falou Marcelo vendo os amigos assentirem em concordância.

— Elas que se resolvam — garantiu Tiago puxando a fila de volta à sala de aula, sendo seguido por seus companheiros.

As aulas que antecederam o almoço passaram voando, permitindo que os alunos se aglomerassem no refeitório desfrutando do prato do dia, arroz banco com feijão recém cozido, frango grelhado e creme de milho.

Em uma mesa, Anna Luíza, Rebeca e Matheus almoçavam tranquilamente, mesmo com alguns olhares que cruzavam sua mesa, devido a novidade de reaproximação das duas inimigas.

— Viu, nós duas juntas somos poderosas. O colégio inteiro está de queixo caído por causa da nossa amizade — falou Rebeca brincando com a comida no prato de cerâmica branca.

— Eles estão é com medo. Sabe que agora minha raiva vai ter que se concentrar em outra pessoa.

— Ou, você pode não sentir raiva e se transformar em uma pessoa melhor — murmurou Matheus com a boca cheia.

— Para quê? — indagou as duas em uníssono e franzindo a testa.

— Porque o mundo precisa de paz e não de rivalidade — afirmou o namorado de Anna.

— Guarde esse discurso para quando você for à ONU confrontar algum presidente — disse Anna Luíza voltando seu olhar a ele e lhe dando uma piscadela. Logo depois, ela apontou para Rebeca. — Mandou mensagem para o seu primo? Preciso acessar aquele celular.

— Ele me respondeu dizendo que não sabe mesmo e que só quer fazer sucesso no Youtube. Até me convidou para fazer uma participação.

— Que tipo de vídeo ele grava? — perguntou Matheus, interessado.

— Adestramento de cães.

— Mas você já é adestrada — proferiu Anna Luíza, fazendo Matheus cuspir restos de arroz devido a risada frouxa que ele não conseguiu controlar.

— Sério? Mesmo sendo sua amiga você vai continuar me zoando?

— Mais do que antes — garantiu Anna.

— Só que ele também grava conteúdo Nerd. Você e ele iriam se dar superbem, Matheus. Os dois são esquisitos e têm problemas com acne.

— Pare de zoar o meu namorado.

— Não tenho nenhum problema com acne. A adolescência para alguns meninos é uma fase difícil — defendeu-se Matheus.

— Vamos focar no que realmente interessa aqui? — Anna Luíza falou chamando a atenção para si. — Então lá se foi a minha última chance de acessar o celular. Me dê ele de volta.

Rebeca estendeu o aparelho para Anna que o guardou no bolso, bufando inconformada de que não conseguiria acessar a única prova que reunira contra Vivian.

— Você precisa de um plano B — murmurou Matheus.

— Não! Você precisa da digital dela — falou Rebeca animada.

— Obrigada, gênio — disse Anna Luíza em tom sarcástico e revirando os olhos.

— Hei, eu já sei como. Lembra que o Diretor saiu de férias duas semanas e a Leci ficou batendo o ponto por ele com um dedo de silicone falso? É só perguntarmos como ela fez. — Rebeca realmente acreditava que tivera uma ótima ideia.

— Pode funcionar — entoou Matheus.

— Não pode. Mesmo assim eu ainda precisaria tocar naquela cobra. Eu já havia pensado nisso, até porque, quem indicou o truque fui eu — gabou-se Anna Luíza. — Precisamos pensar em um plano B bom e eficaz, do contrário, o meu pai vai continuar caindo do papo dessa vigarista e eu vou embora do país.

Anna Luíza largou os talheres, sentindo o estômago remexer só com a ideia de ir embora para a Inglaterra, longe de tudo o que ela conhecia, longe de Matheus.

No pátio descoberto, Amanda, Daniele e Fábio descansavam no banco perto de um floreira, após encherem a pança com o almoço. Fábio exalava o ar dos pulmões levando as mãos à barriga que cresceu dois centímetros desde que acordara.

— Eu amo creme de milho — murmurou ele em êxtase.

— Minha avó também — disse Daniele. — Principalmente porque ela não precisa dos dentes pra comer. Pode deixar largado em qualquer canto da casa na hora do almoço.

— Obrigado, Daniele, pela informação desnecessária — brincou ele lhe dando um beijo no rosto.

— Fábio, por que você não está com os meninos? — indagou Amanda encarando o amigo que se retraiu.

— Porque quero ficar com a minha melhor amiga e com a minha namorada.

