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O Presente Da Morte

O ano era 1990. Mark Jennings, um homem de quarenta anos, vivia no centro da cidade de Gathouls, onde as ruas estavam repletas de casas elegantes com jardins bem cuidados — um lugar que, à primeira vista, parecia o cenário ideal para uma vida tranquila em família. Professor universitário de filosofia, Mark era casado com Diane, uma mulher atraente que vendia suas pinturas, obras que pareciam esconder segredos nas cores e nas sombras.

Naquele dia, quando voltava para casa com um pacote de pirulitos e balas para a noite de Halloween, Mark dirigia pelo túnel principal de Gathouls, o maior da cidade, enquanto o som suave de jazz preenchia o interior do carro. Ele apertava o volante com uma das mãos, perdido em seus pensamentos, o brilho dos faróis cortando a escuridão densa à frente.

Então, de repente, algo cruzou o campo de luz dos faróis. Sua reação foi automática; ele pisou no freio com força, e o carro estancou com um guincho doloroso. Seu corpo foi lançado para frente, e Mark sentiu a testa bater no volante, a dor aguda fazendo-o apertar os olhos. Um filete de sangue surgiu em sua testa quando ele tocou a área.

— Droga... — murmurou, enxugando o sangue.

Ainda tonto, ele abriu a porta e saiu do carro, os passos ecoando pelo túnel vazio. Os faróis agora iluminavam algo inesperado: bem no centro da estrada, no caminho que ele quase atropelara, havia uma pequena caixa embrulhada com um laço vermelho. Ela estava ali, perfeitamente colocada, com um ar sinistro que o fez hesitar. O silêncio ao seu redor era medonho, e, por um momento, Mark teve a sensação de que não estava mais sozinho.

Aquilo era estranho. 

A presença inesperada daquele pacote fez a mente de Mark correr, presa em um turbilhão de pensamentos inquietantes. Ele olhou ao redor, mas a escuridão espessa do túnel parecia uma parede sólida, impenetrável, escondendo qualquer sinal de vida. O eco de seu próprio respirar parecia amplificado, como se o próprio túnel o observasse. Colocou as mãos na cintura, ponderando — afastar o presente do caminho ou simplesmente ignorá-lo? 

Talvez fosse uma pegadinha de Halloween, uma brincadeira de mau gosto para os curiosos, como ele, que não tinham grande apreço pela data. Mas a curiosidade falou mais alto. Ele se aproximou do presente, um pacote quadrado, envolto em um papel branco pálido, como se estivesse feito para contrastar com a escuridão do túnel. Em cima, um laço vermelho perfeito, meticulosamente ajustado, e um pequeno bilhete. Ele tentou ler, mas estava em branco. O bilhete estava ali para provocar mais perguntas do que respostas.

Com um frio percorrendo-lhe a espinha, Mark retornou ao carro, segurando a caixa nas mãos como se fosse uma bomba prestes a explodir. Sentou-se no banco com ela no colo, olhando para o embrulho com uma mistura de receio e fascinação. Algo dentro de si gritava para não abrir, para deixar aquela caixa ali e seguir em frente, mas o desejo de descobrir o que escondia era quase irresistível. Enquanto ele estendia a mão para desatar o laço, teve a sensação de que o túnel, escuro e vazio, agora o vigiava com expectativa.

— Esses adolescentes de Gathouls... Quase me fizeram cometer um crime. E se eu tivesse os atropelado, hã? — murmurou, tentando afastar o silêncio sufocante que parecia se infiltrar em cada canto do carro. 

Ele lançou um olhar para o túnel escuro, franzindo o cenho. 

— Vou levar esse presente para bem longe daqui antes que algo de pior aconteça.

Tomado por uma irritação crescente, Mark desceu o vidro da janela e colocou a cabeça para fora, como se estivesse prestes a dar uma lição nos responsáveis pela brincadeira.

— A brincadeira acabou! Voltem para casa, seus rebeldes! — gritou, sua voz ecoando pelas paredes frias do túnel.

Esperou, aguardando qualquer sinal de resposta — risadas abafadas, passos apressados, qualquer coisa. Mas tudo o que recebeu foi um silêncio opressivo, que parecia enredá-lo como uma teia. Nenhuma risada, nenhum murmúrio. Só o vazio.