— Se a resposta é tão simples, por que você teve que se esconder deles atrás do vaso no corredor fingindo ser uma coruja?

— É! Você sabe que eu sou apaixonada por elas e que nunca vi uma pessoalmente — acresceu Dani.

— Pois é, Dani, você quase estragou o meu disfarce correndo até mim.

— Você partiu meu coração — garantiu a menina fazendo um bico.

— Eu só não queria ter que explicar a eles algo muito importante.

— O porquê os sites de fofocas sempre rivalizam duas mulheres importantes ao invés de exaltá-las? — proferiu Amanda em dúvida.

— Não. O porquê eu estou diferente. Mais solto. Feliz.

Fábio puxou os lábios para o canto, envergonhado. Sua melhor amiga já havia sacado o que ele queria dizer, já sua namorada permanecia em dúvida.

— Você precisa ser mais claro — pediu ela.

— Não quero contar aos meninos que estou fazendo terapia — sussurrou ele calmamente e olhando para os lados, na esperança que ninguém o tenha ouvido.

— Mas o que isso tem de mais? É normal algumas pessoas precisarem de ajuda — disparou Amanda em um tom forte. — É por causa desse preconceito que essa sociedade está cada vez mais morta e egoísta. Todo mundo deveria fazer terapia para autoconhecimento. A Anna Luíza, por exemplo, deveria fazer. Na verdade, ela deveria morar no consultório.

— Sério, você não vai mais voltar a falar com ela? — indagou Fábio. — Não que eu não esteja gostando da amizade de vocês duas, mas ela é a sua melhor amiga desde que entrou aqui.

— Sim e foi por egoísmo. Ela tinha acabado de brigar com a Rebeca e eu apareci, para suprir a carência dela. A Anna Luíza não dá um ponto sem nó — afirmou Amanda duramente.

— É! Você precisa de terapia também — murmurou Fábio.

— Não preciso! — disse ela irritada e firme.

— Claramente sim. A primeira fase é a negação da necessidade.

— Fábio, dá um tempo. Vamos, Dani — Amanda se pôs em pé vendo sua amiga permanecer no lugar. — Dani?

— É que o Fábio é meu namorado, não posso dar as costas a ele.

— Você é uma mulher independente, Daniele, pode fazer o que quiser — murmurou Fábio todo relaxado. — Apesar que sei que você prefere ficar aqui comigo.

Fábio jogou seu lábios nos dela, mas o beijo não durou mais que um segundo.

— Vou com a Amanda. Tchau — disse ela se pondo em pé e saindo marchando pelo pátio descoberto rumo à Turma 201, deixando o namorado para trás.

Dentro da sala, Anna Luíza e Rebeca se encontravam sentadas ao fundo, quando as duas novas melhores amigas entraram.

— Aff, eles ainda não te expulsaram? — indagou Amanda ironicamente para Anna Luíza.

— Eu sou a estrela desse colégio, nunca que iriam me tirar daqui — retrucou Anna.

— Depois fala que não é egocêntrica — replicou Amanda dando as costas a ela e se sentando na carteira ao lado de Daniele.

— Eu não sou! — protestou Anna Luíza caminhando até à frente da sala e encarando sua ex-melhor-amiga. — Não tenho culpa se minha vida é uma confusão, cheia de problemas.

— Será que é mesmo? Será que não é só você se colocando em uma posição de vítima? Aquela mulher pode ser um anjo e você está pintando-a como demônio, só para justificar o seu ego.

— Ela é sociopata! E você como minha melhor amiga deveria acreditar em mim.

— Ex melhor amiga. Minha melhor agora se chama Daniele Silva.

— Sampaio. Meu sobrenome é Sampaio — murmurou a menina de canto, assistindo as duas trocarem farpas.

— Viu! Você não sabe nada sobre ela, Amanda, como pode chamá-la de melhor amiga?

— Eu sei muitas coisas sobre ela — disse a menina de olhos castanhos tentando exalar uma verdade que não era bem assim.

— Qual a cor favorita dela?

— Rosa.

— Acertou — disse Daniele feliz.

— Comida?

— Qualquer uma. Ela adora comer — respondeu Amanda.

— Essas são perguntas muito fáceis. Qualquer um que conhece o mínimo da Daniele sabe disso — proferiu Rebeca vindo do fundo da sala. — Quero ver você saber qual o maior medo dela?

Rebeca cruzou os braços cravando o olhar no de Amanda, que deu uma leve estremecida por não saber a resposta. E como poderia? Ela tem sido amiga de Daniele há menos de cinco horas.

— Perder a memória e começar a agir como apoiadora de rodeios — tentou ela vendo sua nova inimiga encará-la estranhamente.

— Não! Ela tem medo de ser contatada por um ET e ele não querer levá-la embora — respondeu Rebeca dando um sorrisinho confiante. — A Daniele é sensível com relação à rejeição.

— Pensando bem, acho que acabei de mudar o meu maior medo. Amanda, você está certa — proferiu Daniele levantando a mão para a amiga, que bateu. — Não consigo me imaginar apoiando rodeios, os bois lá pulando, sendo maltratados. Nossa, isso me dá arrepio.

— Mas vocês os come — disparou Rebeca.

— Não como não. Eu como carne — respondeu Dani inocentemente.

— Quem vem dos bois — Rebeca quase gritou.

— Você está mentindo — murmurou Dani dando de ombros.

— Vocês duas são muito chatas! Ficam ditando regras de como a gente deve ser — rebateu Amanda. — Vocês duas estão com inveja porque nossa amizade é verdadeira, enquanto a de vocês é só conveniência.

— Não é não. Eu e a Rebeca somos incríveis juntas. Uma completa a outra. Nós temos os mesmos pensamentos.

— O que vocês estão pensando agora?

— Joelho/laranja — responderam as duas juntos.

— Viu. Nos completamos — continuou Anna, sem graça. — Suco de laranja quando jogado no joelho deixa a pele macia.

— Que mentira! E por que alguém vai querer a pele do joelho macia? — indagou Amanda.

— Para usar saia — murmurou Daniele. — Apesar que sempre que vejo um joelho, me dá vontade de abraçar. Sabe, me lembra o meu priminho recém-nascido.

As três meninas a encararam estranhamente, mas Amanda, segundos depois, soltou uma gargalhada reconfortante.

— Ai, melhor amiga, você é hilária — comentou ela. — Agora, por favor, vocês duas aí voltam para seus lugares que preciso fofocar com quem eu realmente me importo. Minha melhor amiga Daniele Silva.

— Sampaio — avisou ela novamente.

— Desculpe. É que silva combina muito mais com você.

— Combina não — respondeu uma mulher autoritária vestindo um uniforme de exército. — Silva são só para pessoas honradas — murmurou a professora de biologia — E a outra metade do país. Agora, vão para seus lugares que a aula já vai começar.

— O sinal nem bateu — disse Anna Luíza.

— Não? E o que eu estou fazendo aqui? Af, eu poderia estar tomando café sem açúcar porque tenho que perder dez quilos até o natal. Para depois, ganhar dez quilos no natal.

As duas novas amigas partiram para seus lugares ao fundo da sala, enquanto Amanda e Daniele se aproximaram mais na frente. Em um outro momento, Amanda tornou-se para trás encontrando o olhar de Anna Luíza e sentindo uma saudade de estar na presença de sua verdadeira melhor amiga.

O sinal finalmente soou, fazendo a Turma 201 ser completada pelo restante e a aula da autoritária professora Silva ser iniciada.

Na sala do Diretor, ele estava pendurado ao telefone conversando com alguém por quem ele tinha um enorme respeito.

— Entendo, senhor. Mas não haveria a possibilidade disso? — dizia ele calmamente com a voz suave de súplica. — Ela é uma ótima funcionária, não vejo o porquê de ela não pode vir fantasiada de Capitã Marvel? Teria o efeito de autoridade no colégio e capitã está no quadro de hierarquia militar — completou o Diretor ouvindo a resposta. — É! Não, a Leci não tem super poderes. Entendo. Muito obrigado mesmo assim.

E o senhor Diretor desligou o telefone, bufando. Aparentemente ele não conseguira aquilo que tanto queria. Então, ele se levantou saindo da sala, marchando pelo corredor à procura de sua vice-diretora, que se encontrava em sua sala, toda relaxa e cansada. Algumas caixas de papelão com alguns livros estavam no canto, como se ela estivesse juntando todas suas coisas.

— Já se preparando para ir embora? Seu aviso prévio mal começou — murmurou o Diretor.

— Ah, eu só estou adiantando as coisas.

— Esses livros são de propriedade do colégio.