Ele respirou fundo, o coração batendo mais forte. 

— Ouviram?! Não me façam voltar aqui com as autoridades.

O celular de Mark começou a vibrar no bolso. Com uma certa dificuldade, ele o puxou da calça jeans e atendeu, levando-o ao ouvido. Era Diane, sua voz soando clara, mas firme, do outro lado.

— Você conseguiu os doces? Por favor, diga que sim.

— Não só os doces — respondeu ele, lançando um olhar para o embrulho no banco ao lado. — Como também fui surpreendido por uma daquelas "pegadinhas" de Halloween. Esses adolescentes...

Diane soltou uma risadinha, carregada de ironia. Ela sabia bem o quanto o marido detestava a data.

— Imagino que esteja absolutamente encantado em participar de algo tão... "marcante".

Mark riu, uma risada seca, quase sem humor.

— Você nem imagina o quanto, amor — respondeu, mantendo o olhar fixo no presente ao lado. — Inclusive, me deixaram um "presente" misterioso. Estou levando para casa para que possamos abrir juntos. Quem sabe uma surpresa especial? Talvez fezes humanas?

— Se tiver sorte, querido — replicou ela, com uma risada contida. — Mas... espera aí. Você está dirigindo e falando comigo ao telefone? Mark, isso é perigoso.

Ele ia responder a sua amada, mas antes que pudesse articular uma palavra, uma figura surgiu abruptamente diante dos faróis do carro. Uma mulher vestida a caráter, em uma fantasia de Halloween que, em outras circunstâncias, poderia parecer inofensiva. Mas algo estava errado. O olhar dela era perdido, distante, e lágrimas escorriam por seu rosto pálido, silenciosas como um grito preso na garganta.

— Querida, vou desligar — murmurou, a voz tremendo ligeiramente. Assim, ele desceu lentamente a mão com o celular.

O coração de Mark começou a palpitar com força, um pressentimento sombrio o envolveu. Ele não conseguia desviar os olhos daquela mulher estranha, que parecia mais um fantasma do que uma simples festeira.

De repente, algo sinistro aconteceu. Um corte profundo surgiu lentamente no pescoço da mulher, e sangue jorrou do ferimento, manchando a fantasia de bruxa que ela usava. Mark ficou paralisado, incapaz de processar a cena grotesca que se desenrolava diante dele. Mas a situação piorou ainda mais quando os faróis do carro começaram a piscar, mergulhando tudo em uma escuridão opressora por um segundo que pareceu uma eternidade.

Desesperado, ele girou a chave de ignição, e as luzes novamente iluminaram o caminho à frente. Mas, para seu alívio e horror, a mulher havia desaparecido. O túnel estava vazio, como se nada tivesse acontecido, e Mark se viu questionando a sanidade de seus sentidos. Aquela cena horripilante e o presente misterioso pareciam parte de uma pegadinha elaborada, mas o choque ainda pulsava em seu interior, fazendo-o duvidar de tudo.

Finalmente, ao chegar em casa, Mark foi envolvido pelo abraço caloroso de sua filha, Hannah. Aquele gesto trouxe uma onda de segurança e conforto que ele tanto necessitava. Diane, que estava na cozinha, rapidamente se aproximou, envolveu-o em um abraço apertado e, ao mesmo tempo, começou a pegar os pacotes de doces. Enquanto preparava uma bacia para deixá-los à porta, ela exibia um sorriso radiante, ansiosa pelas travessuras da noite.

Hannah, a única da família a usar uma fantasia de Halloween, estava vestida com um lençol branco, com olhos contornados por caneta preta — um fantasma improvisado, mas adorável.

Enquanto se sentavam à mesa decorada com enfeites de Halloween e pratos deliciosos preparados por Diane, Mark não conseguia tirar os pensamentos sobre o presente de sua cabeça e, após a refeição, ele colocou a caixa no lugar de seu prato sujo.

— Quem quer abrir o presente misterioso do papai? — perguntou, forçando um sorriso. Hannah bateu palmas, animada.

Mark já havia contado a Diane sobre o que aconteceu no túnel e o arranhão na testa. Ela elogiou sua coragem, mas ele ainda hesitava em abrir a caixa.