— Ah, pensei em vender no Sebo para conseguir dinheiro. Quero comprar um presente de despedida para o senhor — murmurou ela, vendo o Diretor se contrair em pensamentos. — Meu salário aqui mal dá para pagar o aluguel, meu carro, banho e tosa dos meus sete cachorros.

— Ow, então vamos fingir que não a vi fazendo isso — disse ele sem graça. — Hãn, sinto muito por não conseguir fazê-la permanecer no colégio. O presidente dos acionistas não concordou com a ideia de você vir de Capitã Marvel, a não ser que você desenvolva os poderes dela.

— Já tentei. Mas não encontrei nenhuma aranha radioativa.

— Essa é a história do Homem-Aranha.

— Ah, são muitos filmes de origens de super heróis para acompanhar. Acabo me confundindo — confessou ela cabisbaixa e dando um meio sorriso.

Um silêncio permaneceu na sala, camuflando os pensamentos de despedidas que permeavam a mente dos dois, mas eles não tinham coragem de falar. Ainda não era a hora.

— Vou deixá-la terminar de assaltar o colégio. Até, Leci — murmurou o Diretor dando as costas e saindo.

Leci fungou fundo, voltando a empacotar suas coisas de modo a deixar todas as prateleiras brancas vazias.

O fim da tarde chegou e Anna Luíza foi para casa acompanhada de Rebeca, que insistiu em ir com a desculpa de que elas tinham tarefa de português para fazer, mas, na verdade, ela estava com saudades de Daniele e não queria ficar sozinha trancada no quarto olhando para as paredes rosa-claro e chorando ao som de músicas que as duas costumavam a ouvir juntas.

Anna concordou com a presença de sua nova amiga em casa, mas também com segundas intenções. Ela sabia que Vivian estaria para o jantar e sabia que Rebeca poderia ajudá-la a irritar a namorada de seu pai.

— Olá, vó, cheguei — disparou Anna quando adentrou o hall seguindo até a escada.

— Olá, querida — disse Dona Carla, espantando-se logo em seguida ao ver quem Anna Luíza trazia aos seus calcanhares. — Você sequestrou a Rebeca? Anna Luíza, por favor, sou muito velha para te visitar na cadeia.

— Hei, calma, vó. A Rebeca está aqui por vontade própria.

— Oi, Dona Carla. Eu sei que parece muito estranho, mas eu e a Anna agora somos melhores amigas de novo. Espero que a senhora não se incomode com isso. Aliás, o meu pijama ainda existe? — Rebeca disse em disparado lembrando a época em que ela costumava dormir na casa de Anna quando era pré-adolescente.

— Não. Eu pus fogo como parte do meu ritual de despedida — respondeu Anna subindo as escadas. — Que também era um ritual para fazer você perder metade do cabelo.

— Quê? — protestou Rebeca, seguindo-a. — Eu perdi quando completei treze anos. Ele ficou preso em uma porta giratória. Esse é o motivo por eu não entrar em nenhuma agência bancária.

— Hum! Então tenho que fazer esse ritual de novo, agora com foco em outra pessoa — confirmou Anna fazendo com que Rebeca a entendesse. — Vó, ela vai ficar para o jantar. Nos avise quando ficar pronto.

— Tudo bem, querida.

As duas sumiram no corredor seguindo até o quarto de Anna, onde Rebeca se assustou com a presença de um porco grande e barulhento.

— Esta é a Elvira. Ela é super simpática — murmurou Anna jogando sua bolsa em um canto e começando a se trocar.

— Eu adoro porcos. Principalmente quando o chamam de Bacon.

— Não — gritou Anna Luíza rápido.

Mas não adiantou, a porca saiu correndo fazendo o maior barulho de ronco, como se um trator estivesse fazendo baliza no meio do quarto e destruindo o que encontrava pela frente.

— Este nome é proibido aqui! Isso a lembra do funeral dos pais — avisou Anna Luíza, notando uma veia estranha saltar na testa de Rebeca, percebendo o hospício que foi se enfiar.

Lá pelas 20h:00, Dona Carla avisou as meninas que o jantar já estava na mesa usando um método infalível: o grito estridente que avisou a vizinhança em um raio de duzentos metros.