— Eu quero abrir! Por favor, papai! — pediu Hannah, seus olhos brilhando de expectativa. Mas Mark a afastou da caixa, não queria expor sua frágil garotinha ao perigo que poderia estar no interior do presente.

Ele sorriu, um sorriso desconfortável, enquanto sua mulher e filha fixavam os olhares na caixa. Com o coração acelerado, Mark desfez o laço e, em um gesto rápido, puxou a tampa. Para sua surpresa, nada. Nenhum cheiro ou objeto desagradável. Mark e Diane trocaram olhares pensativos, enquanto Hannah, desapontada, fazia perguntas, tentando desvendar o mistério.

— Destruíram suas expectativas. É um ótimo jeito de fazer uma pegadinha. Eles te enganaram direitinho, querido — disse Diane, começando a recolher os pratos da mesa.

— Papai ficou triste, o papai ficou triste... — cantarolou Hannah, provocando-o.

— Não faz sentido. A caixa tinha peso e agora está leve... — murmurou Mark, inspecionando a embalagem até parar no bilhete que antes não tinha nada anotado. — Rua Belfort, 680. Gathouls City — leu devagar, sentindo um calafrio percorrer sua espinha.

Os olhos de Mark se fixaram nos caramelos de Diane. Ele fez uma expressão de surpresa, crispando os olhos como se a suspeitasse.

— Tenho que admitir, amor, você me enganou bem. Por um momento, fiquei assustado.

— Do que está falando, Mark? — perguntou ela, levando os pratos à pia, como se realmente não compreendesse.

— Eu poderia ter morrido com essa sua pegadinha perigosa — Falou, aproximando-se do balcão enquanto Diane lavava a louça.

— Ainda não estou entendendo, Mark — disse Diane, confusa.

— O endereço, a caixa, o túnel... vamos, pare de fingir. Eu sei que foi você.

Diane secou as mãos no guardanapo e se virou para encarar o marido. Mark sentiu um frio na barriga ao ouvir a resposta dela.

— Amor, eu nunca faria isso. Você realmente acha que eu planejava te machucar e irritar? Sei o quanto você odeia o Halloween.

— Não. Você não está entendendo, Diane — ele tentou explicar, nervoso e um pouco assustado. — Nosso endereço está no bilhete.

Diane, que estava abrindo a torneira para terminar a louça, a fechou novamente.

— E quem é o remetente?

— Não tem remetente, apenas o nosso endereço — respondeu Mark, caminhando até o presente. Ele cuidadosamente embalou a caixa, deixando-a como estava. — Vou falar com as autoridades. Isso pode ser uma ameaça de morte.

— Querido, não acha que está exagerando? — perguntou Diane, com as mãos na cintura, pensativa, mas convencida de que não havia nada de errado naquilo. — Não é como se um assassino estivesse te perseguindo. Não estamos em um filme de terror. Eu sei que ainda pensa sobre o corpo encontrado no túnel há vinte anos, mas o assassino morreu. Ele não está mais lá.

As palavras de Diane trouxeram à mente de Mark a notícia que havia mergulhado Gathouls em luto profundo. Ele se lembrou da mulher do noticiário, a mesma que viu com o corte na garganta e a fantasia de Halloween, e nesse instante percebeu que realmente estava com medo. A lembrança o assombrava; era compreensível temer o túnel escuro de Gathouls City.

— Papai, não fique com medo. Vem cá! — Hannah o abraçou desengonçada. — O Halloween pode ser assustador, mas eu estou aqui.

O gesto da filha o aqueceu, fazendo desaparecer tudo de ruim que sentia. No entanto, Mark ainda se perguntava sobre as luzes de seu carro piscando de maneira estranha, a presença marcante da mulher ensanguentada e o presente com seu endereço. Era como se algo sombrio estivesse o assombrando intencionalmente, como uma vítima de um mal incontrolável.

Naquela noite, ao se deitar, ele teve um dos piores pesadelos de sua vida. Novamente, viu o túnel, mas desta vez estava coberto por teias de aranha escuras e pegajosas, onde várias pessoas estavam presas, chorando amargamente e sofrendo como se no emaranhado das trevas houvesse algo para torturá-las. No meio da teia, uma criatura diabólica o observava, com pés longos e negros, cujas unhas afiadas e amareladas arranhavam a superfície. Mark teve um encontro com a morte, o demônio do túnel, que tinha a aparência de pele humana queimada, mas braços longos e garras afiadas. 

A criatura alcançou uma de suas vítimas na teia, abocanhando e engolindo sua mão de uma vez. Em seguida, olhou para Mark, exibindo dentes pontiagudos cobertos de sangue e uma língua longa e vermelha, com seus olhos pequenos da cor de uma gota de sangue. 

Antes que Mark pudesse despertar, o demônio sorriu e sua voz diabólica ecoou pelo túnel, ressoando em seus ouvidos e o mergulhando em um pavor indescritível, mas mesmo apavorado ele ouviu a frase dita por aquele ser do inferno.

"Doces ou Travessuras, Mark?"

Mark passou um mês inteiro atormentado pelo mesmo pesadelo. A cada noite, os rostos das pessoas pareciam mais reais, mais sofridos, como se ele realmente estivesse lá. O medo de dormir começou a dominá-lo, mas Diane só percebeu a gravidade quando notou os olhos fundos do marido e o desconforto crescente sempre que mencionava o que acontecera no túnel na noite de Halloween. Hannah, sua filha de sete anos, passou a evitá-lo, assustada com as palavras dele sobre a morte, que, segundo dizia, estava em seu encalço. A pequena chorava nos braços da mãe, implorando que ajudasse o pai.

Por um tempo, Diane desconfiou de Mark; imaginava que o marido a estivesse traindo ou se entregando à bebida. Mas apenas ele sabia o verdadeiro motivo de seu estado. Em seu armário, o presente dado pela morte o observava, imóvel, enquanto ele definhava. Jamais pensara em queimar a caixa ou devolvê-la ao túnel; em sua mente exausta, acreditava que o mal já o possuíra ao sair da caixa naquela noite de Halloween. E estava certo. O presente era uma artimanha do demônio, um elo que o ligava ao túnel, um lugar que se alimentava dos espíritos dos mortos.

Um dia, Diane enganou Mark, dizendo que iriam ao parque de diversões da cidade para espairecer um pouco. Em vez disso, dirigiu diretamente para o túnel. Ao chegarem, Mark recusou-se a sair do carro; tremia, o olhar sempre baixo, enquanto as pernas inquietas denunciavam o pavor que sentia.

— Mark, eu preciso que me diga o que está te atormentando. Quero te ajudar, meu amor, mas não consigo se você não me contar — implorou Diane, segurando a mão do marido no banco do motorista.

Mas Mark repetiu as mesmas desculpas de sempre: "Não dá", "Não posso", "Não consigo." O casamento deles estava pendurado por um fio; se ele continuasse a fechá-la fora de seu tormento, restaria a ela apenas uma escolha: deixá-lo enfrentar o horror sozinho.

Uma semana após o Natal, Mark se preparava no banheiro para o aniversário de sua mãe. Penteava o cabelo calmamente, olhando no espelho. Tudo parecia normal, até que, ao erguer a cabeça após escovar os dentes, viu o reflexo do demônio atrás de si. A criatura o fitava com um sorriso pérfido, a língua pingando como se ele fosse uma refeição suculenta. A luz oscilou, e o sorriso da morte se alargou. Num instante, a lâmpada explodiu. Tremendo, Mark destrancou a porta e correu para o quarto, tomado pelo desespero.

— Mark! — Diane gritou ao vê-lo entrar abruptamente. Ela estava na penteadeira, colocando brincos, e se levantou de súbito. — Amor, o que está acontecendo?!

Mark permaneceu em silêncio, mas a dor em seus olhos era intensa; lágrimas brotavam sem controle. Sem uma palavra, ele pegou o presente do armário e saiu às pressas. Diane, desesperada, correu atrás dele, as lágrimas rolando em seu rosto. Hannah, que assistia ao desenho favorito no sofá, se assustou ao ver a mãe chorando e se juntou a ela.

— Papai... — chamou a menina, a voz embargada.

— Estou aqui, filha. Vai ficar tudo bem. — Diane a abraçou com força, tentando protegê-la do medo que, na verdade, também consumia a si mesma.