As duas desceram aos risos, após horas falando dos namorados, colocando o papo em dia, relembrando o tempo que elas foram amigas e, principalmente, o tempo em que as duas passaram uma implicando com a outra. Anna Luíza e Rebeca adentraram a sala de jantar encontrando Vivian sentada a esquerda da cadeira de Marcos, que estava vazia. Rebeca seguiu para o assento ao lado de Vivian, enquanto Anna Luíza foi para o lado oposto, ficando de frente para sua nova amiga e ao lado de Dona Carla.

Vivian sorriu, tornando-se a Rebeca, mostrando os dentes brancos em uma simpatia sem igual. Ela rangeu a garganta formulando uma frase que seus pensamentos jogaram na ponta de sua língua.

— Olá, eu sou a Vivian. Namorada do Marcos e madrasta da Anna. Quero dizer, "boadrasta" — usou ela um tom ameno e terno.

— Ah, vê se não enche — disparou Rebeca revirando os olhos.

— Bem que me falaram que essa tal Amanda era delicada como um cavalo — retrucou Vivian, mais para si do que para os presentes.

Marcos adentrou a sala de jantar, estranhando também a presença daquela que costumava ser inimiga de sua filha.

— Rebeca, o que a traz aqui? Pagamento de pena alternativa? — indagou ela tomando seu assento.

— Não. Só eu e a Anna que voltamos a ser melhores amiga — respondeu ela olhando animada para Anna, que retribuiu a empolgação.

— Bom, hoje eu fiz bife à parmegiana com arroz branco. Espero que todos gostem.

— Estou de dieta. Vou comer só salada — murmurou Vivian colocando seu celular ao lado do prato, o mesmo aparelho que Anna Luíza possuía, o que a fez estranhar.

Enquanto seus familiares se serviam, Anna Luíza tratou de enviar uma mensagem de texto a Rebeca, que se encolheu para ler:

"Esse é o mesmo aparelho, mas tenho certeza que o que peguei está na minha bolsa. Será que ela fuçou lá?"

E os dedos ligeiros de Rebeca trataram de responder à mensagem de imediato.

"Não é possível. A gente não saiu do quarto."

E Anna Luíza sorriu com uma ideia recém-chegada em sua mente.

"Tive uma ideia que acho que pode funcionar. Passe o dedo engordurado no botão da digital do celular dela. Depois, fique de olho para ver se ela não o pega e digita a senha. Provavelmente a senha do antigo celular deve ser a mesma que a do novo".

Anna Luíza guardou seu celular no bolso, olhando para os lados, colocando sua mente para funcionar. Enquanto isso, Rebeca lia a mensagem não entendendo nada, mas sendo incentivada a fazer o que Anna pedira por meio de seu olhar furioso. Rebeca pigarreou guardando o celular e proferindo:

— Ah, era o meu pai. Ela mandou lembranças, Marcos. — Rebeca passou o dedo indicador esquerdo na testa, discretamente, como se estivesse ajeitando sua franja.

— Ow, mande um abraço a ele também — respondeu o pai de Anna.

— Hm. Acho que vou querer salada também, para começar — falou Rebeca, debruçando-se e colocando o indicador no botão do celular de Vivian, que não percebeu nada.

Neste momento, Anna Luíza começou a rezar internamente para que seu plano desse certo.

— Esqueci de lavar as mãos. Volto já — disse ela, levantando-se e deixando o local.

Seus familiares nem prestaram atenção já que estavam mais interessados no bife com mozarela derretida com molho vermelho. Não demorou muito e o celular de Vivian vibrou a mesa, chamando sua atenção.

No meio de uma garfada de alface com rúcula, ela pressionou a digital do seu dedão direito, mas o sistema não a reconheceu. Ela repetiu mais duas vezes até o celular bloquear e exigir que ela digitasse a senha. E foi o que a madrasta fez, sendo acompanhada pelo olhar atento de Rebeca. Ela baixou a tela principal lendo a notificação e franzindo a testa.

— Sua mensagem perguntando se eu realmente viria jantar chegou agora — murmurou ela a Marcos.

— Quê? — respondeu ele de boca cheia.

— Você precisa urgentemente trocar o pacote de dados do seu celular. Suas mensagens chegariam mais rápido se viessem de coruja — concluiu ela abocanhando as folhas secas.

Mas Marcos não continuou a conversa, dando mais importância para seu pedaço de carne. Anna Luíza voltou, segundo depois, recebendo uma piscadela de Rebeca que já devorava o seu segundo pedaço de carne. Anna Luíza sabia que esse era o seu último fio de esperança e, se isso não desse certo, mas nada daria.

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