Mark colocou o presente no balcão e abriu a primeira gaveta da cozinha, pegando uma faca com as mãos trêmulas. Ele respirou fundo, pronto para o que pretendia fazer — tirar sua própria vida.

— Mark, não! — Diane interveio, segurando seu braço com força para impedir o golpe.

— Para, papai, por favor, para! — Hannah chorava, a voz desesperada entre lágrimas.

— Eu amo vocês — murmurou ele, o coração em agonia.

No mesmo instante, o demônio reapareceu, pendurado de ponta cabeça no teto, observando-o com um sorriso sádico e distorcido. Aquela expressão de triunfo parecia sedenta, como se já saboreasse mais um espírito preso para sempre no túnel dos mortos.

— Solte a faca, Mark! — Diane implorava, ainda lutando pela lâmina que os dois disputavam desesperadamente.

Com um último impulso, Mark conseguiu afastá-la e apontou a faca para o próprio pescoço. Seu olhar encontrou o de Hannah, encostada contra a parede, apavorada, envolvida pelo abraço protetor de Diane.

— Feche os olhos, filha, não olhe — pediu Diane, escondendo a visão de Hannah no colo, protegendo-a do que estava por vir.

Por um instante, Mark ficou paralisado, observando as duas pessoas que mais amava. Aquilo não era o que ele queria; a dor em seus olhos era clara. Ele fitou Diane uma última vez, os olhos dela, que tantas vezes o confortaram, agora molhados e assustados, como um reflexo de tudo o que ele perderia.

— Por favor, perdoe-me, meu amor. Eu não queria isso. — As palavras de Mark saíram entre lágrimas pesadas. Ele mal podia respirar enquanto encarava o demônio no teto, que o observava com um sorriso sinistro, a língua grotesca quase tocando seu rosto.

Mark soltou a faca, o som metálico ecoando pela sala. Diane e Hannah reagiram instintivamente, soltando-se do abraço, apenas para perceber que Mark havia saído, deixando-as para trás.

Com mãos trêmulas, Diane pegou o telefone e ligou para a polícia, informando que seu marido estava indo ao túnel de Gathouls, ameaçando tirar a própria vida. A dor esmagava seu coração, e a imagem de sua família feliz no aniversário da mãe de Mark agora parecia uma ilusão distante. Ela se arrependia amargamente de ter desconfiado dele, desejando apenas tê-lo de volta, são e salvo. Hannah, ainda agarrada a ela, chorava desconsolada, incapaz de compreender a gravidade do que estava acontecendo, mas com medo do que poderia acontecer ao pai.

Mark acelerava em direção ao túnel de Gathouls, o presente no banco traseiro, intacto, enigmático, uma beleza sedutora que ocultava um terror inimaginável. Ele virou ruas e acelerou cada vez mais ao avistar a entrada do túnel, rompendo o silêncio da noite com o rugido dos pneus. No retrovisor, viaturas o perseguiam em alta velocidade, as luzes vermelhas e azuis iluminando o caminho sombrio. A foto de Hannah balançava ao vento, pendurada no retrovisor, lembrando-o do amor que sentia e do motivo que o levara àquela escolha final.

Quando Mark entrou no túnel, foi engolido pela escuridão, os faróis mal iluminando o caminho adiante. A risada do demônio ecoou pela sua mente, um som cavernoso e cruel. Ele pisou fundo, o fim já decidido. E então, num instante brutal, desviou o carro em direção à parede do túnel, o impacto arremessando seu corpo pela janela traseira, quebrando-o no concreto frio.

Mark morreu instantaneamente, deixando para trás uma filha que o adorava e uma esposa que jamais o esqueceria. No banco do carro, o presente permanecia, imaculado, com seu laço vermelho como sangue, uma promessa silenciosa de tragédia.

Foi só ao "acordar" nas sombras do túnel, envolto pela teia grudenta do demônio, que Mark compreendeu a extensão de sua condenação. O ser maligno o encarava, sorrindo, sabendo que o destino de Mark agora estava selado junto ao túnel.

O presente dado pela morte ficou ali até que um policial curioso o pegou, desfazendo o laço fatal e abrindo a tampa, sem saber que, ao fazê-lo, abria também a porta para sua própria morte.





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